Comentários muito pertinentes, quanto à elevação do percentual de condenações atualmente nos abatedouros de aves e o MAPA resistindo em não considerar os métodos utilizados nos EUA e na Europa, no processamento das carcaças durante e após a evisceração. Em um momento em que competimos com grandes produtores e exportadores de carne de frango, no mercado mundial, onde centavos por quilos produzido, são extremamente significativos, no resultado financeiro das empresas avicolas.
Acho pertinente examinar-se os critérios e práticas de condenação (que contam com o agravante de serem desuniformes Brasil à fora) a fim de que ao preservar a integridade física e sanitária do produto, NÃO NECESSÁRIAMENTE afete a competitividade das empresas. Mais ainda, a condenação total ou parcial além do necessário para garantir a idoneidade do produto, SIGNIFICA DESPERDICIO DE ALIMENTOS (e recursos naturais), algo inaceitável num mundo de 800 milhões de famintos (e de recursos naturais cada vez mais exíguos).
Já o uso de coadjuvantes químicos, como se faz nos Estados Unidos, requer uma abordagem mais detalhada e muito, muitíssimo cuidadosa:
- O Brasil, tal qual a UE, trata a sua cadeia de produção de aves dentro da visão holística “do campo ao prato”, o que nos leva a trabalhar, PREVENTIVAMENTE, em todas as fases da cadeia, AUMENTANDO a proteção ao alimento enquanto reduzimos as muitas ameaças à sua inocuidade paulatinamente. Nos Estados Unidos, ainda prevalece a abordagem de resolver tudo no abatedouro, por isso a inumerável quantidade de duchas, banhos e soluções químicas usadas no tratamento de carcaças para impedir a presença de patógenos;
- Segundo, e O MAIS IMPORTANTE - tratar quimicamente as carcaças, como faz os Estados Unidos, é um sacrilégio aos olhos da EU, ainda um grande mercado para o Brasil. Há mais de 20 anos os EUA foram proibidos de exportar de frango à UE quando esta proibiu o uso de hipercloração nos frigoríficos. Os EUA se negaram a aceitar a exigência e foram alijados do mercado! Desde então nem uma asa de frango americano entrou no mercado da EU!
Mais ainda! Quem anda lendo sobre o Brexit e as conversas de acordo comercial com os EUA se a saída da EU for sem acordo, já deve ter visto que o Reino Unido NÃO QUER FRANGO AMERICANO e pela mesma razão. Está o maior auê por lá com relação ao assunto, com as empresas, associações e o ministro pressionando o governo a dizer NÃO ao frango americano!
Se o Brasil resolver partir para esta tecnologia estará, de vez, sepultando suas chances de retomar, com a força de outrora, o mercado da EU, por dar, de bandeja, aos países-membros tudo o que eles precisam para nos ver pelas costas para sempre - um motivo REAL para condenar nossos produtos!
Fabio G. Nunes Muito oportuna suas ponderações. Elas vão ao encontro da velha máxima "No mercado internacional não trabalham freiras". Ainda que novas tecnologias de desinfecção devam ser pesquisadas - de forma acadêmica ou pela indústria - a aplicação das mesmas, ainda que eficientes e até mesmo aprovadas pelo MAPA, tem que ser, ANTES DE IMPLEMENTADAS, DISCUTIDAS claramente com nossos clientes. Na minha opinião, produzir frangos, e desinfetar a carcaça no final, QUALQUER AVICULTURA MEDIANA O FAZ. Será que não estaríamos matando nossa galinha de ovo de ouro?
Obrigado pelos comentários e endosso de meu ponto de vista. Você está certo! O nosso GRANDE e INCOMPARÁVEL diferencial tecnologico no MUNDO AVICOLA é o de produzir um produto avicola INOCUO, reconhecido e aceito em 160 países de rigida legislação sanitária - EU, Japão e Oriente Médio, para mencionar apenas alguns - usando APENAS AGUA POTÁVEL. Ninguém mais o faz! Abandonar isto, será um tiro nos pés....
Dr. Everton Krabbe
Boa sua fala e compartilho de parte dela. Pergunto aos que questionam a higienização: Os EUA, como grande mercado produtor e exportador que são, se prejudicam demasiadamente em não exportar para a UE? Um estudo econômico ajudaria solucionar essas questões junto ao Mapa e mercado local.
Mas, para mim não tocaste em um ponto de condenações pelo Mapa, referente as miopatias e que me preocupa muito. Sabemos parte da etiopatogenia relacionada e por enquanto uma caixa preta a ser resolvida na produção de frangos... Abraço
Nossa opiniao e que o BRASIL continue produzindo frango da mesma maneira que e aceito em mais de 160 paises . Penso QUE O MINISTERIO DA AGRICULTURA deve cada vez mais rever os criterios de condenaçao e unificando os metodos de analises e aproveitamento .
O uso de produtos quimicos tambem deve ser verificado e usado dentro das normas normais e que nao afetem a saude humana .
A saude dos frangos tem de ser cuidada no campo , na genetica , no manejo , na alimentaçao e nao dentro da fabrica .. ,no abatedouro que e um processo de preparo e apresentaçao da carne a ser consumida .
Devemos cuidar dos pontos criticos no abate com todo os cuidados de regulagem das maquinas principalmente na evisceraçao onde se ocasiona o maior ponto de condenaçao .
Caros colegas, vou dar um exemplo prático do que estamos falando a respeito de condenas excessivas sem base em critérios científicos. Uma aluna minha, Fernando do Prado, acabou de defender seu mestrado na UFRGS com um trabalho que mostra que Miopatia Dorsal Cranial (MDC) , além de não apresentar nenhum agente microbiano na lesão (como as demais , inclusive), é REVERTIDA VISUALMENTE após o processamento industrial (congelamento e descongelamento), mesmo no grau mais elevado. Este fenômeno num frango griller que ao ser condenado, é perdido completamente, pode ter um significado econômico de muita amplitude.
Prezada Andrea, sua preocupação é a mesma de todos os que trabalham nesta industria. Usa-se o melhor do conhecimento profissional aliado às melhores materias-primas, praticas de manejo, sanidade e ambiencia para produzir o frango mais competitivo do mundo. Porém, ao chegar ao abatedouro, esta ave, prestes a ser convertida em alimento para o mundo, é condenada sem que se usem critérios técnico-cientificos para tal, um fato corriqueiro nesta atividade, e um verdadeiro "Calcanhar de Aquiles" da pujante avicultura brasileira. Pena não conseguir postar aqui uma foto da linha do DIF em um abatedouro do Brasil, tirada em junto de 2019, mostrando o descalabro destas condenações por miopatia peitoral.
Fabio G. Nunes boa tarde e demais colegas. Ao meu ver a industria de frangos da avicultura vêm melhorando suas praticas do Laboratório ao Abatedouro uma cadeia de suprimentos que vem se desenvolvendo a cada dia e ganhando prestigio e competitividade país a fora. Um ponto que eu gostaria de chamar atenção seguindo o raciocínio dos demais colegas fica em relação a linha do (DIF) onde ficam os agentes do (SIF) muitos desses agentes não receberam treinamento e conhecimentos suficientes para realizar tais condenações de carcaças de mameira correta, acabando por descartar mais do que o real necessário. O SIF deveria passar por reciclagem e consultoria para desenvolver novas praticas de avaliação e conhecimento para melhor orientar os seus agentes de linha, que muitas vezes acabam com grande porcentagem do trabalho de muitos outros e parte importante do lucro da industria.
Prezado Fabio G. Nunes, parabéns pelas contribuições aqui no debate.
Eu sou prof. de Avicultura, no curso de Zootecnia da UFPEL e gostaria de saber se você poderia compartilhar comigo as imagens citadas. Meu interesse é puramente didático, para apresentar exemplos aos nossos estudantes quanto às realidades da nossa cadeia produtiva, gerando um debate saudável, como observamos aqui neste tema.
Comprometo-me em não utilizar as imagens para nenhum outro fim, assim como utilizá-las com a devida citação de autoria, podendo assinar termo de compromisso se assim o desejar. Meu contato: jerri.zanusso@ufpel.edu.br
Grato pela atenção!
Meus prezados:
Este tema merece toda a atenção por tudo que foi dito até agora.
Sugiro aos Drs. Everton e Andréa enviar suas infornações para o MAPA e à ABPA, para que possam usá-las para fururas discussões sobre este tema - miopatias.
Temos que avançar neste tema sem subjetivismo. Temos informação para mostrar que as miopatias não comprometem a qualidade microbiológica do produto final.