Olá comunidade Engormix.com, aqui lanço um interessante tema para que todos participem: Garantir a negatividade para Salmonela em frigoríficos de frangos – Quais as melhores medidas e ferramentas para atingir esse objetivo? Aguardo a participação de todos!
Prezada Julian,
é sempre um prazer participar de um fórum de discussão, pricipalmente, aqui.
Entendo que a utilização de ácido peracético não resolve o problema, pois, a salmonela chegou no frigorífico e, se encontrar viabilidade de expansão, sai contaminando tudo.
Já enfrentei esse problema no frigoríco que prestei serviços por 9 anos, claro que não tivemos problemas os 9 anos, mas, quando fomos nos habilitar para exportação e exames e coletas foram realizadas mais frequentemente, verificou-se a existência de níveis acima dos permitidos pela legislação.
Acredito que normas de BPf(s), HACCP, PPHO e outras medidas de controle, são essenciais no controle de quaiquer microorganismos dentro de instalações frigoríficas, mas, no caso em questão, o maior controle deve ser realizado no campo.
O frigorífico não faz milagre e o controle de qualidade não é assessor direto de Jesus Cristo para perdoar os erros do pessoal do campo, ou até mesmo do próprio frigorífico. Mas vale lembrar que o frigorífico somente transforma o que vem do campo, em algo em condições de armazenagem e consumo para os consumidores que desejarem prazos diferenciados, através do processamento de embalagem e refrigeração.
Parece simples não. Mais não é.
Manter as condições de processamento dentro do exigido, somente com as normas de controle e pessoal bastante qualificado, capacitado e treinado, visando a manutenção de um bom produto e, atento a seguridade do produto ofertado ao consumidor.
Então, para isso, creio que o pessoal do campo deve estar embuído nas normas de 5S, e a galera da sanidade atenta aos níveis sorológicos das matrizes, evitando contaminações verticais, normas de biosseguridade nas instalações avícolas, controles de entrada e saída de pessoal nas granjas de engorda, nos trasportes de ração de toda cadeia.
Claro que o uso de produtos aptos ao controle da salmonela são bem vindos, mais como ex-chefe de SIF, se vejo o uso de algum produto para controle de microorganismos, desconfiaria de falha nos processos de controle de qualidade.
Vamos aguardar mais colaborações para enrriquecer a discussão.
Grande abraço.
Prezados Julio e Marcelo, boa tarde!
muito obrigada pela participação e pelos comentários!
concordo com o exposto de que o agente é de difícil controle e que portanto não podemos pensar em agir exclusivamente no frigorífico, no entanto a maioria dos técnicos ainda se preocupam com o agente unicamente nessa fase.
considerando que a principal porta de entrada do agente no animal é a boca, temos que ter consciencia de que devem ser adotadas medidas de controle durante toda as etapas produtivas a fim de se reduzir a contaminação e a carga contaminante ingerida pelo animal.
dessa forma, a cadeia deve ser avaliada por análise de pontos críticos e medidas de boas práticas de fabricação e controle de pontos críticos devem ser tomadas.
no entanto, entendendo que o agente pode contaminar o animal a partir da ração e da água de bebida, quais as principais ferramentas para controle desse agente nesses alimentos?
ainda, quais os pontos a serem discutidos para orientar a escolha? Pontos relacionados a modo de ação, condições fisiológicas do animal que possa comprometer a ação do produto, facilidade de aplicação, espectro de ação, etc..
aguardo comentários!
atenciosamente,
Julian
Tema bastante apropriado e complexo...
As colocações do colega Marcelo De Souza Lima são muito apropriadas e corretas. As condições eco-epidemiológicas no sistema de produção de frangos são muito favoráveis à persistência de Salmonella. Deste modo, o controle não deve jamais ser pontual (i.e., não existe medida "mágica" que resolverá o problema de contaminações por Salmonella). Deve-se desenvolver um programa que começa reduzindo a transmissão vertical (i.e., controle nas matrizes), seguindo na granja de frangos (i.e., higiene, biosegurança, aditivos, etc.), incluíndo o manejo pré-abate (i.e., controle de stress, e de contaminação das gaiolas e dos caminhões de transporte), e continuando dentro do frigorífico até se obter o produto final. Os procedimentos desenvolvidos e aplicados nos frigoríficos são muito eficazes, mas obviamente se a pressão de contaminação que vem das granjas for mantida sob controle. Este é um desafio grande da indústria avícola, que aumenta de importância à medida em que se avança no mercado internacional, e por isso, merece muit atenção por parte de todos envolvidos no sistema de produção e processamento de frangos.
Saudações aos colegas.
Olá amigos...excelente discussão, as etapas de controle citadas são todas importantes. O conhecimento do produto químico, seu uso e legislação também, porém o que me intriga é que temos todas estas características determinadas e muitas vezes não sabemos por onde começar. Gostaria de propor aos membros deste fórum e a outros que quiserem participar em criar pontos básicos de controle para as etapas de produção da carne avícola. Etapas básicas porém fundamentais para o controle de Salmonela no produto ou mesmo nas instalações. Com certeza com esta definição poderemos ter subsídios para tentar monitorar tal contaminação e exercer controles de sanitização, higienização, desinfecção em boa parte da estrutura produtora de carne de frango.
Saudações colegas, acredito que alem de ter implantado todas as ferramentas de segurança alimentar BPF, PPHO, HACCAP e outras que podem ser pertinentes ao tipo de frigorifico, devemos ter em conta que toda a cadeia produtiva ante mortem deve ser avaliada, nascimento, crescimento e engorda utilizando Programa de auto controle (PAC) de rastreabilidade em todas as etapas, e depois realizando um mapeamento dos pontos, desta forma poderá conseguir identificar qual é o ponto em que exija um controle mais eficaz.
Saudações a todos os colegas,
vejam que maravilha esse f[orum produz. Já foram colocadas várias sugestões para a problemática salmonela, gerando o que dizem os especialistas : um toró de parpites.
Lembrando-se de uma espinha de peixe, com a boca engolindo a salmonela e as espinhas sendo as medidas, devemos nos lembrar que esse problema é mais cultural que biológico.
Temos que contar com o comprometimento de todos os envolvidos na cadeia avícola, pois, todas as sugestões aqui geradas, devem ser geridas e coordenadas por pessoas.
Posso assegurar a todos, que durante os meus vinte e poucos anos de dedicação a cadeia avícola, já atuei em todas as fases, exceto avós, e asseguro que não existe alimento mais seguro que carne de ave.
A seguridade alimentar em tempos modernos vai ser o diferencial competitivo dentro da cadeia avícola mundial, onde a competitividade da produção de grãos, asociada a capacidade técnica de produção, clima, mão de obra e indústria moderna e competitiva, fazem do Brasil e dessa maravilhosa cadeia, o país de eleição para a produção de uma carne segura e de sabor natural, perseguido mundo a fora.
Portanto, essa mentalidade deve estar estampada na mente do chão de fábrica ao mais alto empresário do ramo, por isso, afirmo veementemente que salmonela é um problema mais cultural que biológico.
Grande abraço a todos.
Cumprimento aos colegas pelos comentários aqui expostos, é por ai, mas há muito mais a ser explorado no que se refere a Salmonella. O caminho racional para abordar este tema é em primeiro lugar descrever com detalhes a cadeia produtiva do produto, neste caso, o frango, desde a origem dos ovos destinados a eclosão das avós (bisavós se possível), matrizes, frangos, logística de transportes envolvidos, rações, fábricas e transportes, funcionários (do Porteiro ao Presidente, não adoto a expressão "Chão de fábrica", é depreciativa no meu entendimento), considerar aspectos culturais e regionais, colheita de amostras e programa de amostragem, laboratórios de diagnóstico e procedimentos técnicos, etc.... Tudo isto parece "Samba do crioulo doido", mas esta é a logística a ser adotada para a "Guerra" contra a Salmonella na cadeia produtiva. A meta no primeiro momento a ser estabelecida deve ser a redução de 50% de incidência, a cada cumprimento da meta, com isto ir estabelecendo a "Tolerância Zero", se é que isto é possível. Um conselho para as empresas que adotam programa de bonificação para funcionários, jamais adotar a meta de Samonella para bonificação, ela será mal estabelecida e ser for estabelecida rigorosamente, ela sera desmotivante e o programa de redução de Salmonella será abandonado lentamente. Há outros mecanismos e metas que podem ser estabelecidas que motivam o programa sem desmotivar os participantes. Em resumo a cadeia produtiva deve ser atacada em todos seu detalhes, as condições culturais jamais devem ser esquecidas, os aspectos regionais devem ser sempre ser levados em consideração, nunca esquecer dos terceiros. A política do "PP" (do Porteiro ao Presidente) deve ser adotada e cultivada com muita paciência, competência, habilidade e ação. Abraços a todos.
Particularmente acredito que Salmonella seja apenas um sinal de todo um quadro a ser monitorado e melhorado de forma continua. Aparentemente outro microorganismo conhecido e de menor expressão de nossa atenção tem sido o Campilobacter, obviamente por seu menor risco à saúde humana, questiono aos senhores se a monitoria de Campilobacter poderia nos trazer indícios de diversos níveis de suceptibilidade a Salmonellas?
Outra questão; lembro aos senhores que as fontes de MP de ração tem seus personagens importantes no que diz respeito a Salmonellas como as farinhas de origem animal, mas que igualmente importantes são os farelos vegetais que para a exportação são tratados com produtos a base de Ac. Formico ou Formaldeido e que internamente não temos estudado a MP.
Agradeço e parabenizo a iniciativa da discussão.
Saudações aos colegas e Próspero Ano Novo,
quem sabe com novas discussões, como sugere o colega Luis Fernando.
Claro que o problema Salmonella é um indicativo de falhas nos controles de biosseguridade e, que possivelmente, a fábrica de ração podeter um papel fundamental nesse aspecto.
Outros patógenos podem sim ter relação com salmoneloses, mas, cada caso é um caso, o importante é blindarmos o nosso produto de seguridade.
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