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Ambiência das ave

Fórum: Ambiência das aves: controle da temperatura

Publicado: 14 de março de 2011
Por: Maíra Vasconcelos

Quais as alternativas que o setor da avicultura encontra para manter o manejo ideal, no que diz respeito à ambiência avícola no controle da temperatura nos aviários? As perdas devido ao stress calórico ainda são freqüentes? Qual a temperatura ideal e quanto pode variar?

Espero seu comentário.

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Maíra Vasconcelos
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Andrade Moreira da Silva
Perdigao
14 de abril de 2011
Os sistemas para controle de ambiência em aviários têm evoluído bastante, e temos no mercado controladores muito eficientes, que nos permitem trabalhar a ambiência considerando Temperatura, Umidade e Tempo; se ajustando perfeitamente as variações climáticas de cada região, situações de cada aviário e necessidades da ave de acordo com a idade. Sem dúvida, as perdas por stress calórico são ainda muito frequentes, e a temperatura ideal vai variar de acordo com a idade,em combinação com umidade relativa e velocidade de vento sobre as aves - é o que chamamos de sensação térmica ou conforto térmico. São usadas ainda algumas técnicas para acondicionamento das aves para que se tenha um ganho compensatório na fase final do lote. A variação de temperatura deve ser a mínima possível, pois a inconstância do ambiente pode prejudicar o desempenho da ave, principalmente na fase inicial do lote (até 15 dias), quando a ave esta desenvolvendo o intestino e seu sistema temoregulador, não sendo menos importante manter essa constância em todas as fases do lote; considerando também a necessidade de ventilação e renovação de ar para cada espécie. No caso de frangos de corte a variação aceitável seria menor que 8°C; em outras aves como peru, por exemplo, essa variação seria um pouco maior devido sua necessidade de renovação de ar e ventilação.
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Weliton Marcus Silva
2 de mayo de 2011
fazer uma boa vedação fechando bem as cortinas lacrando portões beiras do foro cocando duas cortina na verticar 4 canpanulas nos cantos do galpão aquecimento suprimentar
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Claudir Piva
2 de mayo de 2011
A temperatura ideal para produção de aves varia de acordo com a idade, conforme quadro abaixo: Temperatura ambiente ideal para criação de aves Idade (semanas) Temperatura ambiente (oC) 1 32 - 35 2 29 - 32 3 26 - 29 4 23 - 26 5 20 - 23 6 20 Hoje temos muitos equipamentos disponíveis que possibilitam esse controle, mas o ideal é que se analise todas essas variáveis, sempre levando em conta os dados climatológicos da região onde o empreendimento será implantado. Desenhando uma instalação com materiais adequados com relação a custos e desempenho térmico. Utilizando sistemas de ventilação associados a sistemas de resfriamento evaporativos. De preferência utilizando um grupo motogerador para o suprimento de energia elétrica em caso de queda de fornecimento por parte das concessionárias de energia elétrica. 7 20 -
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Weliton Marcus Silva
2 de mayo de 2011
para conseguir essa temperatura e preciso de um galpão bem vedado pois nem sempre e assim na maioria esta faltando muito enterrese dessa grande empressa avicula
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Elisangela Gottardo
Grupo Pluma
2 de mayo de 2011
Uma alternativa para melhorar a ambiência nas primeiras semanas de criação, é a utilização de fornos de pré aquecimento. Eles são muito eficazes para manutenção de um ambiente homogêneo na pinteira, devido ao fato de que, o ar que estará incidindo sobre os pintinhos estará pré aquecido, com uma temperatura adequada, evitando mudanças bruscas e correntes de ar frio. Com isso teremos várias vantagens, tais como uniformidade do desenvolvimento dos pintinhos e peso em todos os locais do aviário, diminuição de perdas com a variação de temperatura e principalmente pelo frio, e ainda economia no gasto de lenha, já que nesse caso o forno irá ligar menos com o funcionamento do forno de pré aqucimento. É uma alternativa economicamente viável para o controle da temperatura adequada no manejo de inverno.
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Weliton Marcus Silva
2 de mayo de 2011
esse fornor de pre aquecimento são aqueles usado entre duas cortina laminada entre o pinteiro e restantedo espasso do galpão.
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Marcelo de Souza Lima
3 de mayo de 2011
Prezados amigos, outro tema polêmico, como todos aqui sugeridos pela nossa gestorea de conteúdos Maíra Vasconcelos, a quem segue cordial abraço. Nessa polêmica de controle de tempertura, gostaria de lembrar a diferença que existe entre o sensor que capta a temperatura que vai ao painel e o piso, onde efetivamente estão os pintinhos. Essa diferença chega a ser de 4ºC a uma distância de 50 cm do chão, portanto, se quiseres as temperaturas citadas acima pelo colega, terá que ter marcado no seu painel de controle 37ºC a 38ºC, estado confirmado pelo bem estar das aves dentro do pinteiro. Como o ar frio é mais pesado que o ar quente, é oportuno comentar que a utilização de uma ante câmara antes do pinteiro é interessante na busca da diminuição da amplitude térmica. Restando então as trocas térmicas de exaustão e nebulização para a fase média a final da criação, onde os equipamentos e mais a vedação do galpão, já citada aqui, fazem controle da temperatura, onde a variável mais importante a ser considerada é a Umidade Relativa do ar, responsável pelas trocas térmicas. Daí para a frente, temos que contar com outro equipamento de alta tecnologia, desenvolvido para interagir com essa parafernália toda, o nosso granjeiro, com seu insubstituível "felling".
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Claudir Piva
3 de mayo de 2011
Corroborando com o que disse a colega Elisangela Gottardo, sim existe no mercado brasileiro um equipamento produzido por uma industria de equipamentos do estado do Paraná, utilizando um sistema de "forno", como foi citado, e um sistema de dutos que levam o ar aquecido até a área do pinteiro, consegue-se obter a temperatura necessária e adequada as necessidades das aves. E também como muito bem colocado pelo colega Marcelo de Souza Lima, é muito importante que se tenha os sensores de controle de temperatura ao nível das aves. Uma vantagem adicional deste sistema de "forno" com dutos que levam o ar aquecido até a área dos pinteiros, é a qualidade do ar, visto que os gases resultantes da queima da lenha ficam no exterior da instalação. Prporcionando às aves um ar com uma boa oxigenação e livre de gás carbônico e monóxido de carbono. Facilitando a vida do tratador e maximizando o potencial genético e performance dessas aves.
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Marcos Martinez do Vale
Universidade Federal do Paraná - UFPR
3 de mayo de 2011
Prezados, o controle ambiental de granjas é um evento complexo e dependente de muitos fatores. A lista pode incluir, de fora para dentro: clima/tempo externo, conformação, obstáculos e cobertura vegetal do entorno; materiais construtivos de cobertura, a parte de alvenaria/painéis isotérmicos e piso, material de vedação (lonas, forros e cortinas), equipamentos e dimensões. Soma-se a isso a capacidade dos equipamentos de climatização, dimensionamento de sistema de ventilação e resfriamento evaporativo. No detalhamento do resfriamento evaporativo e ventilação, inclui-se uma série de detalhes a respeito da capacidade nominal dos equipamentos e do potencial efetivo de operação de cada sistema, resfriamento evaporativo e trocas de calor por convecção (ventilação), conforme a situação ambiental interna e externa ao galpão. Esses fatores, brevemente citados e que são muito mais complexos que o resumido nessas linhas, há uma interação muito acentuada entre todos e uma exigência muito grande de formas de comando do sistema, algo mais complexo que apenas os sistemas de liga/desliga. Nesse universo, há alguns pontos críticos que podem ser citados: 1- Projeto; 2- Sistema controladores/sensores; 3- Operação. O projeto é um dos nossos erros clássicos, insistimos em fazer mais e planejar menos e vale a máxima de planejamento curto, execução longa. Grande parte dos nossos problemas de ambiência em aves está focada em falhas de projeto e experimentação prática com baixo embasamento. O primeiro fator de sucesso de uma instalação avícola está no seu acurado planejamento que deverá contemplar: materiais construtivos que propiciem maior refração à radiação solar direta e refletida e maior resistência à condução de calor para o interior das instalações, que reflete também um melhor potencial de retenção do calor nas primeiras fases de criação; dimensões e projeto arquitetônico que propicie a ventilação/exaustão e dispersão de gases e facilitem manejo sanitário. Junto à parte construtiva, somam-se os equipamentos que devem seguir um objetivo claro, consciente do potencial climático de climatização da localidade e dos extremos possíveis para o microclima do entorno. O sistema controlador é outro ponto crucial. Devemos reconhecer que os controladores baseados em poucos sensores e definidos no tipo liga/desliga oferecem poucas soluções e grande possibilidade de dispêndio de energia ineficiente. O conjunto sensores-controladores- atuadores, quando justamente dimensionados e acoplando ótimos recursos de acionamento gradual e independente das ações de resfriamento evaporativo ou trocas térmicas por convecção (ventilação), permite a máxima operacionalidade e eficiência do sistema dentro de seus limites. Por outro lado, todo o projeto e controle de ambiência de uma granja são dependentes dos seus operadores. É conhecimento comum a dificuldade de mão de obra e a forma como costumamos transgredir as regras de funcionamento de nossos planejamentos. Por vezes nos deparamos com projetos bem executados, embarcados com excelentes controladores, e pecando pela qualidade dos operadores. Como brasileiros, nossa engenhosidade e disposição para adquirir soluções econômicas e locais, nos lavam a projetos mal fadados, sistemas débeis de controle e operação desastrosa. Esse contexto justifica muito de nossos problemas de ambiência a campo, as diferenças de resultados, a multiplicidade de projetos e equipamentos, variações de recomendações de operação, dentre outros problemas. Reconheço que em grande parte, os problemas que temos são oriundos mau treinam,ento de técnicos e profissionais da área, associado à ainda escassa pesquisa. A nutrição deve ser menos responsabilizada pelo desempenho animal e uma maior parcela reconhecida como oriunda da ambiência. Quando pensamos em climatizar, vale uma pergunta. Quanto um investimento em projeto e condução de uma instalação deve retornar em melhor conversão alimentar, ganho de peso corporal e menor mortalidade para ser pago? Marcos
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Claudir Piva
4 de mayo de 2011
Muito bem colocados os comentários do Sr. Marcos Martinez do Vale, há realmente a necessidade de uma atuação mais profissional por parte dos técnicos que atuam neste segmento, a minha experiência em uma grande empresa de produção de aves e suínos, confirma todas as suas colocações. Há necessidade de se ter um profissional com conhecimentos multidisciplinares, que envolva o conhecimento das necessidades das aves, das carências de mão de obra qualificada. Mas isso não impede hoje de se conceber um projeto adequado com a melhor relação custo benefício. Pois hote temos no Brasil Centros de Excelência em Pesquisa Ambiental, voltados para produção de aves, posso citar o GCAMB - Grupo de Pesquisa em Construções Rurais e Ambiência da UFCG, o NUPEA da ESALQ, o AMBIAGRO da UFV entre outros, como Lavras, UNICAMP. Esse profissional que atua diretamente com projetos são os ENGENHEIROS AGRÍCOLA, profissionais com conhecimentos de engenharia de materiais, eletrotécnica, automação, termodinamica, ventilação, zootecnia e projetos e planejamento financeiro.
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Marcelo de Souza Lima
4 de mayo de 2011
Olá pessoal, gostaria somente de ressaltar a importância dos comentários realizados pelos colegas acima,referente a carência de mão-de-obra qualificada. Trabalhei durante 3 anos no SENAR-AR/GO, ministrando cursos de Qualificação de mão-de-obra Granjeira, Coleta de ovos nas Matrizes, Coleta de Ovos em Matrizes de Peruas, todos voltados a unidade Brasil Foods de Rio Verde-GO. Além de Qualificação de mão-de-obra para Granjeiros na integração Superfrango-Itaberaí-GO. Portanto, creio poder emitir um opinião mais clara sobre o assunto. Tenho afirmado que a responsabilidade da qualificação é do integrado, por que a falta de resultados técnicos leva a um resultado econômico ruim para o integrado, mas a integradora leva a carne do frango e a processa, gerando dividendos que remuneram o capital empatado no ciclo de produção. Não existe técnicos profissionalizados, médicos vetrinários, zootecnistas, agrônomos suficientes para o volume de aves alojados hoje. Vocês não fazem idéia do nível das pessoas que chegavam as minhas mãos para qualificação em busca de resolverem os problemas deles, não das aves. Por isso o processo fracassa, os envolvidos no processo estão preocupados com eles, não com as aves. Para vocÊs imaginarem a carência, a unidade de Perus de Mineiros-GO, oferece casa, antena parabólica instaladda, creche, ônibus para translado a cidade em duas viagens diárias, ajuda de custo aos universitários, alojamentos separados para homens e mulheres e, ainda assim, não alojam a sua capacidade máxima por deficiência de mão-de-obra. Lógico que existem outros problema, mais esse é um dos maiores. Então, denada vaiadiantar um maravilhoso projeto, equipamentos de última geração, nutrição afinadíssima, controladores maravilhosos, até São Pedro nos ajudando com o tempo, mas a peça fundamental vai ainda ser o danado do ser humano, a quem devemos voltar as nossas atenções e a nós cabe, conhecermos mais um pouco de gente paralidar com mais esse gargalo de uma atividade maravilhosa e produtiva.
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Marcos Martinez do Vale
Universidade Federal do Paraná - UFPR
4 de mayo de 2011
Prezados colegas, grato pelos comentários. Tenho visto o espaço da Engormix como um excelente fórum de discussões e troca de experiências. Me desculpem pelo perfil, tive dificuldades no cadastro. Sou atualmente professor da UFSM, Santa Maria-RS e trabalhei em meu doutorado com as colegas Daniella Moura e Irenilza Nääs da Eng. Agrícola da FEAGRI UNICAMP. Realmente os comentários dos colegas Cláudio Piva e demais são muito pertinentes. Conforme comentou o colega Marcelo Lima, há um espaço muito grande para o fomento e treinamento de especialistas em ambiência. Isso resulta de um período longo com poucos pesquisadores em ambiência e um foco muito forte na nutrição. Atualmente já reconhecemos os limites da nutrição e que a evolução genética tem agravado a susceptibilidade dos animais ao estresse. Uma ótima colocação é a de um pesquisador norte americano, Stive Leeson, que atribui ao atual desempenho de aves 90% p/ genética, 5% p/ nutrição, 3% p/ ambiência e 2% p/ sanidade. Considerando que fora a genética temos 10%, nesse universo a ambiência representa 30%, além de devermos considerar ainda que ela influencia também a nutrição e a sanidade, o que justifica os comentários do colega Claudio Piva sobre a necessidade de conhecimentos multidisciplinares. Cordialmente, Marcos
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Frederico Vieira
USP -Universidade de São Paulo
14 de diciembre de 2011
Prezados colegas, bom dia! Muito interessante o tópico aberto para discussão, com comentários bastante pertinentes dos nossos colegas. Acrescento nesta discussão novamente a necessidade de treinamento dentro das empresas. Para isto, deve-se abrir espaço dentro das integradoras para profissionais da área de ambiência. Tenho visto algumas empresas (ainda isoladas neste quesito) que contratam supervisores/coordenadores para gerenciar toda a parte de ambiência dos integrados. Com isto, teremos profissionais que cuidarão exclusivamente dos pontos e tópicos levantados pelo Prof. Marcos sobre projeto/controle/operação. O treinamento dos granjeiros é fundamental para a manutenção das condições que propiciam maior conforto térmico para as aves. Gostaria também de complementar (reforçar) o comentário sobre as faixas térmicas ideais. Não adianta trabalharmos tão-somente com a temperatura. A umidade do ar, expressa pela umidade relativa é tão importante quanto. Portanto, deve ser complementada a importância de manter a umidade relativa entre 65 - 75% dentro do galpão. Não raro, observo nas visitas aos integrados da avicultura de corte que o ar dentro da granja se encontra demasiadamente saturado de vapor d'água e com isto não fornece um espaço de troca térmica para as aves. Então, o binômio temperatura-umidade é fundamental quando falamos de ambiência. Atenciosamente, Frederico Vieira
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Claudir Piva
14 de diciembre de 2011
Concordo com as colocações do Prof. Frederico, quem entende ambiência sabe muito bem, que o que proporciona um ambiente adequado é a combinação do conjunto de temperatura, umidade relativa e velocidade do ar associado ao nível adequado de iluminamento. Conhecimentos estes que os profissionais de Engenharia Agrícola conhecem muito bem. E dentro de tudo que foi comentado até então neste tópico, sabemos que os Engenheiros Agrícolas são os profissionais adequados para elaborar um bom projeto levando em conta todos os fatores que influenciam na ambiência. Utilizando conhecimentos de bioclimatologia, termodinâmica, arquitetura e automação de equipamentos de controle ambiental, claro que sem jamais esquecer o elemento humano, que é peça chave no sucesso de qualquer empreendimento produtivo, devendo merecer atenção especial no quesito de treinamento no uso das novas tecnologias. Está muito bom o nível deste fórum, gostaria de parabenizar todos os colegas que tem enriquecido este debate. Um feliz natal e próspero ano novo a todos.
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Claudia Lana
11 de diciembre de 2013

Boa tarde a todos os profissionais que opinaram dividindo conosco seus conhecimentos. Mas hoje 11/12/2013 e 2 anos se passaram após este fórum e para nós avicultores nada mudou.
Como avicultora, integrada e granjeira posso falar bem sobre todos os tópicos na prática. Construí um aviário há 2 anos baseado em um projeto da integradora, adquiri um dos melhores equipamentos e ainda tenho que cumprir as tabelas de temperatura, ventilação e aquecimento impostas pela integradora e que não me garantem resultados (FEP médio da integradora 308pts).
Na primeira semana, gasto com aquecimento e muita dedicação, mas quanto liga aquela ventilação mínima, a cabeceira do pinteiro congela e a ponta (exaustores) fica abafado, os pintinhos começam a correr e encostar. Quando frangos, no cooler, as aves não se levantam por causa do vento, enquanto as da outra ponta dos exaustores ficam ofegantes e sofrendo com stress calórico (chegam a pesar no final 200 gramas a menos que as aves do cooler).
Por que nada mudou? porque tanto investimento e nenhuma garantia? Quem são os verdadeiros errados? Profissionais, integradoras ou nós avicultores que ainda não aprendemos fazer contas?
Por que até hoje não conseguimos ter uma a ambiência necessária para as aves em todos os pontos do aviário?
As integradoras e órgãos representantes nada fazem pelos avicultores integrados que estão morrendo em dívidas no campo.
Um produtor rural, agricultura familiar, avicultor, investi R$500.000,00 em um aviário moderno, cheio de tecnologias, engenharias, equipamentos de ponta, para receber a cada 75 dias, R$ 12, R$13.000,00/lote e ainda assumir todas as despesas da criação? o que é hoje R$0,47 para você?
Sou avicultora ha mais de 10 anos, mas me entristeço com o que está acontecendo neste setor. Meus filhos não querem continuar na atividade, para minha tristeza.
Me desculpem o desabafo, mas foi o pior investimento que fiz na minha vida até hoje, optar por um aviário climatizado. Espero mudar este meu conceito, mas até o momento é a experiência que tenho e que posso dividir com vocês.
Abraços, Um FELIZ NATAL E QUE O ANO NOVO VENHA COM ALGO REALMENTE NOVO PARA TODOS NÓS!

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Marcelo de Souza Lima
16 de diciembre de 2013

Prezada Cláudia Lana,
Também fico imensamente triste ao ler o seu relato, porque acredito na avicultura e entendo perfeitamente o que se passa com você, mas, gostaria de colocar algumas considerações a você.
Você comentou que é avicultora, portanto, é uma investidora e espera rendimentos do dinheiro investido. Você também é integrada, o que a coloca em uma condição de parceria com uma empresa que assume os insumos mais pesados da criação, cabendo a você a estrutura para cria, sendo fiel depositária da integradora. Por fim, é granjeira, ficando à mercê do conhecimento próprio ou de um técnico para execução do manejo diário das aves e para tanto, explorará os recursos do seu aviário. São 3 situações diferentes e que você deverá distinguir bem para não se atrapalhar e tirar o máximo proveito da atividade.
Na tentativa de responder as suas dúvidas inicias do aviário moderno, do cumprimento de normas da integradora e a não garantia de um resultado no final do lote, gostaria de narrar um fato que aconteceu em um dos cursos de qualificação de mão de obra na produção de ovos férteis em uma unidade de produção da Brasil Foods, em Rio Verde. Esse curso era ministrado com 3 dias de aulas práticas e 3 dias de trabalhos dentro da granja, onde os alunos assumiam o controle das tarefas por 3 dias, ficando os funcionários na supervisão dos alunos. O fato ocorrido foi numa unidade de produção de ovos férteis de um ex-diretor da Perdigão, para você ver que não é só com você que acontecem coisas ruins. Ao chegar no núcleo e distribuir os alunos, percebi uma inadequação na temperatura, que seguia uma dessas tabelas que você citou. Comentei com o líder do grupo e pedi para interferir, não somente para mostrar para os alunos a importância dessa variável ambiência e a necessidade de não vacilar porque você tem horas para efetuar um bom trabalho e se demorar na tomada de decisão, tudo pode ir por água abaixo, em se tratando de ovos férteis então, os galos não estavam montando as galinhas, portanto, ovos não galados estavam indo para o incubatório e não estavam remunerando o dono da granja. Conseguiu ver o tamanho do estrago?
Para minha surpresa, o líder não permitiu a minha intervenção, não se sentia seguro para permitir a minha ação. Então pedi a ele que ele então efetuasse a mudança da programação do controlador de ambiente. Aí quem não acreditou na resposta fui eu, pois ele disse que não sabia mexer no painel do controlador, que era função do eletricista. Quase tive um troço de pensar que uma função tão importante estava a cargo de um eletricista. Pedi que chama-se a gerência da granja, que veio e também não mexia. Então, resolveram ligar para o dono da granja que autorizou a minha intervenção porque estava habilitado pela integradora a qualificar a mão de obra que serviria para a atividade. Mudei a programação e não foi 30 minutos os galos voltaram a montar as galinhas. Resultado: demissão da gerência.
Com essa narrativa quero convencê-la que tens que ter CONHECIMENTO somado com uma PERSONALIDADE. Não ligue para manejo de tabelas fixas, para técnicos que não vivem o seu cotidiano, não que eles não saibam, apenas não vivem o seu dia a dia e, o mais importante, cerque-se de pessoas que estão comprometidas com o seu sucesso, ou seja, seus funcionários.
Sei que isso está parecendo um monólogo, mais veja essa. Vendo briquetes para substituir lenha de cerrado por lenha ecológica e sempre acompanho os 2 primeiros dias de queima, para variar, sempre à noite e no meio da madrugada. Outro dia, fui iniciar a queima em um galpão, com chuva e que a granjeira havia sido minha aluna. Ela confidenciou-me que o histórico da unidade era de nunca ter alcançado temperatura acima de 28ºC. Por qué? Por causa da regulagem da ventilação mínima, onde o técnico recomendou um tempo de 60 segundos ligado e 7 minutos desligado. Dessa forma, todo aquecimento ia para fora deixando o ar frio em cima dos pintos, ficando uma situação como a descrita por você. Regulei para 8 segundos ligada e 15 desligada e atingi 35ºC, fazendo o aquecedor desligar repetidas vezes, coisa que o dono da granja nunca tinha visto na sua propriedade. Veja como o CONHECIMENTO faz uma grande diferença, pois um pulmão tão pequeno nas primeiras horas não merece um tempo tão longo para renovação de ar e troca de Co2.
Para finalizar, creio que não está havendo um trabalho correto com seu aviário moderno, não conseguindo ofertar para suas aves o melhor clima possível. Creio que são necessários, a partir do meio do seu galpão e no teço final, uma linha com bicos nebulizadores, para correção da umidade relativa e consequente queda da temperatura, assim não seria tão necessária a ativação de todos os exautores, o que leva ao agachamento das aves, como comentou. Como pode perceber, não é muito fácil mesmo conseguir um bom resultado por isso comparo a atividade com a F-1, onde qualquer vacilo me deixa para trás.
Espero ter conseguido deixá-la mais energizada para iniciar o ano que vem com muita garra e com uma ATITUDE muito diferente frente a essa atividade tão hipinotizante.

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Claudia Lana
16 de diciembre de 2013

Sr. Marcelo de Souza Lima, muito obrigada pela atenção, suas palavras e dividir comigo um pouco dos seus conhecimentos e experiências. Toda troca de informações, conselhos, críticas para mim só vem a somar.

Em relação às tabelas impostas pela integradora, o senhor vai entender o meu histórico. No meu primeiro lote vi que já tinha algo de errado com aqueles números, mas como era tudo diferente dos outros galpões, obedeci fielmente entendendo que eles tinham certeza do que estavam fazendo, então me mandaram ligar 1 minuto 2 exaustores de 1,5cv e 6 min desligados (detalhe: aqui é muito frio no inverno, e na época cheguei a ter 6 graus do lado de fora do galpão) imagine o estrago. Outro ponto, no projeto da integradora, o aquecedor foi instalado no meio do meu aviário!!!
Com a potência dos exaustores, as tesouras estalavam com a pressão exercida quando eles ligavam, o aviário todo fechado e uma pequena entrada de ar na cabeceira que entrava um ar extremamente gelado. Um horror, pobrezinhos dos pintinhos, assim não tem aquecedor e lenha que mantenha a temperatura uniforme dentro do galpão.
No segundo lote, foi a mesma coisa. E nós sempre questionando aquilo que víamos de errado, mas eles não aceitam nenhuma opinião nem intervenção. Para o senhor ter uma ideia quanto às tabelas, tenho placas evaporativas no aviário, e pela tabela só ligariam junto com o 6 grupo de exaustores quando atingisse 8 graus acima da desejada. Dá para acreditar, esperar 8 graus para ligá-las? Hoje tenho esta consciência, mas tive que sofrer e quebrar a cabeça para mudar isto com eles, a tabela atual as placas ligam com 4 graus acima da temperatura desejada, olha que avanço! No verão coloco elas para ligar com 3,5 graus, sou teimosa mesmo!
No terceiro lote já mudaram, 1 semana ligar apenas 1 exaustor, aí resolvemos mudar nosso manejo por nossa conta e começamos a olhar somente o comportamento das aves, e esquecer tabelas. Hoje vejo como dedo duro, esses painéis que acumulam o histórico do lote. A integradora vê aquilo toda semana e acompanham fielmente e nos cobram em cima daqueles números li registrados, não a necessidade das aves. Mas mesmo assim fizemos nosso manejo, resultado tivemos um FEP de 381,92 pts, mesmo assim advertida pelo supervisor e a integradora que me mandou cumprir a tabela deles novamente!!! Agora estão querendo um painel que acumule o histórico e ainda mais, que eles façam a programação lá da integradora e acompanhem o lote 24 horas via internet, não sei se isto vai ser um bom negócio para nós granjeiros.
Hoje estou no 10 lote, já melhorei muito meu aviário e meu manejo, coloquei 10 inlets, preciso colocar mais, melhorei vedação, e mantenho tudo funcionando direitinho, mas nada do resultado vir como eu espero.
Quanto ao manejo, tentamos de tudo a cada lote, a tabela é só um parâmetro para nós, mas o bendito do histórico é o que sempre conta para eles. Hoje tenho FEP médio de 359pts, um avanço para quem começou com 322,72 e 293,49. Mas eles não aceitam nossas opiniões e questionamentos, muito menos nosso manejo.
Busco na verdade soluções dentro do meu aviário e no meu manejo, mudanças que estão ao meu alcance solucioná-las, quero ter certeza que estou fazendo tudo certo para depois cobrar da integradora e questionar as outras fases que acontecem no processo, porque eles não assumem nunca que os problemas estão nos pintinhos ou no ovo, mas sempre no aviário e no manejo. Por outro lado enquanto sou a cobaia deles, minhas contas não param de chegar a cada lote, tenho que tirar do outro aviário para poder mantê-lo. FICO INDIGNADA.
As tabelas são problemas sim, mas acho que o maior problema aqui Sr. Marcelo, é a posição do meu aquecedor, por estar no meio do aviário. Acho que ele deveria estar na cabeceira ou bem próximo dela. É um aquecedor excelente, trabalha fora do aviário, ajudando na renovação e qualidade do ar. Mas acabo perdendo por outro lado, na hora da maldita tabela de ventilação mínima.
Aquele aviário para nós é um sonho realizado que virou pesadelo. Desejamos muito que dê certo, pois avicultura para nós é mais do que uma profissão, é amor, cuidado, trabalho e dedicação, é a nossa vida. Quero muito acertar e ter o retorno do meu investimento que o Senhor sabe que não foi pequeno. Mas quando recebo meus resultados me entristeço muito. Tanto trabalho e dedicação para quase nada.
O Senhor me disse que mudou a ventilação de 1min desligado a cada 7 minutos (parecida com a minha) para 8seg a cada 15, não entendi se foi minutos ou segundos? Como ficou a qualidade do ar dentro do pinteiro? Em que posição do aviário fica o aquecedor? Qual sua opinião em relação à posição do aquecedor neste aviário?

Sr. Marcelo mais uma vez agradeço pela sua atenção, pelos seus conselhos e troca de experiência. Pode ter certeza que voltarei aqui para contar-lhe dos meus resultados e quais foram as minhas modificações.

Forte abraço e sucesso sempre!
Um FELIZ NATAL E UM PRÓSPERO ANO NOVO!

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Marcelo de Souza Lima
16 de diciembre de 2013

Boa tarde, Cláudia Lana,
Fico muito feliz em poder de alguma forma colaborar com você, mesmo sabendo que as sugestões não vão agradar aos técnicos. Trabalhei 15 anos em uma integração e quando saí, ganhei um punhado de inimigos, porque não aceito imposição, como eles querem que eu faça, mas para tanto, eles têm que me convencer, a partir daí, faço o que qualquer um quiser, mas tem que ter muito argumento, senão, vale do meu jeito. Aprendi isso com o dono da integração com quem comecei a trabalhar, um grande empresário e muito cabeça dura, até que seja convencido do contrário.
Mas a polêmica toda está numa frase: COMPORTAMENTO DAS AVES.
Para se sentir mais a vontade, procure um advogado e leve a ele o seu contrato de integração e veja o que está te amarrando como fiel depositária da integradora, por que você não é obrigada a seguir normas que não lhe beneficiem, mas tem que ver os termos do contrato assinado. Agora, depois de saber juridicamente o que te ampara, a briga passa a ficar boa. Por qué? Qualquer ação dentro do aviário que não estiver com o seu aval, eles, técnicos, deverão assinar para você um termo onde se comprometem a assumir a responsabilidade, caso ocorra algo que não seja o esperado. Aí eu quero ver profissional segurar as calças que vestem, uma vez que é muito fácil imaginar e mandar naquilo que não é deles e não arcar com o prejuízo.
Sempre ajo assim, com segurança, firmeza e embasado, não entro em briga para perder e nem empatar. Sou discípulo do Campeão Mundial de F-1, lembra-se da comparação que fiz para você? Nelson Piquet disse: "...o segundo lugar é o 1º derrotado...". Então, essa palavra eu não deletei do meu dicionário, na página onde estava escrito "derrota", arranquei a folha. Tá certo, perdi algumas outras palavras mas até hoje não me fizeram falta.
Quando leio "o resultado vir como eu espero", gostaria de maiores detalhes do que espera, porque não imagino o que você espera de um aviário de alta tecnologia.
Para a insistência dos técnicos em seguir normas e manejos que não se ajustam, o que vale é o resultado final. Contra dados concretos, não há argumentos. Você evoluiu em Fator de Produção e isso foi graças a sua DETERMINAÇÃO. Continue assim.
Em relação a posição do seu aquecedor, eu também prefiro o mesmo junto a saída de ar, mas a maioria dos aviários estão ainda colocando no meio do aviário, não sei por que, uma vez que eram montados no fundo do aviário. Mas aqui o que vale é a entalpia da lenha queimada e liberada em Kcal, ou seja, tem que ter cerca de 70ºC saindo no final da linha, dessa forma, conseguirá aquecer pintos na fase inicial.
Em relação à ventilação mínima, a alteração foi em segundos, 8 segundos ligados por 15 minutos desligados, para palha de primeira cria. Para demais lotes, de segunda cria em diante, depende da quantidade de amônia que a cama contiver, se for como aqui, vai ser uma negação, porque eles metem água no coitado do frango, por ele ser parente de pato, a cama fica uma lama, não tem compostagem que dê jeito, aí quando alojam os pintos, qual a saída, essa ventilação mínima louca, com intervalos pequenos e maior frequência.
Vamos proseando e trocando informações.
Sempre que possível envie fotos das dúvidas, pois, visualizando fica mais fácil ter uma ideia, farei o mesmo com as muitas fotos que possuo.

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Rogério
23 de mayo de 2021
Bom dia... Alguém me tira a dúvida se a posição dos exaustores do viário, para se ter um melhor rendimento é instalar nos fundos, ou nas laterais
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Marcelo de Souza Lima
24 de mayo de 2021
Rogério, vai depender do seu sistema de resfriamento. Como não colocou mais informações e procurou se os exautores seriam melhores ao fundo, parto do princípio que terás um sistema adiabático evaporativo, onde os exautores vão ao fundo e as placas evaporativas na cabeçeira e nas laterais dessa cabeçeira. Não se esqueça que a umidade relativa é muito importante para o controle da temperatura e caso o seu galpão seja muito comprido, deverá ter linhas adicionais de nebulização para corrigir a umidade relativa do ar e consequenteemnte não perder a eficiência evaporativa da temperatura.
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Rafael Gomes
17 de noviembre de 2021
encontrei opções muito boas para ventilação de aviário e até climatização nesse site https://www.luftmaxi.com.br/produtos-ventilador-axial-industrial.html https://www.luftmaxi.com.br
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