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A batalha contra a agenda do medo

Publicado: 10 de dezembro de 2019
Por: Christian Lohbauer, presidente executivo da CropLife Brasil
A percepção de que algo ruim pode acontecer causa nos seres humanos um estado de alerta conhecido como medo. O medo é causado por um processo crescente de ansiedade e não é difícil perceber a enorme inquietação que vive boa parte da população mundial. Ansiedade em função das incertezas que as transformações no mundo da tecnologia e do trabalho vem incitando. Infelizmente, estamos diante de um ambiente perfeito para a imposição da agenda do medo.

No mundo das percepções e das versões, a Amazônia está em chamas, as águas estão contaminadas por resíduos químicos de toda a natureza, a biodiversidade está ameaçada, os alimentos estão contaminados. Produtores agrícolas são pessoas malignas que destroem a natureza, poluem as águas, desalojam comunidades indígenas. Os animais, que fornecem proteína para a existência humana há centenas de milhares de anos, não devem mais ser abatidos porque “sofrem”. A antropomorfia se impõe sobre a racionalidade. E a carne faz mal às pessoas - alguns dizem que é carcinogênica. Campanhas contra a eficácia de vacinas levam a índices inéditos de aumento de doenças que não deveriam mais existir. A inteligência artificial também viria para eliminar o trabalho de milhões de pessoas, que ficariam, assim, excluídas do sistema. O planeta precisa ser “salvo”.

Proliferam por todo mundo ONGs, institutos, fundos e entidades que se apresentam como os monopolistas das virtudes. Afinal de contas o que pode ser mais nobre do que contribuir para “salvar o planeta”? Quem pode ser contra a defesa de um “alimento saudável”? Alguém pode estar interessado em não reduzir a pobreza? Os monopolistas das virtudes construíram imensas máquinas burocráticas com orçamentos bilionários para viajar o mundo, realizar conferências, seminários, publicar artigos e livros, produzir filmes de grande impacto visual. Executivos de tais organizações frequentam as mais sofisticadas redes políticas do mundo. Estudaram nas melhores escolas norte-americanas e europeias. Entopem as burocracias de organizações internacionais e nacionais. Vivem bem, mas dependem visceralmente de uma agenda apenas: a do medo.

A sociedade livre das corporações quer desafiá-los. Pede a arbitragem da ciência, a única prática humana capaz de enfrentar as percepções, as versões, os dogmatismos, e o oportunismo corporativo dos salvadores do planeta. A ciência, que já foi e deveria continuar sendo a base de todo o processo de desenvolvimento civilizatório, está em baixa. Hoje, infelizmente, muitas pessoas desconfiam da ciência. Se tudo é ciência, nada é ciência. É notável que em uma era em que tantos seres humanos têm acesso a tantas informações, nunca tantas pessoas estiveram tão desinformadas e convencidas de insanidades. É como se na era da informação estivéssemos vivendo a desinformação das trevas medievais.

Não há saída para o desenvolvimento pleno da humanidade e da liberdade que não seja pela agenda da inovação. A ciência, entendida de forma simples como o conhecimento aprofundado de algo, o conhecimento sistematizado, formulado metodicamente e racionalmente, é que deve se impor sobre o princípio da precaução, do sentimento de ansiedade e medo. A ciência, praticada de maneira ética, abre os caminhos da prosperidade. O que a ciência demonstra hoje é que há sim incêndios na Amazônia, mas nada que não seja diferente do que já aconteceu em outros anos com medição técnica idêntica. As águas do mundo não estão contaminadas, embora haja sim locais problemáticos mundo afora. O mesmo vale para a biodiversidade e para as mudanças climáticas que, apesar de serem uma realidade, não significam que a humanidade está condenada ou que a o planeta corre riscos.

Quando a agenda é a produção de alimentos, a questão é ainda mais cristalina. Não existe nenhum estudo científico que comprove a relação entre defensivos agrícolas e alterações na saúde de populações. Não existe caso científico que, comprovadamente, relacione o uso adequado de defensivos com a morte de produtores ou trabalhadores no campo. Também não existe relação entre efetividade de um defensivo agrícola biológico ou não biológico. Todos seguem os mesmos critérios rígidos de análise regulatória para evitar efeito sobre a saúde humana e no meio ambiente. Não existe nenhum perigo associado ao desenvolvimento de sementes transgênicas a saúde humana e animal. Não existe perigo nenhum ao se utilizar a biotecnologia para aumentar a produtividade na produção de alimentos. E que fique claro para aqueles que vivem da agenda do medo: o alimento produzido no Brasil e no mundo é saudável, os índices de resíduos químicos são exaustiva e cientificamente estudados e não há alimentos atualmente, seja grãos ou proteína animal, que carreguem índices de resíduos que afetem a saúde humana. E imaginemos que, por alguma razão, isso aconteça, há suficientes instrumentos de análise que permitem que esse alimento não chegue ao consumo. O que existe e faz parte de qualquer processo responsável que envolva a saúde humana é o compromisso para que todas as ofertas tecnológicas disponíveis para a produção de alimentos sejam utilizadas de forma correta, assim como se faz com medicamentos. Quem utiliza insumos para a produção de alimentos tem que conhecer o produto ou a tecnologia que está utilizando. E isso é sim uma responsabilidade de todos.

Qualquer sociedade deseja desenvolvimento e prosperidade. A agenda do medo trabalha no sentido inverso. Ao ignorar o que a ciência já demonstrou de forma cabal, as corporações que defendem a agenda do medo prestam desserviço as populações. Impedem que novas tecnologias sejam desenvolvidas, impedem que mais gente tenha acesso a alimento barato e saudável, impedem o comércio internacional dos mais pobres e contribuem para promover a demagogia e o obscurantismo. Tudo para manter seus privilégios. Não passarão. A agenda da inovação é tão avassaladora que não haverá sociedade que dela não se beneficiará.
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Christian Lohbauer
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Alfredo Navarro de Andrade
27 de abril de 2020
Achei o artigo do Christian muito bem escrito e confesso que nao percebi qualquer grau de imbecilidade como alguem quer subentender. O Premio Nobel da Paz, Normam Borlaug ja afirmava nos anos 80 que a revolucao verde salvou uma area equivalente a tres Amazonias, pelo ganho de produtividade muitissimo maior do que a area cultivada. Mencionar a retirada do DDT e BHC, como prova da importancia dos grupos ambientalistas no ano de 2020 e sem duvida falta de imaginacao. Nao conheco um so grupo contrario aos OGM, que tenha apresentado provas cientificamente comprovadas que um OGM tenha feito qualquer mal a saude publica. Lembro-me de um evento Internacional sobre Biotecnologia, realizado no Rio de Janeiro, na decada de 90, quando uma Professora da Africa do Sul, lembrava que os famintos do Zimbabwe, nao estavam preocupados com o risco de um efeito colateral que poderia aparecer daqui a 20-30 anos. Eles estavam preocupados se consguiriam acordar no dia seguinte em funcao da inanicao. E completava, quem pode prescindir da Biotecnologia sao as pessoas bem alimentadas da Europa. Na RIo +20, no Painel sobre Seguranca Alimentar, um palestrante afirmou: Pobre come comida, quem come conceito e rico. Acredito, que em qualquer discussao, nao existem duas ciencias ou uma ciencia melhor que a outra. Ciencia e ciencia, o resto e especulacao. No antigo, Instituto Penido Burnier, em Campinas, havia sobre a porta que ligava o hall de entrada com a parte interna, a seguinte citacao (nao lembro o autor): Na fe crer para ver, na Ciencia ver para crer. Mas sempre e importante lembrar Nietzsche, o filosofo alemao: Deus acertou em cheio quando limitou nossa inteligencia, mas cochilou feio quando nao limitou nossa ignorancia. O que mais vejo, na oposicao a inovacoes biotecnologicas sao mentiras travestidas de verdades. Alfredo Navavrro de Andrade, Engenheiro-Agronomo, MS, PHD.
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Fabio Nunes
11 de diciembre de 2019

Parabens, Christian, pela artigo - objetivo, esclarecedor, didático e, o que é o mais importante, isento!

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Marlon Nangi dos Santos
11 de diciembre de 2019
Nesta semana assisti uma palestra na UFLA, sobre regulamentação de OGMs e produtos de biotecnologia no Brasil e constatei, todo o planejamento e controle, o para o desenvolvimento e colocação em prática de novas tecnologias no Brasil. Também notamos que nestes últimos anos, a "demonização" dos produtores de proteína animal e da própria proteína animal, direcionando para o veganismo, sem embasamento científicos.
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João Batista Lancini
Lavenco Consultoria e Representações Ltda.
11 de diciembre de 2019
Síntese perfeita do momento atual do planeta. Parabéns!
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Ana Lúcia Hanisch
Universidade Federal do Paraná - UFPR
Universidade Federal do Paraná - UFPR
11 de diciembre de 2019
Tema importante e atual a ser abordado em fóruns como esse, mas o viés adotado pelo autor não contribui para um discussão produtiva. Ao acusar determinados atores de não estarem se embasando cientificamente para alertar para alguns riscos ambientais, automaticamente, já tira da discussão todo um grupo importante. Não é verdade, que um lado se usa da Ciência e outro não, nesta discussão. Há grupos sérios em ambos os lados e há grupos imbecilizados de ambos os lados. É importante, que os grupos sérios de ambos os lados consigam discutir entre si, utilizando-se de argumentos científicos e evidências. Há centenas de casos em que essa discussão tem sido produtiva ao longo da história. Ninguém duvidava da eficiência e da comprovação científica das primeiras moléculas para controle de pragas e doenças, mas foi somente a partir de comprovações dos grupos ambientalistas e de saúde pública é que muitas moléculas (como DDT e BHC) foram banidas de uso. E ambas eram embasadas pela Ciência. Mas, o consenso entre as duas áreas contribuiu para a melhoria da qualidade de vida e do ambiente através da geração de moléculas menos danosas e, muitas vezes muito mais eficientes. O penúltimo parágrafo do texto também não contribuiu de forma honesta com o debate, porque há sim, muitos estudos em todos os temas em que o autor cita que não existem evidências. Há necessidade de que os dois lados científicos sentem e encontrem consensos. Caso contrário, os grupos imbecilizados de cada lado vão aumentar sua influência e o resultado não deve ser bom.
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Leonardo Gottems Do Santos
11 de diciembre de 2019
Parabéns ao autor, é isso que precisamos: que os verdadeiros especialistas, cientistas e pesquisadores venham esclarecer e moderar o debate, e não crianças manipuladas ou ativistas comprometidos com agendas ideológicas.
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