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Ocratoxina

Publicado: 30 de dezembro de 2021
Por: Sergio Diniz
Introdução
A ocratoxina é uma toxina, sendo um metabólito do Aspergillus ochraceus, e Penicillium viridicatum, fungos que se desenvolvem em trigo armazenado com umidade superior a 16% e em preparações de pescado fermentado.
O microorganismo Penicillium verrucosum é um dos principais produtores de ocratoxina em produtos agrícolas (Diniz, 2015). Os compostos podem ser classificados em três categorias, ocratoxinas A., B e C. A Ocratoxina A é a mais tóxica, e tem demonstrado ser uma potente neurotoxina em muitas espécies animais. O átomo de cloro da ocratoxina A, influencia diretamente a toxidez, já que afeta diretamente a dissociação da hidroxila fenólica da diidroisocumarina. Embora isoladas, as ocratoxinas B e C não apresentam toxidez.
A ocratoxina A, em sua ação contaminadora via dieta, passa para o sangue tanto em animais e humanos, e acumula-se em diversos órgãos, tais como rim, cérebro, atingindo principalmente o cerebelo. Ela produz uma inibição também da síntese de proteína e DNA (Belmadani et al., 1999).
Estudos histopatológicos confirmaram a nefrotoxicidade da ocratoxina A, sendo ainda registrado um caso de linfoma imunoblástico neste mesmo estudo (Halabi et al., 1998).
O uso de ocratoxina A no controle do crescimento bacteriano de E. coli, Streptococcusagalactiae, Staphylococcus aureus, Yersinia enterocolitica, Salmonella infantis, Lactobacillusplantarum e L. casei, foi relatado com sucesso por Atroshi et al. (1998). 
O Aspergillus alutaceus, anteriormente identificado como Aspergillus ochraceus, é a espécie de maior importância na contaminação de cereais com ocratoxina A (Marquardt e Frohlic, 1992), podendo ser isolado também em café, temperos, soja e amendoim, dentro do gênero Penicillium, o Penicillium verrucosum é conhecido como produtor de ocratoxina A, especialmente em cereais armazenados (Diniz, 2020).
PRIMEIRO ISOLAMENTO
Esta micotoxina foi inicialmente descoberta na África do Sul, em 1965, por uma equipe de pesquisadores que trabalhavam no isolamento de cepas de Aspergillus ochraceus.
FUNGOS PRODUTORES
Aspergillus ochraceus, Aspergillus alutaceus, Aspergillus alliaceuse e Penicillium viridicatum.
ALIMENTOS SUSCEPTÍVEIS
            Cereais e outros alimentos, como feijão, soja, sorgo, trigo, café, cevada, cacau, frutas secas e derivados de origem animal como ovos, leite, derivados de trigo: farinha, pão, derivados de milho e milho, amendoim, pecã, tortas de carne, pó de cacau, queijo, salame, lingüiça, maturada, presunto, curados, carne mofada, pimenta do reino, pimentavermelha, doce refrigerados e congelados alimentos estocados em casa refrigerados ou não.
ANIMAIS SENSÍVEIS
Mamíferos e aves em geral.
SINTOMAS
O principal órgão atacado é o rim (nefropatia), podendo também atacar o fígado e intestino delgado. Pode causar aborto em suínos e produzir anorexia, diarréia e cessação da lactação em bovinos. É responsável pela nefropatia endêmica que ocorre nos Balcans.
            Entre os outros efeitos tóxicos temos os teratogênicos, imunotóxicos, genotóxicos, mutagênicos e carcinogênicos. Logo, a ocratoxina A atua através de diversas vias moleculares levando a diferentes lesões tóxicas crônicas (Creppy, 1999). Em muitos animais, esta toxina dificulta a coagulação do sangue e diminui a defesa do organismo contra infecções. Pensa-se que o tempo de meia-vida da ocratoxina A nos seres humanos seja longo.
            Em mamíferos, redução da taxa de crescimento, anemia, hemorragia, nefrose aguda, enterite, degeneração do fígado, anorexia, diarréia, necrose renal, morbidade, prostração e morte. Em aves: Hipertrofia renal, diminuição do peso corporal, depósito de uratos, atraso no amadurecimento sexual, queda de postura, diminuição da produção de anticorpos, baixa de resistência geral, inapetência, diminuição na quantidade de ovos eclodidos, aumenta à fragilidade intestinal, mancha na casca dos ovos.
CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS:
Ocratoxina A
-Apresenta Fórmula Química: C20H18ClNO6; e Peso Molecular: 403,818 g/mol. Mostra-se como um cristal quando em xileno; apresentando um Ponto de Fusão de 169º, emitindo fluorescência verde, e índice de refração de D – 118º (clorofórmio), em ratos DL50: 20 a 22 mg/Kg  ratos.
 Ocratoxina - Image 1
Estrutura química da Ocratoxina A
Ocratoxina B
-  Possui Fórmula Química: C20H19NO6 - não possuindo o cloro, tendo Peso Molecular de369,3732 g/mol. Tendo Ponto de Fusão de  221º. Mostra-se como Cristal em metanol. Emitindo fluorescência azul e índice de refração de D – 35º em metanol. Sua DL50 não é toxico
-Ocratoxina C
TemFórmula Química: C22H22ClNO6; tendo Peso Molecular de 431,8716 g/mol. Quando em etanol apresenta-se como cristal. Seu Ponto de Fusão é de 169º. Emite fluorescência: verde-azulada. Tendo Índice de refração: D – 118º (Clorofórmio); DL50: quase não apresenta toxicidade.
Conclusão
A ocratoxina A torna-se uma relevante micotoxina, pois afeta uma grande gama de alimentos, dentre os quais o café, uma importante commodity; que tem ganho atualmente expressivo valor no comércio mundial. Além de causar grandes comprometimentos fisiológicos em animais e no homem. Apresentando propriedades cancerígenas, nefrotóxicas, teratogénicas, imunotóxicas e, possivelmente, neurotóxicas.

REFERÊNCIAS

Atroshi, F.; Rizzo, A.; Westermarck T.; Ali-Vehmas, T.  Effects of tamoxifen, melatonin, coenzyme Q(10), and L-carnitine supplementation on bacterial growth in the presence of mycotoxins. Pharmacological Research v.38, n.4, p.289-295, 1998.

Belmadani, A.; Steyn, P.S.; Tramu G.; Betbeder, A.M.; Baudrimont, I.; Creppy, E.E. Selective toxicity of ochratoxin A in primary cultures from different brain regions. Arch. Toxicology v.73, n.2, p. 108-114, 1999.

Creppy, E.E. Human ochratoxicosis. J.Toxicology-Toxin Reviews v.18, n.3-4, p.277-293, 1999.

Diniz, S.P.S.S. Micotoxinas. 2002. Ed. Liv. Rural. Campinas, 181 p.

Diniz, S.P.S.S. Mycotoxins: Biochemical Approach. 2015. Ed. Albatroz. Rio de Janeiro, 186p.

Halabi , K.S.; Nataour, R.M.; Tamimi, S.O.  Individual and combined effects of chronic ochratoxin a and zearalenone mycotoxins on rat liver and kidney.  Arab Gulf Journal of Scientific Research v.16, n.2, p.379-392, 1998.

Marquardt, R.R.e  Frohlic, A.A.  A review of recent advances in understing ochratoxicosis. J. Animal Sci. v.70, p.3968-39

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Autores:
Sergio Paulo Severo De Souza Diniz
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Luiz Celso Hygino Da Cruz
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ
31 de enero de 2022
Senti falta de referências aos trabalhos realizados no Brasil pelos grupos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e da U. F. de Santa Maria.
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26 de abril de 2023
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