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Como melhorar a eficiência alimentar atuando em três pilares

Publicado: 23 de abril de 2018
Por: Adisseo
A indústria animal não está buscando apenas aprimorar o desempenho dos seus lotes, mas sim uma produção de proteína animal de qualidade, sustentável e lucrativa. É por isso que os nutricionistas trabalham no desenvolvimento de novas soluções para uma melhor eficiência alimentar. Nas últimas décadas, a melhoria da eficiência alimentar foi baseada em um aumento da ingestão de ração durante um curto período de tempo, desafiando o nutricionista a tirar o máximo proveito da alimentação ingerida. Da seleção de matérias-primas à absorção de nutrientes pelo animal, cada passo deve ser considerado para otimizar a eficiência alimentar.
Considerando a variabilidade dos ingredientes
Para alcançar o melhor desempenho dos animais, as exigências dos mesmos devem ser atendidas. E para isso, é necessário conhecer os valores nutricionais dos ingredientes da ração.
Os ingredientes podem variar muito de um local para outro (Figura 1) devido a muitos fatores, como sazonalidade, colheita e condições de armazenamento. Essa variabilidade pode exercer um grande impacto no desempenho dos animais.
Diferentes lotes de matérias-primas não têm o mesmo valor nutricional; portanto, saber lidar com a variabilidade das matérias-primas é crucial para satisfazer os requerimentos nutricionais dos animais e alcançar o melhor desempenho sem aumentar os custos. Avaliar cada lote de matéria-prima em tempo hábil é fundamental para otimizar a formulação de alimentos e, portanto, o desempenho animal.
Ajustando a formulação alimentar
A Avaliação para Nutrição de Precisão (Precise Nutrition Evaluation - PNE) é a solução ideal para lidar com essa variabilidade. A plataforma NIRS permite identificar, em tempo real, o teor dos nutrientes dos ingredientes da ração. As predições do PNE (para Energia Metabolizável Aparente e Aminoácidos Digestíveis) são baseadas em medições in vivo, que permitem determinar precisamente a variabilidade dos ingredientes da ração. Além disso, essa ferramenta pode ser usada para acompanhar a variabilidade ao longo do tempo, origens e fornecedores, ajudando assim o produtor na tomada de decisão para a compra de ingredientes ou na formulação da sua ração. Como melhorar a eficiência alimentar atuando em três pilares - Image 1

Avaliando a fração indigestível da ração para extrair todos os benefícios de enzimas exógenas
Embora bem formulada, a ração ainda contém componentes que os animais não conseguem digerir. Esta fração indigestível representa até 20% do alimento fornecido aos animais. Avaliar a fração indigestível da ração (quantidade e composição) é o ponto de partida de uma formulação eficiente com enzimas. De fato, as enzimas exógenas visam a fração indigestível das rações. Eles visam transformar parte dessa fração indigestível em nutrientes disponíveis que os animais podem usar ou para eliminar fatores anti-nutricionais que reduzam a digestibilidade alimentar ou a eficiência alimentar. Conhecendo os substratos e as limitações fisiológicas dos animais, espera-se uma melhora potencial da fração não digerida de até 35% com o uso de enzimas. Isso equivaleria a aumento de 7% da digestibilidade total da ração (Ravindran, 2013). Esta melhoria potencial depende em grande parte da composição da ração e do teor nutricional das matérias-primas. O RovabioÒ Advance Predictor é uma ferramenta desenvolvida para calcular a quantidade de nutrientes indigestíveis presentes na ração, de acordo com as matérias-primas utilizadas, e estimar o quanto desse material pode ser liberado usando a solução enzimática RovabioÒ Advance. A ferramenta Predictor informa o potencial que o nutricionista pode obter ao utilizar a solução enzimática, permitindo assim que ele faça um ajuste fino ao reformular suas dietas.
 
Aumentando a digestibilidade de todos os nutrientes: o efeito Feedase
Feedase é a base para uma solução enzimática capaz de atuar na ração como um todo, resultando em uma melhoria da digestibilidade de todos os nutrientes. Com a Feedase (RovabioÒ Advance) é possível melhorar a digestibilidade global da ração, incluindo proteínas, aminoácidos, amido, lipídios, fósforo e assim por diante, em 3% em média do substrato vegetal. Esta melhoria é possível principalmente pelas ações sinérgicas da xilanase e da arabinofuranosidase. Essas duas atividades enzimáticas degradam as cadeias de arabinoxilano, que são compostos anti-nutricionais importantes, pois limitam a acessibilidade das enzimas endógenas aos seus substratos. Os arabinoxilanos são compostos por um esqueleto de xilose com cadeias laterais de arabinose. A arabinofuranosidase rompe as cadeias laterais de arabinose, permitindo que a xilanase se ligue ao seu substrato e quebre eficientemente a estrutura (Figura 2). Conseqüentemente, os nutrientes são liberados e ficam disponíveis para as enzimas endógenas trabalharem.
Ao aproveitarem deste efeito Feedase, os nutricionistas podem reduzir significativamente os seus custos de ração e manter o desempenho produtivo dos animais. Recentemente, em um experimento realizado no Brasil, os frangos de corte foram alimentados com três dietas durante o período de 0 a 42 dias: Controle Positivo, CP (dieta de milho, farelo de soja), Controle Negativo, CN (CP -3% EMA e -3% AAd) e CN + Rovabio®Advance. A adição do RovabioÒAdvance na dieta reformulada CN permitiu uma recuperação do mesmo nível de desempenho que o CP (Figura 3). Em outras palavras, o efeito Feedase liberou 3% de EMA e 3% de AAd, que as aves puderam utilizar. Por último, mas não menos importante, a suplementação com o complexo enzimático Rovabio® Advance permitiu uma redução nos custos de ração de cerca de US $ 10 / t de ração tratada.
Como melhorar a eficiência alimentar atuando em três pilares - Image 4
Melhorando a absorção de nutrientes agindo no intestino
 Nas últimas décadas, a quantidade de alimento ingerido pelas aves aumentou muito, desafiando a capacidade dos intestinos e provocando maior estresse nos animais. De fato, uma ingestão maior pode resultar em maior frequência de processos inflamatórios, desequilíbrio da microbiota e prejuízos no estado de saúde intestinal. Isso levará à perda de absorção e de desempenho.
Quando a inflamação ocorre, o intestino é menos eficaz e absorve menos os nutrientes contidos nos alimentos.  Assim, há um aumento no custo de manutenção em energia e em aminoácidos mobilizados para uma consequente resposta imune.
 Também neste sentido, com o desenvolvimento de soluções alternativas aos antibióticos promotores de crescimento, alguns modos de ação foram identificados, sugerindo que probióticos eficientes, como aqueles baseados em Bacillus subtilis (Alterion®), poderiam diminuir a inflamação (Figura 4) e assim aumentar a absorção alimentar e a transformação metabólica.
Como melhorar a eficiência alimentar atuando em três pilares - Image 5
Além disso, esses tipos de probióticos administrados na ração podem ter um impacto na morfologia intestinal do hospedeiro. Conforme mostrado na figura 5, quando Alterion® é administrado, o comprimento das microvilosidades intestinais é significativamente melhorado tanto no íleo como no ceco, aumentando assim a superfície de absorção, permitindo que o animal extraia mais do alimento. Essa absorção de nutrientes intestinais aumentada resultará em melhor desempenho animal (Jacquier, IHSIG 2016).
Como melhorar a eficiência alimentar atuando em três pilares - Image 6
Conclusão
 A eficiência alimentar é o resultado de três componentes principais: a qualidade das matérias-primas, a formulação da dieta e a qualidade da microbiota intestinal para a melhor absorção de nutrientes pelo animal. Para garantir o melhor desempenho em termos de parâmetros de crescimento e otimização de custo da ração, os produtores de proteínas animais têm hoje a sua disposição uma ampla gama de soluções nutricionais.
A eficiência da ração começa com um conhecimento apurado da qualidade das matérias-primas, permitindo o ajuste preciso da formulação da ração. Então, o próximo passo para formular melhor a ração com o uso de enzimas é avaliar a fração indigestível da ração. Propor uma solução de enzima com efeito Feedase, que atuará na ração de forma total, eliminando os fatores anti-nutricionais e reduzindo a parte não digerida da alimentação, certamente trará uma maior eficiência alimentar. Por último, cuidar do funcionamento adequado do intestino com a adição de um probiótico efetivo que produza resultados consistentes permitirá uma maior absorção de nutrientes e, portanto, mais eficiência na produção de proteína animal.
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Autores:
Mariana Correa
Adisseo
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Cidinei Trajano Silva
7 de mayo de 2018
Parabéns!
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