Existem na rede alguns trabalhos no Paquistão sobre a utilização de AAS como importante redutor de temperatura em aves de produção. Alguns citam até 4ºC de decréscimo. Aqui no Brasil temos produtores utilizando esta tecnologia? Qual a dose recomendada? Estes resultados são vistos na prática?
Caro Carlos Eduardo! Muito pertinente sua pergunta.
Existe sim a utilização do AAS para diminuição da temperatura corporal da ave, e é muito eficaz, principalmente com a associação com gelo. Já salvamos muitos lotes de aves pelo uso do AAS, de maneira correta. Também é bom lembrar que pode ser utilizado o bicarbonato de sódio nestes casos, ele funciona muito bem.
Prezado Jorge,
Qual a dosagem que você rotineiramente utiliza de AAS e Bicarbonato?
Sobre o assunto, encontrei este trabalho publicado. Alguém descorda?
Roussan et al. (2008), relataram em seu estudo que aves expostas a temperaturas cíclicas (30 a 33 ° C durante 12 h, e 21 a 23° C durante 12 h) suplementadas ad libitum com ácido ascórbico (62,5 mg / L), Ácido acetilsalicílico (62,5 mg / l), KCl (125 mg / L), e NaHCO3 (75mg / l) na água durante todo o período do experimento obtiveram melhores taxas de consumo de ração, menor frequência cardio-respiratória e menor taxa de mortalidade
D. A. Roussan, G. Y. Khwaldeh, R. R. Haddad, I. A. Shaheen, G. Salameh, R. Al Rifai Effect of Ascorbic Acid, Acetylsalicylic Acid, Sodium Bicarbonate, and Potassium Chloride Supplementation in Water on the Performance of Broiler Chickens Exposed to Heat Stress. Journal of Applied Poultry Research - J APPL POULTRY RES 01/2008.
Bom dia, Carlos Eduardo. Existem trabalhos sobre o efeito do AAS quase sempre associado a outros ativos. Cito aqui o trabalho de pesquisadores da Tanta University (Egito) publicado no J.Poult.Sci,43:255-265-,2006 sobre codornas e por aí vão muitos outros. Na prática e para efeito de estresse calórico o uso de antitérmicos agem desta forma. Entretanto é preciso atenção quanto à dose e ao tempo de tratamento. No caso do AAS o efeito colateral mais comum é a irritação da mucosa gástrica, nada interessante para aves e animais de produção. A dose recomendada é de 120 mg por ave adulta, na prática são 30 gramas por 100 litros de água por 2 a 5 dias no caso de febre. Claro que para reduzir os efeitos do estresse calórico a duração do tratamento deveria ser durante as horas do dia em que a temperatura dos galpões de criação supera os 30 graus centígrados. A minha experiência é com o uso do Analgil a base de dipirona, sem os efeitos colaterais do AAS e que 20 minutos depois de dosado na água, seja para aves ou para suínos, o benéfico é visível pela retomada da atividade dos animais. Caro Carlos Eduardo, medicamentos são uteis mas podem oferecer perigos para a saúde tanto do ser humano como dos animais, então recomendo que sejam usados produtos disponibilizados pela indústria veterinária que são testados e seguindo sempre as instruções do médico veterinário.
Carlos Eduardo! A dosagem é 1 kg para mil litros de água, com boia fechada.
Existe alguma dose em mg/kg relatada para aves? Pois todas as indicações que achei relatam a dosagem para diluição em água, sendo dificil de realizar o cálculo por ave. Como vocês têm realizado este cálculo?
Nosso amigo Ermete repassou a dosagem de 120 mg por ave adulta, mas temos uma oscilação de pesos entre diferentes aves, estou certo?
Olá, Carlos Eduardo. Estamos aqui novamente. Ave adulta em frango de corte é considerado um peso de 2,4 kg então a dose seria 50 mg por kg de peso vivo. Esta é a indicação de um laboratório que tem o produto registrado no Ministério da Agricultura e que é basicamente AAS. Complementando, se for usar o Analgil com base em Dipirona a dose recomendada é 80 mg por kg de peso vivo. Leve em consideração que na fórmula de Analgil a Dipirona participa com 6% por isso a dose do ativo puro é de 4,8 mg por kg de peso vivo. Acho que assim fica mais claro para o seu entendimento.Tudo bem? Bom fim de semana. Um abraço.
Quando se administram medicamentos de uso comum dos seres humanos, para uso dos animais - e em especial criações coletivas -, a possibilidade de acontecer algo indesejado (efeitos colaterais e até acúmulo de resíduos na musculatura e vísceras) é considerável. No caso específico de diminuir a temperatura - estresse calórico - seria interessante analisar alguns fatos que impactaram estas situações. A Ambiência deve ser um dos pilares para se evitar o desconforto térmico. O uso de medicamentos na avicultura de corte e em especial os antitérmicos, poderá quando não já está sendo gerado, comentários desairosos e que em geral propiciam um farto material aos "xiitas".
Bom dia a todos.
O uso de medicamentos para tratamento de infecções bacterianas é pratica rotineira na medicina veterinária. Por se tratar de intervenções esporádicas e de curto prazo os riscos de efeitos colaterais e resíduos prejudicias à saúde humana são limitados e fazem parte do Codex Alimentarius. No entanto, o que a indústria veterinária não disponibilizou até agora, para intervenções em massa, são medicamentos para o alívio dos sintomas provocados por infecções, sejam por vírus ou por bactérias. A febre, a dor, o mal estare, o estresse não são eventos que auxiliam o sistema imune a combater infecções e menos ainda a recuperação da saúde e a produtividade dos animais de produção. A minha experiência É LIMITADA AO USO DO ANALGIL com base em dipirona, testado, aprovado e registrado no M.A. sob o número 7.495/2000. Claro que se o avicultor tem recursos para investir na ambiência das suas instalações de produção não precisa lançar mão destes analgésicos e antitérmicos para a finalidade específica citada pelo nosso amigo Carlos Eduardo. Existem trabalhos científicos citando a Betaina como substancia que minimizaria o estresse calórico. No momento em que o estresse calórico chega a deprimir a produtividade e até provocar a mortalidade das aves a decisão é sempre tomada com base na disponibilidade e no custo dos tratamentos a serem adotados. Nada de novo. O mundo conhece Aspirina e Dipirona a muitos e muitos anos e são ativos ligados ao alívio de sintomas. Mas em tudo tem límites, é preciso saber usar devidamente.
Use sempre produtos registrados e siga as orientações do veterinário. Um abraço.
Olá, amigos tudo bem? Espero que sim.
O problema não está na ave e sim no ambiente... para evitar o uso de moléculas que o foco são para tratamento de sintomas podemos optar de forma correta por:
1. Manejo Ambiental - ventilação, aspersão, melhoria na qualidade de água...
2. Usar substâncias que são registradas para o fim preventivo para ambientes quentes - MENTOFIN produto da EWABO um produto natural a base de Eucalipto...globullis que ajuda e muito neste sentido de evitar e melhorar as condições para as aves frente ao estresse por calor. Pode diluir na água de bebida e usar na aspersão...funciona muito bem...excelente broncodilatador com ação comprovada no mundo...países do oriente médio usam muito...no Brasil integrações do Paraná, criações de codornas e frangos orgânicos usam com excelentes resultados para a saúde bem como nos índices zootécnicos. É um produto registrado no MAPA para este fim.
Concordo com o Dr. Romão para os cuidados com moléculas para uso humano...e também no cuidado ao ambiente...Dr. Ermete tem razão, tudo tem limite.
Abs.,
Olá, Carlos, existe no mercado veterinário de aves com um princípio ativo precursor do AAS, Lisina Acetilsalicilato, que na ingestão se dissocia em duas moléculas uma delas é o ASS.
O produto ajuda, mas nada mais importante que o manejo de ambiência, flushing de água é muito importante.
Esse produto já utilizei para inibir o estado de choco em aves de postura comercial.
Abraço.