Vivencio sempre nos meus aviários o que o Professor muito bem colocou acima. Tenho 1 aviário climatizado e 1 convencional. Não importa o tipo de aviário, o mais importante é ficarmos atentos para a temperatura não subir muito. Quando isto não é possível, entram em ação os nebulizadores, que hoje vejo como mal necessário.
Como bem colocou o Professor, quando começamos a ligar muito cedo os nebulizadores, há uma melhora no controle naquele momento da temperatura, mas o aumento excessivo da umidade do ar e também o aumento da temperatura da cama onde as aves estão diretamente em contato causam quase um efeito reverso.
A nebulização é extremamente importante ser feita com uma bomba de pressão adequada para o tamanho do aviário, pois sempre vejo bombas nebulizadoras pequenas em aviários grandes o que a torna ineficiente causando ainda mais prejuízos para as aves porque elas liberam partículas maiores de água dentro do aviário e a velocidade do ar não é capaz de dispersá-la e caem sobre as aves e a cama.
No meu aviário climatizado, tenho as placas evaporativas que são excelentes para controle tanto de temperatura quanto de umidade. A nebulização neste caso é pouco utilizada, somente em dias muito quentes mesmo.
Sobre este assunto faço minha pergunta: No modelo de aviário climatizado, quantos graus acima da temperatura desejada dentro do aviário devo programar as placas evaporativas e a nebulização? (velocidade do ar 2,5m/s) Posso utilizar as placas evaporativas a partir de que idade?
Bom dia Cláudia Lana,
A posição em que você se encontra é exatamente a posição que se encontram os frangos dentro de um galpão no dia de intenso calor, extremamente desconfortável. Afirmo isso por ser criadora, granjeira e outras funções correlatas.
Mas vejo que está muito próxima de encontrar o equilíbrio necessário para obtenção do sucesso. Busco nas palavras do professor a minha convicção: " ...Neste contexto, conhecer mais sobre o ambiente interno dos galpões é de extrema importância para os produtores, pois sua compreensão ajuda a evitar perdas, relacionadas ao estresse térmico, durante o período de criação das aves."
Afirmo com toda convicção que não chega a 1% do volume de pessoas que estão dentro de um aviário que estão dentro do contexto acima.
Quer ver outra questão? Leia o enunciado: "...O excesso de umidade relativa no interior dos galpões de criação faz com que as aves tenham dificuldade em trocar calor através da respiração, que é a principal forma de perda de calor das aves. A situação de estresse térmico sofrido pelas aves foi comprovada através da frequência respiratória, que foi maior no turno da tarde, que teve maior Índice Entalpia de Conforto que o turno da manhã." Com esses dois enunciados, somados a sua pergunta, deixam claro a minha convicção.
Digo isso porque convivo diariamente dentro de aviários na minha região aqui em Goiás, onde técnicos de campo recomendam o uso de nebulizadores ao ponto de molharem a cama. Molhar é pouco, encharcarem a cama em detrimento do bem estar animal, com alta produção de amônia e temperatura com a fermentação dessa cama.
Em relação a nebulização, gostaria de comentar que a mesma depende do bico e da pressão, sendo o mais indicado os bicos de alta pressão, por causa do tamanho da gota. Quanto mais pequena, mais evaporação, quanto mais evaporação, mais temperatura é roubada do ambiente. Lembre-se, o sensor termo-hipotalâmico da ave está localizado atrás da crista, cerca de 30 cm do piso, o nosso cerca de 1,70 m do piso e, ao entrarmos no aviário, temos o mal hábito de avaliar a temperatura para nós e não para as aves.
Em relação a partir de quando utilizar o sistema de refrigeração do aviário, afirmo para você que a partir do momento que acontece o alojamento. A duração vai variar de acordo com a idade. Houve a necessidade, aciona o equipamento. Já alojei pintinhos com câmpanula ligada e nebulizando o interior do galpão, sem problemas. Se a umidade relativa está baixa, somente com placas ou nebulizadores vão aumentar essa variável. Não existe você ter o equipamento e não usar. Mas para isso, o professor foi categórico, tem que ter o conhecimento, sem ele, o resultado é catastrófico.
Gosto muito de comparar a criação de frangos de corte com a Fórmula 1 e, hoje pela manhã em entrevista ao programa Auto Esporte, veiculado pela Rede globo, meu programa predileto do domingo, Felipe Massa foi entrevistado por um outro piloto brasileiro já aposentado, onde ele respondeu uma pergunta do entrevistador da seguinte forma, que encaixa perfeitamente para você: "... a máquina tem que ser competitiva, senão você não ganha nada, mas o homem tem que estar preparado para operá-la..."
Tá aí, do que adianta a tecnologia que você já me questionou, sem pessoas preparadas para operá-la.
Espero ter conseguido expressar o meu pensamento utilizando o brilhante texto do professor, dentro da minha vivência do dia a dia.
Um grande abraço e boas experiências, os frangos agradeceram e seus rendimentos também.