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Coeficientes técnicos custo produção frango corte

Coeficientes técnicos para o cálculo do custo de produção de frango de corte, 2010

Publicado: 27 de junho de 2012
Por: Marcelo Miele; Paulo Giovanni de Abreu; Valéria Maria Nascimento Abreu; Fátima Regina Ferreira Jaenisch; Franco Müller Martins; Helenice Mazzuco; Ari Jarbas Sandi; Jonas Irineu dos Santos Filho; Iara Maria Trevisol
Introdução
O cálculo do custo de produção de frango de corte desenvolvido pela Embrapa Suínos e Aves tem por finalidade ser uma fonte de informação de referência para os agentes da cadeia produtiva, órgãos públicos, sistema financeiro e instituições de pesquisa e ensino. A metodologia empregada calcula os custos a partir do levantamento de preços de mercado e da caracterização dos sistemas de produção e seus coeficientes técnicos, conforme apresentado por Miele et al. (2010), no Documento Embrapa Suínos e Aves n.º 140, intitulado "Metodologia para o cálculo do custo de produção de frango de corte – Versão 2", o qual é uma atualização das metodologias publicadas anteriormente (CANEVER et al, 1996; SANTOS FILHO et al, 1998; GIROTTO e SOUZA, 2005). O objetivo do presente Comunicado Técnico é apresentar os coeficientes técnicos utilizados a partir de 2010 para o cálculo do custo de produção de frango de corte nos dez principais Estados produtores (CE, GO, MG, MS, MT, PE, PR, RS, SC e SP). No final do texto é apresentado um exemplo do uso das informações sobre coeficientes técnicos no cálculo do custo de produção de frangos de corte.
 
Definição dos sistemas de produção
Para a definição dos sistemas de produção deve-se considerar que os agentes da cadeia produtiva utilizam diferentes denominações para um mesmo sistema, dependendo da sua região ou nível tecnológico. Nesse sentido, é necessário detalhar as características das instalações e os equipamentos utilizados a fim de caracterizar os sistemas de produção de frango de corte (ABREU, ABREU, 2010). Apresenta-se a seguir e no Quadro I um check list para caracterizar os sistemas de produção para os quais são apresentados os coeficientes técnicos.
O sistema dito convencional é o de menor nível tecnológico e sua caracterização pode variar muito entre as diferentes regiões produtoras. Um aviário convencional possui comedouro tubular e bebedouro pendular. Não possui forro e sistema de controle artificial da temperatura, sendo o condicionamento térmico natural. Utiliza cortina de ráfia amarela, azul ou branca. Este sistema praticamente não existe mais em muitas regiões produtoras, tendo sido substituído ou transformado em sistema semiclimatizado, o qual adota melhores níveis tecnológicos em relação ao sistema dito convencional, tais como: uso de bebedouro nipple, ventiladores em pressão positiva e forro. Para fins desta publicação e para o cálculo do custo de produção de frango de corte pela Embrapa Suínos e Aves, optou-se por agrupar estes sistemas em uma mesma categoria denominada de convencional. Estes sistemas também são chamados pelos atores da cadeia produtiva de sistema manual.
O controle das condições térmicas ambientais é maior nos sistemas climatizados do que nos sistemas ditos convencional e semiclimatizado. Os aviários climatizados possuem comedouro automático, bebedouro nipple e ventiladores em pressão positiva, ou exaustores em pressão negativa. O resfriamento pode ser por nebulização ou pad cooling. A instalação de forro, defletores e gerador de energia depende da densidade populacional das aves. Utiliza cortina de ráfia amarela, azul, branca ou reflexiva.
Quadro 1. Caracterização dos sistemas de produção abordados
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Coeficientes técnicos de produção
Nesta seção são apresentados os coeficientes técnicos de produção adotados pela Embrapa Suínos e Aves para o cálculo do custo de produção de frango de corte. Os valores apresentados são baseados nas boas práticas de produção (ÁVILA et. al, 2007) e em consulta aos atores da cadeia produtiva nos Estados por meio de reuniões em formato de painéis com especialistas.
Tabela 1. Peso de abate, duração do lote e número de lotes por ano
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Na Tabela 1 apresenta-se o peso de abate, a duração do lote e o consequente número de lotes por ano. O alojamento de frangos de corte nas granjas é feito separando machos de fêmeas. Entretanto, levou-se em consideração o desempenho de lotes mistos, tendo em vista que a média de uma determinada região ou empresa integradora engloba aviários com ambos os sexos. Tanto o intervalo entre os lotes quanto o intervalo para troca de cama foram utilizados os valores preconizados pelas boas práticas de produção (BPP), de 14 e 28 dias, respectivamente. Deve-se considerar que as condições conjunturais de mercado determinam mudanças nesses intervalos.
Na Tabela 2 apresenta-se a escala de produção característica dos Estados produtores. Esta depende do sistema de produção adotado, das dimensões do aviário e do número de galpões existentes em uma granja (módulo de produção).
Tabela 2. Dimensões dos aviários (escala de produção)
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Na Tabela 3 apresenta-se o alojamento inicial de pintos de um dia, a mortalidade e a densidade resultante. A mortalidade aceitável situa-se entre 3 e 4%, podendo chegar ao máximo de 5%. A densidade de frangos depende da tecnologia empregada, situando-se entre 31 e 36 kg final/m² nos aviários climatizados e entre 28 e 31 kg final/m² nos aviários ditos convencionais.
Tabela 3. Alojamento inicial, mortalidade e densidade
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Na Tabela 4 apresenta-se o consumo de gás, lenha e energia elétrica. Na maioria dos Estados e sistemas, utiliza-se o sistema de aquecimento por meio de fornalha a lenha. Gás em botijão de 13 kg é utilizado apenas para a desinfecção do aviário por meio de vassoura de fogo. Os sistemas climatizados em GO e MT são exceção, onde o aquecimento é a gás distribuído a granel.
Tabela 4. Consumo de gás, lenha e energia elétrica
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Em relação ao substrato para cama, considerou-se para a maioria dos sistemas e Estados o padrão de 10 cm de altura, independente do tipo de material e do uso de lona para fermentação e reutilização da cama. Com a adoção do tratamento da cama com lona entre lotes não há necessidade de reposição da cama a cada lote. Na Tabela 5 apresenta-se a quantidade de substrato para cama de aviário, sendo que os materiais utilizados são a maravalha, a casca de arroz e o bagaço de cana.
Tabela 5. Consumo de cama de aviário e tipo de substrato
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Na Tabela 6 apresenta-se o consumo de ração e conversão alimentar para frangos de corte. Estes valores basearam-se nos pesos de abate e no desempenho das principais linhagens comerciais disponíveis no mercado.
Tabela 6. Consumo de ração e conversão alimentar
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Na Tabela 7 apresenta-se a formulação das rações por fase de crescimento dos frangos de corte. Optou-se por utilizar a mesma formulação para todos os Estados tendo em vista a grande variabilidade de formulações entre as regiões produtoras e ao longo do tempo, bem como em função da dificuldade em obter estas informações junto aos principais atores da cadeia produtiva. Os dois principais ingredientes são o milho moído e o farelo de soja, com um consumo médio de 2,677 e 1,474 kg/ave, respectivamente.
Tabela 7. Composição das rações (%) em função do período da criação
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Apresenta-se na Tabela 8 os principais itens a serem considerados em um plano de higienização e cloração da água. Entretanto, deve-se considerar que estas ações requerem não apenas produtos químicos, como também mão de obra, gás e energia elétrica. O consumo de água foi estipulado em 2,5 L/kg de ração para dessedentação, 2,0 L/cabeça para resfriamento e 3,5 L/m² para lavagem e desinfecção do aviário na troca de cama. Em relação às vacinas, foi considerada apenas a vacina de Marek realizada no incubatório, sendo que as vacinas decorrentes de desafios regionais não foram consideradas.
Tabela 8. Uso de produtos para higienização e cloração da água
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Além do uso de produtos para higienização do aviário e cloração da água, deve-se considerar um plano de controle de pragas que inclui raticidas e inseticidas.
Na Tabela 9 apresenta-se o uso de mão de obra. Utilizou-se o número de pessoas ocupadas em tempo integral por módulo de produção (ver dimensões dos módulos na Tabela 2). Quando o número de pessoas for inferior à unidade, há o emprego de mão de obra no aviário em tempo parcial. Não está sendo considerado o tempo gasto com apanha das aves, tendo em vista que este é um serviço terceirizado. O custo da mão de obra também deve considerar os encargos sociais e provisionamentos que incidem sobre o salário, no valor de 12,70% e 44,59%, respectivamente, totalizando 57,29%.
Tabela 9. Uso de mão de obra
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Para a vida útil e valor residual das instalações e dos equipamentos utilizou-se os valores apresentados na Tabela 10, a seguir. Além disso, utiliza-se a taxa de 1% ao ano sobre o valor novo do bem para gastos com manutenção (CONAB, 2010, p. 38).
Tabela 10. Vida útil e valor residual das instalações e dos equipamentos
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Exemplo do uso das informações sobre coeficientes técnicos no cálculo do custo de produção de frangos de corte
Para exemplificar o uso das informações sobre coeficientes técnicos no cálculo do custo de produção de frangos de corte, apresenta-se a seguir os resultados para um aviário convencional em Santa Catarina, no mês de outubro de 2010 (Tabelas 11, 12 e 13), conforme disponível na web site da Embrapa Suínos e Aves.
Tabela 11. Custo de produção de frango de corte em um aviário convencional com 1.200m², Santa Catarina, Outubro de 2010, R$/Lote
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A partir do número de animais entregues, de 13.920 cabeças (equivalente ao alojamento de 14.500 pintos com mortalidade de 4,0%) e do peso de abate de 2,652 kg/cabeça, pode-se calcular o custo por cabeça e por quilograma de frango vivo (Tabela 12).
Tabela 12. Custo de produção de frango de corte em um aviário convencional com 1.200m², Santa Catarina, Outubro de 2010, R$/cabeça e R$/kg
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Para finalizar, apresenta-se na Tabela 13 a divisão de responsabilidades entre produtor e agroindústria. Esta é uma referência a partir das práticas verificadas em Santa Catarina. Pondera-se que a divisão de responsabilidades estabelecida via relação contratual nas integrações varia significativamente entre as empresas e cooperativas que abatem frangos de corte e seus integrados parceiros. Além disso, assim como os demais coeficientes técnicos, há mudança ao longo do tempo nas relações contratuais.
Tabela 13. Divisão de responsabilidades entre produtor e agroindústria e respectivos custos de produção de frango de corte em um aviário convencional com 1.200m², Santa Catarina, Outubro de 2010, R$/Lote
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Considerações finais
Os custos de produção calculados pela Embrapa Suínos e Aves são uma referência. Deve-se ressaltar que cada produtor tem o seu próprio custo, que depende do sistema de produção, do seu nível tecnológico, da sua eficiência produtiva e dos preços praticados em sua região. Nesse sentido, está disponível no website da Embrapa Suínos e Aves (http://www.cnpsa.embrapa.br) uma planilha para o cálculo do custo de produção do frango de corte, por meio da qual cada produtor pode facilmente calcular seus próprios custos, com possibilidade de alterar os coeficientes técnicos e preços de acordo com a sua realidade. O resultado obtido com esta planilha pode ser comparado com os custos calculados pela Embrapa, com o custo de outros produtores e com os da assistência técnica das agroindústrias.
 
Referências
ABREU, V. M. N.; ABREU, P. G. Desafios da pesquisa frente aos novos sistemas de produção. Avicultura Industrial, n. 5, ano 101, ed. 1189, p. 20-29, 2010.
ÁVILA, V.; KUNZ, A.; BELLAVER, C.; PAIVA, D. P. de; JAENISH, F.; MAZZUCO, H.; TREVISOL, I. M.; PALHARES, J. C. P.; ABREU, P. G. de; ROSA, P. Boas Práticas de Produção de Frangos de Corte. Concórdia: Embrapa Suínos e Aves, 2007. 28 p. (Embrapa Suínos e Aves. Circular Técnica, 54). Disponível em: <http://www.cnpsa.embrapa.br>. Acesso em: 10 jan 2010.
CANEVER, M. D. ; TALAMINI, D. J. D. ; CAMPOS, A. C. ; SANTOS FILHO, J. I. Custos de produção agrícola: a metodologia da Conab. Brasília: Conab, 2010. 60 p.
CANEVER, M. D.; TALAMINI, D. J. D.; CAMPOS, A. C.; SANTOS FILHO, J. I.; GOMES, M. F. M. Custos de produção do frango de corte no Brasil e na Argentina. Concórdia: Embrapa, 1996 (Embrapa Suínos e Aves, Documentos 39).
COMPÊNDIO brasileiro de alimentação animal 2009. São Paulo: SINDIRAÇÕES, 2009. Guia de oditivos.
GIROTTO, A. F. Planilha para o cálculo do custo do produtor de frango de corte. Concórdia: Embrapa Suínos e Aves, 2009. 16 p. (Embrapa Suínos e Aves. Documentos, 136). Disponível em: <http://www.cnpsa.embrapa.br>. Acesso em: 10 jan 2010.
GIROTTO, A. F.; SOUZA, M. V. N. de. Metodologia para o cálculo do custo de produção de frango de corte - Versão 1. Concórdia: Embrapa Suínos e Aves, 2006. 28p. (Embrapa Suínos e Aves. Documentos, 109). Disponível em: <http://www.cnpsa.embrapa.br>. Acesso em: 10 jan 2010.
JAENISCH, F. R. F. Saúde. In: Sistema de produção, 2. Produção frangos de corte – Embrapa Suínos e Aves, 2003. Disponível em: <http://www.cnpsa.embrapa.br/SP/aves/Sanidade-aves.html>. Acesso em: 10 mar. 2010.
JAENISCH, F. R. F., COLDEBELLA, A., MACHADO, H. G. P., ABREU, P. G. de, ABREU, V. M. N., SILVA, V. S. Importância da higienização na produção avícola. Concórdia: Embrapa Suínos e Aves, 2004. 5 p. (Embrapa Suínos e Aves. Comunicado Técnico, 363). Disponível em: <http://www.cnpsa.embrapa.br/sgc/sgc_publicacoes/cot363.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2010.
KUANA, S. L. Limpeza e desinfecção de instalações avícolas. In: Doenças das Aves. BERCHIERI JÚNIOR, A. et al. (Ed.). Campinas: FACTA, 2009.
MIELE, M.; MARTINS, F. M.; SANTOS FILHO, J. I. dos; SANDI, A. J. Metodologia para o cálculo do custo de produção de frango de corte - Versão 2. Concórdia: Embrapa Suínos e Aves, 2010. 10 p. (Embrapa Suínos e Aves. Documentos, 140). Disponível em: <http://www.cnpsa.embrapa.br>. Acesso em: 19 out. 2010.
SANTOS FILHO, J. I. dos; CANEVER, M. D.; CHIUCHETA, O. ; TALAMINI, D. J. D. Aspectos econômicos e viabilidade da criação de frangos nos sistemas convencional e automatizado. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE AMBIÊNCIA E SISTEMAS DE PRODUÇÃO AVÍCOLA, 1998, Concórdia, SC. Anais... Concórdia: Embrapa Suínos e Aves, 1998. p. 7-17.
SINDAN. Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal. Disponível em: <http://www.sindan.org.br/sd/sindan/index.html>. Acesso em: 10 mar. 2010.
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Autores:
Marcelo Miele
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Paulo Africano de Carvalho
21 de enero de 2019
Boa noite vivo em Angola, tenho viajem marcada para o Brasil, em busca de conhecimento e parceria num projecto de uma industria de aviario de corte o projecto consiste na montagem de um sistema de reprodução, incubadora, galpao de criacao das aves, sitema de raçáo e por fim o matadouro
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Adriano wellington nunes correia
13 de junio de 2018
gostaria de saber qual o consumo de raçoa de um frango de 70 dias o semi caipira
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