Explorar
Comunidades em Português
Anuncie na Engormix

Pasteurização de ovos

Publicado: 27 de julho de 2020
Por: Silvana Cançado, Professora da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Guilherme Resende da Silva, Auditor Fiscal Federal Agropecuário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)
O ovo é um alimento completo, com uma composição rica em vitaminas, minerais, ácidos graxos e proteínas de alta qualidade que reúnem vários aminoácidos essenciais de excelente valor biológico. Por possuir baixo valor calórico, facilidade de digestão e alto teor de nutrientes os ovos são ingredientes importantes na composição de dietas regulares e terapêuticas. Além dessas características nutricionais, são utilizados como matéria prima essencial para diversas formulações alimentícias, pois eles apresentam propriedades peculiares para os processos de emulsificação, de formação de espuma e de gelificação.
Na indústria de alimentos os ovos processados são utilizados preferencialmente ao ovo “in natura” (ovo em casca), pois além de conservar sabor, cor, valor nutricional e propriedades funcionais, eles oferecem vantagens como melhor uniformidade, menor espaço de estocagem e facilidade de medir porções. No entanto, durante o processamento, os ovos, quando quebrados, podem ser facilmente contaminados por microrganismos sendo a pasteurização (tratamento térmico que tem como objetivo destruir todos os microrganismos patogênicos e reduzir consideravelmente os deteriorantes sem que ocorram alterações nas constituições nutricionais e sensoriais do produto final) uma importante alternativa tecnológica para a garantia da inocuidade desta matéria prima alimentar. Esse tratamento térmico pode ser aplicado separadamente para o albúmen ou para a gema, assim como, para o ovo integral em suas proporções naturais de gema e albúmen (Aragon-Alegron et al., 2005).
São poucos os dados estatísticos na produção de ovos brasileira que abordam a produtividade de ovos pasteurizados. No ano de 2018, de acordo Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), os ovos industrializados representaram 33% do total da exportação do setor. A elevada representatividade dos ovos industrializados frente a exportação ocorreu pelo aumento da importação desse produto por países asiáticos associada à redução das importações de ovos “in natura” (ABPA, 2019).
No Brasil, a pasteurização de ovo integral se caracteriza pelo aquecimento progressivo até no mínimo 60°C e a manutenção dessa temperatura por um período de 3,5 minutos. Posteriormente, os ovos recém pasteurizados devem ser refrigerados à temperatura de 2 a 5°C (Brasil, 1990). A combinação de diferentes binômios de tempo e temperatura na pasteurização dos ovos baseia-se na eliminação de Salmonella spp., uma das principais bactérias associada às doenças transmitidas por alimentos (DTA). Esses parâmetros podem variar de acordo com a legislação de cada país; nos Estados Unidos, por exemplo, a pasteurização de ovos integrais ocorre por 3,5 minutos a uma temperatura de 61,1ºC, enquanto na Comunidade Europeia a pasteurização é realizada sob o binômio de 64,4ºC por 2,5 minutos (EC, 1989; USDA, 2013).
O ovo pasteurizado pode ser contaminado de várias maneiras, incluindo a alta carga microbiana da matéria-prima, a falha do binômio tempo-temperatura na pasteurização ou a contaminação pós-processamento. A pasteurização adequada e os processos de higienização dos equipamentos de pasteurização, de refrigeração e de armazenamento do produto são fatores determinantes para seleção da microbiota residual final (Hara-Kudo e Takatori, 2009).  
As aminas bioativas são bases orgânicas de baixo peso molecular que podem ser classificadas em poliaminas e aminas biogênicas. As primeiras são fatores de crescimento, enquanto as últimas são formadas pela descarboxilação de aminoácidos por enzimas microbianas. A formação de aminas em alimentos tem como pré-requisitos a disponibilidade de aminoácidos livres; a presença de microrganismos descarboxilase positivos, que podem fazer parte da população associada ao alimento ou podem ser introduzidos por contaminação antes, durante ou após o processamento e; condições favoráveis que permitam o crescimento bacteriano, além da síntese e a atividade das enzimas descarboxilase. Histamina, putrescina, cadaverina, espermina, espermidina, agmatina, tiramina, feniletilamina e triptamina são as mais importantes aminas biogênicas encontradas em alimentos (Halász et al., 1994; Glória, 2005).
Vários índices de qualidade química já foram propostos para alimentos baseados nos teores de aminas bioativas, visto que a deterioração do alimento está associada ao aumento dos teores de algumas destas substâncias. Pode-se citar o uso de aminas como índice de qualidade de atum (Veciana-Nogués et al., 1997), de carne de frango (Silva e Glória, 2002; Moreira et al., 2008) e de ovos “in natura” (Oliveira et al., 2009; Figueiredo et al. 2013; Figueiredo et al. 2014). Para ovos “in natura” Oliveira et al. (2009) sugeriram o teor total de aminas na gema como índice de qualidade, sendo que ovos contendo teores acima de 1,0 mg/kg na gema são considerados de baixa qualidade.
Alterações quanto as características sensoriais, sabor de ovo cozido, e quanto ao rendimento industrial do produto, como por exemplo: a redução na capacidade de formar “clara em neve” e a redução na viscosidade, podem também ser observadas quando os ovos integrais são submetidos à parâmetros acima dos indicados para os binômios de tempo e temperatura de pasteurização. Essas alterações ocorrem, principalmente, em consequência da desnaturação de proteínas presentes no albúmen e lipoproteínas na gema.
Ovos destinados à pasteurização
De acordo com o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA), aprovado pelo decreto 9013 de 29 de março de 2017 (Brasil, 2017), os ovos “in natura” são classificados em tipo A e tipo B. Essa classificação se baseia na altura da câmara de ar, na integridade da casca e na qualidade interna (tab. 01). Para a produção de ovos industrializados, é permitido o uso dessas duas categorias, no entanto, os ovos tipo B devem ser exclusivamente destinados à industrialização (Brasil, 2017). Após a pasteurização dos ovos alguns parâmetros microbiológicos devem ser observados e, a resolução n° 005 do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) de 5 de julho de 1991 (Brasil, 1991), aborda o padrão de identidade e qualidade de ovo integral e determina os parâmetros de aceitação para contagem de alguns microrganismos em ovos pasteurizados (tab. 02).
Tabela 01. Classificação de ovos de acordo com o RIISPOA, 2017.
Categoria
Característica
A
I - casca e cutícula de forma normal, lisas, limpas, intactas;
II - câmara de ar com altura não superior a 6mm (seis milímetros) e imóvel;
III - gema visível à ovoscopia, somente sob a forma de sombra, com contorno aparente, movendo-se ligeiramente em caso de rotação do ovo, mas regressando à posição central;
IV - clara límpida e translúcida, consistente, sem manchas ou turvação e com as calazas intactas; e
V - cicatrícula com desenvolvimento imperceptível.
B
I - serem considerados inócuos, sem que se enquadrem na categoria “A”;
II - apresentarem manchas sanguíneas pequenas e pouco numerosas na clara e na gema; ou
III - serem provenientes de estabelecimentos avícolas de reprodução que não foram submetidos ao processo de incubação.
Ovos destinados exclusivamente para industrialização
Tabela 02. Parâmetros microbiológicos
Microrganismos
Padrão
Contagem padrão em placa
5 x 104 UFC/g(Máx)
Coliformes a 45ºC
Ausência em 1 g
Staphylococcus aureus
Ausência em 1 g
Salmonella spp
Ausência em 25 g
Qualidade microbiológica dos ovos pasteurizados
 A contaminação do ovo em casca pode iniciar durante sua formação no ovário ou oviduto, podendo ser considerada de origem congênita (vertical) ou quando há penetração através da casca, após a postura, sendo chamada de contaminação extragenital (horizontal). O ovo pasteurizado pode ser contaminado de várias maneiras, incluindo contaminação microbiana da matéria prima, falta de controle higiênico sanitário no equipamento de quebra, binômios temperatura e tempo inadequados para pasteurização ou por contaminação pós processamento (Hara-Kudo e Takatori, 2009; Rivoal et al., 2009).
 
Alguns microrganismos são comumente encontrados na microbiota de ovos integrais, como por exemplo: Alcaligenes, Escherichia, Flavobacterium, Staphylococcus e Salmonella. O armazenamento dos ovos integrais sob refrigeração (2-5°C) antes da pasteurização tem como objetivo reduzir a proliferação desses microrganismos, principalmente os mesófilos. No entanto, temperaturas de refrigeração não inibem o crescimento de microrganismos psicrotróficos. Estes últimos apresentam a capacidade de crescerem em temperaturas inferiores a 7°C independente da temperatura ótima de desenvolvimento da bactéria. Gêneros bacterianos, como Pseudomonas e Proteus enquadram-se nessa classificação e são produtores de enzimas proteolíticas e lipolíticas termoresistentes, que interferem negativamente na composição nutricional de alimentos. A presença desses microrganismos psicrotróficos em alimentos refrigerados pode ser um indicativo do processo de deterioração de alimentos refrigerados (Cox, 2001; Ricke et al., 2001, Franco e Landgraf, 2008). Os principais microrganismos que podem ser encontrados em ovos integrais serão descritos a seguir.
Contagem padrão em placas
Os microrganismos mesófilos aeróbios são classificados como sendo um grupo de bactérias capazes de se multiplicar entre temperaturas de 10°C a 45°C, sendo o intervalo ótimo de crescimento de 20°C a 30°C. Microrganismos desse grupo apresentam características distintas quanto à virulência para infectar seres humanos e, dessa maneira, podem ser encontradas bactérias altamente patogênicas assim como outras que são simplesmente deteriorantes. Bacillus, Clostridium, Corynebacterium, Micrococcus e Streptococcus são exemplos de bactérias deste grupo que podem ser veiculadas por alimentos (Jay,2005, Franco e Landgraf, 2008).
As contagens de mesófilos aeróbicos em ovos antes de serem submetidos a processo de pasteurização normalmente variam de 103 a 106 unidades formadoras de colônias por grama (UFC/g). Quando esses resultados são superiores a 107 UFC/g pode-se sugerir a ocorrência de falhas nas etapas iniciais do processamento dos ovos, principalmente durante a lavagem e a quebra de cascas pois poderá ocorrer a contaminação do conteúdo interno do ovo. Por outro lado, quando a contagem padrão em placa de microrganismos mesófilos aeróbios for superior a 5x104 UFC/g em ovos já pasteurizados, problemas quanto ao armazenamento do produto após o tratamento térmico devem ser verificados e solucionados (Ricke et al., 2001; Oliveira e Oliveira, 2013).
Coliformes termotolerantes
Os coliformes são membros da família Enterobacteriaceae que habitam o trato intestinal do homem e de outros animais de sangue quente. O índice de coliformes totais é utilizado para avaliar as condições sanitárias, sendo que altas contagens sugerem contaminação pré-processamento, limpezas e sanitizações deficientes, tratamentos térmicos ineficientes ou multiplicação microbiana durante o processamento e estocagem. Os coliformes termotolerantes, comumente chamados de coliformes fecais, fazem parte de um subgrupo dos coliformes totais. O gênero Escherichia é o melhor indicador de contaminação fecal, ou seja, de condições higiênico-sanitárias deficientes (Jay, 2005).
Staphylococcus aureus
O gênero Staphylococcus possui 47 espécies e 24 subespécies sendo que 17 delas podem ser isoladas de amostras biológicas humanas. Esses microrganismos estão amplamente distribuídos na natureza e fazem parte da microbiota normal da pele e de outros sítios anatômicos do homem e de outras espécies animais. A partir dessas localizações, essas bactérias podem contaminar o alimento direta ou indiretamente, sendo que a intoxicação causada por alimentos contaminados está muitas vezes associada a falhas no processo de boas práticas de fabricação (Klood et al., 1991; Koneman et al., 2001; Jay, 2005; Euzéby, 2014).
A intoxicação estafilocócica é resultante da ingestão de alimentos contaminados por enterotoxinas estafilocócicas (SE), termoestáveis, pré-formadas, produzidas por linhagens enterotoxigênicas de estafilococos coagulase positivo e negativo, principalmente Staphylococcus aureus, durante sua multiplicação no substrato. Uma única cepa de S. aureus pode produzir mais de um tipo de enterotoxinas que, em quantidades inferiores a 1μg ao chegarem ao intestino são rapidamente absorvidas e podem causar os primeiros sintomas de intoxicação (náusea, vômitos, diarreias, espasmo intestinal, prostação, pressão baixa e temperatura subnormal) em poucas horas (Carmo, 2001; Freitas et al., 2004; Cunha et.al., 2006, Hennekinne et al., 2007; Ombui e Mathenge, 2007; Oliveira, 2011).
Salmonella spp.
As bactérias do gênero Salmonella, que são microrganismos pertencentes à família Enterobacteriacea, são relativamente resistentes ao calor e às substâncias químicas, produzem ácido e gás a partir da glicose e outros carboidratos e, geralmente, não utilizam lactose e sacarose (Jay, 2005; Euzeby,2014). Essas bactérias resistem meses no ambiente, mas são sensíveis à luz solar e aos desinfetantes mais usados, tais como fenóis, clorados e iodados. Assim como outras bactérias patogênicas, as salmonelas possuem fímbrias e estruturas associadas que estão relacionadas à adesão e colonização de superfícies, sendo importantes na interação bactéria-hospedeiro, na persistência ambiental, na formação de biofilmes e na colonização e invasão de células (Gibson et al.,2007). A presença desse microrganismo em ovos é sugestiva de contaminação de resquícios de fezes na casca do ovo e, que entrou em contato com o conteúdo interno do ovo (albúmen e/ou gema).
Aminas biogênicas e qualidade de ovos pasteurizados
A microbiota residual presente no ovo pasteurizado, juntamente com as condições de refrigeração e armazenamento, é que vão determinar a vida de prateleira do produto. Como a deterioração do alimento está associada ao aumento dos teores de aminas biogênicas, o conhecimento desses teores no ovo pasteurizado é importante, já que as aminas são termicamente estáveis, tornando-se, portanto, um indicador de qualidade do produto final. Inúmeras bactérias são produtoras de aminas, principalmente as representantes da família Enterobacteriaceae, particularmente os gêneros Escherichia, Enterobacter, Salmonella, Shigella e Proteus ao lado de espécies dos gêneros Achromobacter, Lactobacillus, Leuconostoc, Pseudomonas, Pediococcus, Streptococcus, Propionibacterium e Clostridium (Lima e Glória, 1999).
Rego et al (2014), avaliaram dois tipos de matérias prima utilizadas para a produção de ovo integral pasteurizado, ovo comercial classificado para industrialização ou ovo fértil (provenientes de planteis de reprodução) e, detectaram a presença das aminas putrescina, cadaverina e tiramina nas amostras de ovos pasteurizados provenientes dos ovos férteis. Os autores concluíram que os ovos férteis, que são postos em ninho, entram em contato com as aves e com a cama do aviário, apresentam uma maior contaminação microbiana (quando comparados com os ovos comerciais) e por esse motivo a presença de aminas biogênicas. O conteúdo de aminas em ovos pasteurizados reflete a contaminação microbiológica da matéria prima utilizada e do produto final.
Eficiência da pasteurização
Qualidade microbiológica
A realização de análises microbiológicas do ovo cru e pasteurizado, observando a eliminação de patógenos e redução nas contagens microbianas após o tratamento térmico, é uma das formas de se avaliar a eficiência do processo térmico. No entanto, um maior tempo é requerido para obtenção dos resultados, o que pode ser um problema, pois são alimentos que apresentam uma curta vida de prateleira. Dessa maneira, para garantir a segurança do produto final, são necessários métodos capazes de avaliar a eficiência do processo de pasteurização na indústria para evitar a liberação de lotes que não tenham atingindo o binômio de tempo e temperatura adequado.
Teste enzimáticos
Testes enzimáticos para verificação da eficiência da pasteurização são eficientes, pois apresentam resultados rápidos e satisfatórios para a indústria, como é o caso da pesquisa pela atividade da enzima fosfatase alcalina no leite. No entanto, para indústria de ovoprodutos não há um consenso quanto a pesquisa de uma enzima termossensível. Sabe-se que a enzima alfa-amilase é um constituinte natural do ovo e sua inativação ocorre pelo tratamento térmico em reações de primeira ordem, ou seja, à medida que aumenta a temperatura tem-se a desnaturação dessa proteína. Todavia, essa desnaturação pode ser total ou parcial dependendo do binômio de temperatura e tempo aplicado no processo de pasteurização dos ovos.
A alfa amilase já foi isolada de diversos seres vivos incluindo plantas, animais e microrganismos, como fungos e bactérias, sendo que essa enzima tem função importante sobre o metabolismo de carboidratos (Burhan et al., 2003). No entanto, não há estudos que retratem a importância desta enzima no ovo, contudo a sua maior concentração na gema pode evidenciar uma importante função para o fornecimento de energia durante a fase de desenvolvimento embrionário das aves (Brooks, 1962; Oliveira, 2012).
Silva et al. (2017) validaram um teste rápido para verificação da atividade da enzima alfa-amilase em ovos pasteurizados. Esse teste é baseado na formação de diferentes colorações do complexo amido-iodo, após adição de amido e iodo em fases distintas no processo de extração enzimática. As colorações observadas, diferem de acordo com o binômio de tempo e temperatura a que são submetidos os ovos. Amostras de ovos crus apresentam a coloração amarela, indicando que, a maior parte do amido adicionado à matriz foi hidrolisado por ação da enzima alfa amilase e não houve formação do complexo amido-iodo após adição de solução de iodo-iodeto. Os ovos pasteurizados de 60,0 a 61,1ºC por 3,5 minutos apresentaram coloração violeta-róseo, indicando hidrólise parcial do amido, enquanto as amostras de ovos submetidos a temperaturas superiores ao ponto de inativação da enzima (64,4ºC por 2,5 minutos), apresentam coloração azul-violeta demonstrando a formação do complexo amido-iodo (Fig. 2). Dessa maneira, esses autores demonstraram que a inativação da enzima alfa-amilase em ovos líquidos integrais é dependente da temperatura de pasteurização utilizada, e a pesquisa pela atividade dessa enzima por meio da quantificação indireta do amido hidrolisado demonstra ser uma metodologia eficaz para a verificação da eficiência do tratamento térmico.
Pasteurização de ovos - Image 1
Figura 2. Colorações obtidas pela adição de solução de iodo à agua (A) e adição de solução de amido e iodo ao ovo cru (B), ao ovo pasteurizado de 60 °C a 61,1ºC por 3,5 minutos (C) e ovo pasteurizado a 64,4ºC por 2,5 minutos (D).
 
Considerações finais
Diante do grande potencial de produção e comercialização de ovos industrializados, sobretudo ovos integrais pasteurizados, é relevante que as indústrias produtoras dessa matéria prima alimentar tenham a garantia da inocuidade e a preservação das características sensoriais como prioridades.

ABPA, Associação Brasileira de Proteína Animal, Relatório Anual ABPA 2019. Disponível em: < http://abpa-211 br.com.br/setores/avicultura/publicacoes/relatorios-anuais> Acesso: Junho, 2019.

ARAGON-ALEGRO L.C.; SOUZA, K.L.O.; SOBRINHO, P.S.C. et al. Avaliação da qualidade microbiológica de ovo integral pasteurizado produzido com e sem a etapa de lavagem no processamento. Cienc. Tecnol. Aliment., v.25, p.618-622, 2005.

BRASIL, Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. RESOLUÇÃO Nº 005 DE 05 DE JULHO DE 216 1991. - Padrão de Identidade e Qualidade para o Ovo Integral. Brasília, 1991.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal. Decreto nº 9.013 de 29 de março de 2017, e alterações. DOU.

BROOKS,J. α- Amylase in whole egg and its sensitivity to pasteurization temperatures. J. Hyg., v 60,p. 145-151, 1962.

BURHAN, A.; NISA, U.; GÖKHAN, C., et.al. Enzymatic properties of a novel thermostable, thermophilic, alkaline and chelator resistant amylase from an alkaliphilic Bacillus sp. isolate ANT-6. Proc. Biochem., vol. 38, no. 10, pp. 1397–1403, 2003.

CARMO, L.S. Produção e purificação em grande escala das enterotoxinas estafilocócicas SEA, SEB, SEC2, SED e TSST-1 para uso em ensaios imuno-enzimáticos. 2001.254f. Tese (Doutorado) - Instituto de Ciências 226 Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. 227.

COX, J. M., 2001. Eggs and egg products. In: Spoilage of Processed Foods: Causes and Diagnosis, Australian Institute of Food Science and Technology (AIFST) Incorporated, NSW Branch, Food Microbiology Group, Waterloo DC, p. 167-175.

CUNHA, M.L. R. S.; PERESI, E.; CALSOLARI, R.A.O. et.al. Detecion of enterotoxins genes in coagulase-negative staphylococci isolated from foods. Braz. J. Microbiol. v. 37, p.70-74, 2006.

EUROPEAN ECONOMIC COMMUNITY. 1989. Council Directive 89/437/EEC of 20 June 1989 on hygiene and health problems affecting the production and the placing on the market of egg products. Official Journal 234 L 212, 22/07/1989 p. 87–100.

EUZÉBY, J. P. List of prokaryotic names with standing in nomenclature. Disponível em < http://www.bacterio.cict.fr/ classifphyla.html >. Acessado em 20 de agosto de 2014.

FIGUEIREDO, T. C., R. P. VIEGAS, L. J. C. LARA, N. C. BAIÃO, M. R. SOUZA, L. G. D. HENEINE, AND S. V. CANÇADO. Bioactive amines and internal quality of commercial eggs. Poultry Science, v.92, p.1376-239 1384, 2013.

FIGUEIREDO, T.C.; ASSIS, D.C.S.; MENEZES, L.D.M., OLIVEIRA, D.D.; LIMA, A.L.; SOUZA, M.R.; 241 HENEINE, L.G.D; CANÇADO, S.V. Effects of packaging, mineral oil coating and storage time on the biogenic amine levels and internal quality of eggs. Poultry. Science, v.93, p.3171-3178, 2014.

FRANCO, B. D. G. M. F; LANDGRAF, M. Microrganismos indicadores. In: Microbiologia dos alimentos. Ed. Atheneu, cap.3, p. 27-31, 2008.

FREITAS, M. F. L. de; LEÃO, A. E. D. de S.; STAMFORD, T. L. M. et.al. A. Ocorrência de Staphylococcus aureus em carcaças de frango. B.CEPA. Curitiba, v. 22, p. 227, julho a dezembro, 2004.

GIBSON,D.L., et al. AgfC and AgfE facilitate extracellular thin aggregative fimbriae synthesis in Salmonella Enteritidis. Microbiology-Sgm, v.153, p.1131-1140, 2007.

GLÓRIA, M. B. A. 2005. Amines. In Handbook of Food Science. H. Hui and L. L. Nollet, ed. Marcel Dekker, New York, NY.

HALÁSZ, A.; BARÁTH, A., Simon, SARKADI, L.; HOLZAPFEL, W.Biogenic Amines and Their production by microorganisms in food. Trends in Food Science and Technology, vol. 5, p. 42-49, 1994.

HARA-KUDO, Y.; TAKATORI, K. Microbial quality of liquid egg and Salmonella infection status in japan. J. Food Hyg. Soc. Japan, v.50, p.35-40, 200

HENNEKINNE, J. A.; GUILLIER, F.; PERELLE, S. et.al. Intralaboratory validation according to the EN ISO 256 16 140 Standard of the Vidas SET2 detection kit for use in official controls of staphylococcal enterotoxins in 257 milk products. Journal of Applied Microbiology, v. 102, p. 1261–1272, 2007.

JAY. J.M. Microbiologia de Alimentos. Las Vegas. Editora Artmed. 6 ed. 2005. 711p.

JONES D. R. MUSGROVE M. T. Effects of extended storage on egg quality factors. Poultry Science. V.84, 260 p.1774-1777, 2005.

KLOOD, W. E.; SCHLEIFER, K.H.; G?TZ, F. The genus Staphylococcus. In: The prokaryotes, 1369-1420, Springer, New York, 1991.

KONEMAN, E. Diagnóstico microbiológico. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, cap. 11, parte 1, 2001.

LIMA, A. S.; GLÓRIA, M. B. A. Aminas bioativas em alimentos. Boletim da sociedade brasileira de ciência e tecnologia de alimentos, v. 33, n. 1, p. 70-79, 1999.

MOREIRA, A. P. S.; GIOMBELI, A.; LABANCA, R. A.; NELSON, D. L.; GLORIA, M. B. A. Effect of bioactive amines, microbial flora, physico-chemical characteristics, and tenderness of broiler breast meat. Poultry Science, v.87, P.1868-1873, 2008.

OLIVEIRA, B. L.; OLIVEIRA, D. D. Qualidade e tecnologia de ovos. Lavras: Ed. UFLA, 2013, 224p.

OLIVEIRA, A. V. B.; SILVA, R. A.; ARAÚJO, A. S.; BRANDÃO, P. A.; SILVA, F. B. Padrões microbiológicos da carne de frango de corte - Referencial teórico. Revista Verde (Mossoró – RN – Brasil) v.6, n.3, p. 01 – 16 julho/setembro de 2011.

OLIVEIRA, G. E.; FIGUEIREDO, T.C.; SOUZA, M.R.; OLIVEIRA, A.L.; CANÇADO, S.V.; GLORIA, M.B.A. Bioactive Amines and Quality of Egg from Dekalb Hen under Different Storage Conditions. Poultry Science. V.88, p.2428-2434, 2009.

OLIVEIRA, H. B. Uso de uma Alfa-amilase exógena em ração de frango de corte. 2012.42f. Dissertação (mestrado). Universidade Federal de Lavras 2012.

OMBUI, J.N.; MATHENGE, J.M. A Comparison of the Reverse Passive Latex Agglutination and Enz Linked Immunosorbent Assay Techniques for Detection of Staphylococcal Enterotoxins. A Journal of the 280 Kenya Veterinary Association, Nairobi, Quênia, v.31, n. 1, p. 20-25, 2007.

REGO, I.O.P. ; MENEZES, L. D. M. ; FIGUEIREDO, T. C. ; OLIVEIRA, D. D. ; ROCHA, J.S.R. ; LARA, L. J. 282 C. ; LIMA, A.L. ; SOUZA, M. R. ; CANÇADO, S. V. Bioactive amines and microbiological quality in 283 pasteurized and refrigerate liquid whole egg. Poultry Science, v. 93, p.1018-1022, 2014. 284.

RICKE, S.C., BIRKHOLD, S.G., GAST, R.K., 2001. Eggs and egg products. In: Downes, F.P., Ito,K. (Eds.), 285 Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods, 4th ed, American Public Health Association, Washington, D.C., pp. 473-481.

RIVOAL, K.; ROATIS, J.; QUÉGUINER, S.; et al. Use of pulsed-field gel electrophoresis to characterize the heterogeneity and clonality of Salmonella serotype Enteriditis, Typhimurium and Infantis isolates obtain from 289 whole liquid eggs. J.Food Microbiol.V. 129, p. 180-186, 2009. 290.

SILVA, C. M. G., GLÓRIA, M. B. A. Bioactive amines in chicken breast and thigh after slaughter and during storage at 4 ± 1°C and in chicken-based meat products. Food Chem. v.78 p. 214–248, 2002.

SILVA, R. G.; MENEZES, L. D. M.; LANZA, I. P.; OLIVEIRA, D. D.; SILVA, C. A.; KLEIN, R. W. T.; ASSIS, D.C.S.; CANÇADO, S. V. Evaluation of the alpha-amylase activity as an indicator of pasteurization efficiency and microbiological quality of liquid whole eggs. Poultry Science, v. 96, n. 9, p. 3375–3381, 2017.

USDA, United States Department of Agriculture. 2013. Whole eggs. Disponível em < http://www.ams.usda.gov/ sites/default/files/media/FPPS%20-297 %20Whole%20Eggs%20May%202015%20FINAL %2006-24-1515.pdf.> Acesso em : Sep. 2018.

VECIANA-NOGUÉS, M. C., MARINÉ-FONT, A., AND VIDAL-CAROU, M. C. Biogenic amines as hygienic 299 quality indicators of tuna. Relationship with microbial counts, ATP-related compounds, volatile amines, and 300 organoleptic changes. J. Agric. Food Chem. V. 45 p.2036–2041, 1997. 301.

Tópicos relacionados
Autores:
Silvana Cançado
Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG
Siga
Junte-se para comentar.
Uma vez que se junte ao Engormix, você poderá participar de todos os conteúdos e fóruns.
* Dados obrigatórios
Quer comentar sobre outro tema? Crie uma nova publicação para dialogar com especialistas da comunidade.
Criar uma publicação
rafael camacho
2 de febrero de 2023
Qual seria o equipamento menor para um pequeno produtor?
Wood Dantas Ferreira
8 de febrero de 2021
Prezados pode ser feita a Pasteurização de ovos em pasteurizadores lento?
Fernando Augusto Curvello
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ
3 de agosto de 2020
Parabéns; excelente artigo!
Junte-se à Engormix e faça parte da maior rede social agrícola do mundo.
Iniciar sessãoRegistre-se