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Exigências Nutricionais Perus de Corte

Exigências Nutricionais de Perus de Corte

Publicado: 26 de julho de 2010
Por: Carlos Augusto Q. Borges (C Borges Consultoria)
INTRODUÇÃO
Um dos motivos mais importante para o crescimento da produção de perus no mercado mundial, deve-se ao fato de que estas aves têm uma grande eficiência na conversão alimentar quando comparadas a outras espécies.
O fato de esta carne ser a mais magra e com baixas concentrações de colesterol, torna-se um atrativo a mais para a sua comercialização. É uma carne que se adapta muito bem a diferentes estilos e maneiras de preparo, o que facilita o processo de industrialização. A facilidade de absorção de gordura e de umidade justifica seu alto grau de industrialização.
O rendimento de um peru sem vísceras é de 80 a 82% do peso vivo, sendo que o peito representa de 24 a 45% desta ave.
A produção mundial de carne de peru em 1999 foi de 6,2 milhões de toneladas, representando um crescimento de aproximadamente 69% em relação ao ano de 1996 quando a produção foi de 4,3 milhões de toneladas. Os EUA são o grande produtor mundial de perus, respondendo por 26% da produção mundial; em segundo lugar aparece a China com 19% da produção e o Brasil aparece em terceiro lugar com 8% da produção mundial.
A produção de carne de peru vem registrando taxas crescentes de aumento na Europa. A considerar os últimos 10 anos, a produção européia cresceu mais de 85%, superando o crescimento mundial. Em 1999, a Europa produziu 14% da produção mundial. O grande produtor Europeu, a França, responde por 40% da produção regional.
O crescimento da produção de peru na União Européia deve-se a uma alternativa a carne vermelha e, sobretudo, pela entrada em mercados não tradicionais em carne de frango. Esta tendência deve aumentar ainda mais devido ao problema da BSE (Bovine Spongiform Encephalophaty), popularmente conhecida como "doença da vaca louca" e também ao aparecimento de vários focos de febre aftosa, principalmente no Reino Unido. O consumidor terá que optar por outra fonte de proteína animal que não seja a carne vermelha, abrindo espaço no mercado para o aumento da venda de frangos e perus.  
O comércio internacional de carne de peru tem crescido a taxas ainda mais aceleradas, ganhando participação cada vez maior no mercado. O aumento no interesse pela qualidade e valor nutritivo desta carne sustenta esta evolução.
ENERGIA
Quando falamos de energia temos a noção de um elemento decisivo nas rações de aves de difícil definição e com um custo elevado.
De certa forma, todos os componentes orgânicos do alimento sujeitos a digestão e absorção pelo organismo do animal contribuem para a energia útil deste alimento, embora tenham diferentes destinos no organismo animal.
A energia não pode ser considerada um nutriente, mas sim o resultado da oxidação dos nutrientes durante o metabolismo, conseqüentemente esta energia é liberada como calor ou armazenada para ser usada em um momento adequado pelos processos metabólicos das aves.
A primeira dúvida que o nutricionista enfrenta quando formula uma ração de perus é justamente em relação ao nível de energia mais adequado para aquela determinada ave naquela determinada fase da vida. Um nível energético apropriado conferirá a ração condições de suportar o máximo crescimento animal dentro da melhor relação custo-benefício. Sabemos que a ave come para manter a sua necessidade energética (hipótese glicostatica). Toda a vez que manipularmos o nível de energia da ração teremos um reflexo no consumo de ração e, conseqüentemente, no desempenho da ave. Quando isto acontecer, deveremos adequar os outros nutrientes da dieta na mesma proporção para garantirmos que a ingestão dos nutrientes satisfaça os seus respectivos requerimentos. Se uma ração for por demais energética, sem a devida proporção com os aminoácidos, por exemplo,  certamente teremos aves com excesso de gordura corporal e, em alguns casos aves de baixo ganho de peso. Contudo, além do nível energético da ração, uma série de outros fatores influencia o consumo de ração, não sendo necessário estabelecer rígidas relações energia-nutriente. O importante é o nutricionista manter em mente que um aumento do nível energético da ração demanda um proporcional incremento dos demais nutrientes da ração. O nível de energia de uma ração de peru deverá estar de acordo com o custo das fontes de energia disponíveis na região.  Locais ou condições onde as matérias primas energéticas (grãos de cereais, óleos e gorduras) são baratas, a opção por altos níveis de energia na ração normalmente representa o melhor retorno econômico. No entanto, se o preço dos ingredientes energéticos da ração for caro, a alternativa de formular com níveis mais baixos poderá ser a opção mais econômica, apesar do desempenho ser um pouco menor, pois o que devemos levar em consideração é o custo de produção, ou seja, o custo de produção de 1 kg de peru. Outro fator importante a ser mencionado é a exigência de energia para perus de acordo com a  temperatura ambiente em que estas aves estão alojadas. Nota-se uma diferença de 20 a 25% na ingestão de ração quando as temperaturas se encontram nas faixas extremas de condições observadas comercialmente. Nem sempre é possível manter os perus dentro da zona de conforto térmico e à medida que a temperatura declina, principalmente no inverno no sul do Brasil, é necessário aumentar a quantidade de energia para mantermos a taxa de crescimento normal. Vários autores afirmam que perus de corte respondem de uma maneira diferente a dos frangos em relação às variações dos níveis de energia metabolizáveis da  dieta. Este fenômeno ocorre principalmente até 6 semanas de idade, razão pela qual estas dietas poderiam ser formuladas com níveis de energia mais baixo, proporcionando uma redução significativa no custo de produção. Na prática, entretanto, a escolha de níveis energéticos mais elevados com a inclusão de algum tipo de gordura é mais conveniente, uma vez que os perus possuem insuficientes reservas corporais de gordura. A resposta em ganho de peso ao aumento dos níveis energéticos da ração é mais sentida nas fases finais da criação. Antes de  6 semanas de idade dificilmente os perus respondem em ganho de peso a um aumento do conteúdo de energia metabolizável (EM) da ração. Porem, após 12 semanas de idade, o aumento do nível energético da ração é normalmente acompanhado de um incremento do ganho de peso e de uma melhora na conversão alimentar. Alguns trabalhos científicos mostram que existe diferença na capacidade de aproveitamento de energia metabolizável dos alimentos entre frangos e perus. Entretanto, essa diferença é relativamente pequena podendo com isso os valores de EM para frangos serem usados para perus Tabela 1.
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Segundo Lesson (1995) esta diferença está no melhor aproveitamento de alimentos fibrosos por parte dos perus.  Outro fator relevante que deve ser considerado em formulações de rações para perus o fato de que embora estes tenham um melhor aproveitamento da gordura quando comparado com os frangos este aproveitamento é mais significativo com o aumento da idade, principalmente quando se trata de gorduras saturadas (sebo e banha). Por estas razões, devemos ter cuidado na escolha dos ingredientes a serem usados quando formularmos rações inicias (0- 4 semanas de idade). Tabela 2.
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Começaremos a falar sobre exigências nutricionais de energia metabolizável para perus de corte apresentando a Tabela 3 que mostra a recomendação do NRC (1994) para o consumo semanal de energia e sua relação com a ingestão da ração e o peso de perus machos e fêmeas.

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As exigências nutricionais de energia metabolizável para perus de corte com diferentes idades encontradas na literatura são mostradas na Tabela 4.
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PROTEÍNA E AMINOÁCIDOS
A exigência nutricional de Proteína Bruta para perus é muito mais alta em relação a outras aves domésticas. Já que a PB é um dos nutrientes mais caros de uma ração, deveremos em primeiro lugar conhecer qual o tipo de mercado que este peru será comercializado (inteiro ou corte), pois as exigências de PB e aminoácidos são diferentes para desempenho e rendimento de carcaça. Figura 1.
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FIGURA 1 : Exigência nutricional x Custo de ração
A taxa de crescimento e a deposição de tecido magro em perus dependem da proteína/ aminoácidos na dieta e também do consumo de energia. Se houver uma diferença significativa na deposição de tecido magro entre as diferentes linhagens de perus, é provável que a exigência nutricional de proteína e aminoácidos seja diferente, pois tanto a falta como o excesso de aminoácidos poderá alterar a relação entre os tecidos, aumentando a deposição de gordura na carcaça. Como já comentamos anteriormente, as exigências de aminoácidos dependem dos critérios de respostas medidos. Se usarmos o ganho de peso como critério de resposta, à exigência de lisina será menor, enquanto que o rendimento de carne de peito resulta em maior exigência de lisina.
Embora a exploração de perus tenha aumentado bastante nas últimas décadas, os trabalhos científicos para determinar exigências nutricionais nas diferentes fases de vida ainda são poucos. Muitas destas recomendações estão baseadas em trabalhos produzidos em décadas passadas, não levando em consideração a evolução genética para crescimento dos perus obtidos nas ultimas décadas. Tabela 5.
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Exemplo disto é o NRC (1994) que recomenda o uso de 28% de PB para perus de 0-4 semanas de idade, baseado em pesquisa das décadas de 50-60. Isto explica o fato de encontrarmos bastante diferença entre os manuais das diferentes linhagens de perus que se encontram no mercado. Nas tabelas 6 e 7 encontram-se algumas destas recomendações que poderão ajudar o nutricionista na hora da formulação, entretanto devemos salientar que estas recomendações nutricionais foram obtidas em ambiente controlado bem diferente da realidade das nossas criações.
TABELA 6 - Recomendações nutricionais de proteína e aminoácidos do NRC (1994) para perus machos e fêmeas em diferentes fases de criação.
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TABELA 7 - Recomendações nutricionais de proteína e aminoácidos de diferentes linhagens comerciais para perus em diferentes fases de criação.
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A maioria dos trabalhos científicos sobre exigências nutricionais de proteína bruta para perus de corte usa como base o NRC (1994). Por exemplo Kidd et al. (1997), avaliaram quatro níveis de proteína dietética (100, 92, 84 e 76 % das recomendações do NRC, 1994). Foi feita a inclusão de l-treonina a 0.1 e 0.2% nos tratamentos com níveis de proteína de 92 e 84%. Todos os tratamentos tinham 105% das recomendações do NRC (1994) para metionina, lisina, triptofano e aminoácidos sulfurados. Os autores observaram diferença significativa em peso corporal nos tratamentos com baixa proteína (76 e 84%). Entretanto, não houve diferença significativa para peso corporal e conversão alimentar no tratamento com 84% de proteína bruta suplementado com l-treonina. Também foram encontradas diferenças significativas no rendimento de carne de peito, sendo que os tratamentos com baixos níveis de proteína (76 e 84%) apresentaram uma menor deposição de carne de peito quando comparados  aos demais tratamentos. Os autores não encontraram diferença significativa entre os tratamentos com valores altos de proteína (92 e 100%). Estes resultados (tabela 8) mostram que existe um provável beneficio econômico no fornecimento de níveis menores de proteína bruta quando os parâmetros avaliados forem os de desempenho, não levando em consideração o rendimento de carne de peito.
Tabela 8- Efeito da PB e suplementação de treonina sobre parâmetros de perus machos com 18 semanas de idade.
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Firman (1994), testando diferentes níveis de proteína bruta na dieta de perus com  7 a 21 dias de idade, concluiu que a exigência nutricional de proteína bruta ficou entre 24 e 26% inferior às recomendadas pelo NRC (1994) que é de 28% de PB para perus com 0 a 4 semanas de idade. Tabela 9.
Tabela 9- Parâmetros de desempenho de perus com 7 a 21 dias de idades submetidos a diferentes níveis de PB na dieta.
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Existem vários trabalhos afirmando que se pode usar níveis mais baixos de proteína bruta na dieta de perus de ambos os sexos e em diferentes fases, desde que as dietas sejam suplementadas com aminoácidos sintéticos como metionina e lisina. Segundo  Firman (1994), perus machos alimentados com ração que contenham  85% de proteína bruta das recomendadas pelo NRC (1994) e mantenham em  100% as recomendações de  metionina e lisina, sofrem um pequeno efeito no peso corporal. Entretanto conforme o autor, existe uma redução no rendimento de carcaça destas aves. Tabela 10.
Tabela 10- Efeito do uso de diferentes concentrações de proteína em perus machos com 19 semanas de idade suplementada com lisina e metionina.
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Boling e Firman (1997a), observaram que perus na fase inicial (1 - 4 semanas de idade) alimentados com dietas de 18,4% de proteína bruta suplementada com aminoácidos sintéticos e ácido glutâmico ou sucrose, tiveram um desempenho (ganho de peso diário e conversão alimentar) similar ou superior aos perus alimentados com dietas formuladas com os requerimentos do NRC (1994).
LISINA
Sempre que falamos em exigência nutricional de lisina lembramos o conceito de proteína ideal, pois este aminoacido é usada como referência. Entretanto, os trabalhos relativos a este tema são limitados em perus. Como a lisina é referência para a formulação ideal de aminoácidos, é importante determinar com exatidão a exigência nutricional de lisina em perus nas diferentes fases de vida.
O conceito de proteína ideal também está sendo testado na formulação de rações para perus (Firman, 2000), porém em rações comerciais o uso desse conceito ainda não é prático.  Para aves com um elevado nível de proteína, é muito importante manter o melhor balanço teórico de aminoácidos que supram as exigências das aves. A dieta não deve ter excesso nem deficiência de aminoácidos cuja mínima quantidade seja desaminada para produção de energia.  Desta forma, se busca uma menor excreção de nitrogênio e menor poluição do meio ambiente.  A lisina é usada como o aminoácido de referência para a formulação de dietas com proteína ideal para aves e suínos, pois esta aumenta em função do ganho genético para massa muscular, e é o aminoácido com maior informação disponível. Em contraste às vantagens da utilização de proteína ideal, existem obstáculos práticos como os poucos dados de digestibilidade verdadeira dos aminoácidos para perus. Na formulação com proteína ideal, devem ser usados os menores valores da exigência dos aminoácidos, reduzindo a níveis muito baixos a proteína e aumentando a utilização de aminoácidos sintéticos. Isto torna a dieta cara e pouco competitiva frente a dietas formuladas sem suplementação de aminoácidos.
No entanto, a formulação baseada em proteína ideal é necessária para as pesquisas de avaliação de exigências de aminoácidos frente às mudanças de ambiente, genética e utilização de diferentes alimentos, e na avaliação da digestibilidade de aminoácidos em outros alimentos.
Segundo Boling e Firman (1998) níveis de lisina digestível de 1,32 e 1,34% são necessários para perus fêmeas de 1 a 4 semanas de idade atingirem ganho de peso e conversão alimentar ideal.
Vários estudos sobre exigência nutricional de lisina para perus de ambos os sexos e em diferentes fases indicam que níveis acima dos recomendados pelo NRC (1994) têm impactos significativos sobre o rendimento de carne de peito. Waldroup et al. (1997), afirmam que as exigência de lisina do NRC (1994) são adequadas para desempenho zootécnico. Entretanto, níveis mais altos são necessários para maximizar o rendimento de carne de peito. Os autores afirmam que as exigências de lisina do NRC (1994) parecem ser um pouco baixas se o programa de alimentação for trocado a cada duas ou três semanas, diferente do que preconiza o NRC (1994) que recomenda trocas de programa a cada quatro semanas. O efeito das alterações dos intervalos de alimentação sobre desempenho zootécnico e rendimento de carcaça apresenta-se na Tabela 11.
Tabela 11- Efeito dos níveis de lisina sobre peso corporal, conversão alimentar, gordura abdominal e rendimento de carne de peito de machos com 18 semanas de idade.
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Lehmann et al. (1996) testando diferentes níveis de lisinas (0,61 a 0,96%) em perus machos entre 16 e 20 semanas de idades, concluíram que o aumento dos níveis de lisina em dietas de perus possibilitam uma melhor resposta para ganho de peso, conversão alimentar e rendimento de carne de peito e o nível de 0.96% de lisina parece ser o mais adequado para perus machos na fase final (Tabelas 12).  Meyer (1997) testando três níveis de lisina (baixo, médio e alto) durante todas as fases da vida, concluiu que  níveis mais altos de lisina proporcionaram um melhor rendimento de carne de peito em perus abatidos com 22 semanas de idade
Tabela 12- Efeito dos níveis de lisina sobre o desempenho de perus machos de 16 a 20 semanas de idade.
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Aminoácidos sulfurados totais
Existem poucos trabalhos sobre a exigência de aminoácidos sulfurados totais (AAST) para perus de corte. Segundo Boiling e Firman (1998) a exigência de aminoácidos sulfurados totais para perus na fase inicial (1 a 4 semanas de idade) é de 0,76% para ganho de peso e de 0,75% para conversão alimentar em dietas com níveis de energia de 100 kcal. Valores estes bastante abaixo do que recomenda o NRC (1994) que é de 1.10%. Entretanto, um trabalho feito por Behrends e Waibel (1981), investigando a exigência nutricional de aminoácidos sulfurados para perus de corte de 1 a 4 semanas de idade concluiu que o nível mais adequado foi de 1.05%.
Segundo o NRC (1994), a relação ideal de AAST para lisina em perus de corte entre 4 a 8, 8 a 12, 12 a 16 e 16 a 20 semanas de idade é 0.6, 0.58, 0.65 e 0,69%, respectivamente.  
Treonina
Segundo Kidd et al. (1998), a treonina é o terceiro aminoácido limitante para perus alimentados com dietas a base de milho e soja. Os mesmos autores afirmam que se pode diminuir os níveis de proteína na ração de perus, desde que seja suplementada com aminoácidos sintéticos como metionina, lisina e treonina.
 O NRC (1994) recomenda o uso de 1,00% de treonina na fase de 1 a 4 semanas e 0,95% entre 4 e 8 semanas. Porém,  Waldroup et al. (1998) têm determinado que perus nas fases de 3 a 6 semanas e 6 a 9 semanas necessitam de um máximo de 0,92% e 0,86%, respectivamente (Tabelas 13 e 14). Valores similares (0,97% e 0,77%) foram calculados por Kidd et al. (1998), confirmando as observações de Lehman et al. (1997). Estes pesquisadores observaram que durante todo o período de crescimento, as exigências de treonina para perus estavam abaixo das recomendações do NRC (1994), embora tenham observado um aumento do rendimento de carne de peito ao aumentar o nível de treonina para 0,64% entre as 16 e 20 semanas de vida.
 Lilburn e Barbour (1996) mostraram que as recomendações do NRC (1994) para treonina aparentemente subestimam a exigência, principalmente, para ganho de peso máximo e rendimento de carne de peito de machos depois de 12 semanas de idade. Para frangos e suínos recomenda-se uma relação treonina para lisina de 65 a 68% (Baker, 1994). Já Leclercq (1997) estimou que a relação treonina para lisina para perus é 66, 61, 63% para ganho de peso, conversão alimentar e rendimento de carne de peito , respectivamente. No entanto, fica evidente que quanto maiores forem os níveis de lisina da dieta mais dificuldade teremos para manter os níveis de treonina, principalmente quando usarmos matérias primas pobres em treonina, como é o caso do trigo e das farinhas de origem animal. Nestes casos teremos a necessidade de suplementar a dieta com treonina sintética. Entretanto, devemos ficar atentos com o custo da nova formulação, para não onerar o custo de produção.  
Tabela 13- Efeito dos níveis de treonina no desempenho de perus machos de 3 a 6 semanas de idade
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Tabela 14- Efeito dos níveis de treonina no desempenho de perus machos de 6 a 9 semanas de idade
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Conclusão
Existem poucos trabalhos na literatura sobre as exigências nutricionais de perus de ambos os sexos e nas diferentes fases da vida.
Em primeiro lugar, devemos definir qual o tipo de exploração que o produtor de perus deseja (perus inteiros ou para corte), para termos condições  de definir o programa de alimentação e exigências nutricionais, levando em consideração o alto custo dos  programas projetados para maximizar a deposição de carne de peito.
As exigências nutricionais de proteína e aminoácidos variam de acordo com os parâmetros medidos, ou seja, exigências para ganho de peso e conversão alimentar são menores quando comparadas às exigências para rendimento de carne de peito.
Para usarmos o conceito de proteína ideal para perus devemos saber com exatidão qual a exigência de lisina para definir as melhores relações com os demais aminoácidos.
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