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Efeito do estresse do transporte granja-abatedouro na ocorrência de Salmonella sp em suínos

Publicado: 28 de março de 2011
Por: Roberta Torres de Melo; Paulo Lourenço da Silva; Paulo Lourenço Silva (Dr. em Ciências Veterinárias -UFLU); Daise Aparecida Rossi
Resumo:
O suíno é reconhecido como importante reservatório de Salmonella e funciona na cadeiaepidemiológica como fonte de infecção para o ser humano, tanto pela eliminação do agente nasfezes, como através da contaminação de carcaças e produtos derivados. Anualmente, muitos casosde salmonelose humana ocorrem em decorrência do consumo de carne suína contaminada e,apesar da preocupação crescente com a segurança alimentar, tem-se observado um aumento naprevalência deste patógeno na produção, no abate e no processamento da carne desses animais. Ascondições de manejo e os fatores externos como estresse de transporte desses animais da granja aoabatedouro podem ser responsáveis pela multiplicação da bactéria e pelo aumento da morbidade.Este estudo objetivou verificar a influência do estresse no transporte da granja ao abatedouro napositividade para Salmonella sp em suínos de terminação. Foram analisados suabes retais de 45suínos de terminação de um lote. As coletas foram realizadas durante o alojamento na granja eposteriormente quando os mesmos foram alocados na pocilga de espera do frigorífico. Dos suínospesquisados, 57,77% (26/45) foram positivos nos suabes retais coletados nas granjas determinação; e 48,88% (22/45) foram positivos nos suabes retais coletados na pocilga de espera dofrigorífico. A análise destes resultados indicou que nas condições estudadas o estresse detransporte não aumentou a positividade para Salmonella sp nos animais (P>0,05).
Palavras-chave: Suínos, Salmonella sp, estresse de transporte. 
1. INTRODUÇÃO
A carne suína é a segunda forma protéica animal mais consumida no mundo. Isso se deveaos vários aspectos que facilitam sua transformação, além de oferecer inúmeras opções de venda nomercado (JUNIOR, 2004). Em dados numéricos, o setor representa 39% (FAO, 2005) de todo oconsumo de carne mundial, seguido pelo uso de aves e bovinos (AGROSOFT BRASIL, 2008).Inversamente ao restante do mundo, o Brasil tem na suinocultura sua terceira maisconsumida fonte de proteína animal. Enquanto alguns dos países registram um alto consumo percapta, como a Áustria (73,1 kg), Espanha (67,4 kg), Alemanha (66,4 kg), Dinamarca (64,7 kg) eItália (42,9 kg), no Brasil, o consumo é de no máximo 13 quilos pessoa/ano. Deste número, a maiorparte (60%) é de embutidos, segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS)(AGROSOFT BRASIL, 2008). 
Em contraposição ao consumo, o Brasil detém hoje o quarto maior plantel suíno do mundo,com um rebanho superior a 37 milhões de cabeças que, em 2007, foi responsável por uma produçãode 3 milhões de toneladas. É também o quarto maior exportador mundial (AGROSOFT BRASIL,2008).A ausência de microrganismos patogênicos em produtos de origem animal tornou-se umaexigência de regulamentos nacionais e internacionais. Entre esses microrganismos, a Salmonella sptem sido uma preocupação na indústria de produtos avícolas, e vem ganhando importância tambémna cadeia de produção de suínos (FUNK et al., 2001), principalmente depois dos surtos detoxinfecção alimentar de origem suína na Dinamarca. Após a implantação do programadinamarquês de controle contra salmonelose, outros países produtores de suínos iniciaram estudosde prevalência de Salmonella sp e tomaram medidas para seu controle nos rebanhos, como forma degarantir qualidade dos produtos oferecidos no mercado interno ou externo (WEISS et al., 2002;BESSA, COSTA e CARDOSO, 2004).A Salmonella é um bacilo gram-negativo, não esporulado, anaeróbio facultativo(TORTORA et al., 1993).
Possui ampla distribuição mundial, e quando presente no ambientes deprodução animal é considerada como potencial problema sanitário para a saúde animal e humana(SCHWARTZ, 2000). A presença de Salmonella em suínos pode representar um risco para a saúdepública, já que é grande o número de casos de toxinfecções devido ao consumo de produtoscontaminados, fato observado em diversos países (DAVIES, FUNK, 1999).As doenças causadas por Salmonella sp dividem-se em dois grupos, segundo a divisãoproposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS): o primeiro composto pela febre tifóide,causada por Salmonella Typhi, e as febres entéricas, causadas por Salmonella Paratyphi (A, B e C);o segundo é composto pelas enterocolites ou salmoneloses, causadas pelas demais salmonelas, quesão agentes mais frequentemente veiculados por alimentos (ICMSF, 2000). 
A salmonelose é uma zoonose de importância mundial. A ampla distribuição do gêneroSalmonella entre os animais, e sua persistência no ambiente dos sistemas de produção contribuipara que este microrganismo assuma um papel importante na saúde pública (WEISS et al., 2002).Supõe-se que a prevalência de Salmonella sp em suínos abatidos esteja associada a múltiplosfatores de risco presentes na granja que poderiam aumentar a intensidade da contaminação do lote.O transporte e a espera do abate são provavelmente alguns dos fatores importantes para o aumentoda ocorrência de Salmonella sp. Quando os animais são enviados ao abate, diferentes agentes deestresse são introduzidos na cadeia, como a mistura com animais de outros lotes e o jejum. Assim, écomum haver maior excreção de bactérias, como a Salmonella sp nas fezes, devido a maiorevacuação do ceco e do intestino grosso (MORROW et al., 2000).
Adicionalmente, segundoBerends et al. (1996) os animais livres dessas bactérias podem ser infectados, amplificando o riscoquando há mistura de lotes. As condições de transporte, caminhões contaminados, e a contaminaçãocruzada, a partir de animais excretores, são pontos importantes de contaminação (VAN DERGAAG et al., 2003). A maioria dos sorovares de Salmonella que infectam suínos, não causa doença clínica e seussintomas típicos. Assim, mesmo animais aparentemente saudáveis podem excretar a bactéria deforma intermitente e contaminar o ambiente e outros animais (WILCOCK; SCHWARTZ, 1993;CASTAGNA, et al., 2004). Estudos têm apontado suínos positivos em linfonodos mesentéricoscomo sendo portadores assintomáticos de infecção prévia, ocorrida na granja. Estes animais,principalmente pelo estresse durante o transporte até o abatedouro, poderiam excretar Salmonella spnas fezes, contaminando outros suínos, que passariam a ser positivos no conteúdo intestinal,tornando-se disseminadores passivos (MORROW et al., 2000). O risco potencial desses animaisdurante o processamento foi demonstrado por meio de uma correlação significativa entre presençade Salmonella sp no conteúdo intestinal com carcaças positivas na linha de abate (SWANENBURGet al., 2001a). 
Os animais portadores dos sorovares de Salmonella sp causadores de gastroenterite emhumanos, na maioria das vezes, não apresentam sinais clínicos, passando despercebidos na granja e3no abatedouro. O estresse constitui um importante fator na reativação de suínos portadoresassintomáticos que não estão excretando Salmonella sp. Estudos têm demonstrado o aumento dataxa de excreção de espécies de Salmonella sp após o estresse de transporte da granja produtora atéo abatedouro, tornando estes animais um perigo potencial para a segurança alimentar (WEISS et al.,2002; KICH et al., 2005). 
As infecções de suínos por Salmonella sp envolve vários fatores. Ao longo da cadeia deprodução é possível observar a rápida transmissão da bactéria a animais não infectados após ocontato com ambientes e animais positivos para Salmonella sp, e sua conseqüente transmissão aoshomens.No Brasil os relatos de isolamentos de Salmonella em granjas produtoras de suínos estãoassociados ao quadro clínico da doença, tanto na forma entérica como septicêmica(LANGENEGGER; LANGENEGGER, 1975; BARCELLOS et al., 1980; FERRAZ et al., 1984;BARCELLOS et al., 1984). Em animais clinicamente normais tem sido encontrado diferentes níveisde portadores em linfonodos colhidos no momento do abate (NEIVA, 1946; COSTA et al., 1972;LANGENEGGER et al., 1983; ALVES et al., 1994).Em países industrializados, a Salmonella sp destaca-se como a principal bactéria patogênicaincorporada na linha de abate pelo próprio suíno. O risco dessa contaminação está dimensionadopor uma probabilidade 3,5 vezes maior para suínos portadores das mesmas em comparação aos nãoportadores. Por isso, consideraram importante o controle, sobretudo da Salmonella sp, em etapasanteriores ao abate, incluindo o transporte e o sistema de criação (LIMA et al., 2004). Por estarazão, o número de animais portadores que chega ao abate tem sido apontado como o primeiroponto crítico do processamento, em relação a Salmonella sp (BESSA, COSTA e CARDOSO,2004). 
A redução das taxas de infecção pré-abate resulta em aumento da segurança dos produtossuínos (HURD et al., 2002). Assim, além das condições higiênico-sanitárias das granjas, o estressecausado pelo transporte e pela espera pré-abate têm sido apontados como pontos críticos decontaminação por Salmonella sp (ROSTAGNO et al., 2003).Segundo o CODEX Alimentarius, a presença de qualquer sorotipo de Salmonella emalimentos é motivo para classificá-los como impróprios para o consumo, tanto no mercado nacionalcomo internacional. Isto tem levado a indústria de produtos de origem animal a implementarestratégias de controle com a finalidade de garantir a segurança dos alimentos (KICH et al., 2005).Apesar disso, no Brasil, não existe um programa oficial de monitoria ativa da contaminação decarcaças suínas por Salmonella sp (BRASIL, 2006).Dessa forma o objetivo do trabalho foi avaliar a influência do estresse no transporte desuínos de terminação da granja ao abatedouro para ocorrência de Salmonella sp, além de comparara ocorrência de Salmonella sp antes e após o transporte. Assim, esse trabalho busca demonstrar ograu de eliminação do agente pelos animais, podendo constituir uma importante fonte decontaminação das carcaças, assumindo fundamental importância para o entendimento daepidemiologia desses agentes, e posterior melhoria no controle higiênico-sanitário e,consequentemente, oferecendo ao consumidor um produto de melhor qualidade. 
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1 AmostragemO estudo foi realizado em uma granja de terminação de suínos, e em um frigorífico sobinspeção oficial no município de Uberlândia-MG. A coleta das amostras foi feita em duas etapas: 1)granja de terminação de suínos, uma semana antes do abate; 2) na pocilga de descanso após otransporte dos mesmos animais.Na granja de terminação de suínos, uma semana antes do abate foram aleatoriamenteescolhidos 45 animais de um mesmo lote. Amostras de fezes individuais do reto de cada animal foram coletadas por meio de suabe retal. Os animais foram marcados (brincos numerados) paraposterior reconhecimento no frigorífico.Nos animais previamente marcados na granja alojados na pocilga de espera, foram coletadasnovamente fezes individuais do reto de cada animal, para verificar o efeito do estresse do transportenos resultados. A coleta foi realizada da mesma forma que na granja, com suabe retal.Após a coleta os suabes foram adicionados a 10 mL de água peptonada tamponada estéril(APT), acondicionadas em caixa isotérmica contendo gelo e transportadas ao laboratório paraanálise. O processamento das amostras foi realizado no Laboratório de Biotecnologia AnimalAplicada (LABIO) da Universidade Federal de Uberlândia - Faculdade de Medicina Veterinária. 
2.2 Diagnóstico de Salmonella spp
Foi utilizada a metodologia descrita por Michael et al. (2003). Amostras pré-enriquecidasem caldo APT foram incubadas a 37 °C por 24 horas, e, posteriormente, repicadas para 10 mL decaldo tetrationato Muller-Kaufmann (TMK, Difco) e incubados a 37 °C por 24 horas. Oplaqueamento foi realizado no meio seletivo diferencial: ágar verde brilhante (VB) e ágarxilose lisina desoxicolato (XLD). As placas foram incubadas a 37°C por 24 horas. Colôniassuspeitas deSalmonella sp foram submetidas à identificação bioquímica através dos meios de culturatríplice açúcar ferro (TSI), lisina ferro (LIA), hidrólise da uréia, motilidade (SIM), indol epurificadas em ágares nutrientes inclinados. As mesmas colônias foram submetidas à prova deaglutinação rápida em lâmina, utilizando anti-soro polivalente somático Salmonella O. Colôniasidentificadas como Salmonella sp foram congeladas em caldo APT com glicerol para posteriortipificação. 
2.3 Análise estatística
O delineamento utilizado foi o teste de McNEMAR, que consiste em um teste decomparação de duas proporções. Avalia o grau de discordância de procedimentos aplicados aosmesmos indivíduos. Utilizou-se significância de 5%, sendo que ocorre discordância quando "p" formenor que 0,05. As análises estatísticas foram realizadas no programa Bioestat (AYRES et al.,2005). 
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos na análise das amostras coletadas na granja de terminação e na pocilgade descanso estão expressos na Tabela 1.
Tabela 1: Número e local de coletas de amostras positivas e negativas para Salmonella sp em suaberetal de suínos, coletados na granja, e no curral de descanso, após transporte ao frigorífico. 
Efeito do estresse do transporte granja-abatedouro na ocorrência de Salmonella sp em suínos - Image 1
Do total de 45 amostras de suabe retal da coleta na granja de terminação analisada, 26(57,77 %) foram positivos para Salmonella sp. Já na etapa de pré-abate, isolou-se Salmonella sp de22 dos 45 suínos (48,88 %). Esses resultados mostram que haviam animais com infecção prévia nagranja e que estes podem ter introduzido o microrganismo no frigorífico contaminando a linha deabate. É preciso considerar que a característica intermitência na excreção fecal do gênero Salmonella (NIELSEN et al., 1995) permite supor que a média de animais positivos nogrupo possa ser ainda maior que a encontrada. 
Resultados próximos foram descritos em suínos abatidos na região Sul do país, com índicesvariando de 55,56% a 77%, apresentando as maiores prevalências (BESSA et al., 2004;SCHWARZ, 2006).Bessa, Costa e Cardoso (2004) observaram no estado do Rio Grande do Sul que dos 300suínos amostrados, foi possível isolar Salmonella sp em 167, resultando numa prevalência de55,66% de animais positivos no momento do abate. Já Lima et al. (2004) dizem que na Alemanha,isolaram Salmonella sp em 3,7% das amostras fecais.Alban et al. (2002) estabeleceram três níveis de risco de contaminação por Salmonella aoabate conforme a soroprevalência encontrada na granja. São consideradas de risco baixo as granjascom até 40 % de soroprevalência, médio entre 40 e 70% e alto se maior que 70%, categorias queestão de acordo com a classificação estabelecida por Kich et al. (2005), que encontraramsoroprevalência de 57,6% (risco médio) no lote de suínos de terminação analisado, resultado estesemelhante ao encontrado no presente estudo.A Salmonella pode entrar na granja de várias formas como: suínos que excretam a bactéria;rações contaminadas; fômites e vetores. Em estudos realizados por Kich et al.(2005), o alojamentocom leitões portadores e excretores de Salmonella foi observado na maioria das granjas (11/12),estes lotes foram contaminados na fase anterior da produção ou durante o transporte. E em 10/12granjas foi isolado Salmonella de pelo menos uma partida de ração ao longo do período decrescimento e terminação. Esses resultados, assim como os obtidos nesse estudo, indicam que aspráticas de limpeza, desinfecção, vazio sanitário e biossegurança não estão sendo eficientes, alémde estar associada à presença de roedores e moscas nas instalações durante ou após o vaziosanitário. 
O decréscimo no número de excretores de Salmonella sp, observado nas fezes ao abate, nãodeve minimizar a importância dos animais provenientes de lotes positivos que chegam aofrigorífico. Estudos realizados anteriormente (ROSTAGNO et al., 2003) demonstraram aimportância da contaminação cruzada de animais negativos que chegam ao frigorífico, a partir deanimais portadores que estão excretando Salmonella sp nas fezes. A rápida invasão de linfonodosque ocorre a partir do trato gastrintestinal (HURD et al., 2001) resulta em importante aumento nonúmero de animais portadores na linha de abate. A entrada de animais positivos para Salmonella spno frigorífico é considerada o principal fator de risco para a contaminação das carcaças e do produtofinal (STEGE et al., 2001). A Tabela 2 demonstra de forma efetiva a relação entre os animaissoropositivos na granja e depois do transporte, na pocilga de espera.
Tabela 2: Comparação do isolamento de Salmonella sp das fezes de suínos de uma granja determinação com o isolamento da bactéria nas fezes dos mesmos animais, na etapa de pré-abate nofrigorífico. 
Efeito do estresse do transporte granja-abatedouro na ocorrência de Salmonella sp em suínos - Image 2
Dos 45 suínos amostrados, 12 apresentaram isolamento para Salmonella sp tanto na granjaquanto no frigorífico e 10/45 animais, resultado negativo na granja e positivo no frigorífico um diaantes do abate dos mesmos. Não houve diferença significativa (p > 0,05) entre os pontos de coletaanalisados (p = 0,6625 e p = 0,5403).Ao abate, foi possível constatar o aumento da percentagem de animais soropositivoscomparando-se com os suínos positivos provenientes da granja. Essa relação é de 45,45% (10/22),demonstrando a intensa disseminação da infecção ocorrida no lote. 
Situações de estresse de transporte podem ter contribuído para que se isolasse Salmonella spdas fezes de suínos no frigorífico, tendo estes animais isolamento negativo para a bactéria na granja.Segundo Lo Fo Wong et al. (2002), o estresse do transporte e a permanência dos animais por longoperíodo (superiores a 12 horas) nas pocilgas, contribuem para a disseminação e multiplicação dabactéria nos animais portadores e para contaminação de outros animais livres. Durante o transporte,os suínos estão sujeitos a muitos fatores de estresse tais como, barulho, formação de novos grupos,lotação excessiva, transporte de longa duração, mudança de temperatura ambiente, etc (WARRISSet al., 1992). Conseqüentemente, há um aumento do número de animais excretando Salmonella aochegar ao matadouro (BERENDS et al., 1996; RAJKOWSKI et al., 1998). Outro fator que possa tercontribuído para a contaminação de outros animais no frigorífico pode estar diretamenterelacionado ao período de descanso antes do abate, que contribui para a disseminação do patógenoprincipalmente pela via fecal-oral, além da via nasal através do ambiente contaminado ou pelocontato direto com animais positivos da granja (SWANENBURG et al., 2001a).É importante ressaltar que em lotes que chegam positivos no frigorífico é a granja que ocupapapel mais importante no ciclo de contaminação, enquanto a baia de espera assume importância nacontaminação dos lotes provenientes de granjas negativas (SWANENBURG et al., 2001b).Segundo Kich et al. (2005), 70% das carcaças contaminadas são dos próprios animaisportadores e as demais (30%) são de contaminações cruzadas.
A associação entre fatores como os suínos portadores, o sistema de criação, a logística detransporte, o estresse pré-abate, o jejum prolongado nas pocilgas dos frigoríficos, a tecnologia deabate destes animais bem como as características ubiquitárias deste patógeno, colaboram de formadecisiva na prevalência de Salmonella sp ao longo de toda a cadeia de produção. (VAN DERGAAG et al., 2004).Os resultados obtidos no presente trabalho chamam a atenção para a necessidade de seelaborar monitoramentos microbiológicos que determinem os pontos críticos de controle no abatede suínos por meio de medidas integradas em todas as fazes da produção, viabilizando, dessa forma,a determinação do nível adequado de proteção ao agente. 
4. CONCLUSÃO
A identificação de suínos positivos para Salmonella no pré-abate mostra que esses animaissofreram uma infecção prévia na granja analisada que refletiu no alto índice de isolamento dabactéria no abate.O número de animais positivos observados neste trabalho demonstra o risco que esse patógenorepresenta na cadeia de produção de alimentos. Dessa forma, a sua veiculação na carne ou nos produtosderivados, principalmente nos frescais, torna-se preocupante à saúde pública, como causadora desalmonelose humana e como barreira comercial para as exportações. É preciso desenvolver mais estudosque busquem controlar a transmissão desse agente na cadeia produtiva brasileira de suínos, além dedesenvolver programas de controle de Salmonella, atendendo às exigências crescentes dosconsumidores e melhorando o padrão sanitário dos produtos de origem animal. 
5. AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus e a minha família pelo apoio, pois esse conjunto representameu alicerce em tudo que faço.Ao professor Paulo Lourenço da Silva, meu orientador nesse projeto, que sempre me ajudounas dificuldades encontradas no decorrer do trabalho.À professora Daise Aparecida Rossi, minha co-orientadora, que esteve presente em todas asetapas desse processo e me apresentou todas as informações necessárias para sanar minhas dúvidase desenvolver o trabalho com êxito.Agradeço também a doutoranda Belchiolina Beatriz Fonseca, minha grande amiga, quesempre acreditou e confiou no meu trabalho e que me ensinou todos os detalhes relacionados ao7projeto e me ensinou também sobre o amor à pesquisa que me fascinou. Sou grata também pelos"ralas" que me fizeram aprender ainda mais.Por fim, agradeço à agência financiadora CNPq que nos forneceu todos os recursosnecessários para desenvolver este trabalho. 
6. REFERÊNCIAS
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7. DIREITOS AUTORAIS
Os autores descritos nesse manuscrito são os únicos responsáveis pelo conteúdo do materialimpresso no trabalho, não existindo empresas envolvidas nem detentores de patentes. 
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