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PLASMA SANGUÍNEO NA DIETA DE MARRÃS.

Publicado: 20 de abril de 2016
Por: BÁRBARA V. DE FREITAS1*, LÚCIO F. ARAÚJO1, RAFAEL A. NACIMENTO2, JOSE A.R. ULLOA2. 1Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos – FZEA/USP - Pirassununga/SP – 2Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – FMVZ/USP – Pirassununga/SP.
Sumário

Foi realizado um experimento com o objetivo de avaliar a utilização de plasma bovino desidratado na dieta de marrãs, durante a fase de gestação, sobre o efeito na leitegada. Foram utilizadas 24 fêmeas (Topigs Norsvin®) prenhes, com idade e peso aproximado de 215 ± 9.46 dias e 127 ± 8.0 kg, respectivamente. As dietas foram a base de milho e farelo de soja, seguindo as recomendações de Rostagno, et al. (2011). O delineamento experimental foi ao acaso, com 4 tratamentos (0, 0,5, 1,0 e 2,0%) de plasma adicionado na dieta. Seis repetições por tratamento foram usadas sendo cada marrã uma unidade experimental. Após o nascimento, todos os leitões foram pesados, obtendo o peso dos nascidos totais, nascidos vivos e número de nascidos vivos. Os dados obtidos foram analisados pelo PROC REG (SAS, 2012) ao nível de 5% de significância. As características não foram influenciadas pela inclusão do plasma na dieta das fêmeas.

 

Palavras-chave: leitões; peso de nascimento; nutrição.

 
Introdução
O plasma sanguíneo tem por característica ser um ingrediente único em rações animais por sua alta qualidade proteica e funcional. Sua utilização é frequente na suinocultura, especialmente na ração de leitões desmamados, promovendo melhor consumo, crescimento e produtividade (POLO et al 2010). Devido aos seus efeitos sobre a redução da estimulação imune e da inflamação, seu uso é cada vez mais frequente em matrizes durante a gestação-lactação para melhorar o peso, uniformidade da leitegada ao nascer e ao desmame, assim como melhorar a condição corporal de primíparas no final do desmame, reduzindo assim o intervalo desmame-estro. O plasma foi à primeira proteína de origem animal aprovada para uso na alimentação de suínos na Europa, pelo fato de ter sido considerada fonte inerentemente segura. O uso de proteínas de origem animal foi proibido para animais destinados ao consumo humano devido à crise da vaca louca. (BSE) (Regulamento CE n. 1293/2005). A proteína do plasma é rica em lisina, triptofano e treonina, no entanto é deficiente em isoleucina e, principalmente, em metionina. Segundo o NRC (1998), a metionina se torna o primeiro aminoácido limitante em dietas com quantidades superiores a 6,0% de plasma. Assim, respostas positivas no desempenho dos leitões foram obtidas com altas concentrações de plasma, quando a quantidade suficiente de metionina sintética foi adicionada às dietas (OWEN et al., 1993; KATS et al., 1994). Embora os avanços genéticos tenham tornado as fêmeas mais produtivas, tem-se gerado animais mais exigentes nutricionalmente e menos resistentes aos desafios nutricionais. As necessidades nutricionais das fêmeas modernas e a disponibilidade de nutrientes de suas dietas são pouco conhecidas em comparação ao conhecimento que se tem dos suínos em fase de crescimento e terminação (SILVA, 2010). O objetivo do presente trabalho foi estudar os efeitos de diferentes níveis de inclusão de plasma sanguíneo na dieta de marrãs sobre o peso total da leitegada ao nascimento, peso dos nascidos vivos e o número de nascidos vivos.
 
Material e Métodos
Foram utilizadas 24 fêmeas (Topigs Norsvin®) prenhes, com idade e peso aproximado de 215 ± 9.46 dias e 127 ± 8.0 kg, respectivamente. A composição das dietas foram baseadas em milho e farelo de soja, seguindo recomendações de Rostagno, et al. (2011). O delineamento experimental foi ao acaso, com 4 tratamentos (0, 0,5, 1,0 e 2,0%) de plasma adicionado na dieta. Seis repetições por tratamento foram usadas sendo cada marrã uma unidade experimental. No momento da inseminação até 3 dias de gestação, as fêmeas consumiram 1,200kg de ração ao dia. No período gestacional de 4-79 dias, o consumo das fêmeas foi de 1,800kg ao dia e por fim, o period gestacional de 80-110 dias, o consumo diário foi de 2,800kg, sendo essas quantidades fornecidas individualmente a cada fêmea. Após o parto, todos os leitões foram pesados, obtendo o peso dos  nascidos totais e nascidos vivos; e no número de nascidos vivos, respectivamente. Para as analyses estatísticas das características avaliadas utilizou-se o pacote computacional SAS.
 
Resultados e Discussão
Para as variáveis avaliadas, não houve diferença estatística no uso de níveis de plasma sanguíneo desidratado na dieta das marrãs (p<0,05). O que se pôde observar foi uma tendência numérica das variáveis PNT e PNV com a utilização de 2,0% de plasma, em relação aos demais níveis utilizados; assim como para a variável NNV na utilização de 1,0% de plasma.
 
Tabela 1 – Valores médios ± Desvio Padrão das variáveis avaliadas com o uso de níveis de plasma sanguíneo.
PLASMA SANGUÍNEO NA DIETA DE MARRÃS. - Image 1PNT – Peso dos nascidos totais; PNV – Peso dos nascidos vivos; NNV –Número de nascidos vivos.
 
Conclusões
Os resultados encontrados neste trabalho permitem concluir que os níveis de plasma fornecidos nas dietas não apresentaram diferenças estatísticas no peso de leitões nascidos totais; assim como no número de leitões nascidos vivos e no peso destes.
 
Referências Bibliográficas
1. KATS L. J.; NELSSEN J. L.; TOKACH M. D.; GOODBAND R. D.; HANSEN J. A.; LAURIN J. L. 1994.The effect of spray-dried porcine plasma on growth performance in the early-weaned pig. Journal of Animal Science, (72):2075-2081.
2. NATIONAL RESEARCH COUNCIL. – NRC. Nutrient requirements of swine. 10 ed. Washington, D.C. 1998. National Academic Science, Committee Animal Nutrition. Subcommittee of Swine Nutrition, p.189.
3. OWEN, K. Q.; NELSSEN, J. L.; GOODBAND, R. D. 1993. Effects of various fractions of spraydried plasma on performance of early weaned pigs. Journal of Animal Science, (73): 81. POLO, J.; CAMPBELL, J.; CRENSHAW, J.; RODRIGUEZ, C.; RANGEL, L.; RUSSEL, L. , 2010.
4. Plasma spray-dried utilizado na alimentação de suínos e Biosseguridade. Acta Scientiae Veterinariae. 38(Supl 1): 73-81.
5. ROSTAGNO, H.S.; ALBINO, L.F.T.; DONZELE, J.L. et al. 2011. Tabelas brasileiras para aves e suínos: composição de alimentos e exigências nutricionais. 3.ed. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, p.252.
6. SILVA, B. A. N. 2010. Nutrição de Fêmeas Suínas de Alta Performance Reprodutiva nos Trópicos. SUÍNOS&Cia, Ano VI - nº 37.
 
***O TRABALHO FOI ORIGINALMENTE APRESENTADO DURANTE O XVII CONGRESSO ABRAVES 2015- SUINOCULTURA EM TRANSFORMAÇÂO, ENTRE OS DIAS 20 e 23 DE OUTUBRO, EM CAMPINAS, SP.
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Autores:
Bárbara Volpi
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