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Sistema de Produção de Leitões baseado em Planejamento, Gestão e Padrões Operacionais (Parte IV)

Publicado: 25 de outubro de 2013
Por: Jean Carlos Portos Vilas Boas Souza, Armando Lopes do Amaral, Nelson Morés, Sandro Luiz Treméa, Marcelo Miele e Jonas Irineu dos Santos Filho, Embrapa Suínos e Aves, SC.
Manejo produtivo
O manejo da produção de leitões está baseado em oito padrões operacionais, apresentados a seguir:
 
Padrão operacional - Captar e armazenar água na propriedade
Resultado esperado da tarefa
Captar e armazenar água na propriedade garantindo qualidade da mesma para o sistema de criação de suínos.
 
Materiais necessários
• Encanamento (recomenda-se usar PVC).
• Bomba de recalque (se a fonte estiver posicionada em um nível inferior ao reservatório).
• Bomba para poço artesiano.
• Material para proteção da fonte.
• Cerca para isolamento da fonte, se necessário.
• Cloro.
• Dosador para aplicação do cloro.
 
Atividades críticas
• Água a ser captada deve ser limpa e abundante, podendo ser de origem superficial ou profunda.
• Proteger a fonte de água de qualquer tipo de contaminação.
• Manter e recuperar a vegetação nativa ao redor.
• Impedir que outros animais tenham acesso à água da fonte.
• A captação de água pode ser por declividade natural ou por bombeamento.
• Para a captação da água por declividade natural os encanamentos devem ser colocados e afixados na fonte de captação que conduz a água naturalmente.
• Para a captação de água superficial por bombeamento, utilizar bombas específicas. As mesmas devem ser colocadas dentro da fonte de captação. Se existir sistema de automação programar para bombear no tempo e quantidade adequada. Se não existir sistema de automação, ligar manualmente sempre que necessário.
• Para captação de água subterrânea, instalar bombas específicas. As mesmas devem ser colocadas dentro da fonte de captação. Se existir sistema de automação, programar para bombear no tempo e quantidade adequada. Se não existir sistema de automação, ligar manualmente sempre que necessário.
• É desejável que a granja possua fonte alternativa de abastecimento de água, para suprimento em caso de falta de água na fonte principal.
• Para propriedades que em períodos críticos apresentam dificuldade de abastecimento, é importante coletar e armazenar a água da chuva através de cisternas.
• Respeitar a Legislação Ambiental vigente.
• Conduzir a água da fonte de captação até o reservatório sem deixar que sofra aquecimento. O material sugerido para condução da água são canos de PVC.
• Armazenar a água em reservatório fechado, protegido do calor e do acesso de animais. O material sugerido para o reservatório é caixa de fibra de vidro.
• Realizar o tratamento da água de acordo com orientações técnicas do produto utilizado. É obrigatória a cloração da água, dentro dos parâmetros recomendados.
 
Ações imediatas
Em caso de falta de água, se não houver fonte alternativa de abastecimento, providenciar caminhão-pipa.
 
Padrão operacional - Limpar reservatórios de água potável
Resultado esperado da tarefa
Ter reservatório de água potável limpo, garantindo qualidade da água no sistema de criação de suínos.
 
Materiais necessários
• Desinfetante a base de cloro.
• Escova e/ou vassoura.
• Mangueira ou máquina de pressão.
• Escada.
• Copo dosador, se necessário.
• EPIs exigidos pelo fabricante do produto.
 
Atividades críticas
• Nas UPLs (Unidades Produtoras de Leitões), a limpeza do reservatório de água deve ser executada uma vez a cada seis meses.
• Fechar a entrada da água e se tiver animais nas instalações aguardar consumir quase toda água do reservatório.
• Fechar a saída da água para as instalações.
• Esvaziar o restante do reservatório, mantendo volume de água suficiente para usar na esfregação.
• Lavar o reservatório, esfregando e enxaguando a superfície interior, visando remover o máximo possível das sujidades.
• Retirar toda a água suja das lavagens e fechar o registro de limpeza da caixa.
• Encher o reservatório de água e adicionar o desinfetante na concentração/tempo ou pré-diluir o mesmo de acordo com a recomendação do fabricante e distribuir a solução uniformemente por toda a superfície interna do reservatório. Desprezar ou utilizar a água na limpeza da tubulação e/ou outros itens da instalação.
• Encher o reservatório com água limpa e fresca.
• No caso de instalações com suínos abrir imediatamente o registro de saída.
 
Observações
• Os produtos e materiais utilizados na limpeza devem ser de uso exclusivo, para evitar contaminação química ou microbiológica do reservatório.
• Em instalações que possuem animais, esse procedimento deve ser realizado nas horas mais frescas do dia e os animais não podem ficar sem água disponível por mais de uma hora.
 
Ações imediatas
Caso a água seja contaminada após a limpeza do reservatório, refazer a limpeza e solucionar a causa da contaminação.
 
Padrão operacional - Distribuir água na propriedade
Resultado esperado da tarefa
Distribuir a água na propriedade garantindo qualidade da mesma no sistema de criação.
 
Materiais necessários
• Termômetro.
• Copo dosador.
 
Atividades críticas
• Conduzir a água do reservatório até os bebedouros sem deixar que sofra aquecimento, contaminação ou vazamentos.
• A temperatura da água não deve ser superior a 25ºC.
• Certificar-se de que a água chega ao bebedouro na vazão adequada à fase do suíno.
• Para matrizes na maternidade e gestação coletiva, chupeta dois e concha três litros por minuto por bebedouro.
• Para gestação com cela com bebedouro individual, chupeta um e meio e concha dois litros por minuto.
• Nos crechários a vazão deve ser de um a um e meio litros por minuto.
• Medir a vazão semanalmente.
• Manter o bebedouro posicionado de tal forma a permitir o acesso imediato do suíno à água e minimizar a umidade nas baias.
• A altura das chupetas ou bate boll, deve estar regulada de dois a três centímetros acima da linha dorso-lombar do animal.
• Manter os bebedouros tipo concha sempre limpos e em bom estado de conservação.
• Manter um bebedouro para cada 10 a 12 leitões na fase de creche.
 
Ações imediatas
• Se a temperatura da água estiver acima de 25ºC, identificar a causa e executar ações corretivas imediatas.
• Verificar diariamente a funcionalidade dos bebedouros e se houver sinais de vazamento buscar a ação corretiva imediata.
 
Padrão operacional - Desgastar dentes, cauterizar caudas, aplicar ferro e identificar leitões
Resultado esperado da tarefa
Dentes desgastados, cauda cauterizada, ferro aplicado e leitões identificados de maneira eficiente, sem interferir no seu desempenho.
 
Materiais necessários
• Desgastador de dentes.
• Aplicador de ferro.
• Seringa.
• Agulhas hipodérmicas.
• Mossador ou tatuador.
• Cauterizador de cauda.
• Bastão marcador.
 
Atividades críticas
• Fechar os leitões de cada leitegada para realizar os procedimentos, utilizando uma caixa específica e não o escamoteador.
• No turno seguinte ao nascimento, desgastar os dentes, cauterizar a cauda e identificar os leitões.
• Realizar o desgaste dos oito dentes caninos, alojando a cabeça do leitão na palma de uma das mãos, introduzindo o dedo indicador e polegar nos cantos da boca, com a outra mão efetuar o desgaste dos dentes.
• Fazer o corte da cauda utilizando o cauterizador, deixando três centímetros de comprimento.
• Identificar os leitões nas orelhas com um mossador (com o número da granja fornecido pelo técnico), seguindo o método australiano de mossagem ou através de um tatuador específico.
• Aplicar ferro dextrano no terceiro dia de idade dos leitões, com uma seringa e agulha hipodérmica ou aplicador específico da seguinte forma:
- segurar o leitão de maneira que o pescoço fique imóvel;
- apoiar o dedo polegar, pressionando a pele para que não haja refluxo;
- introduzir a agulha hipodérmica por via intramuscular perpendicular a tábua do pescoço, cerca de um centímetro atrás da orelha;
- injetar o ferro dextrano, na quantidade de 200 mg por leitão, com agulha hipodérmica 15X10;
- utilizar uma agulha hipodérmica para cada leitegada.
• Após cada procedimento certificar-se que os leitões receberam a sua dose de ferro.
 
Ações imediatas
• Em caso de refluxo do ferro, realizar novamente a aplicação do produto.
 
Padrão operacional - Manejar leitões durante a lactação
Resultado esperado da tarefa
Leitões desmamados, sadios e uniformes.
 
Materiais necessários
• Seringas.
• Agulhas hipodérmicas.
• Bastão marcador.
• Comedouro acessório.
• Ração maternidade.
• EPIs (botas, luvas e protetor auricular).
 
Atividades críticas
• Uniformizar numericamente os leitões de acordo com o número de matrizes paridas no mesmo dia.
• O manejo de transferência de leitões deve ser realizado somente entre 12 e 24 'horas após o nascimento.
• Identificar uma fêmea não primípara com bom aparelho mamário para enxertar os leitões pequenos.
• Manter o escamoteador seco e limpo e com a temperatura de 32° a 28° conforme a idade dos leitões. Quando a temperatura ambiente for adequada ao leitão, usar apenas uma lâmpada fria para iluminação do escamoteador.
• Nos primeiros dois dias de vida orientar os leitões a entrar no escamoteador pelo menos duas vezes ao dia na hora da alimentação da porca.
• Verificar a vazão e qualidade de água disponíveis nos bebedouros dos leitões.
• Aos cinco dias de idade, servir pequena quantidade de ração maternidade aos leitões, para que tenham o primeiro contato com a ração.
• Após oito dias de idade até o desmame, servir quantidade suficiente de ração para alimentar os leitões.
• Para os leitões fracos, deve-se utilizar comedouro acessório com ração maternidade umedecida e aplicar um modificador orgânico ou vitamina ADE.
• Leitões com artrite ou machucados, devem receber medicação conforme orientação da assistência técnica.
• Leitões com diarréia devem ser tratados conforme orientação da assistência técnica.
 
Ações imediatas
• Caso houver alta ocorrência de diarréia, identificar o motivo e buscar ação corretiva.
• Caso observar leitões com splay-leg (pernas abertas), vulvovaginite, tetas inflamadas, necrose de cauda, leitões com tremores, dentre outras anormalidades, identificar a causa e buscar apoio na assistência técnica para solucionar o problema.
 
Padrão operacional - Castrar leitões
Resultado esperado da tarefa
Leitões castrados, sem risco de infecção na ferida cirurgica.
 
Materiais necessários
• Cabo de bisturi.
• Balde.
• Lâmina de bisturi.
• Luvas.
• Solução desinfetante.
• Sabão neutro.
• Fio sutura.
• Cicatrizante.
 
Atividades críticas
• Castrar os leitões até dez dias de idade.
• Imobilizar o leitão deixando acessível o local da cirurgia.
• Limpar o local do corte que pode ser escrotal ou inguinal (água e sabão neutro e/ou solução de iodo).
• Realizar um corte longitudinal com tamanho suficiente para expor o testículo.
• Liberar o testículo e retirar por tração.
• Após a retirada do testículo, aplicar sobre o corte um cicatrizante, seguindo orientação da assistência técnica.
• Realizar a operação em um ambiente higiênico.
• Soltar o leitão na baia da fêmea para ele se proteger no escamoteador.
 
Ações imediatas
• Caso houver infecção no local do procedimento cirúrgico, recomenda-se a utilização de antibiótico injetável, conforme orientação da assistência técnica.
Observação
Também poderá ser feita a imunocastração, que é um método não cirurgico.
 
Padrão operacional - Desmamar leitões
Resultado esperado da tarefa
Leitões desmamados com o estresse minimizado.
 
Materiais necessários
• Comedouro acessório.
• Aquecedor de creche.
• Tábua de manejo.
• Ração maternidade.
• Seringa.
• Agulha hipodérmica.
• Aplicadores.
 
Atividades críticas
• Realizar o desmame sempre nas datas pré-estabelecidas para cada lote.
• Retirar primeiro as porcas das celas parideiras e em seguida os leitões, conduzindo-os posteriormente até o local de carregamento.
• A condução dos leitões deve ser realizada com auxílio de tábua de manejo, de forma lenta em grupos pequenos. No verão, realizar em horários com temperatura mais amena e no inverno nas horas mais quentes do dia.
• O crechário que vai receber os leitões deve estar limpo e desinfetado, conforme o Padrão operacional - Higienizar baias e salas vazias – crechários e UPLs, com água disponível e temperatura das salas entre 26ºC e 28ºC (pré-aquecida).
• Ao chegar ao crechário, o leitão com menos de 6,5kg de peso vivo deve receber: 500g de ração maternidade, e leitão com mais de 6,5kg de peso vivo deve receber ração pré-inicial 01, conforme prevê o Padrão operacional - Alimentar leitões na creche.
• Os leitões menores e machucados devem ser alojados em uma baia separada dos demais e fornecer em um comedouro acessório ração maternidade umedecida, com hidratantes conforme a orientação da assistência técnica.
Observação
Anotar na Ficha de Controle de produção da granja os dados da Ficha Controle reprodutivo de matrizes.
 
Padrão operacional - Manejar leitões na creche
Resultado esperado da tarefa
Leitões sadios, uniformes, com boa conversão alimentar e bom ganho de peso.
 
Materiais necessários
• Termômetro.
• Agulhas hipodérmicas.
• Seringas.
• Pulverizador costal.
• EPIs (luvas e botas).
• Ficha de lote.
• Caneta.
• Bastão marcador.
• Balança.
• Aquecedor.
• Nebulizador.
 
Atividades críticas
Alojar Leitões
• Antes de alojar os leitões, as baias devem estar limpas e desinfetadas conforme o Padrão operacional - Higienizar baias e salas vazias - crechários e UPLs.
• Ao chegar os leitões, a temperatura da instalação deve ser de 26ºC a 28ºC, devendo permanecer assim durante 14 dias do alojamento, reduzindo gradativamente a temperatura de tal forma que fique próxima aos 24ºC até a saída dos leitões da creche.
• Disponibilizar água à vontade, fresca, limpa e com qualidade, em temperatura de 12ºC a 25ºC e com vazão de um a um e meio litro por minuto. Inspecionar a vazão diariamente e a temperatura semanalmente.
• A instalação deve dispor de baias enfermarias, para recuperação dos leitões que refugarem, adoecerem e precisarem ser reclassificados. Alojar leitões em todas as baias, exceto nas baias de enfermaria.
• Logo após a chegada dos leitões, fazer a classificação por tamanho e sexo.
• Fornecer espaço suficiente para os leitões. Se for piso suspenso, até três leitões por m² e para demais tipos de piso 2,2 leitões por m².
• Se o piso não for suspenso, limpar os corredores e baias no mínimo duas vezes por dia.
• Seguir o programa de arraçoamento conforme o Padrão operacional - Alimentar leitões na creche.
 
Aquecer as instalações
• Manejar as cortinas para promover a renovação do ar, evitar as correntes de vento, formação de gases, mantendo a temperatura nos níveis acima estabelecidos.
• Ao manejar a cortina, tomar cuidado para manter mais fechada do lado que predomina o vento e mais aberta do lado oposto. Abrir a cortina quando a temperatura estiver 2ºC acima.
• Colocar estufa adicional em instalações e regiões onde há grande variação de temperatura.
• Acionar o equipamento quando a temperatura estiver abaixo da desejada.
• Controlar as oscilações da temperatura diária, a qual não deve variar mais do que 6ºC entre a mínima e a máxima.
 
Identificar problemas com leitões
• Durante o arraçoamento e limpeza das baias, verificar a ocorrência de diarréia, refugagem e outros problemas, identificando os leitões com bastão marcador.
• Conduzir os leitões com problemas para a baia enfermaria e identificar o problema.
• Medicar individualmente via injetável, na água ou na ração, de acordo com o problema identificado e utilizando os produtos recomendados pela orientação técnica.
 
Nebulizar ambiente
• Verificar se o equipamento está limpo e funcional. O equipamento deve ser de uso exclusivo para este fim.
• Nebulizar diariamente, com solução desinfetante recomendada pela assistência técnica e dosagem conforme a orientação do fabricante.
• Fazer a nebulização com as cortinas fechadas, por um período de 20 minutos com bico de gota fina. Evitar executar a tarefa em temperaturas baixas (menor que 20ºC).
• Em casos especiais, principalmente nos casos de problemas respiratórios, seguir orientação técnica.
 
Inspeção do crechário
• O crechário deve ser inspecionado quatro vezes ao dia tomando sempre o cuidado para não agitar os leitões, observando:
- comportamento dos leitões;
- temperatura ambiente;
- alimentação dos leitões;
- desperdício ou falta de ração;
- vazamento nos bebedouros;
- higiene das baias;
- leitões doentes.
 
Observações
• Ao entrar na sala, tentar manter o ambiente calmo.
• A partir da terceira semana de alojamento, iniciar o carregamento dos leitões que tenham peso ideal (mínimo de 18kg) para a fase de terminação.
 
Ações imediatas
• Em caso de ocorrência de problemas graves, avisar assistência técnica para uma ação imediata.
• Quando a variação de temperatura for superior a 6ºC, esta deve ser controlada com manejo de cortinas, nebulizador ou aquecedores.
 
Saúde
O manejo sanitário do rebanho está descrito nos quadro padrões operacionais a seguir:
 
Padrão operacional - Higienizar baias e salas vazias (crechários e UPLs)
Resultado esperado da tarefa
Baias limpas e desinfetadas, visando garantir a sanidade e o bem estar animal.
 
Materiais necessários
• Pá.
• Vassoura.
• Escova.
• Macacão.
• Detergente.
• Copo dosador.
• Desinfetante.
• Bomba de alta pressão.
 
Atividades críticas
Limpeza seca
• Iniciar a limpeza seca logo após a saída dos animais.
• Retirar da instalação os equipamentos desmontáveis (ex.: comedouros, lâmpadas, escamoteadores, pisos plásticos e grades desmontáveis).
• Remover o esterco incrustado no piso, nas partes superiores da parede, canaletas e corredores.
 
Limpeza úmida
• Iniciar logo após a limpeza seca.
• Desligar a energia elétrica da pocilga.
• Molhar toda a superfície da pocilga com água (forro, pilares, paredes, cortinas, piso e canaletas) com uma solução detergente.
• Deixar a solução impregnar, por um período conforme recomendação do fabricante do produto utilizado.
• Lavar o forro e cortina de cima para baixo.
• Limpar toda a superfície da pocilga com bomba de água de alta pressão, no sentido do forro para o chão, e da frente para o fundo da baia (no sentido da canaleta, e incluindo a mesma). Se necessário, utilizar vassoura e escova.
• Retirar a água parada sobre o piso, nos comedouros e/ou bebedouros.
• Deixar secar.
• Lavar os equipamentos retirados da instalação e deixá-los secar preferencialmente ao sol.
• Certificar-se que não ficou resíduo algum de esterco ou sujeira incrustrado no piso e paredes.
 
Desinfecção
• Realizar a desinfecção no dia seguinte, somente depois da instalação estar seca.
• Utilizar o desinfetante conforme a orientação do fabricante na quantidade e diluição do produto a ser usado.
• Utilizar seringa ou medidor para fazer a diluição correta do produto a ser utilizado.
• Aplicar a solução em todas as superfícies e equipamentos do ambiente a serem desinfetados, deixando-os totalmente molhados com a solução.
 
Vazio sanitário
• Manter o ambiente sem animais, com cortinas, janelas e portas fechadas até a entrada do próximo lote.
• Se a granja está planejada para dar sete dias entre a saída de um lote e a entrada de outro, o vazio sanitário deve ser de cinco dias (um dia limpeza, um dia desinfecção e cinco dias vazio).
 
Recomendações gerais
• O operador deve certificar-se que não é alérgico aos produtos a serem utilizados para limpeza e desinfecção.
• Manter limpo e organizado o ambiente externo das pocilgas.
 
Ações imediatas
Caso tenha ocorrido problema sanitário no lote anterior, realizar nova desinfecção duas horas antes do novo alojamento.
 
Padrão operacional - Conservar vacinas e vacinar animais
Resultado esperado da tarefa
Animais vacinados adequadamente com vacinas bem conservadas.
 
Materiais necessários
• Vacinas.
• Geladeira.
• Seringas e aplicadores.
• Agulhas hipodérmicas.
• Cachimbo.
• Ficha individual.
• Termômetro de máxima e mínima.
• Recipiente com tampa.
• Caixa de isopor.
• EPIs (protetor auricular, botas ou botinas e luvas).
 
Atividades críticas
• Acondicionar as vacinas em geladeira exclusiva para este fim, com temperatura mínima de 2ºC e máxima de 8ºC, contendo um termômetro de máxima e mínima para monitoramento diário da temperatura.
• Certificar-se da limpeza e integridade de seringas, aplicadores e agulhas hipodérmicas.
• Escolher o calibre adequado da agulha hipodérmica conforme a categoria animal.
• Definir a dose, tipo de vacina e protocolo vacinal de acordo com a recomendação de assistência técnica.
• Levar as vacinas até o local da aplicação em caixas de isopor, devidamente fechadas.
• Imobilizar o animal com o cachimbo.
• Certificar-se que o local da aplicação da vacina esteja devidamente limpo.
• Usar uma agulha hipodérmica para retirada da vacina do frasco e outra para aplicação.
• Agitar bem o frasco antes da retirada da vacina.
• Tracionar a pele utilizando o polegar e introduzir a agulha hipodérmica na região do músculo do pescoço, num ângulo de 90 graus, evitando refluxo.
• Aplicar a dose conforme tabela a seguir:
 
Sistema de Produção de Leitões baseado em Planejamento, Gestão e Padrões Operacionais (Parte IV) - Image 1
 
• A vacina reprodutiva (Parvovirose/Leptospirose/Erisipela) para leitoas deve ser realizada em duas doses. A primeira dose deve ser realizada logo após o primeiro cio e a segunda dose 15 dias após. Para as porcas, deve ser realizada uma dose, dez dias após o parto.
• A vacina de Rinite Atrófica para as leitoas deve ser realizada em duas doses, aos 80 dias de gestação e aos 95 dias de gestação. Para porcas, realizar uma dose aos 95 dias de gestação.
• A vacina de Colibacilose para as leitoas deve ser feita em duas doses, aos 80 dias de gestação e aos 95 dias de gestação. Para porcas, realizar uma dose aos 95 dias de gestação.
• A vacina de Mycoplasma deve realizada na primeira semana de vida do leitão.
• A vacina de Circovirose deve ser realizada no desmame do leitão.
• Após a aplicação das vacinas, lavar em água limpa e sabão neutro todos os materiais (seringa, agulhas hipodérmicas e aplicadores) enxaguando de maneira eficiente, ferver o material e guardar seco em recipiente limpo e com tampa.
• A agulha hipodérmica deve ser trocada a cada dez aplicações ou quando necessário.
• Agulhas hipodérmicas com bizel torto ou enferrujadas devem ser descartadas.
 
Observação
As vacinas utilizadas, bem como o esquema de vacinação podem ser modificados em função de problemas sanitários da integração, sob orientação veterinária ou de acordo com o fabricante.
 
Ações imediatas
• No caso de temperatura abaixo de 2ºC e acima de 8ºC na armazenagem da vacina estas devem ser descartadas.
• Quando ocorrer quebra da agulha hipodérmica, deve-se marcar o animal e avisar o frigorífico no momento do abate.
• Quando ocorrer a formação de abscesso no local de aplicação da vacina, rever o manejo de aplicação e desinfecção.
• Se ocorrer refluxo no momento de aplicação da vacina, repetir a dose.
• Vacinar os machos para parvo, renite e circovírus, uma dose a cada seis meses.
• Outras vacinas, de acordo com cada granja, conforme orientação técnica/fabricante (Hps, App...).
 
Padrão operacional - Controlar moscas (larvas e adultos)
Resultado esperado da tarefa
População de moscas sob controle, evitando danos econômicos à propriedade e transmissão de doenças.
 
Materiais necessários
• Pulverizador costal.
• Porta-iscas.
• Placas para pincelar.
• Barbantes.
• Balde para pré-mistura.
• Inseticida.
• EPIs (máscara facial, luvas, camisas longas, botas, calça, boné e óculos).
 
Atividades críticas
• Elaborar o croqui da propriedade (aves; suínos; leite; galpão; esterqueiras; silos; moradia; etc).
• Detalhar o croqui por instalação, identificando as subdivisões internas (divisórias de salas, salas de maternidade, de creche, baias de terminação etc.).
• Identificar os pontos críticos de infestação, definindo os pontos de aplicação do produto, internos e externos (corredores, canaleta de dejetos, esterqueiras, composteiras, bordas superiores de cortinas, etc).
• Preparar os produtos e materiais necessários para aplicação conforme orientação do fabricante.
• Aplicar o produto nos pontos de infestação:
- pulverizar as superfícies das instalações conforme a indicação do produto a ser utilizado para o controle de moscas adultas e larvas;
- distribuir os produtos nos pontos de iscagem conforme a indicação do produto a ser utilizado;
- pincelar as placas e superfícies indicadas para a aplicação do produto.
• Preencher a Ficha de controle de aplicação de inseticida para controle de moscas, conforme anexo, toda a vez que fizer uso do produto.
• Realizar a vistoria semanal dos pontos de iscagem para verificar o controle, limpando e recolhendo as moscas mortas e reaplicando as iscas se necessário
• Limpar e organizar as instalações, arredores, galpões, gramados, depósitos, de forma a evitar pontos de criação de moscas.
 
Observações
• Para instalações de suínos e bovinos evitar o acúmulo de dejetos que facilita a proliferação de larvas.
• Manejar adequadamente as canaletas, esterqueira e composteira de maneira que o material compostado não facilite a proliferação de moscas.
 
Ações imediatas
• Em casos de acidente quando manipular os produtos, procurar assistência médica levando o rótulo do produto usado.
 
Sistema de Produção de Leitões baseado em Planejamento, Gestão e Padrões Operacionais (Parte IV) - Image 2
Padrão operacional - Controlar roedores
Resultado esperado da tarefa
Controlar ratos (camundongos, ratazanas e ratos de telhados).
Materiais necessários
• Porta-isca com identificação.
• Arame para fixar isca.
• Martelo.
• Prego.
• Alicate.
• Furadeira.
• Estacas para fixar porta-isca.
• Lanterna.
• Vassoura para limpar cano de PVC.
• Raticida.
• Croqui da propriedade.
• Planilha de controle.
• Escada.
• EPIs (máscara facial e luvas).
Atividades críticas
• Elaborar o croqui da propriedade (aves; suínos; leite; galpão; esterqueiras; silos; moradia; etc), denominando cada uma das instalações.
• Detalhar o croqui por instalação, identificando as subdivisões internas. Ex. salas de maternidade, salas de creche, baias de terminação etc.
• Identificar os pontos críticos de infestação e definir os pontos de iscagem. (Parte externa; cercas, muretas, caixas de passagem de dejetos, canaletas de dejetos, barrancos, vegetação alta etc. Parte interna: corredores, muretas, portas, canos que descem do telhado etc. Parte superior do galpão: caixas de água, forro, linhas automáticas de ração etc.).
• Vistoriar os arredores das instalações (gramados, esterqueiras, composteiras, taipa de pedra, bueiro, depósito de lenha, etc) para identificar tocas e anotar no croqui.
• Preparar os porta-iscas (caixa porta-isca ou cano PVC 100mm – 0,50 metros, furado no centro).
• Identificar ou numerar os porta-iscas com o adesivo específico para a identificação ou no cano de PVC, com caneta (que não apaga a escrita).
• Instalar os porta-iscas nos locais definidos no croqui. Utilizar o raticida bloco para pontos externos e iscas para pontos internos.
• Preencher o formulário SAG Planilha de Gerenciamento de Controle de Roedores, conforme anexo sempre que fizer uso do produto.
• Realizar a vistoria dos pontos de iscagem a cada sete dias.
• Realizar a limpeza seca dos porta-iscas (poeira, fezes, teias de aranha, etc).
• Trocar as iscas quando identificar que as mesmas encontram-se estragadas (mofadas).
• Repor o raticida quando houver consumo.
• Avaliar e ajustar se necessário a localização dos pontos de iscagem conforme os sinais de infestação e consumo.
• Vistoriar os arredores das instalações (gramados, esterqueiras, composteiras, etc) para identificar tocas e anotar no croqui.
• Aplicar o raticida direto nas tocas.
• Limpar e organizar as instalações, arredores, galpões, gramados, depósitos, de forma a evitar pontos de criação de ratos.
• Destinar para a composteira os ratos mortos encontrados e os raticidas eliminados.
Observações
• Aumentar o número de pontos de iscagem onde houver consumo elevado de raticida.
• Colocar novos pontos de iscagem onde tiver sinais de infestação (fezes, manchas de gordura), e não tiver pontos de iscagem.
Ações imediatas
• Em caso de acidente e contaminação com os produtos usados tomar providencias imediatas, conforme a ficha de segurança que acompanha o produto.
Sistema de Produção de Leitões baseado em Planejamento, Gestão e Padrões Operacionais (Parte IV) - Image 3
 
***O trabalho foi originalmente publicado por Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária /Embrapa Suínos e Aves/ Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - ISSN 1678- 8850, Versão Eletrônica - Junho, 2013.
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