Alimentação animal e meio ambiente

Publicado: 3 de dezembro de 2013

Por: Jamil Montebraz, Zootecnista, M.Sc.

A Zootecnia prioriza a adoção de técnicas e conceitos que assegurem a produtividade das criações animais aliada a preservação dos recursos naturais, visando à manutenção dos ecossistemas e dos processos ecológicos e ambientais, protegendo a biodiversidade e promovendo sustentabilidade.

Provenientes da produção animal, o nitrogênio (N2) e o fósforo (P) são os nutrientes contidos nos dejetos com maior potencial para afetar o meio ambiente. Um acúmulo de fósforo (P2O5) causa eutroficação nos mananciais, desequilíbrio ambiental com crescimento excessivo de algas e morte de peixes.

A Holanda foi o 1º país do mundo a aprovar uma legislação regulando a produção e o manejo dos dejetos animais, limitando, por exemplo, a quantidade de dejetos e o teor de nutrientes que podem ser aplicados em lavoura. Uma legislação severa que impôs multas em casos de limites excedentes, com limite definido inclusive em função da quantidade de amônia volatilizada das criações.

No RJ, zootecnistas trabalham em linhas de pesquisa nas diversas áreas da produção animal, como nutrição e alimentação, forragicultura e pastagens, genética e melhoramento, manejo, reprodução, ambiência, instalações, tecnologia de produtos de origem animal, administração rural, manejo de animais silvestres, buscando aumentar a produtividade das criações e preservando o meio ambiente.

Avanços na área de alimentação e nutrição têm levado a redução de nutrientes nos dejetos, obtidas através de aportes nutricionais adequados.

Suínos em crescimento, por exemplo, há alguns anos atrás aproveitavam somente 30 a 35% do nitrogênio e fósforo fornecido na dieta. Atualmente, dados já mostram que um aporte nutricional adequado pode reduzir de 11 para 45% a emissão de amônia, reduzindo o teor de uréia e o pH da urina e das fezes. A utilização de aminoácidos sintéticos, visando atingir o requerimento adequado em aminoácidos em dietas de suínos, pode reduzir a excreção de nitrogênio em até 20%. A utilização de fitase, enzima obtida de microorganismos (Aspegillus niger), em dietas para suínos em crescimento promove um aumento de digestibilidade de fósforo de até 50%. A utilização dessas substâncias pode encarecer os custos de alimentação, que representam a maior parte dos custos totais de produção.

Dessa forma, nutricionistas e pesquisadores, avançam em estudos buscando cada vez mais um aporte nutricional adequado, com a utilização de novos e variados ingredientes, que permitam a elaboração de dietas adequadas para cada espécie animal, nas diferentes condições de ambiente, idade ou fase produtiva.

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Comentário

Jamil Montebraz

5 de febrero de 2014

Bom dia. Vai depender de muitos fatores, se a alimentação estiver adequada, se a ração está com os níveis nutricionais recomendados, e formulada com qué ingredientes. A ração utilizada normalmente para suínos é composta principalmente de Milho, como ingrediente energético e farelo de soja, como fonte de proteína, esses são os ingredientes que promovem os melhores resultados, além de óleo vegetal e premix vitamínico/mineral. Aminoácidos sintéticos, principalmente lisina a metionina são incorporados para fornecer o melhor aporte proteíco para os animais. O aporte inadequado de qualquer nutriente, seja de um macronutriente como proteína ou de algúm micronutriente como mineral ou vitamina, vai alterar a performance produtiva do animal, interferindo na conversão de nutrientes (ração) em carne. Além da alimentação, qual a raça ou cruzamento está sendo terminada, machos, machos castrados e fêmeas têm desempenho diferente. Além disso, o clima local, o estado sanitário dos animais entre outros fatores vão interferir na transformação de ração em carne. Mais importante é registrar o desempenho, através do consumo de ração, ganho de peso e conversão alimentar durante toda a fase de terminação, para se ter parâmetros indicativos ao comparar e decidir qual caminho seguir para tentar melhorar sempre a produtividade da criação.

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