NOTA BREVE
INTRODUÇÃO
O alto grau de concorrentes no mercado, decorrentes da globalização, vem aumentando o nível de exigência do consumidor. Traduzir e transmitir as informações do mercado para os padrões de produção são essenciais para as empresas que querem sobreviver, o que dirá, então, àquelas que querem obter uma vantagem competitiva sustentável. (OHFUJI, 1997).
Os consumidores brasileiros de carne suína nos dias atuais, afirmam que o ponto forte da carne é o seu sabor, apontado por nada mais que 92% das pessoas entrevistadas. Mas, na mesma pesquisa, ficou evidente que seus pontos fracos foram de que "faz mal e é perigosa para a saúde" (35% das respostas), e que possui "muita gordura e colesterol" (55% das respostas). O porco de lama está quase em extinção" é quase um assunto do passado, mas o mercado como um todo ainda não recebeu informações suficientes para assimilar esse fato. Esse preconceito é reforçado pelos médicos no que diz respeito á gordura e colesterol, e por casos, sobre a Neurocisticercose (Roppa, 1996). A algumas décadas atrás percebida como uma carne "gorda" e "forte", a carne suína vem passando, por transformações no seu meio de produção, para proporcionar uma nova imagem aos consumidores. Atualmente a produção no meio criatório vem deixando de ser uma atividade de suinocultores familiares e passando para grandes operações, controladas pelos Agribusiness corporativos. Este pode ser um fator determinante na agregação da qualidade desejada pelo consumidor final, cada vez mais consciente e informado sobre os aspectos nutricionais e sanitários das carnes. Pesquisas realizadas em Recife por Dutra Júnior et al. (2004), em João Pessoa segundo Cavalcante Neto (2003) e em Campina Grande por Bezerra (2005), com relação a preferência do consumidor entre a carne suína e as demais, a carne bovina destaca-se das outras, ficando em primeiro lugar na opinião do consumidor. Observamos que o publico entrevistado não tem o habito de consumir carne suína diariamente, devido a falta de informações com respeito ao conhecimento cientifico comprovado, no caso especifico das características saudáveis da mesma. O consumo de fato vem aumentando por vários fatores na qualidade percebida pelos consumidores, e para manter em evidencia essa percepção os comerciantes do setor investem em novos produtos como o corte variável, embalagens com maior duração do produto enfim tudo para se tornar cada vez mais competitivo Uma vez que o consumidor ainda alega que a carne suína é muito gordurosa e faz mal a saúde. O trabalho teve como objetivo diagnosticar o perfil do consumidor de carne suína e seus derivados na microrregião de Guarabira-PB. Uma vez que, para a destituição desses mitos, é fundamental a compreensão dos conceitos sociológicos, mitológicos e psicológicos, que foram criados no passado e que possam explicar esse comportamento. Entender como eles se constituíram é fundamental para a elaboração de propostas que venham a quebrar estes paradigmas que privam parte da população humana de um alimento tão importante.
MATERIAL E MÉTODOS
Este trabalho foi realizado na microrregião de Guarabira-PB, mais precisamente nas cidades de Guarabira, Pirpirituba, Alagoinha, Cuitegi e Belém. A microrregião de Guarabira é uma das
microrregiões do estado brasileiro da Paraíba pertencente à mesorregião Agreste Paraibano. Sua população foi estimada em 2006 pelo IBGE em 160.087 habitantes e está dividida em quatorze municípios. Possui uma área total de 1.289,506 km². O poder de polarização de Guarabira que se constitui um centro urbano importante, com uma grande zona de influência a praticamente todo brejo paraibano. As relações de Guarabira com as demais cidades localizadas na Microrregião não se restrigem apenas á sua função comercial, mas também tem a ver com a dinâmica do emprego, dos serviços educacionais, de saúde, administrativos e financeiros. O peso polarizador da organização urbana de Guarabira se extente a todo territorio paraibano nas relações socio-econômicas superando as diferenças concernentes à organização da atividade agrícola. A pesquisa foi realizada no periodo de maio a novembro de 2007, através da aplicação de questionários estruturados no qual continha informações sobre: principais carnes consumidas, suas caracteristicas e predileção, e também o poder aquisitivo dos entrevistados. Antes da aplicação dos questionários realizaram-se algumas adaptações necessárias. Foram entrevistados 260 pessoas escolhidas de forma aleatoria com o intuito de obter uma distribuição heterogênea da população quanto ao perfil sócio-econômico do consumidor, gênero e idade, baseado no modelo de Mattar (1997), Perfazendo um total de 37 perguntas. Os dados foram analizados e expressos em percentuais, utilizando o programa Microsoft Excel.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A carne suína é uma carne muito apreciada segundo a opinião do consumidor, mas ficou em quarto lugar na preferencia geral como demonstra a pesquisa. A praticidade dos industrializados o que é pré-cozido e, muitos embalados separadamente, facilitando a conservação, além do seu custo, que, ao longo dos anos vem sendo reduzido. A amostra pesquisada constituiu-se de 60% mulheres e 40% homens, sendo que 26% apresentaram idade de 18 a 40; 38% de 41 a 60; 36% de 61 a 80. Registrou-se, portanto, uma distribuição bastante heterogênea, sendo possivel obter opiniões de um número representativo de pessoas de idades diferentes e de perfil sócio-econômico diversificado. A pesquisa revelou em relação ao consumo de carne, que a bovina assume a liderança, com 64%, em segundo a carne de aves com 25%, em terceiro a de peixes com 8%, e a suína ficando em quarto lugar com 3%, alegam que a carne suína é carregada e faz mal a saúde e também gordurosa. Para os entrevistados, os caracteres organolépticos da carne são importantes na hora de adquirir. Este dado é relevante para as empresas e para o varejo, haja vista que é por meio da embalagem, que o consumidor irá perceber se a cor e a aparência da carne esta normal. Neste momento que incidirá sobre a carne, como as cores da embalagem do produto, podem interferir no momento da compra, os entrevistados afirmaram observar as características intrínsecas do produto, cor e textura, para verificar se a carne está adequada para o consumo e a limpeza e higiene foi o fator importante no momento da compra 53% dos entrevistados.
É interessante notar que, no quesito preço os resultados demonstraram ainda que o consumidor está valorizando outros atributos, além de apenas o seu preço, o que pode ser evidenciado em várias respostas como: qualidade, higiene, aparência. Citaram a carne suína "in natura" e industrializados como sendo um produto acessível. As recentes noticias e reportagens sobre cisticercose alertaram a população até mesmo de forma errada, pois citaram a doença atrelada ao consumo de carne suína e 71% dos entrevistados afirmaram ter conhecimento sobre a doença ou conhecer em partes. Os entrevistados citaram a carne "in natura" assada como a predileta e usada para almoço, mas também afirmaram consumir raramente 39 % e a bisteca é o corte comercial de maior preferência entre os consumidores. Em joão Pessoa segundo Cavalcante Neto (2003), a bisteca assumiu a predileção dos entrevistados. Os industrializados estam em maior preferência na opinião do consumidor até mesmo pela praticidade e higiene dos produtos a lingüiça foi citada por 43% dos entrevistados como o produto industrializado que mais costuma comprar e 84% disseram comprar no supermecado. Foi perguntado se os produtos consumidos são de boa qualidade e fiscalizados pelo Serviço de Insperção Federal SIF e 55% afirmaram que sim, 31% não souberam informar, 9% não liga se é fiscalizado ou não, 3% afirmam consumir produtos não inspecionados. Quando se perguntou se a carne suína traz algum risco para a saúde 71% disseram que sim, 16% que não e 13% disseram não saber, estes dados mostram o preconceito errôneo sobre as caracteristicas da carne e o maior obstáculo no aumento do consumo de carne suína "in natura" está relacionado com a sanidade, onde 45% dos entrevistados acham ser o principal fator determinante. Diante dos resultados apresentados, percebe-se que o consumidor está preocupado com a qualidade dos produtos que consome. Esta preocupação leva uma parcela dos consumidores a querer produtos diferenciados que atenda as exigências do consumidor. A falta de informação sobre as qualidades nutricionais do produto limita o consumo, sendo necessária adoção de estratégias de mercado que quebrem esses mitos. Os consumidores evitam se alimentar de acarne suína e seus derivados pela falta de informação quanto a procedência e qualidade nutricional dessa carne.
CONCLUSÃO
O consumidor de carne suína da microrregião de Guarabira-PB tem a carne como sua quarta opção de consumo, mas para animar os comerciantes do setor, o trabalhor indentificou uma variavel crescente no consumo de carne suina por motivos da qualidade percibida por seus consumidores, qualidades como: novos cortes, caracteristicas como cor, prazo de validade, cheiro e aparência são muito importantes na avaliação deste produto. O principal obstaculo no consumo pode estar vinculado à falta de investimentos em marketing, pois a maior parte das pessoas não tem conhecimento sobre a qualidade nutricional da carne, a frequência de consumo pode ser aumentada, pois a maioria dos entrevistados que a consomem é apreciador do seu sabor.
BIBLIOGRÁFIA
BEZERRA, J.M. de M. Et al. Caracterização do consumidor e do mercado da carne suína na microrregião de Campina Grande, Estado da Paraíba. Ciência Animal Brasileira, v. 8, n. 3, p. 485-493 Jul/set, 2007.
CAVALCANTE NETO, A Caracterização, avaliação e estratégias de desmistificação dos consumidores e do mercado da carne suína no Estado da Paraíba. 2003. 102 f. Trabalho de conclusão de curso ( Graduação em Zootecnia) - Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal da Paraíba, Areia, Paraíba, 2003.
DUTRA JUNIOR, W. M; ROCHA, V R. R. A.; RAMALHO, R. P. et al. Comportamento de consumidores de carne suína na região Metropolitana de Recife. In: CONGRESSO LATINO AMERICANO DE SUINOCULTURA, 2., 2004, Foz do Iguaçu, Anais... Foz do Iguaçu, 2004. p. 553-536.
MATTAR, F,N. Novo modelo de estratificação socioeconômica para marketing e pesquisa de marketing. In: SEMINÁRIO EM ADMINISTRAÇÃO, 2. São Paulo, 1997. Anais...São Paulo, Universidade de São Paulo, 1997. P.243-256.
ROPPA, L. A Suinocultura em números. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE SUINOCULTURA, 1. 1996, São Paulo. Anais... São Paulo: Animal World, 1996. p. 1-16.
OHFUJI, T.; ONO, M.; AKAO, Y. Métodos de Desdobramento da Qualidade(1). Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, 1997.