Desempenho de suínos em crescimento alimentados com dietas contendo bagaço de cevada
Publicado:5 de dezembro de 2011
Sumário
RESUMO Este trabalho foi realizado no Setor de Suinocultura do IZ/UFRRJ, de agosto a novembro de 2005, com objetivo de avaliar a inclusão de bagaço de cevada em níveis crescentes na dieta de suínos em crescimento. Foram utilizados 20 fêmeas mestiças, em delineamento de blocos ao acaso com cinco tratamentos e quatro blocos. Os níveis de inclus&at...
Caro Assis
Fiquei muito interessados sobre essa pesquisa de inclusão do bagaço de cevada na dieta de suinos. Gostaria de obter mais detalhes e/ou se deu continuidade nesse trabalho observando outras variaveis.
Tambem gostaria de saber se voce tem experiencia com dieta liquida usando o produto. E se por acaso tem alguma informação sobre sobre saude animal usando o produto. Ou se ha alguma restrição?
Att
Ivo R. dos Santos
Ivo Rodrigues dos Santos Bom dia, penso que toda informação sobre a utilização de bagaço de cevada, também chamado de resíduo úmido de cervejaria, estão disponíveis na internet. Pois sim, participei dessa linha de pesquisa que o Programa de Pós-Graduação em zootecnia da UFRRJ proporcionou, depois do meu trabalho os estudos com o bagaço de cevada continuaram com outros profissionais testando diferentes níveis e condições de criação.
Não, não tenho experiência com dieta líquida usando o bagaço de cevada. Não foi constatada nenhuma ocorrência de enfermidades durante o fornecimento desse produto para suínos em crescimento nem em terminação.
Respondendo outra pergunta, existe restrição sim, por exemplo com relação a quantidade de inclusão do produto na dieta diária, por ter um nível elevado de fibra bruta e de umidade. Os níveis de inclusão ideais que constamos aqui, nas nossas condições de criação e manejo variaram entre 12 a 15%. assim, o ideal é que inicialmente não se exceda esse nível de inclusão e ir com o tempo observando e ajustando o nível ideal de inclusão para suas condições de criação, de clima, com os outros ingredientes usados na dieta dos animais. Ou seja, o nível recomendado para uma região e condições de manejo podem não ser o mesmo mas é o ponto de partida para se começar o fornecimento, que com certeza já trará benefícios econômicos, pois respeitados esses níveis iniciais de inclusão (12 a 15% máximo), a inclusão do bagaço de cevada vai baratear consideravelmente o custo de criação a curto, médio e principalmente longo prazo, havendo possibilidade de alguma queda de desempenho dos animais porém não comprometendo o estado de saúde e o produto final, com a melhoria na relação custo/benefício na produção de carne.
Jamil,
Tenho uma pequena criação de suínos aqui no Ceará, mais precisamente, no município de Beberibe. Em relação ao uso do bagaço de cevada, venho usando já a quase um ano. Iniciei com um percentual de 40%, baseado em pesquisas lidas na internet, hoje a quantidade está variando entre 40 a 50%, para todo o rebanho. Isto vem dando resultado satisfatório, haja vista o desenvolvimento dos animais que salta aos olhos.
JOSIMAR LANDIM maravilha, no nosso trabalho, tbm comentamos sobre a inclusão de 50% de bagaço de cevada..
"..Com inclusão de 50% atinge-se redução de até 45,96% no custo de alimentação de suínos em crescimento, e com inclusão de 14,91%, a economia seria de 12,14%, que na prática representaria uma recomendação de uma mistura de 61,73 kg da ração de crescimento e 38,27 kg de bagaço de cevada in natura, para 100 kg de alimento..."
São diversas as possibilidades de diferentes níveis de inclusão, de acordo com clima, oferta do bagaço na região, raça utilizada, manejo alimentar e sanitário, outros ingredientes da dieta, condições de conservação do material etc.
Sou cearense, em abril estarei por aí, fico feliz em saber que o bagaço está sendo usado de forma positiva por produtores da minha terra natal.
Gostaria de saber GPD .....
Qual a umidade do bagaço de cevada parabéns pelo trabalho precisamos cada vez saber mais sobre ingredientes alternativos...
Carlos Feliz Maggioni Obrigado, o bagaço de cevada contém nível de umidade em torno de 75%, porém é rico em proteína bruta (23%), energia, vitaminas e minerais, com alto teor em fibra bruta (em torno de 20%) e 74% de nutrientes digestíveis totais.
Para suínos em crescimento conseguimos o melhor ganho de peso com 12,85% de inclusão, em uma dieta que contava também com ração de alta qualidade a base de milho e farelo de soja, com níveis de inclusão maiores que 12,85% houve redução do ganho de peso porém sem comprometer a qualidade de carcaça.
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ
8 de marzo de 2018
Carlos Feliz Maggioni, além dos nutrientes citados no BCV, pelo Jamil Montebraz, tenho sempre pensado, embora não tenha me manifestado a respeito, nem estudado (ainda) o possível efeito probiótico que possa conter no mesmo, em razão da presença das leveduras (residuais) fermentadoras do malte da cevada, que favoreceriam no melhor desempenho dos animais alimentados com a ração contendo o BCV.
Assis Vieira Muito boa a colocação. Tenho alto interesse nesse assunto. Um assunto moderno. Creio que vale a pena. Nesse sentido tambem gostaria de entender mais sobre o perfil da fermentação da cevada. Tambem, creio ser importante, estudar o questão do efeito do cozimento do malte no processo da industrialização pois creio que aumenta o valor energetico e taxa de aproveitamento pelos bovinos.
Ivo Rodrigues dos Santos
Bom dia.
Assis gostaria do seu apoio para um entendimento maior sobre o bagaço de cevada.
É comum ouvir, entre produtores, que o produto aumenta a produção de leite. Minha questão é será por um efeito biologico ou simplesmente por questão de valores nutrucionais?
Hoje temos no mercado praticamente dois produtos sendo, o bagaço puro malte e o puro malte+grãos de milho. Como vem sendo tratado essa questão em função dos niveis de amido e proteina?
Outra questão seria a caracteristica dos produtos em função do processo de cozimento dos grãos. O processo aumentaria a disponibilidade do amido e ou tornaria a proteina bypass?
Agradecido, e passo a informa-los tambem de ações com o produto em minha pratica.
Aguardo.
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ
30 de agosto de 2018
Olá, Ivo Rodrigues dos Santos
'Hoje temos no mercado praticamente dois produtos sendo, o bagaço puro malte e o puro malte+grãos de milho. Como vem sendo tratado essa questão em função dos niveis de amido e proteina?"
Quanto a questão do PURO MALTE OU PURO MALTE+ GRÃOS DE MILHO, não nos ativemos a esse detalhamento, pelo fato de que naquele momento o bagaço que utilizamos era apenas de cevada, pelo menos era a informação prestada pelo fornecedor. Só fomos ter acesso à informação da existência de bagaço com os dois grãos muito mais tarde, quando já havíamos encerrado ou interrompido nossas pesquisas com o bagaço de cevada.
Outra observação a ser feita é a respeito do amido presente! No nosso entendimento, esse amido, na verdade já não estaria mais presente pelo fato de que no processo de fermentação do malte ele é totalmente utilizado pelos microrganismos fermentadores. Quanto à proteína seria o caso de se fazer análises bromatológicas (composição química) para se fazer algum comentário.
"Outra questão seria a característica dos produtos em função do processo de cozimento dos grãos. O processo aumentaria a disponibilidade do amido e ou tornaria a proteina bypass?"
Com relação ao cozimento dos grãos, não tenho nenhuma informação esclarecedora a dar. Por outro lado, penso que não deva haver esse cozimento, pois, no processo de produção do malte, os grãos são expostos a germinação antes e o cozimento impediria que germinassem.
Espero ter sido útil com minhas respostas!
Olha já trabalhei com o bagaço da cevada alimentando suínos. Hoje já não uso mais. Ele pode durar até 15 dias se foi adicionado sal. E o maior problema com esse produto e o fedor mesmo colocando sal.
Bom dia!!
Tenho experiencia com o produto,mas já faz uns 10 anos que usei em 2000 animais,posso dizer que a experiencia não foi boa,em função da fibra e a umidade alta do produto ,o desempenho foi muito ruim,os animais se apresentavam barrigudos e magros, eu usei o bagaço de cevada úmida e mais 1 kg de ração normal por animal dia.
se fossemos corrigir a ração se tornava inviável, esse lote foi terminado com ração normal e foi suspenso o fornecimento de bagaço aos 60 dias da terminação .
Posso dizer que muito bom produto para ruminantes
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ
31 de agosto de 2018
Marcelo Bertola , assim como, Francisco Neto, no comentário anterior! Pelo depoimento dos Senhores, vê-se, claramente a necessidade de se fazerem as correções nos níveis de nutrientes das rações em que se incorporar o bagaço de cevada, não se podendo estar algemado ao argumento da inviabilidade econômica com visão unilateral. Tem-se, sim que se pensar no benefício/custo...
Boa noite , estou fazendo teste suínos na fase crescimento em terminação com bagaço cevada , está engordando , só comendo muito, se puderem me ajudar , meu email areialnsaparecida@gmail.com, 35 99744 5153