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Desempenho de suínos em crescimento alimentados com dietas contendo bagaço de cevada

Publicado: 5 de dezembro de 2011
Por: ANTÔNIO ASSIS VIEIRA, JAMIL MONTE BRAZ, AMANDA DIAS COSTA, TARCISIO SIMÕES PEREIRA AGOSTINHO, TIAGO NOGUEIRA SANTOS, EWERTON DA SILVA MATOS
RESUMO
Este trabalho foi realizado no Setor de Suinocultura do IZ/UFRRJ, de agosto a novembro de 2005, com objetivo de avaliar a inclusão de bagaço de cevada em níveis crescentes na dieta de suínos em crescimento.
Foram utilizados 20 fêmeas mestiças, em delineamento de blocos ao acaso com cinco tratamentos e quatro blocos. Os níveis de inclusão de bagaço de cevada nas dietas foram: 0%; 12,5%; 25%; 37,5% e 50%, substituindo a ração com base na matéria seca (MS). O bagaço de cevada foi misturado homogeneamente à ração à base de milho e farelo de soja, que foi fornecida em duas refeições diárias, às 09:00 e 14:00 horas.
Foram observados efeitos significativos (P<0,05) da inclusão de bagaço de cevada sobre todos os parâmetros estudados. Observou-se redução linear no consumo total de MS de ração (P<0,05), enquanto se observou efeito quadrático (P<0,05) sobre o consumo de MS de bagaço de cevada e sobre o consumo total de MS, com o aumento do nível de bagaço de cevada na dieta.
Observou-se, ainda, efeito quadrático (P<0,05) sobre o ganho de peso total e diário e, também, sobre a conversão alimentar com o aumento do nível de bagaço de cevada na dieta. O melhor nível de inclusão de bagaço de cevada em dietas para suínos em crescimento seria de 14,91%, para maior consumo de MS total, ou de 12,85%, para máximo ganho de peso ou, ainda, de 13,38%, para melhor CA.
PERFORMANCE OF GROWING SWINES FED WITH DIETS CONTAINING BARLEY BAGASSEABSTRACT
This research was carried out at the Setor de Suinocultura do IZ/UFRRJ, from august to november, 2005, to evaluatte different levels of barley bagasse included in swine growing diets.
It were used 20 crossbreed gilts, in a experimental design of randomized blocks with five treatments (0; 12,5; 25; 37,5 e 50% replacing the feed based on dry matter), and four blocks. The barley bagasse was homogeneously mixed to the corn soybean ration, which was offered to animals in two meals, at 09:00 and 14:00 hours.
It was observed significant effects (P<0,05) of barley bagasse inclusion on all performance variables evaluatted. There was linear decreasing (P<0,05) on the total DM ration intake, while it was observed quadratic effect (P<0,05) on total DM barley bagasse intake, and on the total DM intake, with the increasing of barley bagasse level inclusion in the diet.
It was observed quadratic effect (P<0,05) on the total an daily bodyweight gain and, also, on the feed conversion with the increasing of barley bagasse level inclusion in the diet. The best barley bagasse level inclusion in growing swine diet shoud be of 14,91%, for higher total DM intake, or, 12,85%, for higher bodyweight gain,or 13,38% for the best feed conversion.
INTRODUÇÃO
Muitos estudos têm buscado viabilizar a utilização de ingredientes alternativos visando substituir aqueles tradicionais, de preço elevado na alimentação animal. No caso de suínos e aves, que utilizam grande quantidade de milho e farelo de soja, alimentos caros e também consumidos pela população humana, isto se torna primordial.
A Indústria de cerveja produz vários subprodutos, entre eles o bagaço de cevada, com considerável valor nutricional, segundo GOMES et al. (2004) com alto valor protéico (23%), fibra bruta em torno de 20%, 74% de nutrientes digestíveis totais, de comprovada palatabilidade para animais e de fácil manuseio e utilização (PEREIRA et al., 1999).
A oferta desse subproduto despertou o interesse de pesquisadores do IZ/UFRRJ com relação ao potencial de utilização na alimentação de espécies domésticas, visando predizer as melhores condições para o aproveitamento deste.
Para utilização de um ingrediente na alimentação animal, devem ser obtidas informações, como composição química e valor nutricional, os níveis adequados de incorporação na dieta, de acordo com o animal, fase produtiva, características climáticas da região e, a melhor maneira de se manipular, transportar e armazenar tal ingrediente.
O presente trabalho teve por objetivo avaliar níveis crescentes de bagaço de cevada na dieta de suínos em crescimento, determinando em que nível esse ingrediente pode ser recomendado.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no período de três de agosto a 17 de novembro de 2005, no Setor de Suinocultura da Fazenda do Instituto de Zootecnia, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, localizado no Município de Seropédica. Foram utilizados 20 animais mestiços de cruzamentos entre as raças Large White, Duroc e Landrace, fêmeas, com peso inicial de 35kg em média.
Os animais foram separados por peso e idade para formação de blocos, e foram alojados individualmente em 20 baias, distribuídos em delineamento experimental de blocos ao acaso, com cinco tratamentos e quatro blocos. Os tratamentos foram 0%, 12,5%; 25%, 37,5% e 50% de bagaço de cevada incluído na dieta, em substituição à ração com base na matéria seca.
Foi utilizada ração farelada, composta de milho e farelo de soja, contendo fosfato bicálcico, calcáreo, óleo vegetal, sal comum iodado, complexo mineral e vitamínico e lisina sintética (L-lisina), de modo a atender às exigências nutricionais de suínos em crescimento, de acordo com ROSTAGNO et al (2000).
O bagaço de cevada foi incorporado à ração, homogeneamente misturado a ela, para evitar rejeição ou desperdício de um dos dois em separado. Os animais foram alimentados em duas refeições diárias, às 9:00 horas e às 14:00 horas, recebendo metade da ração diária em cada refeição, sendo as sobras recolhidas e pesadas na manhã seguinte antes do primeiro fornecimento de ração, para controle do consumo de ração, de bagaço de cevada e, total.
Os animais tiveram livre acesso a água durante todo o período experimental. Os animais foram pesados semanalmente até atingirem o peso médio de 60kg.
Os parâmetros obtidos foram submetidos à análise de variância e regressão utilizando o programa SAEG – Sistema para Análises Estatísticas e Genéticas (UFV, 2000).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os valores médios dos parâmetros de desempenho dos suínos em crescimento alimentados com diferentes níveis de bagaço de cevada na dieta são apresentados no Quadro 1.
Foram observados efeitos significativos (P<0,05) do nível de bagaço de cevada sobre todos os parâmetros. O consumo de ração e de bagaço de cevada e total foram considerados com base em matéria seca (MS).
Ocorreu redução linear no consumo de ração (P<0,05) com o aumento do nível de bagaço de cevada na dieta, de acordo com a equação Y = 73,439 - 0,8375X (R2=0,99), enquanto para o consumo total de bagaço de cevada foi observado efeito quadrático (p<0,05),de acordo com a equação Y = 0,4748 - 0,898X + 0,0058X2 (R2=0,99). GOMES et al (2004) e ABREU et al (2004) também observaram aumento do consumo total de bagaço de cevada, com efeito linear (P<0,01), tanto na matéria seca como na matéria natural.
Observou-se efeito quadrático (P<0,05) sobre consumo total de matéria seca, de acordo com a equação Y = 71,235 + 0,337X -0,0113X2 (R2=0,92). Esse resultado difere daquele obtido por GOMES et al (2004), que trabalharam com o mesmo ingrediente para suínos em crescimento e, no entanto, observaram aumento linear do consumo de matéria seca total. Esses valores também diferem dos de ABREU et al (2004) que com o mesmo ingrediente, nas fases de crescimento e terminação não observaram diferença significativa no consumo de matéria seca total.
Comportamento similar foi observado com relação ao consumo diário de ração (CDR), no qual observou-se efeito quadrático (P<0,05), de acordo com a equação Y = 2,0599 - 0,0166X - 0,0001X2 (R2=1,00), simultaneamente ao que ocorreu com o consumo diário de bagaço de cevada (P<0,05), Y = 0,0129 - 0,0255X + 0,0002X2 (R2=1,00), com o aumento do nível de bagaço de cevada na dieta. Observou-se, também, efeito quadrático (P<0,05) sobre o consumo diário total de MS, conforme a equação Y = - 2,0471 - 0,009X + 0,0003X2 (R2=0,93). Esses resultados estão próximos daqueles encontrados por ABREU et al (2004) e GOMES et al (2004), que testaram o mesmo ingrediente e observaram redução linear do consumo diário de ração e aumento linear do consumo diário de bagaço de cevada, tanto na matéria natural como na MS. Em outros trabalhos foram encontraram resultados diferentes ao serem testados outros subprodutos da cevada (BELLAVER et al, 1985, 1987) e a própria cevada em grão (FIALHO et al, 1992) para suínos em crescimento, não observando diferença no consumo.
Com relação ao ganho de peso, observou-se efeito quadrático (P<0,05) tanto no ganho de peso total (GPT) como no ganho de peso diário (GDR) com aumento do nível de bagaço de cevada na dieta, de acordo com as equações Y = - 28,932 - 0,3289X + 0,0128X2 (R2=1,00) e Y = - 0,8374 - 0,0088X + 0,0004X2 (R2=1,00), respectivamente.
Esses resultados diferem dos estudos de BELLAVER et al (1987), que trabalhou com outros subprodutos da cevada e não observou efeito da inclusão de refugo de maltaria sobre o GDR. Por outro lado, os resultados deste trabalho são semelhantes aos de BELLAVER et al (1985), que observaram redução linear no GDR ao testarem a radícula de malte em dieta para suínos em crescimento e terminação.
Observou-se efeito quadrático (P<0,05) dos níveis de bagaço de cevada na dieta sobre a conversão alimentar (CA), de acordo com a equação Y = 0,0016X2 - 0,0428X + ZOOTEC 2006 - 22 a 26 de maio de 2006 - Centro de Convenções de Pernambuco 2,5304 (R2=0,99). Esse resultados de estão de acordo com aqueles obtidos por BELLAVER et al (1985) e (1987) com a cevada ou seus subprodutos, mas diferem outros trabalhos (FIALHO et al, 1992, ABREU et al, 2004 e GOMES et al, 2004) que observaram diferença na CA.
CONCLUSÕES
O melhor nível de inclusão de bagaço de cevada em dietas para suínos em crescimento seria de 14,91%, para maior consumo total de MS, ou 12,85% para máximo ganho de peso ou 13,38%, para a melhor CA.
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Autores:
Jamil Montebraz
Antonio Assis
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ
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Adriano da silvas
9 de mayo de 2020
Boa noite , estou fazendo teste suínos na fase crescimento em terminação com bagaço cevada , está engordando , só comendo muito, se puderem me ajudar , meu email areialnsaparecida@gmail.com, 35 99744 5153
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Bill Araujo
7 de diciembre de 2019
tenho uma duvida sobre o bagaço de cevada seria possivel fazer a secagem e misturar na ração e qual seria a porcentagem
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Marcelo Bertola
Orffa Excentials
31 de agosto de 2018
Bom dia!! Tenho experiencia com o produto,mas já faz uns 10 anos que usei em 2000 animais,posso dizer que a experiencia não foi boa,em função da fibra e a umidade alta do produto ,o desempenho foi muito ruim,os animais se apresentavam barrigudos e magros, eu usei o bagaço de cevada úmida e mais 1 kg de ração normal por animal dia. se fossemos corrigir a ração se tornava inviável, esse lote foi terminado com ração normal e foi suspenso o fornecimento de bagaço aos 60 dias da terminação . Posso dizer que muito bom produto para ruminantes
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Francisco Neto
31 de agosto de 2018
Como já comentei anteriormente, meus suínos em crescimento não tiveram bom desempenho alimentados com o bagaço da cevada.
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PEDRO CONSTANTINO FERREIRA
29 de agosto de 2018
boa noite quero saber quanto tempo leva o bagaço de cevada para da aos suinos
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Carlos Feliz Maggioni
MIG-PLUS
6 de marzo de 2018
Gostaria de saber GPD ..... Qual a umidade do bagaço de cevada parabéns pelo trabalho precisamos cada vez saber mais sobre ingredientes alternativos...
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JOSIMAR LANDIM
3 de marzo de 2018
Jamil, Tenho uma pequena criação de suínos aqui no Ceará, mais precisamente, no município de Beberibe. Em relação ao uso do bagaço de cevada, venho usando já a quase um ano. Iniciei com um percentual de 40%, baseado em pesquisas lidas na internet, hoje a quantidade está variando entre 40 a 50%, para todo o rebanho. Isto vem dando resultado satisfatório, haja vista o desenvolvimento dos animais que salta aos olhos.
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Ivo Rodrigues dos Santos
28 de febrero de 2018
Caro Assis Fiquei muito interessados sobre essa pesquisa de inclusão do bagaço de cevada na dieta de suinos. Gostaria de obter mais detalhes e/ou se deu continuidade nesse trabalho observando outras variaveis. Tambem gostaria de saber se voce tem experiencia com dieta liquida usando o produto. E se por acaso tem alguma informação sobre sobre saude animal usando o produto. Ou se ha alguma restrição? Att Ivo R. dos Santos
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