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Bem-estar e manejo nutricional de femeas suinas gestantes: uma breve revisao

Publicado: 7 de outubro de 2021
Por: Robério Gomes de Souza, Ana Paula Cardoso Gomide, Thiago Jordão de Oliveira Feitosa, Maria Nozay Januário da Silva, Igor Felipe Ferreira de Vasconcelos, Venilson Silva França, Nariane Coelho de Oliveira, José Felipe Napoleão Santos e Igor Eli da Silva.
1. INTRODUÇÃO
A suinocultura tem recebido um incremento com introdução de técnicas avançadas e melhor manejo de rebanho e com isso vem crescendo fortemente no Brasil e no mundo, necessitando de mais estudos na área, principalmente em relação à promoção de bem-estar animal.
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA, 2019), o Brasil ocupa o 4º lugar como maior produtor e exportador de carne suína. Esses dados mostram que no sistema de produção de suínos, o proprietário, também representado pelos funcionários, tem uma extrema importância na área, a qual os procedimentos/manejos corretos em todas as fases de criação trazem resultados positivos, assim como perdas na produção no que se diz respeito ao manejo incorreto.
A fêmea suína a qual é selecionada para a reprodução passa praticamente boa parte de sua vida útil em gestação. Os cuidados a serem tomados nesse período são fundamentais para o aumento da produtividade. Com o passar dos anos, o aumento do número de leitões nascidos por gestação tem aumentado significativamente, devendo-se ao fato do melhoramento genético, uma nutrição de qualidade com as exigências nutricionais exigidas, manejo adequado.
O fato da maioria das fêmeas suínas viverem no sistema intensivo (gaiolas de pequeno espaço) tem sido um tema bastante discutido quando se fala em bem-estar animal. Fawc (2009) ressalta que os animais precisam ter uma vida digna, porém, são impossibilitados de desenvolverem comportamentos normais, incapazes de realizar exercícios, terem acesso ao ambiente natural, pontos estes que não estão de acordo com as cinco liberdades prescritas pelo Comitê Brambell: livre de fome e sede, livre de desconforto, livre de doenças necessitando de prevenção ou diagnóstico rápido e eficaz, ter a liberdade para expressar seu comportamento normal, livre do medo e da angústia.
O estudo, através de revisão de literatura referente ao bem estar e os manejos para com a gestante suína, auxilia favorecendo procedimentos devidos e alertando acerca dos indevidos para cada situação, de forma a reduzir gastos, assim como, melhorar a questão de bem estar animal.
2. Revisão de literatura
2.1 Bem-estar animal na suinocultura
No tocante ao bem-estar animal Broom (2011) afirma que é um conceito científico a qual é descrito uma qualidade no animal vivo capaz de ser mensurada em um determinado momento. É uma questão ética que se pode chamar de proteção animal. O estudo científico do bem-estar animal segundo Brom e Moleto (2004) é amplamente separado da ética. Uma vez terminada a avaliação do bem-estar animal, esta prova às informações que se é necessária para que se tomem decisões éticas sobre uma dada situação.
O bem-estar abrange as noções do animal em perfeita saúde mental e física. O animal em harmonia com o seu ambiente é capaz de adaptar-se sem sofrer a um ambiente artificial fornecida por seres humanos. Bem-estar animal tem a ver com a ausêncixa de sofrimento onde se faz presente o prazer - sentimento positivo (Duncan, 2005).
Os comportamentos naturais como alimentares, de reprodução, locomoção, lúdicos, descanso e típicos, como fuçar e construir ninhos em suínos, por exemplo, é gerado sentimentos positivos e levam uma boa saúde ao animal tanto fisiológica como psicológica (Fraser et al., 1997).
Os consumidores estão cada vez mais atentos ao bem-estar animal, estando este quesito entre as exigências principais, e, uma boa qualidade de vida ao animal dentro do ambiente em que foi criado, onde lhe é proporcionado um sentimento de alivio ao consumir um produto de qualidade, (Ricci, Titto & Sousa, 2016).
Para comprovar que os animais estão em criação humanizada, Queiroz et al, (2014) afirma que o uso do selo de bem-estar animal Certified Humane é uma forma que garante uma criação com mínimo sofrimentos possíveis e deixando o consumidor ciente que desde o nascimento até o abate, o maltrato aos animais é desprezado. É recomendando que todas as redes de supermercados implantes esse sistema a fim de aumentar a credibilidade do consumidor.
O estresse é tido como uma série de alterações fisiológicas que se manifesta e prolongam levando um desequilíbrio da homeostase, acarretando efeitos importantes e irreversíveis aos animais. Com o uso do enriquecimento ambiental há redução dos fatores de estresse, trazendo melhorias para o bem-estar em sistemas de produção animal (Ricci, Titto & Sousa, 2016).
Iniciou-se um projeto de pesquisa em 2004 da União Europeia chamado de Welfare Quality, onde o mesmo teve duração de cinco anos. Mais de 40 instituições de 15 países participaram, tendo como representares da América Latina o Brasil, Uruguai, Chile e México.
Foi criado como um dos focos principais pelo projeto um sistema que mensura o bemestar animal (Quality, 2009).
De acordo com Ludtke et al, (2014) com base nas cinco liberdades, Welfare Quality, através da mensuração do bem-estar animal definiu quatro princípios fundamentais a serem analisados: I - A alimentação dos suínos está sendo de forma correta? II - O alojamento dos suínos é de forma correta? III - Os suínos estão num estado sanitário adequado? IV - Os suínos refletem um estado emocional adequado em seu comportamento?
Uma das formas de sofrimento em suínos criados no sistema intensivo (confinado) é a falta de privacidade física ou psicológica, onde não se tem espaço para os animais transitarem livremente e ficam isolados socialmente envolvidos por um sistema de produção monótono, causando-lhe estresse, acarretando doença do sistema respiratório, locomotor e entre outras, consequentemente, influenciando perdas na produção por negligência de pessoas que não optam por fornecer uma melhor qualidade de vida ao animal (Veloni et al., 2013).
2.2 Bem-estar na gestação
O ambiente para gestantes deve ser limpo e seco e com um manejo correto das canaletas a fim de diminuírem os problemas sanitários no setor como infecções genitais problemas de cascos. A densidade é de 2,5 m²/animal para fêmeas em baias coletivas e 1,8 m²/animal para leitoas. O uso de ventiladores e aspersores (conjugados ou não) é fundamental, visto que, a zona de conforto para esta fase situa-se entre 18 ºC e 25 ºC (Rohr, Costa & Costa, 2016).
De acordo com Silva, Pandorfi e Piedade (2008), com relação ao estresse ambiental, os animais alojados em baias coletivas apresentaram menor incidência de comportamentos, estereotípicos e interações agressivas. Na exploração zootécnica a avaliação do bem-estar animal pode envolver aspectos ligados às instalações, manejo, ambiente levando uma resposta de comportamento frente aos regimes de criação.
A Diretiva 2008/120/CE da União Europeia que relata os padrões mínimos de criação dos suínos e mostra que a criação de matrizes em baias coletivas é obrigatório, entre as quatro semanas após a inseminação, e os sete dias que antecede a data prevista para o parto (The Council Of The European Union, 2009).
A gestação é dividido em fase de ovo ou zigoto, fase embrionária e fase fetal e dura em média 114 dias. Na fase embrionária ou organogênese ocorre a implantação dos embriões nos cornos uterinos devido à migração dos ovos até a sua nidação que ocorre por volta de 17 a 24 dias após a fertilização. Nesse período, formam-se os tecidos, órgãos e sistemas mais importantes do organismo (Alvarenga et al., 2012). Quando se mistura ou reagrupa as fêmeas durante esta fase pode levar ao aumento da mortalidade embrionária, reduzindo a fertilidade ou do tamanho da leitegada (Dron et al., 2014). Recomenda-se realizar esta ação depois deste período.
Um estudo realizado por Van Wettere et al, (2008) buscou esclarecer o problema de misturas de marrãs no início da gestação. Os autores pesquisaram o efeito do reagrupamento durante as quatro primeiras semanas de gestação e os dez primeiros dias de gestação, chegando ao resultado de que a taxa de prenhez foi similar para ambos os tratamentos, com média de 94,5%. O número de embriões presentes no 26º dia de gestação, bem como, as taxas de sobrevivência embrionária não foram afetadas pelo tipo de alojamento. Os autores chegaram a conclusão que o alojamento individual de marrãs logo após sua primeira inseminação não melhora a sobrevivência embrionária.
Um trabalho relatado por Silva et al, (2008) mostrou que a criação dos animais em baias individuais ou coletivas não resultou em diferenças: período de gestação (dias), duração do parto (min), número de leitões nascidos vivos, natimortos e mumificados, peso dos leitões no nascimento (kg), peso no desmame (kg) e mortalidade.
2.3 Diagnóstico gestacional
Quanto mais cedo for o diagnostico de gestação melhor, uma vez que se retira as fêmeas vazias do grupo de parição, diminuindo, assim, os dias não produtivos, podendo empregar as ações devidas para limitar esse período nas granjas. Os métodos avaliados devem ser baixo custo, rápido e que não apresente efeitos negativos sobre a fêmea. (Sobestiansky, et al., 1998).
A palpação retal, dosagens hormonais, biópsia vaginal e o diagnóstico ultrassonográfico são os métodos mais utilizados para o diagnóstico precoce da gestação. Ausência do cio, desenvolvimento de glândula mamária e aumento do volume abdominal são métodos visuais, não específicos, porém de relevância na suinocultura (Walker, 1972; Cavalcanti et al., 1983; Toniolli et al., 1989).
2.4 Palpação retal
Um método simples, econômico e preciso. Não requer equipamento especializado, resultados imediatos e permite que o examinador obtenha diagnóstico de anormalidades no trato genital. Uma técnica relativamente fácil de ser aplicada, sendo que a partir do 30º dia após a cobertura pode ser usada na rotina para o diagnóstico de gestação (Balke & Elmore, 1982).
A fêmea suína não apresenta uma anatomia ideal para tal avaliação, existindo um risco de prolapso retal, além do que, nem todas as marrãs apresentam tamanho suficiente para serem palpadas por qualquer examinador devendo ter, preferencialmente, uma mão pequena para realizar a palpação retal em marrãs (Walker, 1972).
A gestação é determinada pela palpação da artéria ilíaca externa, da artéria uterina média, do cérvix e do corpo uterino caudal. As artérias uterina e ilíaca externa são comparadas pelo tamanho, tônus e presença de frêmito, onde a fêmea é considerada prenhe quando a artéria uterina apresenta frêmito ou se o seu diâmetro for igual ou superior ao da artéria ilíaca externa (Walker, 1972; Silva et al., 2001). O cérvix e corpo uterino caudal são avaliados pela consistência e tônus aumentado (Balke & Elmore, 1982).
2.5 Dosagens hormonais
São usadas dosagens hormonais como diagnóstico de gestação devido à ocorrência de mudança nos níveis hormonais durante a gestação. Foi avaliado por Stefanakis et al. (2000), níveis de sulfato de estrona na urina e obtiveram um resultado preciso de 90,7% no diagnóstico de gestação aos 16-30 dias após a cobertura. Os níveis de estrógeno urinário entre as fêmeas não prenhas e entre o período gestacional de 24-32 dias foi observado uma diferença marcante (Walker, 1972).
As concentrações de progesterona são maiores em gestações precoces. Foram utilizadas por Chadio et al. (2002) dosagens de progesterona para o diagnóstico de gestação entre 17 e 22 dias após a inseminação artificial e obtiveram resultados de 98,8%.
A gestação pode ser indicada tanto pelas as amostras de estrógeno, quanto de progesterona. Porém, tais testes são usados mais experimentalmente que na rotina prática, pois têm como desvantagens o tempo requerido para a avaliação, à necessidade de coletar urina ou sangue e custo elevado (Walker, 1972).
2.6 Biópsia vaginal
Na biópsia vaginal é observado alterações histológicas no epitélio vaginal da fêmea suína (Toniolli et al., 1989). Com um instrumento de biópsia inserido na vagina anterior são coletadas amostras do epitélio vaginal, levado ao laboratório, conservado em formalina a 10% sendo processado, corado e avaliado pela microscopia óptica. São analisadas: o número de fileiras celulares, presença de criptas e infiltrado leucocitário, características da membrana basal e presença de mitoses celulares.
As fêmeas gestantes apresentam as seguintes características: epitélio baixo com duas a três camadas de células, ausência de criptas e infiltrado leucocitário, núcleos bem corados, regulares e ausência de mitoses (McCaughey, 1979, Toniolli et al., 1989).
Mesmo demostrando características precisas, a biópsia não vem sendo muito utilizado na rotina da suinocultura. Necessita-se de um laboratório especializado; profissional com experiência em técnicas histológicas e interpretação das características da mucosa vaginal; o resultado não é de imediato, levando de 3 a 4 dias (Toniolli et al., 1989).
2.7 Ultrassonografia
A ultrassonografia tem capacidades avançadas de diagnóstico na medicina veterinária, contribuindo para o recente progresso em produtos animais e evoluiu como uma técnica de rotina para aplicações clínicas e científicas (Kähn, 1992). O uso da ultrassonografia na produção de suínos é muito útil para diagnóstico da prenhez (Williams et al., 2001).
Segundo Williams et al, (2001) o ultrassom é baseado na emissão de ondas de som cuja frequência excede o nível audível. Essas ondas se movem de forma longitudinal, e ao bater em um elemento reflexivo (interfase ou tecidos) gera um eco que regressa ao local de origem, este eco é recebido e representado na forma de imagem ou registro.
Com o uso da ultrassonografia ocorre à diminuição da mão de obra e economiza tempo para chegar ao diagnóstico (Viana et al., 2001). Utilizando essa tecnologia, necessita-se de apenas um funcionário para identificar as estruturas.
3. Manejo nutricional na gestação
O sistema de criação em baias coletivas para fêmeas gestantes é a melhor opção, porém, um dos pontos a serem analisados segundo Panzardi et al (2011), é o sistema de arraçoamento utilizado, que deve ser planejado buscando reduzir a competição por alimento entre os animais, evitando assim, disputas agressivas.Segundo Kranendonk et al, (2007) o sistema de comedouro automático em baias coletivas pode proporcionar mudança de posicionamento entre as fêmeas dominantes e submissas, prejudicando o arraçoamento das mesmas, levando ao aumento do nível de estresse.
A simulação de estresse em fêmeas gestantes com a administração de acetato de hidrocortisona relatada por Kranendonk et al, (2006) e a restrição da alimentação devido a disputa de comedouro (Kranendonk et al., 2007) implicou em menor peso de leitões ao nascimento e também ao maior número de natimortos. É possível que a diminuição de peso nas fêmeas possa ter gerado estresse pré-natal, podendo ter levado ao subdesenvolvimento dos fetos e inclusive à morte, explicando a mumificação relatada
O comportamento das gestantes durante o arraçoamento está ligado às diferenças no ganho de peso de leitões, entre gestantes de ordem de parto semelhante, sendo que os leitões com menor peso ao nascimento e aqueles com peso inferior a 1,200g são oriundos de fêmeas com menor ganho de peso, no ultimo mês da gestação (Panzardi et al., 2011). Na tabela 1 encontram-se as exigências nutricionais de matrizes em diferentes períodos de gestação.
Bem-estar e manejo nutricional de femeas suinas gestantes: uma breve revisao - Image 1
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Em matrizes multíparas, o fornecimento de energia durante gestação precisa ser respeitada de acordo com a necessidade das reservas corporais durante a lactação. A restauração de reservas proteicas ocorre mais cedo em fêmeas que mobilizaram quantidades de reservas corporais durante a lactação anterior (Dourmad et al., 1996).
A relação entre consumo diário de alimento ao consumo de nutrientes atende as exigências de manutenção e de produção permitindo, assim um aumento de produtividade das fêmeas. A qualidade dos ingredientes e os níveis nutricionais da dieta faz com que se obtenha uma dieta de qualidade (Penz Junior et al., 2009).
4. Fatores que influenciam a eficiência reprodutiva de suínos
Além da nutrição, que vem a ser o principal responsável pelos custos da produção de suínos, correspondendo cerca de 70%, o manejo, correto associado a nutrição pode contribuir para aumentar a margem de lucros (Pascoal et al., 2006).
Para assegurar a lucratividade na suinocultura Bianchi (2010) afirma que o acompanhamento do parto vem a ser de fundamental importância, pois, quando se toma as medidas corretas de manejo, garante-se a viabilidade da leitegada e assegura ótimas condições de saúde das matrizes.
5. Natimortalidade, mortalidade e mumificação fetal
Segundo Sobestiansky (1999) a natimortalidade é a morte fetal que ocorre após 90 dias de gestação, podendo os natimortos serem classificados em:
Tipo 1: quando a morte ocorre antes do término da gestação (morte pré-parto); Tipo 2: quando a morte ocorre durante o parto (morte intra-parto).
A não natimortalidade para o produtor é representada como uma produção finalizada, visto que, uma determinada quantidade de animais não é terminado e comercializado (Santoro et al., 2003).
O efeito da estação do ano sobre a natimortalidade dos leitões depende entre outros fatores, da infraestrutura da maternidade e de sua temperatura interna. O planejamento das instalações não sendo na forma correta comprometerá a zona de conforto térmico da fêmea e dos leitões (Fireman et al., 1997). A alta temperatura na sala de parto, excedendo 22°C, pode ser um fator estressante para a fêmea, aumentando a natimortalidade (Vanderhaeghe et al., 2009).
Nos natirmortos pré-parto as causas geralmente estão relacionadas com agentes infecciossos que causam doenças da reprodução como parvovírus, leptospira, doença de Aujeszky e enterovírus. Já os natimortos intra-parto estão mais relacionados com partos prolongados em fêmeas velhas, leitegadas grandes, temperaturas ambientais elevadas e distocias (Sobestiansky, 1999).
Fêmeas com alta taxa de ovulação tendem a apresentar maior mortalidade fetal, provavelmente pela falta de espaço uterino (Van Der Lende et al., 2003)
As principais causas prováveis são infecciosas ou não, e dentre as causas infecciosas estão às doenças de caráter progressivo, como por exemplo, a infecção pelo parvovirus suíno (Mengeling et al., 2000).
Van Der Lende et al., (2003), relataram que as mortes fetais ocorrem até os 70 dias de gestação, perfazendo um percentual de 67 a 84%, dependendo da granja, abrangendo três períodos críticos e que fetos com 20 a 50 mm por serem pequenos, passam despercebidos pelos funcionários que acompanham o parto devido à falta de treinamento na investigação das placentas para busca deste tipo de mumificado e os mumificados maiores (100 dias), geralmente são marcados como natimortos.
A mumificação é um processo não específico ocorrendo quando os fetos mortos são retidos dentro do útero e desidratam, ocorrendo a partir do 35º dia de gestação, quando o tecido ósseo começa a se depositar nos fetos. Uma taxa de até 1,5% de fetos mumificados nos partos são considerados normais (Sobestiansky, 1999).
As salas de parição das fêmeas devem passar por um período de vazio sanitário, por pelo menos 3 a 5 dias. As fêmeas devem ser transferidas três dias antes do parto previsto, ocorrendo assim a adaptação do ambiente. Deve ser um local limpo, seco com o mínimo de ruído possível. O estresse pode acarretar um aumento de mortalidade dos leitões. A temperatura da sala deve ser de 18-20 ºC, enquanto a do escamoteador, onde ficam os leitões recém-nascidos, tem que estar entre 30 e 32 ºC (Silveira & Zanella, 2014).
6. Considerações finais
O manejo durante o período de gestação da matriz, independente da ordem de parto das mesmas tem que ser realizado minunciosamente a fim de acarretar os menores problemas possíveis, e, no final do período gestacional se tenha bons resultados tanto nos leitões nascidos quanto na saúde e bem-estar da fêmea. Evitar estresse e maus tratos se faz necessário para que os fetos não sofram problemas futuros.
A alimentação é um dos pontos cruciais onde se deve fornecer quantidade adequada, sempre nas exigências nutricionais corretas para a gestante e desenvolvimento embrionário/fetal, o escore corporal do animal deve ser controlado após a seleção da mesma como matriz.
Esse artigo foi originalmente publicado em Research, Society and Development[S. l.], v. 9, n. 4, p. e52942829, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i4.2829. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/2829.  Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.

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