O objetivo deste estudo foi avaliar o comportamento de leitões e porcas, frente ao tratamento de desgaste ou não de dentes do lactente. Foram utilizadas 67 matrizes suínas e 827 leitões. O experimento foi realizado em três locais e a obtenção de dados comportamentais foi a partir de etograma, na forma dirigida. As observações dos leitões foram realizadas de dez em dez minutos, durante quatro horas, três vezes por semana. Os dados foram analisados em delineamento inteiramente ao acaso com medidas repetidas no tempo. Utilizou-se o modelo misto com o efeito fixo de tratamento, turno, período e suas interações; e o efeito aleatório de lote utilizando o procedimento MIXED do SAS (2008). Foram testadas 15 estruturas de variância e covariância, escolhendo-se a que apresentou menor valor para o Critério de Informação de Akaike (AIC). Não foram encontrados efeitos significativos para o comportamento agonístico, estereotipado, lúdico e exploratório em relação aos tratamentos assim como para todo o período avaliado (P>0,05). Efeitos significativos foram identificados no comportamento de mamar, comparando-se os tratamentos (P≤0,05). Não foram encontrados efeitos significativos para o comportamento alimentar das matrizes (P>0,05). Comer diferiu de beber, para o período avaliado (P≤0,05). Com este estudo, conclui-se que o procedimento de desgaste ou permanência dos dentes de leitões pode influenciar em comportamentos importantes, como o de mamar, responsável pelo eficiente ganho de peso. O desgaste dos dentes pode ser desnecessário diante dos ferimentos causados, em decorrência do manejo errôneo desta pratica. Contudo, há necessidade de mais estudos direcionados a este tema, buscando maiores elucidações.
Palavras-chave: adaptação; bem-estar; comportamento; etologia; lesão.
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