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TRANSFERÊNCIA E GERAÇÃO DE TECNOLOGIA COM FOCO NA QUALIDADE DO LEITE

Publicado: 28 de dezembro de 2012
Por: Luiz Carlos Roma Júnior (Eng. Agr., Dr., PqC do Polo Regional Centro Leste/APTA); Márcia Saladini Vieira Salles; Marcelo Coelho; Ricardo Bruxelas Ribeiro
Define-se extensão rural e assistência técnica como o processo de educar e estender ao agricultor novos conhecimentos, habilidades e técnicas. Toda esta novidade para que gerem resultados benéficos para o produtor, em termos de viabilidade econômica e social da atividade, em especial quando se trata de pequenos produtores ou até mesmo de agricultura familiar.
O processo da assistência técnica e extensão rural podem ser denominados como “transferência de tecnologia”, o qual possibilita melhoria nas condições de vida das populações rurais, uma vez que este propicia aos produtores mudanças do nível tecnológico, o que possibilita uma maior produtividade e assim acréscimo na renda agrícola.
Existem várias técnicas e tecnologias já desenvolvidas e comprovadas por instituições de pesquisa, mas o acesso ao produtor ainda é restrito ou nem existe. Cabe então o papel da assistência em transferir das instituições de pesquisa estas tecnologias diretamente ao produtor de forma prática e viável.
Figura 1. Estrutura necessária para geração e transferência de tecnologia
TRANSFERÊNCIA E GERAÇÃO DE TECNOLOGIA COM FOCO NA QUALIDADE DO LEITE - Image 1
Ao juntarmos o assunto transferência de tecnologia com a atividade leiteira, esta passa a ser uma união muito bem requisitada atualmente, devido às exigências em produtividade para permanecer no mercado. Mais recentemente, além da produtividade, outro quesito muito importante está sendo também a qualidade do leite.
A questão da qualidade do leite tem recebido maior atenção por parte das autoridades, indústria, profissionais do setor, produtores e consumidores de modo geral. Em conseqüência, a legislação brasileira, que trata especificamente do leite e seus derivados, passou por recente processo de modernização para acompanhar as tendências mundiais e trazer melhorias para o setor nacional como um todo, estabelecendo novos padrões legais da qualidade mínima do leite comercializado no Brasil.
Em contrapartida, com a iniciativa do governo através da Instrução Normativa 51, algumas indústrias iniciaram a implantação de programas de pagamento por qualidade, como instrumento para incentivar o produtor a buscar pela melhoria de seu produto e, indiretamente, para obter melhor rendimento industrial. Além do pagamento de bonificações pelo leite de alta qualidade, podem ser utilizadas penalizações para o leite de baixa qualidade. Esses programas têm sido ferramentas poderosas para motivar os produtores a melhorar a qualidade do leite cru. Em geral, os incentivos por qualidade variam entre as indústrias ou cooperativas, mas a contagem de células somáticas, a contagem total de bactérias, a ausência de resíduos de antibióticos e outros inibidores, e a ausência de fraude por adição de substâncias externas são os principais contemplados para aferir a qualidade do leite.
Assim, as tendências mostram que as atividades leiteiras de sucesso serão aquelas que apresentarem eficiência e sustentabilidade na produção de leite de qualidade e, somente elas poderão competir por mercados consumidores. O alcance desta eficiência e sustentabilidade pode ser atingido, principalmente, através da transferência de tecnologias já comprovadas.
Conforme comentado anteriormente, a transferência de tecnologia permite levar o conhecimento para a sociedade na forma de serviços, produtos e processos. Diante do exposto, em dezembro de 2010, iniciou-se uma parceria entre a CATI e a APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios) a fim de promover as tecnologias geradas na APTA através dos agentes extensionistas da CATI diretamente aos produtores rurais.
Esta parceria conta com o envolvimento de 10 pesquisadores da APTA e 15 agentes extensionistas da CATI. Para a transferência de tecnologia, os agentes extensionistas receberam, durante o ano de 2011, curso de reciclagem com foco nos aspectos de melhoria da qualidade do leite. Este curso teve temas abordados de acordo com a necessidade apresentada pelos produtores que recebem visitas dos agentes extensionistas da CATI. Os temas principais foram: melhoramento genético, manejo de ordenha, sanidade, reprodução, conforto e nutrição.
Figura 2. Curso de Reciclagem em Qualidade do Leite para os agentes extensionistas
TRANSFERÊNCIA E GERAÇÃO DE TECNOLOGIA COM FOCO NA QUALIDADE DO LEITE - Image 2
Na próxima etapa da parceria, que está atualmente em andamento, mensalmente toda propriedade participante está sendo monitorada através de análise do leite e com esta análise está sendo disponibilizado relatório para o produtor com possíveis recomendações para melhoria do leite.
Figura 3. Curso Prático de Reciclagem de Manejo de Ordenha realizado na APTA
TRANSFERÊNCIA E GERAÇÃO DE TECNOLOGIA COM FOCO NA QUALIDADE DO LEITE - Image 3
Com esta parceria, espera-se disponibilizar ao produtor as tecnologias já desenvolvidas e comprovadas. Além de ganhar em conhecimento necessário para atividade, espera-se também que este ganho seja observado na melhoria da qualidade do leite produzido. Outro aspecto importante é a geração de novos projetos de pesquisa aliados a necessidade direta dos produtores. Fechando assim o ciclo da transferência e geração de tecnologia.
Esta parceria conta com o envolvimento dos Pesquisadores: Fernando Salles, Flávia Fernanda Simili, Geraldo Balieiro Neto, Juliana Corrêa Borges e Silva, Lenira El Faro, Márcia Saladini Vieira Salles, Maria da Graça Pinheiro, Maria Izabel Merino de Medeiros, além dos agentes extensionistas: Ana Carolina Siqueira Gonçalves, Bruno Vicente Nadruz, Carlos Alberto Patriarcha, Carlos Henrique de Paula e Silva, Flavio Santos Scozzafave, Gustavo Cunha Almeida Silva, José Fernando Ferri, Marcelo Coelho Lopes, Mario Augusto Spessoto de Figueiredo, Michel Golfeto Calixto, Monica Costa Oliveira, Ricardo Bruxellas Ribeirao.
 
**O trabalho foi originalmente publicado pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo. 
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Luiz Carlos Roma Júnior
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