A mastite é a inflamação da glândula mamária. É uma doença que causa grandes prejuízos econômicos, devido, principalmente, à redução da produção de leite e custos com tratamentos por antibióticos, incluindo descarte de leite e de animais. As principais práticas para o controle da mastite são:.
Diagnóstico precoce da mastite clínica
Fazer o teste da caneca de fundo preto (ou caneca telada), diariamente, no momento da ordenha, em todas as vacas. Fazer o teste antes do bezerro mamar.
Como o teste deve ser feito
Retirar os três primeiros jatos de leite de cada teto na caneca de fundo preto, observando se há alguma alteração no aspecto do leite. Separar e tratar as vacas que apresentarem alteração no leite como presença de grumos, leite amarelado, leite aguado, pois estes são sinais típicos de mastite clínica.
Observação 1: O diagnóstico precoce do caso clinico de mastite permite agilidade no tratamento, aumentando as chances de cura e diminuindo os riscos de transmissão para vacas sadias.
Observação 2: O tratamento da mastite clínica deve seguir as recomendações do veterinário.
Desinfecção dos tetos antes e após a ordenha
A desinfecção antes da ordenha elimina as bactérias que vem do ambiente e que contaminam a pele dos tetos no período entre as ordenhas.
A desinfecção após a ordenha elimina as bactérias contagiosas, que são transmitidas de vaca para vaca durante a ordenha, através das mãos do ordenhador ou do equipamento de ordenha.
Para realizar esta desinfecção, mergulhar todo o teto em solução desinfetante própria para o uso antes e outra própria para o uso depois da ordenha. Utilizar frasco do tipo sem retorno, que não permite o retorno da solução para o interior do frasco.
Observação: No caso da desinfecção antes da ordenha, deve-se aguardar 30 segundos para o desinfetante agir antes de secar os tetos com papel toalha descartável.
Uso correto e manutenção do equipamento de ordenha
Colocar e retirar o conjunto de ordenha (teteiras) ligando e desligando o vácuo de maneira adequada, para evitar danos a extremidade dos tetos. O bom funcionamento do vácuo é indispensável para manutenção da integridade dos tetos.
Não forçar o conjunto de ordenha (teteiras) na tentativa de extrair mais leite; isso pode provocar lesões nos tetos e aumentar as chances de ocorrência de mastite.
Realizar a manutenção periódica do equipamento de ordenha, com técnico especializado. Geralmente, as teteiras devem ser trocadas a cada 2.500 ordenhas ou a cada seis meses.
Limpeza do ambiente de permanência das vacas
Manter o local de permanência das vacas limpo e seco. O ambiente adequado diminui a exposição dos tetos as bactérias causadoras de mastite.
Segregação e descarte das vacas com mastite crônica
Ordenhar separadamente as vacas com mastite clínica, para evitar que elas contaminem as vacas sadias. Elas podem ser ordenhadas por último ou em conjuntos de ordenha diferentes dos utilizados nas vacas sadias.
Descartar as vacas que possuem mastite crônica (vacas "mamiteiras"): são aquelas que apresentaram três casos clínicos na mesma lactação ou cinco casos durante sua vida produtiva. As vacas com mastite crônica são fonte de contaminação permanente para as vacas sadias.
Terapia da vaca seca
Aplicar uma bisnaga de antibiótico próprio para vaca seca em cada teto após a última ordenha da lactação (dia da secagem). Na embalagem do produto há a indicação de uso "para o período seco".
Observação: A terapia de vaca seca trata as infecções subclínicas adquiridas durante a última lactação e previne novas infecções no período seco.
**O trabalho foi originalmente publicado pela Embrapa Gado de Leite.