Eu vejo, particularmente, com certa cautela, e até mesmo desconfiança, esta euforia nacional acerca do potencial comprador mexicano da carne brasileira após a recente habilitação de novas empresas e frigorificos brasileiros àquele mercado.
O México é um país que, pela posição geográfica, depende (mas também se beneficia) em gênero, número e grau da proximidade com os EUA para muitas coisas - milho, por exemplo, para ficar em apenas um exemplo - além de estar, pela mesma razão, politicamente muito atrelado àquele. Além disso, comercialmente falando, o México SEMPRE FOI, por conta do agora USMCA (antes NAFTA), um grande mercado para a industria da carne americana que tinha onde colocar pernas de frango, partes menos valiosas de suinos e CMS em grandes volumes anuais.
Logo, por tudo isto, não vejo o mercado mexicano como muito "autônomo" para decidir onde abastecer-se de carnes ( e insumos como o milho, por exemplo) pelo fato de não acreditar que os EUA, ao sentirem ameaçada a demanda por seus produtos cárneos, ficarão calados e imóveis. Por tudo isto, e já que o assunto é frango, vale aqui relembrar o velho ditado popula brasileiror: cautela e caldo de galinha nunca fizeram mal a ninguém!