Brasil - Sistema de rastreamento de bois, Ruralistas querem forçar mudança
Publicado:21 de fevereiro de 2008
Fonte :Valor Online / Mauro Zanatta
A bancada ruralista começa hoje um amplo movimento político para forçar mudanças nas regras do sistema de rastreamento de gado bovino (Sisbov). O principal objetivo dos parlamentares é derrubar a obrigação da identificação individual dos animais, transformando o rastreamento em um instrumento genérico com foco nos estabelecimentos rurais.
De quebra, os ruralistas querem que o governo questione o embargo imposto à carne bovina brasileira pela União Européia (UE) na Organização Mundial do Comércio (OMC), além de "deslegitimar" a lista de propriedades exigida pelos europeus como garantia para retomar as compras do produto nacional, suspensas desde o início de fevereiro em razão de problemas detectados no Sisbov.
"O rastreamento não pode ser individual, mas da propriedade. E não pode haver lista de restrição. Ou está aberto à região ou não está", disse a senadora Kátia Abreu (DEM-TO). Vice-presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária, a senadora coletou 75 assinaturas de senadores para um manifesto contra o embargo europeu e a exigência da lista.
A ação política também tem um tom de enfrentamento com o Ministério da Agricultura e o Itamaraty, considerados "passivos e permissivos demais" com as exigências da UE. "O Ministério da Agricultura se arvora no direito de legislar e acaba aceitando regras impostas pelos europeus", disse o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), autor de um projeto de decreto legislativo para derrubar as atuais regras do Sisbov e de um projeto de resolução para suspender os acordos bilaterais Brasil-UE enquanto durar o embargo.
"Desde quando o brinco usado hoje evita febre aftosa em boi?", questionou. Caiado defende a atuação da Comissão da Agricultura da Câmara como "única autorizada a legislar" sobre o temas sanitários. "A turma do ministro Reinhold Stephanes usa e abusa de instruções normativas. Não consultam nem os grandes interessados, que são os produtores".
A posição mais agressiva de deputados de partidos de oposição ao governo coloca em xeque a atuação de parlamentares aliados de Stephanes, que tentam um equilíbrio entre a representação do setor e a defesa dos acordos políticos. Em público, deputados do PMDB defendem a atuação do ministro, mas, nos bastidores, apontam dificuldades para defendê-lo. "O ministro tem tido muita dificuldade. Mas estamos trabalhando nisso", afirmou o deputado Valdir Colatto (PMDB-SC).
Em reunião, ontem, com dirigentes do Fórum Nacional de Pecuária de Corte da CNA, o secretário de Defesa Agropecuária do ministério, Inácio Kroetz, reafirmou, segundo apurou o Valor, ser necessário aceitar os termos propostos pela UE para recuperar a confiança das autoridades sanitárias européias e voltar a exportar carne ao bloco comercial.
E sinalizou, também, que o governo aceitará mesmo uma lista mais reduzida de propriedades neste início de negociações. "Mas eles podem extrapolar a amostragem porque têm mais de 600 relatórios individuais com eles", afirmou, de acordo com relatos de participantes da reunião.
Srs.
Existe um adágio popula que diz: QUEM NÃO TEM COMPETÊNCIA, NÃO SE ESTABELECE, e foi justamente o que ocorreu com o SISBOV. Assuntos da iniciativa privada devem ser tratados por empresários. Assuntos de governo, por barnabés.
Façamos um comparativo: A FENABRAVE, jamais teve a mão do governo, ditando como fabricar carros. Assim como todas as indústrias que fazem parte da cadeia automobilistca.Porque a comparação? Carros, caminhões, tratores também matam.
Carne sem qualidade sanitária e mal conservada, mata também. Qual a diferença? O setor automotivo tem as suas próprias normas, que obedecem rigidamente os preceitos do INMETRO, da ABNT e da ISO. Na pecuária de corte, não existe a mínima pauta para se observar Normas Técnicas e tão pouco as orientações do INMETRO. E quando o MAPA se envolve no assunto, acontece o que está acontecendo. Produzimos de forma dinâmica e coerente. Mas... ainda não temos um protocolo que oriente o produtor. Quanda da criação do SISBOV, já estava estampado nas Instruções Normativas, que nada daria certo. E não deu. Agora, estamos cientes que as certificadoras, eram e ainda o são, meras despachantes burocráticas, sem a menor competência, suporte e aparelhamento técnico.Simplesmente são arrecadadoras do dinheiro suado do pecuarista. Lanço aqui um desafio: O pecuarista nacional cobrar o SISBOV e das certificadoras, o dinheiro gasto com a colocação dos adereços auriculares.
Rastreabilidade é uma ação profissional, privativa de Médicos(as) Veterinários(as). Rastreabilidade é muito mais que abastecer um Banco de Dados, é muito mais do que lucrar de forma desonesta, como o fazem as certificadoras e as empresas que fabricam os identificadore. Rastreabiliade não é para quem quer. É para quem tem competência profissional e
sabe elaborar um Protocolo Técnico, de acordo com as Normas Técnicas da ABNT, de acordo com as orientações do INMETRO, atendemendo as Normas da ISO e da OIE, e lógico as normas sanitárias brasileiras.
Infelizmente estaremos expostos a vexames internacionais por um bom tempo. Culpar quem? O GOVERNO FEDERAL.
Médico Veterinário Romão Miranda Vidal
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adston luiz arantes
22 de febrero de 2008
ouvi hoje parte do esclarecimento que a Senadora Katia fez junto ao canal rural, achei fantástico oportuno e proomissor, o nosso país precisa mais do que politicos corruptos, precisa de políticos inteligentes, que vejam nossos interesses e que aacima de tudo, sejam patriótas, não podemos ficar a mercê da vontade, das exigencias e das discriminações de quem quer que seja, va em frente Senadora, voce é digna desta cruzada, parabéns.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. MAPA Brasil
21 de febrero de 2008
O SISBOV se realizou como um mecanismo que dava garantias aos consumidores da boa origem das carnes bovinas em geral, sendo os mais exigentes nesse quisito os européios. Mas acontece que não podemos negar que existam tanto bons produtores, honestos (a maioria), como também aqueles produtores que utilizam as fazendas como elementos de lavagem de dinheiro, que na realidade não são do ramo, mas investem nele, pelas oportunidades que presta. Há histórias recentes nos jornais, que são testemunhos vivos do que digo.
Uma coisa que tem de ser dita neste caso é que havia oportunidade e tempo de adequarmos às novas realidades que o mercado exige e estava expresso nas normas que regulam o SISBOV, mas por omissão voluntária grande parte da cadeia ficou alheia às mudanças peremptórias que exigia essa nova legislação.
Agora querem colocar panos quentes como se fosse a panaceia que se busca. Assim muitos compradores de bois compram animais quem sabe de quem, e mandam pro frigorífico porque sua fazenda está cadastrada como 100% rastreada. Que beleza! vamos seguir fingindo que assim é muito bom!
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