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Semi confinamento de gado

Semi-confinamento

Publicado: 15 de março de 2010
Por: João Trivellato (Gerente de Produtos Ruminantes / Socil-Evialis)
O sistema de confinamento consiste na engorda de animais onde o produtor utiliza as pastagens como fonte de volumoso e fornece ração concentrada nos cochos dispostos nos piquetes ou invernadas. Trata-se de um sistema de terminação de animais prático e economicamente viável. Além de proporcionar incremento no ganho de peso dos animais o semi-confinamento tem como função também proporcionar uma boa cobertura de gordura na carcaça atendendo assim as exigências de animais terminados por parte dos frigoríficos.
 Este sistema de engorda vem crescendo ano após ano no Brasil, nos últimos 3 anos, segundo dados da AgraFNP, o número de animais semi-confinados no Brasil teve um crescimento de 13%, saltando em 2005 com um rebanho de 2.481.000 cabeças para 2.804.000 de cabeças em 2008, tendo como os principais Estados semi-confinadores Mato Grosso do Sul, Mato Grosso Goiás e São Paulo.
Algumas variáveis devem ser analisadas e planejadas para que o produtor tenha sucesso na implantação deste sistema produtivo como: aptidão dos animais a serem semi-confinados (optar por animais em faixa etária e com potencial genético que proporcione ganhos de pesos satisfatórios), fatores mercadológicos (valor da @ do boi, insumos em geral, etc) e principalmente o planejamento de reserva de pastagens para a utilização como fonte de volumoso para este sistema de engorda. Sem este tipo de preparo (pastagem) este sistema não trará os resultados para o produtor rural, pois a base alimentar será a pastagem e a ração concentrada será a potencializadora de ganho de peso e acabamento de gordura destes animais. Sem qualidade e quantidade de forragem utilizando-se apenas ração os animais não responderão aos ganhos desejados, podendo assim causar prejuízos ao produtor rural.
A atividade de semi-confinamento geralmente é mais utilizada na época de inverno (entre-safra), porém pode também ser realizada nos períodos chuvosos do ano da mesma forma que no período seco, a única modificação será a quantidade de ração concentrada fornecida entre estas épocas (na época de chuva fornece-se menor quantidade de ração concentrada que na época seca do ano para que o animal ganhe, por exemplo, 1 kg de peso vivo). Quando o produtor optar em realizar esta atividade no inverno é de extrema importância reservar pastagens durante a época chuvosa para serem utilizadas na época da seca. Mesmo que estas pastagens apresentem aspecto ressecado (comumente chamadas de buchas) encaixam-se perfeitamente como volumoso de qualidade para esta atividade, pois as deficiências nutricionais nesta fase serão supridas através da ração concentrada. O importante é preservar a quantidade e disponibilidade desta pastagem.  
Outro ponto importante é o fornecimento correto da ração concentrada, no que tange quantidade e horários. Este deve ser realizado diariamente nas quantidades corretas por lote de animais, sempre nos mesmos horários e de preferência duas vezes ao dia. Quanto mais irregular for o fornecimento da ração concentrada, piores serão os resultados produtivos. Outro ponto importante é realizar o primeiro fornecimento de ração do dia após as 9:00 h da manhã, pois desta forma preservaremos o grande pastejo dos animais que ocorre sempre nas primeiras horas da manhã. Atentar também para as áreas de cocho, para não haver competição na hora da alimentação e com isso termos animais que não comam as quantidades corretas. Uma medida de sugestão para esta finalidade é de 40 cm por cabeça.
A ração concentrada é um ponto extremamente importante que possibilitará o fechamento da dieta utilizando-se a pastagem como fonte de volumoso e suprindo as deficiências que esta pode contar, principalmente na época seca. Uma boa ração concentrada é aquela que traz em sua composição toda a parte de minerais, vitaminas, proteína bruta e energia que somada aos nutrientes oriundos do alimento volumoso (pastagens) serão condizentes com o atendimento do requerimento nutricional diário do animal. Este atendimento do requerimento nutricional também esta correlacionado com a chamada biodisponibilidade deste alimento para o animal, ou seja, o que o animal ingere deste alimento e o que realmente é aproveitado para ser transformado em massa corporal. A biodisponibilidade dos alimentos veiculados nas rações está intimamente ligada à qualidade das matérias primas utilizadas, bem como os balanceamentos e as utilizações conjuntas de fontes de energias e proteínas. Outro ponto importante neste alimento é a utilização de aditivos promotores de crescimentos, que possuem a função de otimização de flora ruminal e com isso podem trazer incrementos produtivos nas taxas de 10-15% em ganhos de peso.
Contudo é muito importante as devidas orientações técnicas de profissionais habilitados e capacitados para a confecção correta de dietas e planos nutricionais para esta atividade e com isso resguardar o produtor rural de possíveis perdas e assegurá-lo para o sucesso desta importante atividade de engorda de animais.
A Evialis do Brasil com as marcas Socil e Zoofort possuí uma atuação fortíssima neste segmento produtivo, levando ao produtor rural rações concentradas de alta tecnologia e biodisponibilidade para ganhos de peso, associada a toda parte de orientações técnicas e acompanhamentos, através de equipe técnica composta por zootecnistas, engenheiros agrônomos e médicos veterinários,  para esta importante atividade produtora de carne no Brasil. 
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Romão Miranda Vidal
6 de marzo de 2012

Sr.Fernandes.
Pelo simples fato que é proibido pelo MAPA. E por outras autoridades sanitárias -ANVISA-.
Mas nos EEUU é liberado.
Se hoje o Brasil detém 183 milhões de bovinos de corte, sendo o maior produtor de carne bovina e um dos maiores exportadores, imagine então com o uso de anabolisantes.
O nosso garrote vai para o abate com a idade variando entre 18 a 22 meses e com média de peso de 22 arrobas.
Agora exercite o seu encéfalo. Imagine este mesmo garrote com 16 meses pesando 30 arrobas, com o uso do anabolisante, como ficaria o mercado internacional, sendo o Brasil o maior fornecedor?
É lógico que existem estudos acadêmicos que contra-indicam o uso de anabolisantes.São estudos sérios, onde o consumo intenso de carne bovina, produzida com estes aceleradores de ganho de peso, poderão causar danos hepáticos e até resultar em um esado cancerígeno.
Mas também acredito que a nossa pecuária é bastante competetiva, com o uso de novas tecnologias poderemos descartar o uso de anabolisantes, como a genética, marcadores genéticos, probióticos, prébióticos, alimentos inteligentes, vacinas transgênicas, combate as Moscas dos Chifres via transgenia e por ai vai.
Um abraço.
Médico Veterinário Romão Miranda Vidal.

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zezito gomes da silva
21 de mayo de 2018
quantas cabeças de gado posso colocar em um pasto de 75 tarefas no sistema de seme confinamento grato zezito
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carlos luis machado
1 de septiembre de 2016
Caros Professores!!!! qual a quantidade de animais podemos colocar por ha.
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Andre Oliveira
Provimi
5 de septiembre de 2012
E números? Alguém tem, alguém fez estudo. Hoje, quando em Portugal uma vaca de 20 Litros não paga o que come, parece-me inevitável passar ao semi confinamento pelo menos os rebanhos ou lotes de animais com mais de 300 dias em leite e menos de 20 Litros. O sistema de Unifeed único hoje não responde a todas as necessidades.
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Renato Dib
Universidade Estadual de Goias
5 de septiembre de 2012
O Semi Confinamento é um sistema de produção muito complexo. Os desempenhos são muito aquem do sistema confinamento e os custos, principalmente da ração e quase o mesmo. É uma opção que deve ser muito bem analisada, custos, desempenhos esperados e rentabilidade. Estratégica, se realizada com planejamento. Não basta apenas realizar uma análise bromatológica do capim, mas considerar a o consumo animal, altura do dossel, disponibilidade de massa, relação folha:haste e ai sim, formular a melhor dieta.
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edison borges
18 de julio de 2012

Eu gostaria de saber do Dr. João TRIVELLATO se seria prudente fazer análise bromatológicas do capim a ser pastejado, antes de definir a ração a ser usada neste sistema semi-confinado.
Edison Borges - Engº Agrônomo - Goiás

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Harold Ospina Patino
Universidad Federal Do Rio Grande do Sul UFRGS
Universidad Federal Do Rio Grande do Sul UFRGS
17 de julio de 2012

Um dos pilares básicos do sucesso da suplementação a pasto está não conhecimento dos efeitos associativos resultantes da interação entre o animal, a pastagem e o animal. Resultados pouco satisfatórios no semi-confinamento via de regra estão relacionados com o desconhecimento da quantidade e, principalmente, da qualidade do pasto consumida pelos animais. A pior estratégia que um produtor pode escolher no semi-confinamento é suplementar de olho fechado, isto é, sem conhecer a disponibilidade e carga de nutrientes da pastagem. Gostaria de lembrar que a suplementação de animais em terminação é uma prática cara e por tanto sua eficiência bio-econômica terá que ser avaliada antes de sua implementação.

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Bruno Queiroz
30 de marzo de 2012

O Semi- confinamento engorda animais utilizando as pastagens como fonte de volumoso e fornece ração concentrada para suprir as carências existentes. Qual é o método mais utilizado para determinar o consumo de matéria seca da pastagens? Vejo muito falar em 2,5 a 3% do PV, porem ocorre muitos erros, qual é o mais confiável?
Pois, tem que saber a quantidade de MS de pastagens o animal vai ingerir, para suprir a carência com concentrado.

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Juan Herrera Mast
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. MAPA Brasil
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. MAPA Brasil
6 de marzo de 2012

Muito bem explicado pelo Dr. Romão.
Agregando mais, no Mundo, muita gente quer restringir o mercado da carne bovina brasileira, e se a gente der munição, embora pequenas, na final poderemos estar jogando contra. Temos que nos concentrar em nossa vocação. E digo mais, nossos cortes cada vez mais agradam paladares forâneos. Temos quase, um Boi Verde... Eu já usei implantes anabolizantes em bois (não no Brasil), mas se não tens outros elementos compensatórios seu valor é pouco. Até uma verminose supõe perdas equivalentes ao potencial ganho pelo seu uso. Além de mais, há que respeitar religiosamente à sua carência no organismo animal, que dependendo da droga pode ser de até 90 dias.

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Luiz Antonio Fernandes
IFMS - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
IFMS - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
14 de marzo de 2011
Prezado Sr. Gostaria de saber quais os motivos da não utilização de anabolizantes na engorda no sistema de gado confinamendo.
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