Avaliação dos níveis de contaminação de sorgo por zearalenona no sul do país
Publicado:8 de julho de 2013
Por:Franciele Maboni e Fabiana Andréia Fick, Acadêmicas do Curso de Medicina Veterinária, Centro de Ciências Rurais -CCR-, Universidade Federal de Santa Maria -UFSM-, RS; Lisandra Mürmann, Cláudia H.Kowalski, Roberta Cocco e Paulo Dilkin, Pesquisadores da UFSM, RS, e CA Mallmann, Orientador- Prof.Dr.Coordenador do Laboratório de Análises Micotoxicológicas -LAMIC-, UFSM, RS.
Zearalenonas são metabólitos produzidos por fungos do gênero Fusarium. Esses microorganismos são mais susceptíveis à produção de micotoxinas quando submetidos a choque térmico, principalmente com alternância de temperaturas, em especial, a diurna e a noturna, e estando com teor de umidade maior de 22%. O fungo Fusarium estabelece-se nos grãos de sorgo antes da colheita e continua a se desenvolver durante o armazenamento. Quando ingerida por animais a Zearalenona pode acarretar, em porcos, hiperestrogenismo ou síndrome do estrógeno, e em bovinos, uma diminuição na taxa de fecundidade. Essa toxina também é importante agente toxicológico em aves e ovelhas. Contando com os graves problemas causados em animais, que conseqüentemente, refletem em perdas financeiras, este trabalho objetiva a verificação da contaminação do sorgo por Zearalenona. O método empregado para a extração, purificação e quantificação da Zearalenona foi preconizado por Mallmann et al.(2000), que consiste na extração com Acetonitrila:H2O(84:16, v/v), secagem, ressuspensão com Acetonitrila:H2O:Ácido Acético (840:160:5, v/v/v), seguida de clarificação automatizada com sílica e injeção em sistema de cromatografia líquida (HPLC), dotada de detecção por fluorescência. Durante o período de janeiro de 2000 a agosto de 2003 foram analisadas, no Laboratório de Analises Micotoxicológicas da UFSM (LAMIC), 442 amostras de sorgo provenientes do sul do país. Deste total 150 (33,9%) apresentaram-se contaminadas, obtendo-se uma média de 839,8μg/kg e máxima de 5683μg/kg. Conclui-se que o sorgo analisado possui uma alta contaminação por Zearalenona, podendo prejudicar a saúde animal. Sendo esta micotoxina um contaminante natural, indica-se como medida preventiva o monitoramento adequado deste cereal.
***Trabalho desenvolvido no Laboratório de Análises Micotoxicológicas(LAMIC), UFSM.