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Peso específico do milho e sua relação com ergosterol, micotoxinas e energia

Publicado: 5 de dezembro de 2011
Por: Cristiano Emanuelli Pereira, Denize Tyska, Abrahão Carvalho Martins, Fernanda Maria Butzen, Adriano Olnei Mallmann, Prof. Mallmann
INTRODUÇÃO
Micotoxinas são substâncias tóxicas resultantes do metabolismo secundário de diferentes cepas de fungos filamentosos. São compostos orgânicos de baixo peso molecular e não possuem imunogenicidade (TANAKA et al., 2001). Em climas tropicais e subtropicais, o desenvolvimento fúngico é favorecido por fatores como excelentes condições de umidade e temperatura. Os fungos crescem e proliferam-se bem em diversos cereais, encontrando um substrato altamente nutritivo para seu desenvolvimento (MALLMANN et al., 2007). O crescimento fúngico e a produção de micotoxinas em cereais pode ocorrer nas diversas fases do desenvolvimento, maturação, colheita, transporte, processamento ou armazenamento dos grãos. A formação de micotoxinas depende de uma série de fatores, como a umidade, temperatura, presença de oxigênio, tempo para o crescimento fúngico, constituição do substrato, lesões à integridade dos grãos causadas por insetos ou dano mecânico/térmico, quantidade do inóculo fúngico, assim como a interação/competência entre as linhagens fúngicas. O ergosterol é o mais importante esterol, constituinte natural das células ou membranas miceliais da grande maioria dos fungos. Os maiores níveis são encontrados nas camadas fosfolipídicas da membrana fúngica onde desempenha importante função estrutural e hormonal na progressão do ciclo celular. A concentração do ergosterol numa massa fúngica é dependente do estágio de desenvolvimento, e em conseqüência da umidade, temperatura e tempo de crescimento. A correlação entre concentração de ergosterol e unidades formadoras de colônias fúngicas é alta (r2 = 0,94), indicando boa equivalência entre as técnicas para a avaliação do grau de contaminação fúngica do milho. Um dos indicadores de qualidade do milho é o peso específico, sendo a massa em quilos de 1000 litros de grãos (DIDONET et al., 2001). Conforme o peso específico do grão será maior ou menor o conteúdo de matéria seca do mesmo, sendo constituído principalmente de amido, fonte energética do milho. Entretanto, a correlação entre o peso específico do milho, contaminação fúngica, presença de micotoxinas e qualidade nutricional ainda não foi determinada experimentalmente.
MATERIAIS E MÉTODOS
O presente trabalho foi realizado no Laboratório de Análises Micotoxicológicas (LAMIC) no ano de 2007. Foram analisadas 200 amostras de milho classificados em mesa densimétrica conforme o peso específico. As análises nutricionais foram realizadas através do equipamento NIRS (Near Infrared System) e as análises micotoxicológicas foram realizadas através de cromatografia liquida de alta eficiência (CLAE) acopladas a detectores de ultra-violeta, fluorescência e de massas. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística descritiva (ANOVA) para cálculo e comparação de médias. As diferenças entre as médias foram comparadas pelo teste de Bonferroni (P=0,05), utilizando o pacote estatístico Statgraphics Centurion XV.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com a Tabela 1, observamos que o milho que apresentou densidade inferior a 650 possui maiores níveis de micotoxinas e ergosterol, além de menores níveis de energia. Uma menor densidade pode ocorrer em conseqüência da contaminação por fungos, desde a lavoura até o armazenamento, havendo consumo de matéria-seca do grão com diminuição do seu peso específico e da energia. Leeson et al., (1976) avaliaram a relação entre a densidade do grão e valores de energia metabolizável aparente (EMA), e verificaram que o decréscimo de 20% da densidade do grão está associado à redução de 4,3% no valor de EMA. Este estudo indica que a densidade do milho está relacionada aos conteúdos de EMA, entretanto as variações de EMA são baixas quando comparadas às grandes variações de densidade. Uma menor densidade pode ocorrer em conseqüência da contaminação por fungos, desde a lavoura até o armazenamento, havendo consumo de matéria-seca do grão com diminuição do seu peso específico e da energia. A presença de fungos em uma massa de grãos não significa que haverá produção de micotoxinas, entretanto tratando-se de fungos pertencentes a linhagens toxígenas, coincidindo com variáveis ambientais propícias e condições de manejo inadequadas à produção de micotoxinas pode ser acentuada.
Peso específico do milho e sua relação com ergosterol, micotoxinas e energia - Image 1
Tópicos relacionados:
Autores:
CA Mallmann
LAMIC - LABORATÓRIO DE ANÁLISES MICOTOXICOLÓGICAS
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Comentário
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Marcos Tavares
Marcos Tavares
4 de enero de 2012

Muito simples e de fácil aplicação prática. Parabéns pelo trabalho.

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Marcelo G. Breves
4 de enero de 2012
Bela matéria professor! Abraços
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