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Saúde digestiva na avicultura

Publicado: 18 de abril de 2023
Por: Daniel Díaz
INTRODUÇÃO
Para garantir o abastecimento mundial de proteína, a melhoria da produtividade e a eficiência dos recursos são questões fundamentais. A produção intensiva da avicultura, além de ser a única utilizada por todas as culturas no mundo, apresenta uma melhor conversão em ovos e carne, como principal fonte de suprimento de proteína animal.
A atual produção avícola, tanto de carne quanto de postura, enfrenta um desafio constante para melhorar sua produtividade, o que inclui maior eficiência dos recursos nutricionais e ambientais para melhorar sua sustentabilidade e obter saúde e bem-estar animal que permitam otimizar resultados.
Um animal saudável e bem alimentado é mais produtivo
Menor gasto com alimentação nem sempre é mais eficiente
Uma avaliação correta dos resultados parciais e finais é essencial.
Outros aspectos importantes foram agregados ao conceito clássico de produtividade: saúde e bem-estar animal, qualidade e segurança da cadeia alimentar, impacto ambiental e exigências do consumidor final.
Além disso, nos últimos anos, a competição por ingredientes na alimentação humana, na fabricação de rações e na obtenção de energia renovável obriga a buscar alternativas que melhorem a eficiência e a sustentabilidade na produção pecuária.
Saúde digestiva na avicultura - Image 1
 
SAÚDE INTESTINAL
A Saúde Digestiva ou saúde intestinal é um conceito muito amplo, pois abrange tudo o que afeta o bem-estar do processo digestivo (metabolismo da digestão e absorção dos alimentos), o equilíbrio do ecossistema intestinal (microbiota) e a defesa contra agentes ( barreira física e imunológica do animal).
Uma boa saúde do aparelho digestivo é conseguida com uma correta digestão dos alimentos, um trânsito intestinal óptimo, uma microbiota equilibrada e uma adequada capacidade de resposta das defesas.
FATORES QUE AFETAM A SAÚDE DIGESTIVA DAS AVES
Existem muitos fatores que afetam ou podem colocar em risco a saúde digestiva das aves; Estas podem ser causadas por má gestão das condições ambientais e nutricionais que classificamos como "não infecciosas" e aquelas causadas por patógenos "infecciosos", geralmente microrganismos causadores de doenças.
Não infeccioso
- Higiene e gestão de todos os elementos da exploração (iluminação, silos, comedouros, bebedouros, sistemas de ventilação, camas, pavimentos, gaiolas, etc.)
- Higiene dos alimentos e da água
- Densidade, temperaturas e ventilação
- Distribuição de alimentos e acesso à água
- Desequilíbrios nutricionais: densidade de nutrientes, excesso de sal, excesso de proteína, gordura de má qualidade...
- Fatores antinutricionais de matérias-primas (soja, sorgo, cereais), aminas biogênicas (danificam a moela), polissacarídeos indigeríveis como xilanas, glucanas ou mananas.
- Qualquer fator que possa causar estresse nos animais, micotoxinas (DON), outros tipos de toxinas, uso excessivo ou inadequado de antibióticos, vacinas, transporte, etc.
Infeccioso
- Doenças ou irritações causadas por parasitas no trato gastrointestinal podem limitar a absorção de nutrientes, além de servir de porta de entrada para todo tipo de infecção. A coccidiose pode ser a causa de grandes desequilíbrios no sistema digestivo.
- As infecções virais costumam causar danos ao aparelho digestivo, principalmente associadas à imunossupressão, agentes bacterianos e protozoários.
- O desenvolvimento de colibacilose ou salmonelose geralmente é consequência de uma disbiose intestinal que causa uma proliferação descontrolada do patógeno.
- A enterite bacteriana ou enterite necrótica é um problema crescente (particularmente devido à retirada de promotores de crescimento, uso de vacinas anticoccidianas, aumento dos períodos de abstinência de anticoccidianos, dietas sem milho, gordura de má qualidade, presença de micotoxinas e fatores antinutricionais).
- A proliferação de C. perfringens na enterite necrótica será favorecida pela infecção por coccídeos, desequilíbrios na absorção e secreção de fluidos ou pela presença de vírus que destroem células intestinais maduras.
infeccioso
A IMPORTÂNCIA DA SAÚDE DIGESTIVA
Manter a saúde digestiva ideal desde o nascimento e ao longo do ciclo produtivo do animal é crucial para alcançar uma utilização mais eficiente da ração.
Saúde digestiva na avicultura - Image 1
No caso das aves, desde a eclosão no primeiro dia de vida, quando o sistema digestório ainda não se desenvolveu tanto morfologicamente quanto microbiologicamente, começa a ocorrer a colonização microbiana desde o ambiente, alimentação, manejo das aves (olho com o pessoal) . A colonização começa no papo às 24 h e continua até atingir o íleo e finalmente o ceco; estabelecer a flora microbiana com 2 semanas de idade. Algo semelhante acontece com o desenvolvimento morfológico, nas primeiras horas ou dias os primeiros enterócitos amadurecem e a borda em escova da mucosa é definida, em 4-7 dias as vilosidades intestinais estão totalmente desenvolvidas no duodeno e nas semanas seguintes completam-se no jejuno e íleo.
Os microorganismos presentes no sistema digestivo das aves incluem diferentes grupos de bactérias, fungos, protozoários e vírus. A presença das diferentes espécies, tanto em diversidade (mais de 600 espécies bacterianas diferentes) como em quantidade, não é algo estático, varia com a idade, ao longo do trato digestivo e com a forma e composição dos alimentos.
Na lavoura predominam os lactobacilos com capacidade fermentativa dependente da granulometria e trânsito e produtores de ácido lático; atuando como a principal barreira à contaminação microbiana. No proventrículo e na moela misturam-se a hidrólise ácida, o início da atividade enzimática e a trituração do alimento, encontrando-se principalmente lactobacilos do papo. Já no intestino delgado podemos encontrar bactérias dos géneros lactobacilos e enterococos como flora predominante, mas também E. coli , eubactérias, clostrídios, propionibactérias e fusobactérias (esta população muda com a idade até 2 semanas). O ceco é mais estável, com bactérias de crescimento lento, dominadas pelos gêneros Bacteroides, Eubacteriaum, Bifidobacterium, Lactobacillus e Clostridium.
Por ser a porção mais distal, a ação sobre a flora é mais difícil, então no caso de contaminação por salmonelas, o ceco pode se tornar um reservatório importante e de difícil erradicação.
As bactérias intestinais formam uma barreira protetora do intestino (contra salmonelas, Campylobacter , clostridia...) por exclusão competitiva nos pontos de ligação, pela ação de ácidos graxos voláteis (AGV) que reduzem o pH do meio e a produção de bacteriocinas que inibem o crescimento de patógenos.
A microbiota intestinal atua na digestão dos alimentos, fornecendo AGV ou liberando nutrientes para a ave; protege a morfologia das vilosidades e favorece o desenvolvimento e maturação do sistema imunológico. A modulação da microbiota intestinal favorece a melhoria dos rendimentos produtivos.
A maioria dos problemas sanitários e as perdas de desempenho produtivo nas aves são consequência de alterações intestinais. Uma alteração da microbiota intestinal causará alterações morfológicas que afetam a resposta inflamatória, ação enzimática, absorção de nutrientes e perda da barreira protetora.
FERRAMENTAS QUE PROMOVEM A SAÚDE DIGESTIVA
ESTRATÉGIAS PARA UMA CORRETA SAÚDE INTESTINAL
Manejo, higiene e biossegurança
Qualidade físico-química e microbiológica do alimento (como granulometria, grânulos, desenvolvimento dos órgãos - moela e proventrículo, evitar finos, procurar farinhas grossas que favoreçam o desenvolvimento da moela e seu efeito barreira)
Qualidade físico-química e quantidade de água programa de vacinação
Nutrição de precisão: dê sempre o que a ave precisa (aminoácidos, enzimas, emulsificantes, fibras alimentares, vitaminas, minerais, oligoelementos) e reduza o excesso de nutrientes que interferem ou não precisam.
Utilização de aditivos específicos (probióticos, prebióticos, simbióticos, ácidos orgânicos, fitobióticos...)
- Enzimas exógenas: melhoram a atividade endógena (protease, amilase) ou atuam sobre nutrientes que o animal não é capaz de digerir (fitase, xilanase, glucanase...)
- Probióticos: favorecem a exclusão competitiva (lactobacilos, bacilos e leveduras, entre outros).
- Prebióticos: modificam a flora intestinal, favorecem a flora láctica, a exclusão competitiva e a motilidade intestinal (oligossacarídeos, polissacarídeos, ligninas).
- Ácidos orgânicos: estimulam a ação enzimática, reduzem o pH e aumentam a solubilidade dos minerais, reduzem a flora patogênica, etc. Possuem diferentes propriedades em função do tipo de ácido utilizado em função do peso molecular pKa, concentração, dose e pH do meio, bem como da sua proteção.
FITOGÊNICOS obtidos de plantas, existem diferentes tipos: heterosídeos, polifenóis, terpenóides e alcalóides; e com diferentes propriedades: nutricional, antimicrobiana, antifúngica, antiparasitária, anti-inflamatória, antioxidante e imunomoduladora. Os fitobióticos, em geral, apresentam-se na forma de extratos ou óleos. 
Os princípios ativos presentes em extratos e óleos vegetais ou em produtos fitoterápicos são variados quanto à sua composição e mecanismo de ação, que podem ser simplificados nas seguintes propriedades:
- Atividade bactericida e/ou bacteriostática, modulando a microbiota intestinal
- Inibir o crescimento de microorganismos
- Efeito nutracêutico
- Estimulação digestiva: ativação da ingestão, secreção de sucos e enzimas digestivas, efeitos na motilidade intestinal e velocidade de trânsito
- Propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes
- Efeito modulador no sistema imunológico
- Atividade de melhoria da saúde e integridade intestinal
- Redução de estresse
A Liptosa trabalha há mais de 20 anos no conhecimento e quantificação destes princípios associados às suas propriedades, desta forma é possível aumentar a especificidade dos produtos e potenciar o seu efeito sinérgico em combinação com outros grupos de aditivos como os orgânicos ácidos, prebióticos ou com vitaminas e minerais em busca de sinergias.
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