Bom dia, Fabrício,
Obrigado pela participação, a formulação de rações é influenciada por diversos fatores. Como escrevi no artigo, "Teores definidos pelos requerimentos nutricionais do animal e pelo volume de massa desejado no produto, normalmente se encontram em torno de até 30 a 40% em rações para gatos e para cães", de forma mais geral, não afirma que uma ração para gato deva conter exatamente 40% de amido. Como profissional, Zootecnista especializado em alimentação e nutrição animal, estou condicionado a publicar dados provenientes de fontes confiáveis, como livros ou artigos de periódicos conceituados. De acordo com Carciofi (2008), citado por França et al. (R. Bras. Zootec., v.40, p.222-231, 2011, supl. especial), "O amido dos cereais é a mais abundante fonte de energia para a maioria dos animais domésticos. Para animais não-ruminantes, é desejável maximizar a utilização do amido, por meio de alta digestibilidade no intestino delgado do amido contido nos cereais (Nocek & Tamminga, 1991). Estudos sobre a utilização e o aproveitamento de amido em animais de companhia demonstraram que, na maioria das rações extrusadas para cães e gatos, os amidos constituem a maior fonte de energia. Podem representar de 40 a 55% da matéria seca desses alimentos, fornecendo de 30 a 60% de sua energia metabolizável. Suas características nutritivas dependem da composição de seus açúcares, do tipo de ligação química, de fatores físico-químicos de digestão e de seu processamento".
Prezado Edilson, obrigado mais uma vez pela participação, de acordo com o texto, teores de amido influenciados pelo meio ambiente e não o amido influenciando o meio ambiente, "A formulação de rações comerciais é influenciada pelo meio ambiente, quando a oferta de ingredientes utilizados nas formulações, como milho, soja, entre outros, é alterada. Seja em função da sazonalidade, que pode de certa forma ser previsto, ou devido a intempéries como chuva, seca, ventanias, geadas, ou de pragas nas plantações. A oferta de ingredientes pode diminuir mesmo em época de maior produção de determinada cultura." As condições ambientais influenciando a produção vegetal, influenciando os teores de amido contido nas plantas, a disponibilidade de ingredientes no mercado, os preços de mercado, e assim na formulação industrial de rações. "Alterar condições de processamento e de formulação da ração em função da escolha ou da oferta de ingredientes é um desafio, levando-se em conta que devem ser mantidos custos mínimos de formulação e de operação, mantendo os padrões de alta qualidade do alimento. A seleção dos ingredientes tem forte influência no processamento, na uniformidade da textura do produto final, na qualidade nutricional e na viabilidade econômica de uma ração".
Prezado Jamil, as considerações feitas no meu comentário no fórum, estão no contexto abordado por você neste ponto do texto em seu artigo:
"O amido, além de importante fonte de energia, atua também na expansão e nas características ligantes da ração, durante o processamento industrial. A inclusão de amido pode variar de 5 a 60% de inclusão na formulação de rações para animais de companhia e para animais de produção. Teores definidos pelos requerimentos nutricionais do animal e pelo volume de massa desejado no produto, normalmente se encontram em torno de 30 a 40% em rações para gatos e para cães. Rações para animais aquáticos devem ter pelo menos 20% de amido em sua formulação, para garantir propriedades de permanecer tempo considerável na superfície e no corpo d'água."
Desculpe-me, mais o texto descrito me levou a abordar o comportamento alimentar, a fisiologia e metabolismo digestivo, pois as informações estão na inclusão de amido na formulação de rações comerciais de cães e gatos e não na influência do amido no meio ambiente.
Att.
Bom dia,
Gostaria de mais informações sobre rações para gatos com 40% de amido, pois em minhas formulações não consigo colocar estes valores de amido. Na verdade não consigo colocar nem 40% de milho. Estes valores de amido não estão indo contra conceitos básicos de nutrição de gatos ?
Att.,
Fabricio Albanez
Prezado Jamil, sobre as considerações feitas sobre o amido como fonte de energia para espécies de comportamento alimentar carnívoras neste caso cães e gatos, deve-se levar em consideração que não pode ser considerada como principal fonte energética. Os cães sofrem menos na digestão de alimentos ricos em amido, por se tratar de um animal carnívoro, mas com comportamento também Onívoro, assim, pode ser considerado um semi-carnívoro, contudo os gatos praticamente não absorvem a energia por amido, por se tratar de uma espécie estritamente Carnívora.
Os cães quando se alimentam suas mandíbulas são adaptadas a cortar e não mastigar e ainda este animal não apresenta a enzima Amilase salivar e portanto a digestão de amido é realizada somente pela Amilase Pancreática.
Os gatos por serem Carnívoros estritos absorvem muito pouco a energia fornecida pelo amido, já que não apresenta Amilase salivar e te uma produção de Amilase Pancreática baixa, assim, os gatos têm como fonte principal de energia os lipídeos e também da energia proteica para fechar o seu metabolismo energético, até por isso as rações para gatos apresentam níveis maiores de proteína em relação as rações para cães.
O ideal para estas espécies é ter como fonte energética principal as gorduras e proteínas.
Obrigado, Louise!
Sim, o amido é um nutriente que é a principal fonte de energia para muitas espécies domésticas. O milho, por exemplo, é um ingrediente muito utilizado por proporcionar ótimos níveis de energia, pelo amido principalmente, e ter boa digestibilidade, sendo melhor aproveitado pelo animal do que outras fontes de amido como trigo, cevada entre outros. Mas é um ingrediente caro, devido a sua alta demanda para a pecuária e por ser também consumido em larga escala por humanos, sendo considerado uma das principais commodities da economia mundial, no setor de agronegócios.
Vale lembrar também que na onda de calor, o consumo de alimentos por nossos animais diminui consideravelmente, sendo normal um cão ou um gato passar o dia inteiro sem se alimentar, podemos constatar que ficam praticamente inativos e descansando o dia inteiro, pelo calor. Então, se não está havendo gasto de energia, também não precisa haver consumo. Quando o tempo muda, esfria mais, podemos observar que parecem comer para recuperar os dias que ficaram sem estímulo para comer. E a atividade física e social deles aumenta.