Por:Eng. Fabio G. Nunes (Consultor em Processamento de Aves, Brasil)
INFORMATIVO TÉCNICO
Na avicultura as fases que compõem as cadeias de produção e processamento são inter-relacionadas e interdependentes em altíssimo grau. Por isto, a relação causa-efeito dos vários fenômenos não é, freqüentemente, observada imediatamente após a sua ocorrência, mas, como numa onda choque, seus efeitos se fazem sentir, com freqüência, muito além do ponto em que foram gerados. Por esta razão, o esforço de assegurar a QUALIDADE e o RENDIMENTO DE CARCAÇA no Abatedouro deve iniciar com o alojamento dos pintinhos, passar pelo processamento e só terminar com a chegada dos produtos ao mercado; Isto exige que a cadeia produtiva, da granja à expedição, seja vista e, sobretudo, gerenciada de modo integrado e não segmentada - avós, matrizes, incubatório, nutrição, engorda e etc. - que é uma prática ainda comum, e completamente equivocada, nas empresas, e tendo como "norte" o Abatedouro, e não a atividade fim de cada área.
Porque o Abatedouro como norte? Por ser ele o centro estratégico de uma empresa processadora de aves e a quem se destina a matéria-prima, os frangos vivos. Nesta posição, o ABATEDOURO precisa ter disponível, todos os dias, uma matéria-prima que atenda a vários requisitos - quantidade, peso vivo, sexo, uniformidade e etc. - para poder processá-la eficazmente, técnica e economicamente falando, atender as programações de VENDAS, seu cliente interno, e, ao mesmo tempo, contribuir para a rentabilidade e competitividade da empresa. Assim, para serem eficazes em sua missão, engorda, nutrição, logística, manutenção industrial e as demais áreas têm de manter os ouvidos e olhos grudados no Abatedouro, o seu principal cliente interno, mas a cabeça e as mãos voltadas à suas atividades-base.
Bom dia a todos,
prezado Fábio Nunes, fzem mais de 4 anos que nos conhecemos, pois, que eu saí da empresa já se fazem 3 anos, mas, o fato é que não me afastei da mesma.
Lembro-me inclusive da reunião no Castro's Park Hotel, onde você afirmou aos presentes que até aquele momento a carne de frango havia sido comprada, e agora, deveria ser vendida, justificando os mais de 32 Kg/hab.
Acompanho atentamente seus ricos comentários e muito úteis a toda cadeia produtiva avícola, devemos cada vez mais nos profissionalizarmos para obter o sucesso.
Grande abraço.
Obrigado pelas importantes contribuições, Prof. Romão e Dr. Marcelo - já nos conhecemos da Super Frango, de 4 anos atrás. Se lembra?.
Eng. Fabio G. Nunes
Consultor em Processamento de Aves
Diante dos comentários realizados pelos nobres colegas, fica muito bem dito pelo professor Romão ..." Avicultura seja de corte ou de postura comercial, não é para quem quer, mas sim para quem tem entendimento e competência ".
Concordo com ambos e ainda acrescento, como médico veterinário e ainda avicultor integrado que, a falta de profissionais e técnicos que estreitem as informações e ações entre o campo e o frigorífico deixa a maior cadeia de produção, a deriva.
A rastreabilidade realizada pelo MAPA, para preencher as exigências dos mercados importadores, ainda fica longe daquilo que seria o ideal, como disse o Romão, falta credenciadoras respeitadas e idôneas.
De fato, vamos evoluindo a uma velocidade maior que outras cadeias, devido o ciclo curto de produção e plantas frigoríficas novas, mas sempre estaremos na expectativa de mudanças, pois, a avicultura é uma atividade maravilhosa de se atuar e muito gratificante, mais não tão bem economicamente rentável, mais isso é outra estória.
E como tal se realza?
Implicito está que a Cadeia Produtiva Avícola de Corte, é uma das mais organizadas e mais complexas.
Atualmente este segmento carece de um elemento intermediário de significativa importância - Técnico Agrícola em Avicultura- para que haja uma maior interação de entendimentos entre os Profissionais Graduados em Medicina Veterinária e os avicultores integrados ou não.
A avicultura de corte ainda carece de alguns ajustes técnicos, sem falar nos ajustes de remuneração de parte dos integradores para com os integrados.
Cae ainda ressaltar que a Cadeia passa por modificações e atualizações técnicas, onde a infra-estrutura física dos aviários tende a buscar por exigências e mercado, a aplicação de normas inerentes ao Bem Estar Animal, a obediência a ISO 26000, a ISO 14.000-2000.
Importância fundamental está e deverá estar de forma evolutiva a - RASTREABILIDADE -.
Falar a respeito da Cadeia Produtiva - Frango de Corte - é simplesmente exigir que os conhecimentos técnicos a respeito do assunto, se consolidem não em uma só profissão, mas sim em uma inter-disciplinaridade que irá exigir os seus particies algo como "expertises" nas áreas segmentadas que lhes forem destinadas.
Os elos desta cadeia são de uma complexidade extrema. Arrisco dizer que é uma das mais competitivas, exigentes e complexas e que envolvem sistemas logísticos tão delicados que qualquer descuído comprete seriamente todas os demis elos, com reflexo na Cadeia como um todo.
No Brasil são poucos os Profissionais que atuam com conhecimento de causa em RASTREABILIDADE, por sinal foi na Avicultura de Corte que os "171" das certificadoras não conseguiram se instalar com o beneplácito do falido e incompetente MAPA. Mas isto é outro assunto..
Voltemos ao frango nosso de cada dia.
Assim como a RASTREABILIDADE exige profissinais que entendam profundamente do processo produtivo que vai das Matrizes de Postura para Frango até a mesa do consumidor, há de se entender que exige-se a presença de Profissionais que atuem junto as CERTIFICADORAS DE CREDIBILIDADE E ACREDITAÇÃO INTERNACIONAL, para fazer as Pré-Certificações e Certificações. Isto pode ser entendido que todo o complexo que vai dos galpões onde estão alojadas as matrizes produtoras de ovos para incubação até a entrega dos frangos no modal disponível, a presença de Auditorers Internos nas suas mais variadas etapas produtivas, assim como Auditores da Qualidade e Biossegurança.
Portanto meus caros.
Avicultura seja ela de corte ou de postura comercial, deixando de lado as outras especialidades, não é para quem quer, mas sim para quem tem entendimento e competência, como muito bem está explicitado no artigo do Sr. Fábio G. Nunes.
Atenciosamente.
Médico Veterinário Romão Miranda Vidal.