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NTRODUÇÃO: Atualmente, diversas organizações têm se manifestado contra o uso de antibióticos como agentes promotores de crescimento em dietas de frangos de corte. Assim, surge em muitos países a regulamentação dos aditivos alimentares.
Nos últimos anos tem sido crescente o interesse pelo uso de prebióticos como alternativa para os antimicrobianos, pois seu uso pode eliminar problemas como resistência bacteriana e resíduos de antibióticos nos produtos avícolas, além de melhorar a imagem da avicultura perante o mercado consumidor. Um dos oligossacarídeos mais pesquisados de ação prebiótica são os mananoligossacarídeos (MOS), derivados da parede celular de levedura Saccharomyces cerevisiae. As glicomananas presentes na parede celular, resistentes à degradação das enzimas e bactérias do aparelho digestório, são capazes de aglutinar bactéria específicas no lúmen intestinal em animais domésticos. Desta forma as enterobactérias não são capazes de aderirem aos sítios específicos da mucosa intestinal do hospedeiro, passo necessário para a sua colonização. Ademais, as propriedades específicas dos mananoligoscarídeos incluem a modificação da flora intestinal, e redução da taxa de renovação da mucosa intestinal (turnover). Estas propriedades têm grande potencial para melhorar o desempenho e diminuir a mortalidade dos frangos de corte.
O presente ensaio experimental teve como objetivo estudar o desempenho zootécnico de frangos de corte alimentados com dietas contendo ActiveMOS e outras fontes de MOS (de diferentes origens mercadológicas) e produto MOS de empresa concorrente (Concorrente).
MATERIAL E MÉTODOS:Para a condução do experimento, 2240 pintos de corte machos Cobb com um dia de idade foram alojados em um galpão experimental no Setor de Avicultura do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – UNESP, Campus de Jaboticabal, SP, no período de 19 de setembro a 31 de outubro de 2007.
Com intuito de proporcionar desafio às aves nas mesmas condições comerciais, foi incluído nas dietas farinha de carne e ossos, além de utilizar cama reutilizada de lotes comerciais. Os bebedouros eram lavados apenas 2 vezes na semana e semanalmente (todas as terças-feiras) as aves eram submetidas a ingestão de água com cama aviária, na proporção de 1kg de cama para cada 4 litros de água. A solução era preparada de acordo com as proporções, logo após era filtrada. Para esse procedimento, as aves passavam por um jejum hídrico de 2 horas, sendo oferecida a solução até o final da tarde. As rações experimentais estavam livres de agentes anticoccidianos. No 4º dia de idade as aves foram vacinadas contra coccidiose via água de bebida.
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado com 4 tratamentos de 8 repetições com 40 aves em cada unidade experimental. Os tratamentos experimentais foram: T1-Controle (sem Antibiótico e sem fonte de MOS); T2- Antibiótico (com Antibiótico e sem fonte de MOS); T3- ActiveMOS (Biorigin); T4- Concorrente;
O antibiótico promotor de crescimento empregado foi virginiamicina (50%) com inclusão de 40 g/ton da dieta. A adição das fontes de MOS nas dietas experimentais foram à proporção de 1,5; 1,0 e 0,5 kg/ton das dietas pré-inicial/inicial, crescimento e final respectivamente, em substituição ao inerte.
Foram formuladas dietas controles para cada fase da criação com base nas recomendações da Tabela Brasileira de Aves e Suínos de ROSTAGNO et al (2005) para atender as exigências de cada fase de criação.
A composição centesimal e os níveis calculados dos nutrientes das dietas para cada fase estão apresentadas nas Tabelas 5 e 6 do anexo, respectivamente. Para avaliação de desempenho zootécnico, os dados foram obtidos e calculados para os períodos acumulados de 1 a 21, 22 a 33, e 34 a 42 dias de idade. Estes foram submetidos à análise de variância pelo procedimento GLM do SAS (1996) e as médias comparadas pelo teste de Duncan a um nível de significância de 5 %.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:TABELA 01. Probabilidades obtidas na análise de variância e valores médios de peso médio (PM), consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), conversão alimentar (CA), viabilidade criatória (VC) e fator de produção (FP) de frangos de corte na fase inicial (1 a 21 dias).
TABELA 02. Probabilidades obtidas na análise de variância e valores médios de peso médio (PM), consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), conversão alimentar (CA), viabilidade criatória (VC) e fator de produção (FP) de frangos de corte na fase crescimento (22 a 33 dias).
TABELA 03. Probabilidades obtidas na análise de variância e valores médios de peso médio (PM), consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), conversão alimentar (CA), viabilidade criatória (VC) e fator de produção (FP) de frangos de corte na fase final (34 a 42 dias).
TABELA 04. Probabilidades obtidas na análise de variância e valores médios de consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), conversão alimentar (CA), viabilidade criatória (VC) e fator de produção (FP) de frangos de corte na fase total (1 a 42 dias).
GRÁFICO 01. Resultados médios de consumo alimentar (kg) de frangos de corte de 1 a 42 dias de idade submetidos aos distintos tratamentos
GRÁFICO 02. Resultados médios de ganho de peso (kg) de frangos de corte de 1 a 42 dias de idade submetidos aos distintos tratamentos
GRÁFICO 03. Resultados médios de conversão alimentar de frangos de corte de 1 a 42 dias de idade submetidos aos distintos tratamentos
GRÁFICO 04. Resultados médios de fator de produção de frangos de corte aos 42 dias de idade submetidos aos distintos tratamentos
Durante a fase total da criação (1 a 42 dias de idade), conforme resultados médios apresentados na Tabela 04 e nos Gráficos 01 a 04, as aves tratadas com ActiveMOS e com antibióticos exerceram efeitos significativamente positivo (P < 0,05) sobre os índices de conversão alimentar e de fator de produção registrados, em comparação ao tratamento Controle (T1). Já no caso do produto MOS Concorrente (T4) as aves não apresentaram resultados de consumo de ração, ganho de peso, conversão alimentar, viabilidade e fator de produção significamente diferente do que aquelas submetidas aos demais tratamentos (P > 0,05). Inclusive não foram distintos aos resultados obtidos com aves sob o tratamento Controle (T1).
CONCLUSÕES: