Inosina Monofosfato: Novo Conceito de Energia na Nutrição de Frangos de Corte – Uma Experiência de Usuário no Campo

É fato que a energia impacta diretamente nos custos finais das rações de frangos de corte, para tanto, desenvolver pesquisas com objetivo de melhorar a eficiência energética das dietas é um ponto crucial à ser investigado. Conforme os resultados obtidos por Rodrigueiro et al. (2018a) e Rodrigueiro et al. (2018b) há evidências que a Inosina monofosfato (IMP) não deveria ser utilizado unicamente como realçador de sabor dos alimentos (paladar umami) mas pode ser um importante elemento que, quando adicionado na dieta, suprirá pelo menos em parte as necessidade energética diária das aves, atingindo eficiente ganho de peso e conversão alimentar. Em frangos de corte, os artigos estabelecem a contribuição 100 kcal de EMA/kg de ração para o IMP.

Baseado nas considerações acima, a CJ Brasil tem encorajado, nutricionistas e indústrias avícolas, à realizarem ensaios de campo com o objetivo de validar os resultado de pesquisa. Portanto, o objetivo deste artigo é apresentar o resultado de desempenho de frangos de corte alimentados com IMP sob condições comerciais de criação. 

Verificar a contribuição energética do IMP em 100 kcal de EMA/kg na fase final (35 a 46 dias de idade) de frangos de corte criados em condições comerciais de criação.

Foi realizado um ensaio de campo no período de Setembro a Outubro de 2020 (Primavera) em uma Indústria Avícola Brasileira localizada no Estado do Rio Grande do Sul com as seguintes características:

. Fundada em Junho de 2007 com produtos destinados ao mercado brasileiro e exportação para o Japão, Emirados Árabes, Iraque e outros, totalizando 50 países;

. Capacidade de Abate = 80.000 frangos/dia;

. Idade média de abate: 46 dias (sexo misto – machos e fêmeas);

. Rações Fareladas; 

. Programa Alimentar de 4 fases (Pré-inicial; Inicial, Crescimento e Final).

No ensaio de campo não houve interferência no programa nutricional, sanitário e manejo das aves. Foram utilizados 03 integrados, totalizando 166.000 frangos na fase final:

Integrado A: Apresentando4 aviários climatizados (ambientes controlados) de 22.000 frangos cada, totalizando 88.000 aves. Os tratamentos foram divididos em 2 aviários (controle + 2 aviários IMP).  

Integrado B: Com3 aviários convencionais de 19.000 frangos cada, num totalizando 57.000 aves. Os tratamentos foram divididos em 2 aviários (controle + 1 aviário IMP).

Integrado C: Com1 aviário convencional contendo 21.000 frangos. O resultado de desempenho foi comparado com o histórico de 2 lotes criados anteriormente.

         As dietas foram formuladas a base de milho, farelo de soja e farinha de carne sendo produzidas na fábrica de rações, sempre respeitando os critérios de qualidade e os níveis nutricionais determinados pela empresa.

Ração Controle: 100 g de enzimas/t. (85 kcal EMA/kg).

Ração IMP: 0,850 kg de IMP/t. (100 kcal EMA/kg)+100 g de enzimas/t. (85 kcal EMA/kg).

Ração Controle: 3.350 kcal EM/kg (5,15 % de óleo)

Ração IMP: 3.350 kcal EM/kg (3,17% de óleo)

         Os dados foram obtidos através do relatório de abate das aves para cada integrado envolvido no teste de campo. Para os integrados A e B, os resultados de desempenho final dos frangos de corte foram comparados entre Aviário Controle vs Aviário IMP. No integrado C, os resultados de desempenho das aves alimentadas com IMP foram comparados com o histórico 2 lotes de aves criados anteriormente (IMP vs Histórico de 2 Lotes de aves). Os dados foram ilustrados utilizando tabelas, gráficos ou figuras – analisando as diferenças percenturais.   

Figura 1. Resultado de desempenho de frangos de corte do integrado A.

O problema de manejo ocorrido no Aviário G3, provocou excessiva umidade de cama e aumento a concentração de amônia, reduzindo o desempenho final e aumento da mortalidade das aves. Esta alta mortalidade ocorreu principalmente na fase inicial de criação. Por outro lado, é possível observar que as aves alimentadas com IMP (Aviários G1 e G2) apresentaram desempenho considerados semelhantes àquelas aves alojadas no Aviário G4. De acordo com os critérios de classificação do integrado, exceto o galpão G3, os resultados de desempenho ficaram dentro do padrão determinado pela empresa.

Figura 2. Resultado de desempenho de frangos de corte do integrado B.

Pode ser observado que as aves alimentadas com o IMP (Aviário G1) e abatidas aos 50 dias de idade, apresentaram resultados de desempenho semelhantes àquelas  aves presentes nos Aviários G2 e G3 (Controle). Os critérios de classificação do integrado estabelece que o desempenho dos frangos de corte consumindo IMP foram aceitável pela empresa. O resultado demonstrou que o IMP, quando presente nas rações das aves na fase final em condições comerciais de criação, pode suprir pelo menos em parte, as necessidades energéticas diárias das aves, justificando o potencial energético de 100 kcal de EMA/kg.

Figura 3. Resultado de desempenho de frangos de corte do integrado C.

As aves alimentadas com o IMP apresentaram, numericamente, melhor desempenho que o histórico (2 lotes anteriores) do integrado. Os critérios de classificação do produtor rural, dado pela empresa, estabelece um desempenho aceitável.

Nas condições em que foi realizado o ensaio de campo, é possível concluir que o IMP pode atender, em parte, as necessidades energéticas dos frangos de corte na fase final de criação. O valor de 100 kcal EMA/kg do IMP reduziu ao redor de 1,98% de óleo nas rações sem comprometer o desempenho final das aves, indicando um ser uma estratégia nutricional para redução dos custos finais das rações.