Introdução:
A farinha de carne e ossos é um ingrediente de origem animal, usado em rações de aves, por ser uma fonte protéica e de cálcio e fósforo de baixo custo. Apesar de ser fonte protéica para rações de aves, as farinhas de carne e ossos também trazem boa contribuição de energia. Por outro lado, os valores de energia metabolizável encontrados nas tabelas de composição para este ingrediente são muito variáveis. Um dos fatores que podem estar contribuindo para esta variação de valores, pode estar relacionado com a metodologia de determinação. Assim, este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a influência de correções nutricionais das rações basais, com e sem a adição de enzimas, após a inclusão do ingrediente teste (FCO), sobre os valores energéticos, para a fase inicial na criação de frangos de corte.
Material e Métodos:
Foi realizado um ensaio de metabolismo na fase inicial (14-21 dias) na UFLA - MG no DZO/Setor de Avicultura. Os tratamentos foram distribuídos em esquema fatorial 5x2, com cinco tipos de correções, com a presença ou ausência de enzima, em DIC com oito repetições cada e cinco aves por parcela. Com base na ração basal (RB), foram formulados os tratamentos nos quais a mesma foi substituída em 20% pelo ingrediente teste (FCO), com ou sem a utilização de 300 ppm de uma protease (75000 Prot/kg de produto). As correções foram feitas dentro da inclusão do ingrediente teste e, quanto aos aminoácidos, as correções foram realizadas com o objetivo de manter as relações com a lisina. Foram determinadas neste estudo, a energia metabolizável aparente (EMA) e aparente corrigida (EMAn) da farinha de carne e ossos, com ou sem a utilização de uma protease, seguindo a metodologia convencional (MATTERSON et al., 1965). Adotou-se o método da coleta total de excretas com quatro dias para adaptação à gaiola e à alimentação e três dias para a coleta de excretas. As análises estatísticas foram realizadas utilizando o pacote estatístico SISVAR (FERREIRA, 2003).
Resultados e Discussão:
Não houve interação significativa (P>0,05) entre as correções nutricionais nas dietas teste e o uso da enzima para as medidas avaliadas neste ensaio (Tabela 1). Observou-se que os valores de EMAn da FCO reduziram com o aumento das correções nutricionais, semelhante ao que ocorreu com a EMA. Não foi observada diferença significativa (P>0,05) com o uso da enzima em relação à EMAn, mas para a EMA ocorreu um efeito significativo (P<0,03) ao utilizar a enzima na ração. Os resultados de EMA e EMAn, obtidos neste trabalho, sem correção nutricional, são semelhantes aos indicados por Rostagno et al. (2005) e superiores aos apresentados no NRC (1994).
Conclusões:
A adequação nutricional com minerais e vitaminas proporcionam maiores valores de energia para a farinha de carne e ossos, portanto o uso da metodologia convencional pode estar subestimando os valores energéticos da FCO. A utilização da protease incrementou os valores de EMA da FCO.
Referências Bibliográficas
1. FERREIRA, D. F. SISVAR. Lavras: UFLA, 2003.
2. MATTERSON LD, Potter LM, Stutz MW. Agr. Exp Station, 1965. 11 p. (Research Report, 7).
3. NRC. 9. ed. Washington: National Academy of Science, 1994. 155 p.
4. ROSTAGNO, H. S. et al. Viçosa, MG: UFV, 2005. 186 p.