Introdução:
Dietas para frangos de corte são formuladas, em sua grande maioria, à base de milho e farelo de soja, e representam cerca de 60 a 70% do custo total de produção (FRANCO & OETTING, 2009). Nesse sentido, buscam-se alternativas que possam substituir totalmente ou parcialmente o milho e o farelo de soja, possibilitando minimizar o custo final da carne de frango. Segundo Júnior et al. (2006), a produção de sucos e polpas de frutas de manga, acerola, maracujá e caju geram 40% de resíduos agroindustriais. A utilização desses co-produtos na alimentação animal pode representar uma saída para minimizar os gastos com rações, e ainda resolver as frequentes questões ambientais enfrentadas pelas indústrias de alimentos. Contudo, poucas são as informações sobre os subprodutos agroindustriais, sendo necessário desenvolver estudos a fim de proporcionar ao nutricionista um banco de dados sobre o valor nutricional dos alimentos, para que seja possível formular rações que atendam as exigências nutricionais das aves. Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi determinar a energia metabolizável do farelo de acerola em frangos de corte.
Material e Métodos:
Foi conduzido um ensaio de metabolizabilidade com 100 frangos de corte machos da linhagem Cobb, no período de 8 a 16 dias de idade, utilizando- e a metodologia de coleta total de excretas. As aves foram alojadas em 20 gaiolas adaptadas previamente com bandejas revestidas com plástico para coleta de excretas. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com quatro tratamentos (três níveis de inclusão de farelo de acerola e uma raçãoreferência) e cinco repetições de cinco aves por unidade experimental. O farelo de acerola substituiu em 10, 15 e 20%, na matéria natural, uma ração-referência formulada à base de milho e farelo de soja de acordo com as recomendações de Rostagno et al. (2005). Os valores de energia bruta foram obtidos utilizando-se bomba calorimérica e a partir desses resultados foi calculada a energia metabolizável aparente (EMA) e aparente corrigida pelo balanço de nitrogênio (EMAn) do farelo de acerola por meio das equações propostas por Matterson et al. (1965). Os dados obtidos foram submetidos à análise de regressão do PROC REG do SAS (2002).
Resultados e Discussão:
O valor de energia bruta do farelo de acerola utilizado no experimento foi de 4.143 kcal/kg. Na Tabela 1 encontram-se os valores de EMA e EMAn, que diminuíram linearmente (P<0,05) à medida que aumentou-se a inclusão do farelo de acerola na dieta (EMA = 1215,88 - 24,37x; R2 = 0,33. EMAn = 1313,72 - 31,86x; R2 = 0,35). O valor de EMA e EMAn recomendado para a utilização do farelo de acerola na matriz nutricional de rações para frangos de corte foi obtido no tratamento com inclusão de 20% de farelo de acerola, que segundo Sakomura e Rostagno (2007), quanto maior a proporção do alimento na ração-referência, maior a precisão na determinação.
Conclusões:
Os valores de EMA e EMAn do farelo de acerola diminui com o aumento de sua inclusão nas rações. Pode-se inferir que os valores de EMA e EMAn para o farelo de acerola são de 754 kcal/kg e 756 kcal/kg, respectivamente.
Referências Bibliográficas
FRANCO, L. G.; OETTING, L. Integridade intestinal. Avicultura Industrial, n. 3, p. 38-42, 2009.
JUNIOR, J. E. L.; COSTA, J. M. C.; NEIVA, J. N. M.; RODRIGUEZ, N. M. Caracterização físicoquímica de subprodutos obtidos do processamento de frutas tropicais visando seu aproveitamento na alimentação animal. Revista Ciência Agronômica, v. 37, n. 1, p. 70-76, 2006.
MATTERSON, L. D., POTTER, L. M., STUTZ, M. W., SINGSEN, E. P. The metabolizable energy of feeds ingredients for chikens. Connecticut: UNICONN PRESS, 1965, 11p.
ROSTAGNO, H. S.; ALBINO, L. F. T; DONZELE, J. L; GOMES, P. C.; OLIVEIRA, R. F.; LOPES, D. C.; FERREIRA, A. S.; BARRETO, S. L. T. Tabelas brasileiras para aves e suínos: composição de alimentos e exigências nutricionais. Viçosa, MG; Universidade Federal de Lavras, 2005, 186p.
SAKOMURA, N. K.; ROSTAGNO, H. S. Métodos de pesquisa em nutrição de monogástricos. Jaboticabal: Funep, 2007. 283 p.
SAS. User´s Guide: Statistics. Version 9.1, North Caroline, 4th ed. SAS Inst. INC., 2002.