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Protéico Dieta Frango Colonial Embrapa

Avaliação de Sistemas de Produção e Nível Protéico da Dieta do Frango de Corte Colonial Embrapa 041

Publicado: 1 de dezembro de 2011
Por: Valdir Silveira de Avila; Arlei Coldebella; Paulo A.R. de Brum; Elsio A.P. de Figueired
1. Introdução
Apesar da evolução técnica da indústria avícola brasileira, a procura por frangos coloniais abatidos mais tardiamente, com carcaças que apresentam característica culinária diferenciada, alimentados exclusivamente com rações produzidas a partir de ingredientes exclusivamente de origem vegetal, sem a utilização profilática de antibióticos é cada vez maior. Contudo, as linhagens que se enquadram nesse sistema não apresentam boa conversão alimentar elevando o custo de produção. Para tal, é importante conhecer os níveis de proteína das rações utilizadas nas fases de cria, recria e retirada que permitam o melhor desempenho corporal e composição da carcaça em linhagens coloniais. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi avaliar o desempenho e composição da carcaça do frango de corte Embrapa 041, criado em dois sistemas de produção e quatro níveis de proteína bruta na ração.
2. Material e Métodos 
Foi utilizado um delineamento completamente casualizado, com quatro níveis (16, 18, 20 e 22%) de proteína bruta (PB), em dois sistemas de criação(confinado e semiconfinado). Cada tratamento recebeu um nível constante de PB em todo período experimental. O nível de energia da dieta foi o mesmo para todos os tratamentos, sendo 3000, 3100 e 3000 kcal/kg de energia metabolizável, respectivamente, para as fazes inicial (1-35), crescimento (36-65) e final (66-84) dias de  idade. No sistema confinado utilizaram-se três repetições com 32 aves/baia (5 aves/m2), enquanto no semiconfinado apenas duas repetições com 64 aves/baia (6 aves/m2). Neste último, as aves foram criadas em baias até os 28 dias de idade, quando foram transferidas para cabanas de 3×3,5 m, com acesso a piquetes de 15×33 m (7,5m2/ave), onde permaneceram até o abate. Ambos, receberam ração e água à vontade. Foram estudados peso vivo, consumo de ração, conversão alimentar, custo/kg de frango vivo (obtido pelo custo da ração consumida/ peso vivo produzido) e conversão de PB obtida por g de PB/kg de peso vivo. Aos 56, 63, 70, 77, 84 e 91 dias de idade foram abati-dos um macho e uma fêmea representando o peso médio do box, para avaliar os pesos da carcaça, peito, coxa, sobrecoxa, asa, dorso e gordura abdominal. Para a análise dos dados utilizou-se a teoria de modelos mistos para medidas repetidas, considerando os efeitos de PB, sistema de produção, idade e suas interações, para os dados de desempenho, e também de sexo para as características de carcaça. Foi usado o PROC MIXED do SAS Institute Inc (2001), conforme Xavier (2000) para realizar essas análises. Para comparar os níveis de PB foi realizada análise de regressão por polinômios ortogonais.
3. Resultados e Discussão 
Apesar da análise dos dados considerar as avaliações semanais, optou-se por apresentar somente os dados do 84º dia de idade das aves, conforme determina o Oficio Circular DOI/DIPOA Nº 007/99 (Brasil,1999). Na Tabela 1 estão expressas as médias para as variáveis de desempenho, levando em conta os sistemas de criação e os níveis de proteína. A análise de regressão do peso vivo em relação aos níveis de PB mostrou efeito linear no sistema confinado, ocorrendo aumento de 40g de peso vivo para cada 1% de aumento na % de PB da ração aos 84 dias de idade das aves, enquanto  nesse mesmo sistema houve efeito de regressão quadrática sobre o consumo de ração, sendo que as aves apresentaram consumo máximo próximo aos 20% de PB. Apesar da PB da ração ter influenciado o peso vivo e o consumo de ração, ela não teve influência sobre a conversão alimentar. No sistema semiconfinado não houve efeito dos níveis de PB da ração sobre o peso vivo, o consumo de ração e a conversão alimentar. Independente do sistema de produção, houve efeito linear de PB sobre o custo da ração/kg de peso vivo e sobre a conversão de PB, sendo que o aumento de 1% de PB na ração promove acréscimo de 27g de consumo de PB e de R$ 0,012 para produzir um kg de frango vivo. Comparando os sistemas de criação em relação às variáveis de desempenho, apenas foram observadas diferenças significativas para peso vivo e consumo de ração dentro de 18 e 20% de PB, sendo que o sistema confinado apresentou as maiores médias de peso vivo e consumo de ração nesse dois níveis de PB. Na Tabela 2 estão expressas as médias para as característica de carcaça aos 84 dias de idade das aves, levando em conta o sistema de produção, o sexo e os níveis de proteína. Houve efeito significativo (p£0,05) de PB, idade, sexo e idade versus sexo para todas as variáveis, exceto para gordura abdominal, que não foi influenciada pelos dois últimos fatores. Observa-se que, independente do sexo e do sistema de produção, os maiores pesos da carcaça e das partes da carcaça ocorreram ao redor dos 20% de PB na ração, exceto para peso do peito, em que houve aumento linear de 7 g de peito para cada 1% de aumento de PB aos 84 dias de idade das aves. Além disso, o sistema de produção somente não influenciou significativamente os pesos da coxa e da sobrecoxa. Apesar da interação entre sexo e idade os machos foram sempre mais pesados do que as fêmeas, exceto para gordura abdominal onde o peso foi semelhante. Com exceção da gordura abdominal, para as demais variáveis o nível de 16% de PB proporcionou os menores pesos independente da idade, do sistema de produção e do sexo. O sistema de produção semiconfinado, de forma geral, produziu frangos com pesos da carcaça e das partes um pouco inferiores aos do sistema confinado, contudo essas diferenças foram pouco expressivas. 
4. Conclusão 
A melhor conversão da proteína bruta em peso vivo foi obtida com o nível de 16%, contudo, em termos de desempenho e características de carcaça o nível de 20% de PB é o recomendado, independente do sistema de produção. 
5. Referencias Bibliograficas 
BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Ofício Circular DOI/DIPOA Nº007 /99, de 19 de maio de 1999. Brasília, DF, 1999. 
SAS INSTITUTE INC. System for Microsoft Windows: release 8.2. Cary: 1999-2001. 1 CDROM. 
XAVIER, L.H. Modelos univariado e multivariado para análise de medidas repetidas e verificação da acurácia do modelo univariado por meio de simulação. Piracicaba, 2000. 91 p. Dissertação (Mestrado) - Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Universidade de São Paulo São Paulo. 
Avaliação de Sistemas de Produção e Nível Protéico da Dieta do Frango de Corte Colonial Embrapa 041 - Image 1
Avaliação de Sistemas de Produção e Nível Protéico da Dieta do Frango de Corte Colonial Embrapa 041 - Image 2
Autores:
Valdir Silveira de Avila
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