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Carcaça frangos proteína

Avaliação do rendimento de carcaça e partes de frangos de corte submetidos a fontes de proteína de origem animal e vegetal

Publicado: 1 de setembro de 2011
Por: Juan Carlos.Rios Alva, S Sgavioli, LL Borges, M F M Praes, SMB Artoni, O M Junqueira Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
Sumário

Um experimento foi realizado no Setor de Avicultura da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – campus de Jaboticabal – São Paulo, com o objetivo de avaliar a utilização da farinha de peixe em dietas para frangos de corte, formuladas com base em proteína ideal. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado, com uma fonte de proteína de origem animal (farinha de peixe), e quatro dietas formuladas à base de milho e farelo de soja. Os níveis de proteína bruta (PB) utilizados para a fase inicial para a dieta formulada com farinha de peixe e para as quatro dietas formuladas com milho e farelo de soja foram: 21,71%, 21,85%, 20,37%, 18,87% e 17,35% de PB, respectivamente. Para a fase de crescimento utilizou-se para a dieta formulada com farinha de peixe e para as quatro dietas formuladas com milho e farelo de soja, 19,1%, 19,1%, 17,7%, 16,2% e 14,6% de PB, respectivamente. Os dados foram analisados pelo programa SAS® (SAS Institute, 2002) e as médias para os dados de rendimento de carcaça e partes foram comparadas através da análise dos contrastes ortogonais e polinomiais. O farelo de soja pode ser substituído com sucesso pela farinha de peixe, desde que os limites apresentados no presente (7,5% para a fase inicial e 5% para a fase de crescimento) trabalho sejam respeitados. Palavras Chave: Aminoácidos sintéticos, Peito, Proteína bruta, Rendimento.

Introdução
A alimentação das aves representa aproximadamente 70% do custo total de produção e é determinante do desempenho animal. Dessa forma, é necessário o estabelecimento de níveis nutricionais mínimos que promovam o máximo desempenho produtivo animal por um menor custo. Devido ao alto valor biológico de suas proteínas, os produtos de origem animal se impuseram como matéria prima indispensável ao preparo de rações, devido ao seu valor nutritivo em proteína, gordura e minerais e principalmente como fonte de aminoácidos e vitamina B12. Contudo, com a grande disponibilidade de farelo de soja, a comercialização de aminoácidos sintéticos e vitaminas e a grande variação na qualidade das farinhas oferecidas ao mercado, fizeram com que este ingrediente tivesse seu uso reduzido. Mack & Pack (2000) comentam que a qualidade da carcaça ganha cada vez mais importância como critério de qualidade da carne, sendo o rendimento da carcaça, a deposição de gordura e a proporção de carne de peito, os parâmetros mais importantes para caracterização da qualidade. Segundo Mendes et al. (2001), o rendimento de carcaça e de partes é o fator que mais afeta a rentabilidade da produção avícola.
Materiais & Métodos
Um experimento foi conduzido utilizando-se 960 pintos Cobb de um dia de idade, alojados em 30 boxes, na fase de 1 a 42 dias de idade. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com cinco tratamentos e seis repetições: T1-> Dieta com a inclusão de 7,5% e 5% de farinha de peixe com 21,71% e 19,10% de PB; T2-> Dieta com 21,85% e 19,10% de PB; T3-> Dieta com 20,37% e 17,70% de PB; T4-> Dieta com 18,87% e 16,20% de PB; T5-> Dieta com 17,35% e 14,70% de PB para a fase inicial e crescimento, respectivamente. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas através de contrastes ortogonais e polinomiais. Quando a análise de variância dos dados indicou efeito significativo, a comparação de médias foi realizada a 5% de probabilidade através dos contrastes ortogonais e polinomiais: Contraste 1 - comparação entre a média da dieta formulada com farinha de peixe versus a mediada das dietas formuladas com milho e farelo de soja. Contrastes 2, 3 e 4 - para os tratamentos das dietas formuladas com milho e farelo de soja como fonte protéica, foram utilizados três modelos de regressão: modelo linear, modelo quadrático e modelo cúbico (Robbins et al., 1979), com a finalidade de verificar efeitos polinomiais quanto os níveis de proteína bruta.
Resultados & Discussão
De acordo com a análise de variância (Tabela 1), pode-se observar que houve efeito significativo (P<0,05) dos tratamentos, somente para o rendimento de peito. Para as demais características avaliadas não se observou efeito significativo (P>0,05).
Através da análise dos contrastes ortogonais, pode-se observar que para o rendimento de peito houve efeito significativo do contraste 1 (P<0,05), onde a média para o tratamento com farinha de peixe (38,3%), foi superior a média para os tratamentos com rações formuladas com milho + farelo de soja como principal fonte de proteína (36,7%).
Tabela 1. Médias, coeficientes de variação, valores de F da análise de variância e dos contrastes ortogonais e polinomiais para as características de rendimento das aves, aos 42 dias de idade.
Tratamentos2
Características avaliadas1
RC
(%)
RP
(%)
RC+SC
(%)
RA
(%)
RD
(%)
FP-1
72,88
38,32
30,20
10,39
20,81
M+FS-2
72,75
37,22
30,26
10,57
21,08
M+FS-3
72,38
36,27
30,74
10,13
20,98
M+FS-4
73,52
36,24
30,23
10,62
21,18
M+FS-5
71,81
37,05
30,34
10,10
21,67
Valores de F para análise de variância
Fontes de Proteína
1,14NS
3,15*
0,16NS
1,66NS
0,38NS
CV(%)
2,00
3,83
4,43
4,45
6,03
Valores de F para os contrastes ortogonais e polinomiais
C1 -FP vs M+FS
-
9.16*
-
-
-
EF LIN. M+FS
-
0.06NS
-
-
-
EF QUA. M+FS
-
3.37NS
-
-
-
EF CUB. M+FS
-
0,00NS
-
-
-
NS - não significativo, * P< 0,05. 1RC = rendimento de carcaça, RP = rendimento de peito, RC+SC = rendimento de coxa+sobrecoxa, RA = rendimento de asas, RD = rendimento de dorso. 2FP-1 = farinha de peixe (19,1% de PB), M+FS - 2 = farelo de soja + milho (19,1% de PB), M+FS - 3 = farelo de soja + milho (17,7% de PB), M+FS - 4 = farelo de soja + milho (16,2% de PB), M+FS - 5 = farelo de soja + milho (14,7% de PB). C1 - FP vs M+FS = contraste 1  - farinha de peixe versus demais ( milho e farelo de soja), EF LIN. M+FS = efeito linear para os níveis de proteína bruta para rações formuladas com milho + farelo de soja, EF. QUA. M+FS. = efeito quadrático para os níveis de proteína bruta para rações formuladas com milho + farelo de soja, EF. CUB. M+FS. = efeito cúbico para os níveis de proteína bruta para rações formuladas com milho + farelo de soja.
Conclusão
Com base no rendimento de carcaça e partes conclui-se que o rendimento de carcaça, rendimento de coxa e sobrecoxa, rendimento de asas e rendimento de dorso não foram influenciados pelos tratamentos. No entanto, as aves alimentadas com farinha de peixe, apresentaram os maiores resultados de rendimento de peito.
Bibliografia
Mack S & Pack M. 2000. Desenvolvimento de carcaça de frango: influência dos aminoácidos da dieta. In: Conferência Apinco 2000 de Ciências e Tecnologias Avícolas, Campinas. p. 145-160.
Mendes AA, Moreira J, Garcia RG, Naas IA, Roça RO, Iwamura M, Oliveira EG; Almeida IGL. 2001. Avaliação do rendimento e qualidade da carne de peito em frangos de corte criados com diferentes densidades e níveis de energia na dieta. Rev. Bras. Ciência Avícola supl. 3:38.
Robbins, K.L.; Norton, H.W.; Baker D.H. 1979. Estimation of nutrient requeriments from growth data. Journal of Nutrition 109:1710-1714.
Rostagno, H.S.; Pupa, J.M.R.; Pack, M. 1995. Diet formulation for broilers based on total versus digestible amino acid.  Journal of Applied Poultry Research 4:293-299.
SAS Institute Inc. 2002. SAS System for Microsoft Windows, Release 6.12. Cary. NC, USA.
 
 
Conteúdo do evento:
Autores:
Juan Carlos Ríos Alva
Técnica Avícola (Tecavi)
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