1. Introdução
A presença de micotoxinas em grãos destinados à alimentação animal é um problema global, com impactos significativos na eficiência produtiva, saúde hepática e imunidade das espécies zootécnicas. As aflatoxinas, produzidas por Aspergillus spp., e as fumonisinas, provenientes de Fusarium spp., estão entre as micotoxinas mais prevalentes e preocupantes (Murugesan et al., 2015).
Esses compostos apresentam efeitos hepatotóxicos, nefrotóxicos, imunossupressores e carcinogênicos, afetando negativamente a saúde e o desempenho dos animais (Anjum et al., 2012; Pappas et al., 2016).
Os adsorventes antimicotoxinas representam uma das estratégias mais eficazes para reduzir os impactos desses contaminantes. A linha Safetox® combina
minerais de alta capacidade de troca catiônica com agentes hepatoprotetores, capazes de modular o metabolismo oxidativo e estimular a regeneração hepática.
O presente artigo integra quatro estudos experimentais realizados para avaliar a eficácia da linha Safetox® em aves, suínos e bovinos leiteiros sob diferentes desafios micotoxicológicos.
2. Materiais e Métodos
2.1 Ensaios com aves (Safetox® e Safetox® Plus)
Dois experimentos foram conduzidos no Instituto SAMITEC:
· Safetox® (aflatoxinas): 300 frangos de corte machos (linhagem COBB, 1–21 dias) receberam dietas com 2,8 ppm de aflatoxinas (B1, B2, G1 e G2) e inclusões de 0,15% e 0,30% de Safetox®.
· Safetox® Plus (fumonisinas): 600 frangos foram expostos a 100 ppm de fumonisinas (B1 e B2) e suplementados com 0,20% ou 0,50% de Safetox® Plus.
As dietas seguiram o NRC (1998) e foram avaliados os seguintes parâmetros: ganho de peso, consumo de ração, conversão alimentar, peso hepático relativo, proteínas plasmáticas totais e relação esfinganina/esfingosina (Sa/So).
2.2 Ensaios com suínos (Safetox® Plus)
Conduzido em granjas comerciais no Chile, este experimento avaliou 300 suínos por tratamento (21–77 dias), alimentados com dietas naturalmente contaminadas por zearalenona, desoxinivalenol, fumonisinas, ocratoxina A, toxina T-2 e aflatoxinas.
Foram testadas inclusões de 1 e 2 kg/t de Safetox® Plus, comparadas a um adsorvente concorrente. A avaliação incluiu peso médio final, ganho diário, conversão alimentar e parâmetros bioquímicos hepáticos (ALT, AST, GGT, LDH e fosfatase alcalina), analisados no início e ao final do experimento.
2.3 Ensaios com vacas leiteiras (Safetox® Plus R)
O estudo foi conduzido na UNICENTRO (PR) com 20 vacas Holandesas em lactação média (2º ao 5º mês), alimentadas com silagem e concentrado
naturalmente contaminados por micotoxinas (afla, fulmo e zea), confirmados por análises laboratoriais.
O grupo tratado recebeu 20 g/animal/dia de Safetox® Plus R durante 56 dias. Foram analisados parâmetros séricos (proteína total, albumina, AST, GGT, LDH), metabolismo oxidativo de leucócitos (teste de explosão respiratória) e produção de leite.
3. Resultados e Discussão
3.1 Aves
Frangos contaminados com 2,8 ppm de aflatoxinas apresentaram redução significativa no ganho de peso e hipertrofia hepática. A inclusão de 0,30% de Safetox® reduziu o peso relativo do fígado de 4,8 g/100 g para 3,6 g/100 g, e aumentou as proteínas plasmáticas totais de 1,67 para 2,81 g/dL, indicando melhora na função hepática.
No desafio com fumonisinas, o uso de Safetox® Plus reduziu em 40% a relação Sa/So, biomarcador de toxicidade hepática. As aves tratadas apresentaram peso final até 19% superior ao grupo contaminado.
A sinergia entre argilas purificadas, polissacarídeos orgânicos e extratos vegetais hepatoprotetores favoreceu a adsorção das toxinas e reduziu a peroxidação lipídica, conferindo proteção metabólica e melhor desempenho.
3.2 Suínos
Nos suínos alimentados com dietas naturalmente contaminadas, o uso de Safetox® Plus resultou em melhor desempenho produtivo e maior estabilidade hepática.
Os animais suplementados com 1–2 kg/t apresentaram:
· Maior ganho médio diário (+6%);
· Redução significativa nas enzimas GGT e fosfatase alcalina (P< 0,05);
· Melhor relação albumina/globulina, refletindo equilíbrio metabólico.
Esses resultados indicam que o Safetox® Plus atua tanto por adsorção direta no trato gastrointestinal quanto pela estimulação de vias antioxidantes hepáticas, aumentando a capacidade de detoxificação e otimizando o metabolismo energético.
3.3 Bovinos
Em vacas leiteiras, a suplementação com Safetox® Plus R promoveu aumento dos níveis séricos de proteína total e albumina (P< 0,05), indicando estímulo à síntese hepática. As enzimas GGT e LDH apresentaram redução progressiva após 24 dias de suplementação, demonstrando regeneração dos hepatócitos.
Além disso, observou-se aumento do metabolismo oxidativo dos leucócitos e incremento médio de 2 kg de leite por dia a partir da terceira semana. Esses resultados reforçam o papel do produto como aditivo hepatoprotetor e imunomodulador sob desafios micotoxicológicos crônicos.
4. Considerações Integradas
A análise comparativa entre as espécies permite concluir que:
· Aves, mais sensíveis às micotoxinas, respondem rapidamente à ação adsorvente e hepatoprotetora;
· Suínos apresentam resposta intermediária, com destaque para o equilíbrio metabólico e hepático;
· Bovinos leiteiros demonstram efeito imunológico e produtivo prolongado, refletindo melhora sistêmica.
Dessa forma, os resultados evidenciam que a linha Safetox®, adaptada à fisiologia de cada espécie, é eficaz na mitigação dos efeitos das micotoxinas, garantindo saúde hepática, imunidade e estabilidade produtiva.
5. Conclusão
Os adsorventes Safetox®, Safetox® Plus e Safetox® Plus R demonstraram eficácia comprovada na redução dos efeitos tóxicos das micotoxinas em diferentes espécies animais.
Os produtos atuam por mecanismos físico-químicos de adsorção aliados à ação hepatoprotetora e imunomoduladora, promovendo melhora significativa nos parâmetros zootécnicos e fisiológicos.
Esses achados reforçam a importância do uso de adsorventes de última geração como estratégia essencial para a sustentabilidade e segurança da produção animal.