O manejo inadequado do resíduo avícola pode provocar poluição no solo e água, no caso da cama de aviário?
É necessário que o depósito de cama de frango no solo tenha um limite? Se uma quantidade excessiva de resíduo no solo pode contaminar a água e a própria terra, então, há um limite determinado?? De quanto seria esse limite?
Espero seu comentário.
Bom dia Maíra Vasconcelos,
belo tema para debater-mos, uma vez que esse sub-produto da avicultura é muito grande e deve ser tratado com carinho para evitar problemas futuros, principalmente, com mercados mais exigentes como a UE.
Por aqui na região de Itaberaí, interior de Goiás, estamos utilizando muito na agricultura, armazenando dentro do aviário, depósito de 2 a 3 crias, podendo ser mais, o que depende é do arroxo do avicultor, que vende para completar orçamento.
Aqui na região, um comerciante compra a quantidade que oferecer e amontoa a céu aberto para depois ir tirando aos poucos, conforme comercilização e tempo. Esse ano o tempo judiou de todos, com muito atolero, muita água, muitas pontes caídas, muita água minando dentro e próximo dos aviários.
Esse volume grande de cama de frango amontoado é totalmente destinado a adubação de cana de açúcar e seringueira no município de Goianésia, onde tem usina e plantação de seringas.
Embora seja proibido por lei federal, ainda é grande o consumo de cama na alimentação de bovinos, mesmo com a rígida fiscalização da secretária da agricultura.
Vejo com preocupação o depósito feito a céu aberto, principalmente no período chuvoso, devido a formação de chorume, motivado pelo excesso de água que o material absorve. Ainda mais quando se adiciona outro sub-produto perigoso a esse volume de cama de frango: a composteira.
Essa composteira é vendida pelo preço do frete da retirada da granja, devido o problema de cheiro e carcaças ainda em decomposição. Por aqui, a galera ainda não aprendeu a fazer uma boa compostagem e as que eu conheço, e não são poucas, são horrorosas. Portanto, esse produto mal elaborado, é adicionado a cama no depósito a céu aberto e revolvido algumas vezes para completar o ciclo de compostagem e aí ser comercializado com fins agrícolas.
Como citado acima, o chorume é o grande problema, por que não conheço a composição desse material, mais imagino que poderá conter vários metais pesados que poderiam vir a contaminar o solo, sem falar no risco sanitário no caso de uma doença que encontre ali o local para se proliferar.
Em síntese é isso. Vamos aguardear alguns comentários para enrriquecer a discussão.
Grande abraço a todos.
Ola amigos tudo bem?...espero que sim....
Então parace simples o processo de controle...basta avaliar através de análises de solo em relação a cultura cultivada e podemos realizar esta utilização...o problema é que poucos fazem esta análise e a oferta é muito grande. Outro ponto é o que foi comentado pelo Dr Marcelo...o inadequado armazenamento por parte dos avicultores e a mistura incorreta com o composto das composteiras.
abs e parabéns pelo tema sobre cama de frango .
Com a proibição de uso da cama de frango p/ alimentação de ruminantes, esse subproduto passou a ser muito utilizado pelos agricultores de SP p/ adubação de café.
Como mencionado pelo Roberto, o uso da ferramenta de análise de solo é extremamente importante p/ monitorar os excessos, porém tem de ser utilizada. Assim como a análise da cama p/ se verificar os níveis de matéria orgânica e mineral, principalmente porque atualmente se criam de 4 a 8 lotes sem troca da cama de acordo c/ a região do país, havendo assim uma grande variação das partidas.
A aplicação de microorganismos que "consomem" a matéria orgânica durante o período de alojamento se mostra benéfica no que diz respeito a melhorar a qualidade da cama, tornando-a mais homogênea e de fácil dispersão no solo. Com a distribuição melhorada, pode-se até utilizar menores quantidades / ha, de acordo com as análises mencionadas acima.