O ano de 2020 tem sido marcado pela busca constante por superação dos desafios que chegaram com a pandemia. No caso da indústria de proteínas, temos acompanhado de perto as iniciativas dos frigoríficos para manter a produção em alta frente a necessidade de reforçar a segurança dos operadores e dos produtos. Afinal, existe uma grande demanda para o mercado interno e para exportação.
De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a produção de carne de frango no Brasil em 2019 foi de 13,2 milhões de toneladas. Deste volume, 68% foram para o consumo dos brasileiros. Os 32% restantes foram as 4,2 milhões de toneladas exportadas. Com esse número, o Brasil passou os Estados Unidos e passou a ser o maior exportador de frango, segundo o relatório anual lançado em maio pela associação.
Ainda segundo a ABPA, a produção brasileira de carne de frango deverá crescer cerca de 5% em 2020, e a estimativa para as exportações é que haja uma alta de cerca de 2%, mesmo diante do cenário de pandemia.
Não temos dúvida, o potencial é grande. Mas os desafios do momento também são: a necessidade do distanciamento na operação, o reforço dos protocolos de segurança e o apoio emocional aos operadores. Isso tudo traz ainda um olhar mais cuidadoso para os processos de automação na indústria, que vem percebendo cada vez mais a relevância da combinação de mão de obra com tecnologia para atingir mais eficiência operacional.
A automação não apenas torna a força de trabalho mais eficiente, mas também é fundamental para melhorar as condições de trabalho, eliminando tarefas repetidas e potencial de contaminação cruzada. Sem dúvida, é a chave para reduzir ainda mais as taxas de incidência de lesões e doenças no setor. Vemos que é uma ganha-ganha para a força de trabalho, melhorando a produtividade e reduzindo a rotatividade de funcionários. Além disso, a automação permite o uso de materiais mais finos e, consequentemente, reduz o consumo de plástico, reduzindo a pegada de carbono.
Administrar a mão de obra é um gargalo para a avicultura não só no Brasil. No mercado norte-americano, por exemplo, grandes players cogitam a ampliação do uso robôs nas plantas, tendo em vista a escassez de recursos humanos e a preocupação com a saúde dos colaboradores. Neste quesito, a automação abre caminho para capacitar a força de trabalho a fim de direcioná-la para processos que, de fato, precisam do trabalho humano.
As indústrias estão passando por um processo disruptivo, que exige trabalhadores mais qualificados, com mais facilidade para interpretar, calcular e inovar. Com os olhos no futuro, é hora de buscar soluções duradouras que ajudem o momento presente e que ampliem as possibilidades para os anos seguintes. A automação não apenas fornecerá uma solução multifacetada para o desafio do trabalho, mas também aumentará a lucratividade e permitirá que a indústria continue atendendo a demanda cada vez maior hoje e amanhã.