O Ministério do Comércio da China (MOFCOM) anunciou medidas “antidumping temporárias” sobre as importações de frango do Brasil. Justificando que a indústria doméstica sofreu danos substanciais, o País comunista determinou que, a partir deste sábado (09.06), os importadores deverão pagar taxas entre 18,8% a 38,4% do valor total adquirido.
O Brasil fornece nada menos que 40% de toda a carne de frango consumida pelo mercado mundial, detendo uma fatia de 50% do mercado chinês. As medidas a anunciadas pelo governo do gigante asiático atingem os produtos fornecidos pelos exportadores brasileiros JBS e BRF.
“Durante o período de investigação de danos, a quantidade de produtos importados e a participação de mercado do Brasil aumentaram continuamente, e os preços de produtos domésticos similares foram drasticamente reduzidos, causando sérios danos às indústrias domésticas”, justificou o Ministério do Comércio chinês.
A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) divulgou um comunicado manifestando seu protesto diante da decisão do MOFCOM. Segundo a entidade, não há qualquer nexo causal entre as exportações de carne de frango do Brasil e eventuais situações mercadológicas locais. “Os esclarecimentos apresentados pelo setor produtivo e pelas agroindústrias exportadoras deixaram clara a ausência de qualquer possível dano aos produtores e ao mercado chinês”, justifica.
A ABPA considera que a determinação da medida é um retrocesso nas boas relações comerciais construídas por brasileiros e chineses ao longo desta década: “Apesar de uma potencial retração no desempenho dos embarques em toneladas, o fluxo comercial deverá ser mantido mesmo com a imposição da medida, frente à necessidade e alta demanda do mercado chinês. Em 2017, o país asiático foi destino de 391,4 mil toneladas de carne de frango do Brasil, equivalente a 9,2% de tudo o que o país embarcou no período”.
A decisão é provisória, sendo que a medida final será anunciada no próximo mês de agosto. “A ABPA continuará a trabalhar no âmbito do processo, buscando reverter a decisão imposta temporariamente”, conclui a entidade.