1 de febrero de 2010
Srs.
Inicialmente nossos parabéns, pela forma técnica e expositiva do mencionado artigo. A avicultura de escala - corte e ovos - evolui de forma significativa, nestes últimos 35 anos. Da antiga Granja Guanabara ao grandalhão frango de corte da raça Peters, que necessitava 72 dias para atingir ponto de abate, às raças mais modernas com período de 40 dias, para atingir 2.200 a 2.300 kg de peso vivo em média.
O nó górdio da avicultura brasileira, em relação as duas outras cadeias produtivas, está simplesmente no marketing. Exemplificando. O consumidor quando em um supermercado, encontra a sua disposição várias marcas de cerveja. Com promotoras de venda, brindes, desgustação e etc. O consumido quando vai ás compras já sabe de antemão qual cerveja irá comprar, independente de preço. E em relação ao frango de corte, a situação inexiste. Por mais marcas dispostas nas gôndolas frigorificas, o consumidor se orienta pelo preço do quilo. Se colocarmos 10 marcas distintas, sendo 9 com preços iguais e uma com preço menor, mesmo com diferencial de centavos, o consumidor irá comprar a mais barata.
Mas onde está a solução. No marketing. Não adianta nada as Associações Estaduais e a UBA, editarem revistas, jornais,news letters etc, praticando um marketing para si mesmo. O consumidor final deverá saber que esta ou aquela marca foi produzida . dentro de padrões de Qualidade, no qual se incere a Rastreabilidade, o Bem Estar Animal, a Segurança Alimentar, a Responsabilidade Social, a ISO 14000, que não se faz uso de promotores de crescimento que possam apresentar resíduos, que faz uso de Probióticos. Que o frango congelado não terá aquela quantidade enorme de água em forma de gelo, que o frango resfriado não poderá ser mais caro do que frango congelado ( a agua desaparece).Que o frango da empresa X é da raça Y.
O marketing em relação a avicultura só é visto, em épocas natalinas, quando aparecem tasi e tais marcas. Depois nos 11 meses restantes, nem falar.
O marketing tem que ser colocado na mídia de forma a explicar ao consumidor final que afora os benefícios nutricionais e ambientais, que existe uma tecnologia ímpar embutida. Que um simples pintainho de 1 dia, com 100 gramas de peso vivo, irá no prazo de 40 dias atingir 2.200 a 2.300 quilogramas e que isto é um trabalho árduo de pesquisa, de evolução genética, de nutrição animal, de manejo, de sanidade avícola e que não se faz uso de hormônios e tão pouco de medicamentos continuados.
Quem não faz alarde dos seus produtos ninguém deles saberá. Espelhe-se no exemplo da galinha Garnizé que bota um minúsculo ovo e faz uma barulheira incrível, enquanto que uma poedeira da Hisex, ISA, Shaver ou H&N, produzem dois ovos a cada 3 dias e a garnizé 1 ovo a cada 5 e faz um barulho enorme, as poedeiras comerciais ficam caladas. Assim é a avicultura. Mas graças aos Mestres, aos Profissionais que lutam ombro a ombro nesta batalha, para oferecer um produto final com Qualidade, Inspecionado e lógico aos empresários do ramo, ainda somos um dos maiores e melhores produtores de frangos de corte e de ovos.
Por fim. Qualidade é algo no qual inserimos a Rastreabilidade como base. Mas não podemos afirmar que um frango produzido com Rastreabilidade, se apresente com Qualidade. Se a avicultura brasileiria quizer se manter como uma das grandes atrizes no mercado consumidor, concorrendo com as duas outras cadeias produtivos de corte, acredito que deverá buscar nos meios de comunicação a forma ideal para promover seu produto interno. Marketing para o próprio ego só funciona em revistas especializadas do ramo, que promove este ou aquele empresário, esta ou aquela empresa. Mas não promove os seus produtos diante do consumidor final.]
Aos autores de trabalho, nossos parabéns. A Ergomix pela consciência profissional.
Médico Veterinário Romão Miranda Vidal