As formulações comerciais de aves são desenhadas com o objetivo de atender as necessidades nutricionais previamente estabelecidas, de acordo com as matrizes nutricionais das matérias-primas utilizadas, buscando o menor custo possível. Quando o assunto é custo de formulação, um dos grandes impactos se deve às suplementaçõ...
Livya Stefane, parabenizo-a pela forma com que você abordou um assunto tão controverso na produção avícola.Aproveito o assunto para fazer algumas considerações que julgo pertinentes;
- Penso ser tecnicamente equivocada a sua afirmativa que o custo dos aminoácidos industriais é que define o quanto será a redução da proteína bruta(PB) da ração.Acredito que você se esqueceu de considerar, que tem uma relação minima entre os aminoácidos essenciais com os não essenciais que tem que ser levado em conta . E que, é essa relação , que a principio, define o nível de redução da PB.;
- Quando você afirma que em situação de desafio a demanda de PB aumenta, da a falsa ideia que o da lisina esta aumentada, o que não é correto.Isto porque uma das consequências do desafio imune, é a redução da deposição de carne na carcaça, e é justamente a lisina o aminoácido que esta diretamente relacionado a essa deposição, se ela diminui a demanda de lisina também diminui, em gramas por dia. Por sua vez, aminoácidos como metionina, treonina , triptofano , tem as suas demandas aumentadas proporcionalmente a da lisina. Finalmente deve ser considerado que sob desafio imunológico, as aves reduzem o consumo de ração, levando a necessidade de aumentar o nível de lisina da ração,mesmo que a sua demanda em gramas por dia tenha diminuído
-Quanto ao estresse térmico por calor., não só a conversão piora ,como também a taxa de crescimento das aves. Pela escrita da entender que a redução do consumo é que é a responsável pelo comprometimento do desempenho, com o problema sendo minimizado com o adensamento da ração. O que não me parece correto, uma vez que no calor, a capacidade de deposição de proteína esta comprometida e o adensamento da ração não minimiza,o efeito da alta temperatura,no máximo pode amenizar, o que é diferente.;
Com base nessas considerações , pode-se deduzir que tanto o desafio sanitário quanto o estresse térmico, são fatores que interferem nas relações,tanto dos aminoácidos essenciais com a lisina, quanto na relação aminoácidos essenciais com os não essenciais.na proteina ideal, o que não deixa de ser um grande problema.a ser contornado.
Professor Juarez Donzele , agradeço pela sua importante contribuição e comentários.
Realmente, são muitos fatores que afetam a possibilidade de redução da proteína nas rações e o objetivo foi de abordar o tema, demonstrando o quanto devemos nos preocupar com esta decisão.
A disponibilidade dos aminoácidos sintéticos é apenas uma delas, mas não pode ser considerada de forma isolada. Termos estes aminoácidos disponíveis a um custo viável, fortalece a discussão sobre redução proteica, devendo-se respeitar, porém, a manutenção das relações mínimas entre os aminoácidos.
Podemis supor e levantar a hipótese de que sistemas agroecologicos favorecem um equilíbrio na nutriçao baseado no baixo stress sanitario e climático com nutrição diversificada e suprimento de aminoacidos, mesmo que uma produtividade mais baixa do que sistemas convencionais?
Allegro LF Soluções Projetos e Representação Comercial
12 de mayo de 2020
Livya, parabéns pelo artigo!
O tema é amplo, reduzir PB porque os aa sintéticos são competitivos e a principal fonte proteica, a soja tem fatores antinutricionais e alergênicos.
Na aquicultura, essa máxima não funcionou e tiveram que retirar antinutricionais e alergênicos, produzindo o Concentrado Proteico de Soja, que hoje no Brasil tem produção de quase 1,5 milhões de toneladas ano.
Seria essa uma possível contribuição para a nutrição direcionada à saúde intestinal ?
Sem os alergênicos, alguns trabalhos demonstram o dobro em tamanho de villus, seria razoável incrementar relação de Treonina de 0,65 para 0,90, buscando construir mucina nesse villus maior?