Enzimas Desempenho Frangos Corte

Introdução

Grandes avanços ocorreram na avicultura nas últimas décadas, tornando-a assim um dos segmentos mais desenvolvidos mundialmente da agropecuária. Muitas pesquisas têm sido realizadas na área de nutrição em busca de alternativas que possibilitem a formulação de rações mais eficientes e econômicas, tendo em vista que a alimentação apresenta o maior custo na produção de frango de corte.

O uso de complexos enzimáticos melhora o valor nutritivo das dietas a base de farelo de soja e milho, devido à capacidade dessas enzimas em neutralizar os fatores antinutricionais desses ingredientes promovendo dessa forma o melhor desempenho animal.

A adição de enzimas na dieta além de melhorar a eficiência de produção das aves pelo aumento da digestão de produtos de baixa qualidade e redução da perda de nutrientes nas fezes como reduções nos níveis de energia metabolizável, proteína e aminoácidos nas formulações de rações para frangos de corte (TORRES et al. 2003).

Desta forma, objetivou-se avaliar o efeito da utilização de um complexo enzimático sobre o desempenho de frangos de corte.

O experimento foi conduzido no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, em Areia-PB, com aves de 1 a 42 dias de idade. Foram utilizados 480 pintos de corte machos, linhagem Cobb, distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado, constituído com quatro tratamentos, oito repetições com 20 aves cada.

Os tratamentos foram constituídos de uma dieta Controle positivo (CP) formulada para atender às exigências das aves para cada fase, um Controle negativo (CN) formulado considerando o valor nutricional da matriz das enzimas (fitase + amilase ++ xilanase protease), no entanto sem qualquer enzima adicionada, tratamentos CPE e CNE utilizou as mesmas rações do tratamento CP e CN respectivamente, adicionado a combinação das enzimas.

Os pintos foram alojados em baterias metálicas tipo "Brasília", com piso de tela com bandejas coletoras de excretas embaixo e contendo comedouros e bebedouros tipo calha, até 21 dias de idade. O aquecimento dos pintos foi realizado por meio de um sistema elétrico, com lâmpadas incandescentes em cada parcela, que eram ligadas e desligadas conforme a necessidade, tendo como base a temperatura observada no termômetro (sensor na altura das aves) e o comportamento das aves.

Nas fases de 22 a 42 dias os frangos foram alojados em boxes de 1,40 x 1,80 m, com piso de cimento e cobertos com cama de bagaço de cana-de-açúcar, sendo utilizados comedouros tubulares e bebedouros pendulares.

Durante o período experimental as aves receberam água e ração à vontade e o programa de luz adotado foi contínuo (24 horas de luz= natural+artificial). As variáveis avaliadas foram: consumo de ração, ganho de peso e conversão alimentar.

As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas (SAEG-8.0), desenvolvido pela Universidade Federal de Viçosa (1999), sendo as comparações das médias realizadas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.

Resultados e Discussão

Com base nos resultados apresentados na tabela 1, houve diferenças significas entre os tratamentos para as variáveis avaliadas, onde os animais submetidos ao tratamento controle negativo obtiveram menor consumo de ração, menor ganho de peso e maior conversão alimentar. Provavelmente o menor consumo de nutrientes afetou o desempenho dos frangos.

Ao comparar os tratamentos em que o complexo enzimático foi acrescido à ração normal, com o controle positivo, percebeu-se que não houve diferença estatística. Neste caso, não foi possível notar efeito positivo da adição da enzima, uma vez que as aves arraçoadas com essas rações consumirem igualmente a ração e obtiveram ganho de peso e conversão alimentar semelhante. Este resultado foi semelhante ao encontrado por Fischer et al. (2002).

Tabela 1. Efeito dos tratamentos sobre o desempenho de frangos de corte de 1 a 42 dias

Efeito da utilização de complexo enzimático sobre o desempenho de frangos de corte - Image 1

Conclusões

A adição do complexo enzimático à dieta de frangos de corte não alterou o desempenho dos mesmos.

Agradecimentos

A DSM pelo apoio e incentivo para realização deste trabalho.

Literatura citada

FISCHER, G.; MAIER, J. C.; RUTZ F.; et al. Desempenho de Frangos de Corte Alimentados com Dietas à Base de Milho e Farelo de Soja, com ou sem Adição de Enzimas. Revista Brasileira de Zootecnia, v.31, n.1, p.402-410, 2002.

TORRES, D.M.; TEIXEIRA, A.S.; RODRIGUES, P.B.; et al. Eficiência das enzimas amilase, protease e xilanase sobre o desempenho de frangosde corte. Ciências Agrotecnica, Lavras. V.27, n.6, p.1401-1408, nov./dez., 2003.

Universidade federal de viçosa – UFV. Manual de utilizaqção do programa SAEG – Sistema de Análise Estatística e Genética. Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, 1999, 59p.

*** O Trabalho foi originalmente apresentado durante o I Simpósio de Avicultura do Nordeste/ 2012