A alimentação é o fator que mais onera o custo de produção na avicultura moderna, participando em média de 60 a 70% do custo total de produção de frangos de corte. Os subprodutos do bene?ciamento de grãos representam fontes alternativas de alimentos a serem utilizados nas rações das aves. Dentre eles, pode-se destacar o farelo de arroz integral (FAI) e o farelo de arroz desengordurado (FAD), que são os subprodutos do bene?ciamento de arroz mais usados na alimentação animal e produzidos em grandes quantidades no país, principalmente na região sul, região de maior produção de frango de corte. Em 1990, a produção de arroz em casca no Brasil foi de 11,8 milhões de toneladas. Do processo de bene?ciamento obtém-se, em médi, 8% de farelo.
Com o objetivo de veri?car o nível ideal de inclusão do FAI em dietas para frangos, a EMBRAPA–CNPSA conduziu um experimento nas dependências da AGROELIANE S/A, em Criciúma, SC, entre os meses de novembro e dezembro de 1987. Foram utilizados 1848 pintos de corte, machos, de linhagem Hubbard, de 1 a 40 dias de idade. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com sete tratamentos, quatro repetições e 66 aves por unidade experimental, mantidas em boxes de 6,5 m2.
Os tratamentos utilizados consistiram na inclusão de diferentes níveis de FAI nas dietas de frangos de corte nas fases inicial 1 a 21 dias, crescimento 22 a 33 dias e ?nal 36 a 40 dias, conforme descritos no Quadro abaixo. As dietas foram isocalóricas e isoprotéicas e continham 22,0; 19,4 e 17,7% de proteína bruta e 3.030, 3.090 e 3.150 kcal/kg de energia metabolizável nas fases inicial (I), crescimento (C) e ?nal (F), respectivamente. As aves foram pesadas no início e ?nal de cada fase experimental para veri?car o ganho de peso, bem como avaliar o consumo de ração em cada período.
Os resultados de desempenho, no período de 1 a 40 dias de idade, apresentados na tabela abaixo, mostram que é possível utilizar até 15% de FAI em dietas para frangos de corte nas diferentes fases estudadas, sem prejuízo para as aves.
O uso de farelo de arroz integral, em dietas para frango de corte, nas fases inicial, crescimento e ?nal, é economicamente viável se as seguintes inequações forem satisfeitas:
Tabela 1 – Desempenho de frangos de corteem função de diferentes níveis de inclusão de Farelo de Arros Integral (FAI)
Fase inicial: (4,836 times preço do milho) + (0,430 times preço do farelo de soja) + (0,036 times preço da farrinha de osso) > (5,000 times preço do farelo de arroz integral) + (0,166 times preço do óleo) + (0,106 times preço da farinha de ostra).
Fase crescimento: (5,070 times preço de milho) + (0,430 times preço do farelo de soja) + (0,026 times preço da farinha de osso) > (5,000 times preço do farelo de arroz integral) + (0,300 times preço do óleo) + (0,200 times preço da farinha de ostra).
Fase ?nal: (5,066 times preço do milho) + (0,366 times preço do farelo de soja) + (0,043 times preço da farinha de osso) > (5,000 times preço do farelo de arroz integral) + (0,300 times preço do óleo) + (0,176 times preço da farinha de ostra).