INTRODUÇÃO
A criação alternativa de frangos de corte “caipira” tem tido um crescimento exponencial, tornando-se uma atividade economicamente viável para pequenos produtores rurais explorarem este mercado de produtos diferenciados (SAVINO et al., 2007).
Os frangos caipiras devem ser criados por um período mínimo de 85 dias, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) 1999. As aves caipiras apresentam melhores características sensoriais em relação à criação de frangos de corte industrial (FARMER et al. , 1997).
Silva & Nakano (1998) relataram que existem diferenças no sistema caipira principalmente devido à ingestão de capim, vegetais, insetos, minhocas, entre outros, a ave, que são abundantes no sistema de criação semi-intensivo. Da mesma forma, os consumidores mais tradicionais preferem a carne de aves criadas em semiconfinamento por possuir um sabor mais "natural" do que a carne de aves criadas totalmente confinadas.
Este tipo de criação é bastante rentável quando são utilizadas técnicas de manejo adequadas e que estejam ao alcance do pequeno produtor, uma vez que sua implantação é de baixo custo e bom retorno, quando seguidos os procedimentos indicados de manejo, sanidade, alimentação, entre outros. Estes não são difíceis de seguir e não são onerosos, podendo o produtor ajustar a sua produção e ter uma maior rentabilidade.
O aumento da produção contribuiu para a competição entre as empresas produtoras que buscam um produto diferenciado e de melhor qualidade para atender a demanda do consumidor, que é procurado por produtos naturais, como frangos caipiras, com menor velocidade de crescimento, abate tardio e motivos que não incluem drogas e/ou promotores de crescimento (NAZARENO et al., 2011).
Este sistema de produção tem como características a utilização de mão de obra familiar, proporcionando a participação de mulheres e duas crianças, por ser uma atividade de fácil utilização; fixando o homem no campo; o uso de pequenas áreas de terra; Há grande capacidade de conversão de grãos e outros produtos de origem vegetal (frutas, hortaliças, mandioca, sorgo, mille, capins e outros) em carnes e ovos, fonte de proteína animal na alimentação familiar (SIQUEIRA, 2014).
Para aves criadas no sistema tipo caipira, é proibido o uso de promotores de crescimento à base de antibióticos. O MAPA, de acordo com as normas da DIPOA – Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal (1999) exige que as dietas de frangos de corte não incluam a inserção de antibióticos e promotores de crescimento que estão presentes na criação convencional.
Uma alternativa a essa substituição é o uso de probióticos, que são suplementos alimentares à base de microrganismos vivos que afetam beneficamente o animal hospedeiro, melhorando o equilíbrio microbiano intestinal e, consequentemente, protegendo o trato digestivo ao proporcionar um melhor aproveitamento de dois alimentos (MACARI & FURLAN, 2005).
Esses probióticos são bactérias naturais do intestino, portanto, após uma ingestão em doses efetivas, são capazes de se estabelecer ou colonizar o trato digestivo e manter ou aumentar a flora natural, evitando a colonização de organismos patogênicos e garantindo um melhor aproveitamento de dois alimentos (MACARI & FURLAN, 2005).
O uso de probióticos, no momento, é muito contraditório em virtude de dois resultados obtidos, onde uma parte das pesquisas indica eficácia, e outra não. São poucos os trabalhos que endossam a suplementação da dieta das linhagens coloniais (tipo caipira) com probióticos que associem o tipo de capim com piquete, alimentos alternativos utilizados e, principalmente, o custo de produção por fazenda.
A suplementação de dietas com agentes microbianos é baseada no princípio da simbiose, no qual há associação de organismos superiores com a microbiota bacteriana, proporcionando, quando envolvidos, benefícios recíprocos (PEDROSO, 2003).
O mecanismo de ação dos dois probióticos está relacionado à competição por sítios de ligação ou exclusão competitiva, verificando-se também competição por nutrientes, produção de substâncias antibacterianas e enzimas pelos dois probióticos e estimulação do sistema imunológico (MACARI & FURLAN, 2005).
Com base nesse levantamento, esta revisão de literatura visa elucidar os principais pontos do uso de probióticos na alimentação de aves do tipo caipira, bem como os destaques científicos dessas buscas.
REVISÃO DA LITERATURA
Características das aves caipiras
A criação de aves do tipo caipira é um dos dois segmentos mais promissores da avicultura. As linhas atuais apresentam algumas características sensoriais diferenciadas quando comparadas com a linha de cortes comerciais em rápido crescimento, como: sabor, coloração, firmeza da carne, etc. Mesmo com diversos benefícios ao paladar do consumidor, a produção de frangos do tipo caipira está longe de atingir o desempenho das criações convencionais (TAKAHASHI et al., 2006).
Este sistema de produção vem crescendo no cenário nacional e ganhando espaço no mercado, deixando de ser uma atividade apenas de pequenos produtores, onde o aumento da produção contribui para a competição entre as empresas produtoras que, a cada dia, buscam um produto diferenciado e de qualidade .melhor qualidade para atender a demanda do consumidor, que é buscado por produtos naturais, como frangos criados ao ar livre, com menor velocidade de crescimento, abate tardio e proporção diferenciada (GONÇALVES, 2012).
As aves utilizadas neste sistema podem ser raças ou linhagens, com baixo potencial genético de crescimento e alta rusticidade, boa adaptabilidade à criação em semi-confinamento (ZANUSSO et al., 2003).
Sistemas de criação de aves do tipo caipira
O sistema de criação refere-se à forma como as aves são criadas e pode variar de acordo com a necessidade ou tipo de produção. A decisão por um ou outro sistema de criação permite ao criador executar um bom planejamento, a fim de garantir instalações adequadas, possibilitando ações que promovam a saúde e o desempenho das aves.
extenso sistema
O sistema extensivo é o conhecido como “solto a pasto”, termo comum na pecuária, onde os animais são alojados livremente em determinadas extensões da propriedade. Silva & Nakano (1997) mostram que, entre os anos de 1900 e 1930, a avicultura passou por um período denominado “Colonial”, no qual as aves eram criadas totalmente livres e sem critérios específicos de produção.
Nesse tipo de sistema não há controle de dois animais, pois todas as aves são criadas juntas e com idades variadas, sem haver controle sanitário, produtivo e nutricional. Há alta mortalidade de pintinhos devido ao ataque de predadores e ação de doenças que podem comprometer a produção (GESSULLI, 1999).
Segundo Takahashi (2006), as aves criam seus próprios filhotes ao ar livre, podendo não aproveitar seus ovos, e a alimentação desses animais é feita voluntariamente, conforme disponibilidade no criadouro, sendo compostados por insetos, minhocas, pequenos crustáceos e vegetação natural.
No complemento alimentar, o produtor incrementa o milheto e outros alimentos alternativos que são adquiridos a baixo custo. Este sistema de criação dá liberdade para o animal expressar comportamentos naturais, portanto não é muito indicado devido aos prejuízos e prejuízos que podem ocorrer com a produção, interferindo nos lucros do produtor (FIGUEIREDO et al., 2001).
sistema semi-intensivo
A exploração de aves caipiras cortadas em sistema semi-intensivo constitui uma alternativa muito importante para o pequeno agricultor, pois ele pode utilizar grande parte da alimentação das aves com os produtos e resíduos produzidos em sua própria propriedade rural, bem como para as famílias trabalho de parto (FIGUEIREDO et al., 2001).
O frango tipo caipira permite algumas adaptações no sistema de criação, tendo em vista a grande rusticidade e resistência dessas aves em relação ao frango em escala industrial.
Para produção em sistema semi-intensivo, é necessário não apenas oferecer condições ambientais adequadas para as aves, mas utilizar aves adaptadas ao sistema alternativo, com alto potencial genético (HELLMEISTER FILHO, 2002).
A principal característica desse sistema é a criação em galpão associado a piquetes em que os animais passam grande parte do dia pastando, sendo alojados em galpão datado durante a noite (GONÇALVES, 2012).
Nesse sistema, é comum que os pintinhos fiquem confinados no início da criação (fase mais crítica) e, posteriormente, tenham acesso a pastagens. Esse tipo de criação visa atender um nicho de mercado formado por um grupo de consumidores com diferentes exigências gastronômicas, principalmente pelos de animais (ZANUSSO & DIONELLO, 2003).
Este tipo de sistema confere um melhor manejo aos dois animais devido ao controle sanitário e produtivo, além de manter as características normais da espécie em relação ao seu comportamento natural, pastejo, alimentação e movimentação, devido à maior oportunidade de espaço e liberdade de dois animais, atendendo as normas do bem-estar (GONÇALVES, 2012).
Variação de carne tipo caipira e industrial
Uma busca intensa por carnes do tipo caipira se deve a vários fatores. Segundo Souza (2004), a procura pelo franco caipira se deve ao interesse de parte do mercado em adquirir uma carne com sabor característico e menor teor de gordura.
A alimentação dos frangos do tipo caipira tem crescimento lento, e essa característica apresenta alguns pontos críticos, como: evitar ganho de peso rápido e taxa de engorda excessiva e limitar a conversão alimentar. Um crescimento inicial muito rápido leva a uma pior conversão alimentar e um crescimento tardio acelerado, favorecendo um maior depósito de tecido adiposo (GESSULLI, 1999).
Segundo Zanusso et al. (2003), para que a avicultura alternativa conquiste o mercado consumidor, será necessário demonstrar que as aves obtidas neste sistema de produção apresentam qualidades superiores às oriundas do sistema intensivo, bem como suas características organolépticas, e que satisfazem algumas exigências essenciais do consumidor: produto de reconhecida qualidade, originário da produção tradicional, com rastreabilidade em todas as etapas da produção, assegurada por controles de qualidade e preço atrativo.
A alimentação de aves tipo caipira
Segundo a Associação Brasileira da Avicultura Alternativa, para que o Frango Caipira e o Frango Colonial sejam classificados dessa forma, as aves precisam ser de uma linhagem exclusivamente para esse fim, com alimentação baseada em não pastejo e uma proporção composta de ingredientes preferencialmente de origem vegetal, sendo proibido o uso de melhoradores de desempenho à base de antibióticos (AVAL, 2013).
A alimentação representa grande parte do custo da produção avícola, em especial os planos nutricionais tradicionais das diversas regiões brasileiras, onde são utilizados cereais e oleaginosas para adequada expressão fenotípica de duas plantas (NASCIMENTO et al., 2009). Portanto, há necessidade de pesquisas na avaliação de alimentos alternativos ou programas de alimentação com suplementação com aditivos para aves caipiras.
Do ponto de vista econômico, a alimentação é um fator de grande importância, não só porque dela depende o bom desempenho produtivo das aves, mas sobretudo porque representa dois custos da atividade (70%) (SANTOS & GRANGEIRO, 2012).
A exploração de aves caipiras cortadas em sistema semi-intensivo representa uma alternativa muito importante para os pequenos agricultores, pois utilizam grande parte da alimentação das aves com os produtos e resíduos produzidos na própria propriedade rural, bem como a mão de obra familiar. .
Diretrizes e normas relacionadas ao frango caipira
Segundo o Aval (2013), algumas prerrogativas são seguidas como padrão a partir de 2013: frango convencional - frangos produzidos em fazendas de exploração comercial, provenientes de linhagens comerciais selecionadas geneticamente para alta taxa de crescimento e excelente eficiência alimentar, criados em sistema intensivo segundo as normas sanitárias vigentes, sem restrição ao uso de antibióticos, anticoccidianos, promotores de crescimento, quimioterápicos e ingredientes de origem animal na dieta.
Fazenda criada sem uso de antibióticos (antibioticfree/af) - fazenda de exploração intensiva, sem restrição de linhagem, criada sem uso de antibióticos, anticoccidianos, promotores de crescimento, quimioterápicos e ingredientes de origem animal na dieta.
Frango caipira, frango colonial, frango tipo ou estilo caipira - frango de linhagem exclusiva para esta espécie, criado em sistema com acesso a áreas externas para pastejo, exercícios e manifestação de comportamentos inerentes à espécie, e que são alimentados com ração feita de ingredientes preferenciais de origem vegetal, sendo proibida a utilização de melhoradores de desempenho à base de antibióticos. Somente linhagens ou raças de aves de crescimento lento (maior que 70 dias) serão óleos com esta denominação.
Frango orgânico - frangos produzidos em uma fazenda de exploração comercial. Não há restrição de linha. Produziu a segunda legislação brasileira para sistemas de produção orgânica, cujas especificações de produção estão descritas principalmente na Instrução Normativa nº 46 de 07/10/2011. Sua principal característica produtiva é a proporção de aves com ingredientes de origem orgânica certificada, cultivadas sem uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos, respeitando o animal e o meio ambiente.
probióticos
Segundo a Compêndio Brasileiro de Alimentação Animal (2004), os probióticos são cepas específicas de várias espécies de microrganismos que atuam como auxiliares na recomposição da microbiota intestinal de dois animais, reduzindo a ocorrência de dois microrganismos patogênicos ou indesejáveis. Independentemente do conceito utilizado, os probióticos apresentam benefícios para a saúde do hospedeiro, não deixam resíduos em produtos de origem animal e não promovem resistência a medicamentos, ou os tornam candidatos preferenciais para substituir os antimicrobianos como aditivos alimentares.
Esses produtos são utilizados há anos na alimentação humana, tanto para fins profiláticos quanto terapêuticos; entretanto, a indústria avícola ainda apresenta certa resistência ao seu uso (SANTOS et al., 2005).
Os probióticos também podem substituir os antibióticos de forma terapêutica, sendo utilizados no início do aparecimento de dois sinais clínicos de diarreia alimentar. Se a condição for muito grave, apenas os antibióticos serão eficazes. Da mesma forma, é aconselhável o uso de probióticos em consórcio, na medida em que isso favoreça a reposição da flora intestinal após ou a higienização promovida por antibióticos (GHADBAN, 2002).
Os probióticos podem conter gêneros de bactérias totalmente conhecidos e quantificados ou culturas bacterianas indefinidas como Enterococcus, Bacteroides, Eubacterium e principalmente Lactobacillus e Bifidobacterium, estando presentes em todas as misturas de culturas definidas (FLEMMING, 2005).
A eficácia do produto é estritamente dependente da quantidade e das características das cepas do microrganismo utilizado na preparação do produto a ser utilizado como aditivo alimentar. É importante analisar os probióticos como produtos separados, seguindo ou por exemplo dois antibióticos (LODDI, 2001).
Os probióticos podem ser aplicados de várias formas, tais como: adicionados às raízes e à água, pulverizados nos animais, em cápsulas gelatinosas via intraesôfago, inoculação em ovos embrionados de aves e cama de pássaros (PETRI, 2000).
A via de administração de dois probióticos pode determinar uma melhor ou pior capacidade de colonização intestinal pelas bactérias presentes no produto utilizado. A inoculação direta no esôfago/inglúvio (intraesofágica) é a mais eficiente; Porém, quando aplicado em muitas aves, acaba sendo pouco indicado (LODDI, 2001).
Uso de probióticos em dietas de aves
Os probióticos são microrganismos vivos que geram benefícios quando introduzidos no trato gastrointestinal, competindo com a flora patogênica por nutrientes, locais de fixação no epitélio intestinal e sintetizando metabólitos (ácidos orgânicos) que criam resistência ao crescimento de organismos patogênicos (JUNQUEIRA & DUARTE, 2005).
Eles podem conter bactérias totalmente conhecidas e quantificadas ou culturas bacterianas desconhecidas. Os principais microrganismos bacterianos considerados como sete probióticos são os dois gêneros Lactobacillus e Bifidobacterium, além de Escherichia, Enterococcuse Bacillus (MORAIS & JACOB, 2006).
Os probióticos podem ser agrupados de acordo com as características do grupo de microrganismos que os compõem.
Da mesma forma, a Tabela 1 apresenta os principais grupos de probióticos e seus microrganismos correspondentes.
TABELA 1: Principais microrganismos ativos dos probióticos
O mecanismo de ação dos dois probióticos está relacionado à competição por sítios de ligação ou exclusão competitiva, onde há competição por nutrientes, produção de substâncias antibacterianas, enzimas pelos dois probióticos e estimulação do sistema imune (SILVA, 2000).
Existem vários estudos que mostram como os probióticos não são organismos animais, mas uma das teorias mais difundidas é a da "exclusão competitiva". Segundo Ribeiro (2008), essa teoria diz respeito à ação ineficaz de microrganismos patogênicos na colonização do intestino animal, devido à presença de outras populações indesejáveis.
Os probióticos, após a ingestão, encontram-se em ambiente favorável para sua multiplicação, colonização ou tratamento gastrointestinal, estabelecendo-se sobre os demais microrganismos ali presentes (RIBEIRO, 2008).
Quando utilizados na alimentação de aves, os probióticos aumentam a eficiência alimentar, proporcionam melhor qualidade alimentar, atuam como promotores naturais de crescimento, reduzem as perdas por doenças infecciosas e reduzem os sintomas de estresse (KOZASA, 1989).
O uso de probióticos como aditivo alimentar pode supostamente proporcionar melhor desempenho (BERTECHINI & HOSSAIN, 1993; JIN et al., 1998). Portanto, para que esse benefício seja alcançado, é necessário avaliar fatores como: idade do animal, tipo de probiótico, viabilidade de dois microrganismos quando adicionados às raízes, cepas utilizadas, condições de armazenamento, condições de manejo (nível de estresse) e saúde (MACARI et al., 2004).
Esses dois probióticos podem ser explicados pela formação de um biofilme que adere à camada de muco na superfície intestinal, constituindo uma barreira de bactérias benéficas que irão realizar suas funções, bem como pela produção de substâncias antimicrobianas e ácidos orgânicos (PELICANO et al., 2005).
Consequentemente, melhora a maturação e integridade das estruturas intestinais, aumenta a proteção das vilosidades e superfícies de absorção contra toxinas produzidas por agentes patogênicos, bem como a estimulação da resposta imune (PELÍCANO et al., 2005), favorecendo a absorção de dois pêlos de enterócitos nutrientes.
Essas atividades dos dois probióticos fornecem uma base científica relacionada ao aumento da função protetora contra microorganismos patogênicos em frangi jovens (LEE et al., 2010). Recentemente, estudos estão sendo desenvolvidos para investigar esses efeitos na morfologia e morfometria da mucosa intestinal, com o objetivo de observar a integridade ou possíveis alterações, pois esses parâmetros são considerados como indicadores das funções intestinais (MATUR et al., 2012).
Como envelhecer probióticos
Um bom probiótico deve sobreviver às condições adversas do tratamento gastrintestinal (ação da bile e dos sucos gástrico, pancreático e entérico), permanecendo no ecossistema intestinal; não ser tóxico nem patogênico para humanos e animais; ser estáveis durante o armazenamento e permanecer viáveis por longos períodos de tempo em condições normais de armazenamento; possuem capacidade antagônica a bactérias intestinais indesejadas e promovem efeitos benéficos comprovados ao hospedeiro (GIBSON & ROBERFROID, 1995).
Também é destacado que deve ser um habitante normal do trato intestinal do hospedeiro para poder sobreviver, crescer e se instalar no intestino. Embora haja uso comercial de probióticos com microrganismos que não possuem a mesma capacidade de colonização ou tratamento gastrointestinal, como o Bacillus subtilis, este chega ao interior do intestino com maior número de microrganismos viáveis em relação ao Lactobacillus acidophilus, mas não é na forma esporulada e, consequentemente, não destruída durante o processo de raciocínio (GONZALES, 2004).
A função do probiótico é reparar as deficiências da microflora e restaurar a resistência de dois animais às doenças. Como tratamento, não há introdução de substâncias estranhas no intestino de dois animais, sem risco de contaminação das carcaças ou introdução de substâncias perigosas na cadeia alimentar (SANTOS, 2005).
Segundo GHADBAN (2002), bactérias probióticas como o Bacillus subtilis, também podem suprimir o processo de amônia e, também, melhorar a saúde e o crescimento do animal, uma vez que a amônia pode causar danos às células intestinais, reduzindo o desempenho do animal.
As bactérias probióticas, que também exercem efeito biológico na medida em que promovem um ambiente de baixa tensão de oxigênio, desfavorecendo o crescimento de bactérias enteropatogênicas, principalmente Salmonella (PETRI, 2000). Também favorecendo um efeito químico, as bactérias probióticas produzem ácidos orgânicos, como o lático e o propiônico, que reduzem o pH do ambiente intestinal, com consequente inibição de bactérias patogênicas (GHADBAN, 2002).
bacilo subtilis
Bacillus subtilis é um tipo de bactéria Gram-positiva em forma de bastonete, comumente encontrada apenas nas camadas superiores, sendo considerado um bom organismo modelo para estudo devido à facilidade de cultivo, natureza não patogênica, perfil genético acessível e apresentar relevância agroindustrial (LOPEZ et al., 2013). Esse gênero é o único que forma endosporos, tornando-o resistente a condições ambientais adversas (AVILA et al., 2011). O principal mecanismo desenvolvido pelo Bacillus subtilis é a esporulação (LOPEZ et al., 2013).
As espécies de Bacillus sp, ao contrário das bactérias lácticas, não são normalmente encontradas no tratamento gastrointestinal (SUN et al., 2010), pois organismos colonizadores que se ligam aos sítios de ligação dos enterócitos não são comuns (AVILA et al., 2011). No entanto, o Bacillus subtilis transita pelo intestino, juntamente com o conteúdo intestinal, e sua prevalência dificulta a fixação de dois microrganismos patogênicos por exclusão competitiva ou antagonismo direto.
Desta forma, haverá menor produção de amônia, toxinas e aminas, ou que contribuam para a integridade do epitélio intestinal (AVILA et al., 2011), pois o Bacillus subtilis apresenta a capacidade de manter ou favorecer um equilíbrio favorável modulando o microbiota gastrointestinal não tratada, com consequente melhor desempenho animal quando administrado por via oral em quantidades adequadas (LEE et al., 2010).
Estas informações são fruto de investigações realizadas mostrando as vantagens do uso do Bacillus subtilis, sendo de extrema importância mais investigações com esta suplementação, visando melhor desempenho e saúde animal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A avicultura para produção de carne, do tipo caipira, é um dos dois segmentos mais promissores do setor avícola, cuja produção é proveniente de linhas de crescimento lento, identificáveis em sistemas de produção semi-intensivos, apresentando características sensoriais diferentes daquelas criadas em confinamento comercial, com carne mais escura, firme e sabor acentuado. Essa produção está longe de atingir a produção tradicional de frangos de corte, pois esse sistema de produção vê crescimento no cenário nacional e ganhando espaço no mercado, deixando de ser uma atividade apenas de pequenos produtores. O consumidor está cada vez mais exigente no que diz respeito à alimentação, e o acesso às informações sobre a criação dos animais faz com que a produção gratuita seja uma realidade no setor avícola. Por isso,é necessário mais estudos nessa áreaque viabilizem as técnicas de manejo, nutrição e profilaxia, nesse contexto existe a necessidade de maiores estudos e pesquisas relacionadas à suplementação do probiótico nas dietas das avesem razão dos diversos fatores que podem influenciar no processo de ação do probiótico na fisiologia do animal, analisando diferentes dosagens e fases de produção.
Publicado originalmente na revista NUTRITIME, em dezembro de 2017. Acesso disponível em: https://nutritime.com.br/wp-content/uploads/2020/02/Artigo-453.pdf