Seca pode levar frango a perder competitividade, avalia Turra.

A indústria de processamento de frango no País teme que a estiagem provoque perda de competitividade do produto gaúcho. O presidente da União Brasileira da Avicultura (Ubabef), o gaúcho Francisco Turra, cita que será decisivo o acesso dos produtores à aquisição de milho, que responde por 60% da composição da ração, por preços que não impactem o custo de terminação dos animais. A mais esperada, lembrou o ex-ministro da Agricultura, é o aumento do prêmio para compra do grão do Centro-Oeste, que já tem abastecido a demanda gaúcha. A expectativa é de reduzir o valor do frete. O governo estadual cogita mexer na alíquota de ICMS sobre o transporte.

A cultura do milho ostenta a maior quebra na atual estiagem entre os principais grãos, chegando a 42,6% até 9 de janeiro. A redução da safra era projetada pela Emater-RS em 2 milhões de toneladas. O presidente da Ubabef prevê que a compra de milho de outros estados e até do exterior, como Argentina, pode alcançar 3,5 milhões de toneladas. Em 2011, os produtores tiveram de trazer 2 milhões de toneladas. Leilões de trigo para uso na alimentação animal poderão ser outra frente para neutralizar a pressão de aumento de preço devido à menor oferta de milho, ampliou Turra. "O Ministério da Agricultura aguarda a liberação do Banco Central", disse o dirigente.

Turra destacou que uma avaliação mais exata da situação dependerá do fechamento da safra de 2011/2012, estimada em 59 milhões de toneladas. "Esperamos que não haja especulação de preços. Com a nova lavoura, que começa a ser plantada no Centro-Oeste, a situação deve se normalizar", aposta. Para evitar pressão sobre cotações, o estoque de 10 milhões de sacas em poder do setor privado também ajudar. "Sem isso, podemos ter desequilíbrios nos custos. Sempre há ameaça para elevação de preços e queda de produção", ponderou o presidente da Ubabef.