O preço do frango deverá subir entre 15% e 17%. O índice será definido em reunião na União Brasileira de Avicultura (UBA) na segunda-feira, em São Paulo. "Não vai ser preço que vai espantar o consumidor", afirma o secretário executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos, que defende valor que garanta remuneração acima dos custos de produção. A expectativa inicial era de alta de 15%, mas, com o agravante da crise e a redução drástica da produção, de alojamento e de matrizes na tentativa de produzir apenas o essencial, o índice deve chegar a 17%.
Segundo ele, o reajuste é um repasse ao consumidor da alta dos gastos. Em dezembro, o setor adquiriu milho mais caro devido ao aumento nas exportações e à quebra na safra decorrente da estiagem. "Pagamos preços aviltados, de R$ 25,00 a saca de 60 quilos de milho e quase R$ 1 mil a tonelada de soja. Isso tudo gera efeito", afirma. Ele explica que, de dezembro até agora, os preços se mantiveram e, com a crise e a redução na produção, foi possível administrar esse período. "Mas não se sabe como vai ser daqui para a frente. E qual vai ser a política do governo para atender às agroindústrias", pondera Santos. Outro fator que contribui é a retomada de pedidos de cortes para países como Estados Unidos e China e a expectativa de exportação ao Oriente Médio. "No meio do ano, esperamos atingir um ritmo satisfatório, mesmo que a adequação para estes mercados demore."