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A Ode à Obscuridade

Publicado: 31 de agosto de 2010
Por: Osler Desouzart (ODConsulting)
Em 2005, um famoso relatório de uma consultoria publicou uma comparação entre as diferentes marcas de automóveis fabricados nos Estados Unidos. Ali, registravam‐se indicativos que seriam suficientes para despertar os grandes fabricantes americanos em relação à maior eficiência dos fabricantes japoneses instalados na América do Norte. Algumas das comparações indicavam que certo fabricante americano tinha suas vendas de veículos lucros decrescendo 4,3% contra o aumento de 10,1% do fabricante japonês. O primeiro, que chamaremos de Joe detinha 26% do mercado contra 13% do segundo que chamaremos de Tato e produzia 3 vezes mais que este, o que à luz de custos marginais decrescentes parecia ser uma garantia de êxito. Entretanto, Joe perdia dinheiro, usava 85% da sua capacidade instalada, levava 34,3 horas para fabricar um carro com um ganho de produtividade de 2,5% em relação ao ano anterior. Enquanto isso, Tato usava 107% da sua capacidade graças a horas extras, fabricava um carro em 27,9 horas com um ganho de produtividade de 5,5% no mesmo período.
O salário por hora de um operário de linha da Joe era 16% maior e seu custo de mão de obra horário era 53% maior que o de Tato. Os néscios simplistas gritarão que Tato explora o trabalhador, mas, sem querer provocar AVC em ninguém, a maior e crescente produtividade de Tato contradiria esse raciocínio de quem estacionou suas idéias no século passado. Qual foi então a providência que Joe tomou? A lógica seria contratar o mestre Falconi e outros gênios que estão aí para trazer as empresas para o amanhã. Mas como solução, adotaram a de não mais dar dados à consultoria. O resultado dessa ode à obscuridade ou cultura da ignorância pode ser facilmente avaliado pela crise de 2009, onde vemos quem precisou ou não do governo para evitar fechar as portas. A essa mentalidade retrógrada Peter Drucker contrapõe sua assertiva de que vivemos “a era da competição baseada no conhecimento”.
Progredirá quem mais conhecer e Arie de Geus completa com “a fonte básica de toda vantagem competitiva reside na capacidade relativa de cada corporação em aprender mais rápidamente que seus competidores” Numa era em que a informação é a alma do negócio regredimos na avicultura a um culto ao primitivo, resgatando das cinzas o obscurantismo de “o segredo é a alma do negócio”. Sua primeira manifestação surgiu no relatório anual da UBA de 2008 que interrompeu a publicação da lista das empresas por cabeças abatidas. A retroação não é uma manifestação isolada, mas um processo e como tal não se detém na sua primeira manifestação. Surge agora a não divulgação pela UBA dos dados relativos à nossa avicultura em outubro, eivada de uma explicação que encontrei desrespeitosa a qualquer inteligência média.
Não sei quem é (são) o autor ou autores dessa propagação da não informação. Tenho recebido as indicações as mais variadas, pois, aprendam, quando não há informação vigora a especulação, a desinformação, a manipulação, a defesas de agendas e a margem de manobra para que tenha interesse em disseminar entre nós discórdia. Sem contar que já houve um europeu, seguramente bem intencionado, que indagou o que os brasileiros teriam a esconder. A avicultura brasileira cresceu com informações e com transparência. A UBA não se tornou respeitada pela galeria de retratos dos ex‐presidentes que parece ser o ponto alto de tantas associações. Conquistou esse respeito através de ser uma referência para o setor e para todos nós que fazemos parte da avicultura. O que dizia e os dados que divulgavam eram mais respeitados e acatados que o de qualquer outra entidade, mesmo as oficiais. Mensalmente oferecia‐nos o mapa do caminho. Sair dessa estrada, parodiando Churchill, não é o fim do começo, mas pode ser o começo do fim.
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Osler Desouzart
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Romão Miranda Vidal
1 de septiembre de 2010
Srs. A não divulgação dos dados estatísticos relativos ao abate de aves destinados ao consumo humano, por parte da UBA, pode ser a conseqüência do não envio destes mesmos dados, de parte dos seus associados, que provavelmente devem estar agindo de forma refratária, protegendo-se de algo que lhes possa causar algum incômodo, seja ele fiscal, tributário ou até em relação ao marketing. Uma vez que acredito nem todos os frigoríficos e abatedouros são associados as entidades estaduais. Quanto ao falido MAPA que por certo teria a obrigação de colocar à disposição todos os dados de abate avícola, não irão apresentá-los em função de não apresentarem condições técnicas, fisicas e até morais de fazê-los. Infelizmente a UBA deve ter suas razões para a não divulgação. Felizmente a UBA existe e tem um passado honrado de elevada prestação de serviços à avicultura nacional, seja como órgão representativo, político e social. Mas ainda temos que acreditar que a não divulgação de dados estatísticos, não seja um prenúncio da LEI DE MORDAÇA que o secretário nacional de Direitos Humanos, Sérgio Vanucchi tenta impor ao Brasil. Mas é preocupante esta posição da UBA. Atenciosamente. Médico Veterinário Romão Miranda Vidal.
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Matemático Arturo Gómez
13 de enero de 2011
Em principio um comentario numérico: 16[percent] de diferencia salarial, sem ter em conta as demais variaveis, não parece superexploração. Especialmente se uma de essas variaveis é a garantía de estabilidade que da uma empresa em ascenso frente a que daría uma em processo de falencia. Mas indo ao centro do tema, eu acho que nois hoje estamos em algum ponto entre aquele conceito medieval do misterio, da reserva, dos mestres e aprendices, e uma sociedade mais civilizada a qual inevitavelmente avanzamos na que todos somos interdependentes, o conhecimento livre e compartido. As normas nos ajudam a produzir melhor, e produzir não é só ganhar dinheiro, é dar um serviço à sociedade. Então, ainda veremos casos como este, mas cada vez com menos frequencia
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