Na última década, muito da discussão sobre os ecossistemas de startups foi centrada na questão de quem será o próximo Vale do Silício. A verdade é que não irá nascer um novo Silicon Valley para obscurecer o antigo. Em vez disso, 30 novas cidades já despontam e assumem para si a responsabilidade de se tornarem lugares promissores para o desenvolvimento de tecnologias com capacidade de disrupção.
Com um potencial inédito de conglomerar volumes grandiosos de capital, fenômeno chamado de “riqueza sem precedentes”, é natural especular que novos ecossistemas de inicialização já estejam nascendo e se desenvolvendo em torno de algum setor tecnológico ou a partir de alguma vocação regional.
Entre 2016 e 2018, a economia global de startups cresceu em velocidade recorde e criou 2,8 trilhões de dólares americanos. Isso representa um aumento de 20,6% em relação ao período anterior e mais do que o dobro do que era há apenas cinco anos. Esta criação de valor é semelhante à economia do G7 e maior do que o PIB anual do Reino Unido, o que faz destes ecossistemas excelentes locais para se começar a desenvolver ou a consumir inovação tecnológica.
Mas, afinal, quem serão os 30 polos de inovação dos próximos anos? O pessoal da Startup Genome publicou recentemente um relatório chamado Global Startup Ecosystem Report 2019, que traz os melhores ranqueados atualmente:
Global Startup Ecosystem Report 2019.
Evidentemente que estes locais não são os únicos no mundo, e, certamente, não se sentem seguros em sua posição no topo. Há um movimento considerável entre eles, e alguns ecossistemas fora do top 30 têm chances reais de fazer a lista no futuro. Estes emergentes são chamados de Challenger Ecosystems, grupo do qual São Paulo faz parte e figura com o mesmo potencial de Montreal, ambos por conta do seu papel de liderança regional.
Enquanto toda a economia de startups está crescendo, algumas partes estão crescendo mais rapidamente que outras. Uma área que está em franco desenvolvimento é a Deep Tech – segmento tecnológico que agrupa subsetores como Agtechs e New Foods. Das startups que estão sendo criadas globalmente, quase metade (45%) está relacionada à Deep Tech, duas vezes a participação que tinham em 2010 a 2011.
Global Startup Ecosystem Report 2019.
Entre os sub-setores da Deep Tech, os que mais crescem em ofertas de financiamento em estágio inicial são respectivamente: 1) Manufatura Avançada & Robótica, 2) Blockchain, 3) Agtech & New Food, 4) Inteligência Artificial, Big Data & Analytics.
Curiosamente todos os sub-setores em crescimento e expansão tem alta aderência com a atual necessidade de transformação vivida pelo agronegócio brasileiro. E na economia tocada à tecnologia, será importante estar conectado direta ou indiretamente a estes polos de inovação. Pois, certamente, será lá que sua empresa encontrará a caixa de ferramentas do século XXI.