Desde a realização da Ave Expo 2007 que estou devendo a vocês uma série de artigos,mas ´´tempus fugit´´. A primeira coisa a registrar é que o evento foi novamente umsucesso, destacando-se, na opinião de muitos presentes, pela qualidade dos temas edos expositores.Há que se pensar na AVE EXPO 2009, mas acredito que o formato será mantido. Oprimeiro dia seguirá sendo dedicado ao "Quo Vadis" do setor avícola e seguiráprivilegiando palestras de cunho mercadológico-empresarial susceptíveis deinteressarem a todos que participam do evento. Afinal, interessa a todos saber aondevai o mundo avícola.
Os dois dias seguintes serão dedicados a palestras técnicas dos diferentes temas queconstituem hoje a ciência avícola - genética, nutrição, manejo, sanidade animal -, e asnovas exigências impostas pelo consumidor de vários países do mundo -rastreabilidade, garantia e segurança alimentar, bem-estar animal, meio-ambiente, aimportância da água e demais aspectos de uma avicultura sustentável.Foram três dias dedicados a pensar na nossa avicultura. Enfatizo este ponto de novo.Passamos a vida a matar jacarés nas empresas e raramente temos o tempo ou apreocupação sobre o quão importante é o nosso negócio e quais são suasoportunidades e ameaças, pontos fortes e fracos.
Dedicar três dias, a cada dois anos,para pensar naquilo que se constitui a nossa vida profissional e, em muitos casos,nossa vocação, não me parece algo desproporcional.Seria injusto destacar uma palestra pela excelência do material apresentado.Entretanto, gostaria de comentar um pouco a palestra sobre a avicultura chinesa,apresentada pelo Sr.Ton Lin Tan, já que, acredito, ministra alguns ensinamentospreciosos sobre a produção chinesa, nem sempre perceptíveis das estatísticasinternacionais.Aliás, sempre que se fala em China, as estatísticas dos diferentes organismosinternacionais parecem se contradizer ou concentrar diferenças, algumas das quaisbastante severas.Vamos tentar estabelecer alguns números básicos e o ponto de partida são os númerosda produção chinesa de carnes de aves, abaixo:
Fundamentalmente, a China é a segunda força avícola do mundo e responde por algoem torno de 18% da produção mundial de carnes de aves.Carne de aves significa que 70% são carne de frango, percentual que se mantémfundamentalmente desde 1965.
Verifiquem que entre as grandes potências avícolasmundiais, este é o menor percentual do frango no balanço do consumo de carne deaves, sendo que na grande maioria dos países que estudamos esta participação supera95%. A explicação se reside no fato de que a China é o maior produtor/consumidormundial de carnes de patos, marrecos, gansos, galinha d'angola e outras aves.
Os dados mostrados pelo Sr.Ton Lin Tan em sua apresentação têm por base tambémos números da FAOSTAT e, portanto, não apresentam maiores discrepâncias. A grandecontribuição do Sr.Lin Tan residiu na definição do abastecimento do mercado chinês emsegmentos, a saber:
´
O expositor não discorreu nem sobre o frango doméstico, nem sobre os descartes e nãoquantificou os distintos segmentos, o que, aliás, é muito difícil.Busquei através de pesquisas responder a essa questão e a única referência queencontrei foi num relatório da Organização Mundial da Saúde, de 2004, tratando daquestão da influenza aviária no Sudeste Asiático. iiiDito relatório estimou que 60% da produção avícola chinesa, com os frangos estimadosentão em 13,2 bilhões de cabeças, eram feitas em pequenas propriedades em contatopróximo com humanos e com outros animais domésticos, incluindo suínos.
Outro relatórioiv, publicado em 2004, estimou que em todo o Sudeste Asiático havia 136milhões de proprietários de aves comerciais em apenas cinco países da região,registrando, dessa forma, o quão freqüente é a prática milenar de manter criações deaves no âmbito doméstico.Apenas dois países dessa região, China e Vietnam, concentram 80% da populaçãomundial de patos e este rebanho triplicou nas últimas duas décadas. Umaconcentração de mais de 1 bilhão de patos e gansosv, grande parte dos quais mantidos em sistemas abertos, propiciou um ambiente favorável à proliferação de uma miríade devírus de influenza aviária.A produção de subsistência em lotes de fundo de quintal apresenta grandes riscos deexposição ao vírus. As aves criadas soltas mantêm contatos com outros animais ehumanos e, na busca por alimentos ciscando livres, expõem-se a contatos com avesselvagens infectadas. Na China, afirma o relatório, a maioria dos surtos (76 por cento)ocorreu em propriedades rurais de pequeno tamanho ou entre criações de fundo dequintal. Estes pequenos produtores mantêm as criações para venda em mercados deaves vivas, locais em que diferentes espécies são mantidas juntas, em condiçõessanitárias que deixam a desejar.Essas produções de fundo de quintal e em pequenas granjas constituem um elevadorisco para a circulação e propagação de vírus da influenza.
Além disso, essa forma deprodução torna muito difícil os esforços das autoridades para impor medidas de controle- galpões controlados e com proteção contra aves silvestres, tratamento das fontes deágua, desinfecção de todas as pessoas, equipamentos e veículos que circulam nasproximidades das aves, prevenção de contatos com insetos, roedores e outros vetoresmecânicos - raramente observados nas pequenas propriedades e nas produções desubsistência.Ademais, as produções de fundo de quintal são, pela sua própria natureza, depequeníssima escala, são muito difusas e, pela sua própria natureza, informais,tornando muito difícil a implementação das duas principais medidas de controle: vaziosanitário e vacinação.Outro relatóriovi chama a atenção para a explosão de pequenas granjas comerciaisdedicadas ao comércio de aves vivas.
Estas têm como característica o fato de cada vezmais se aproximarem dos grandes centros de consumo. Apesar de neste modeloprodutivo haver menor contatos com aves selvagens, várias destas granjas nãopraticam boas normas de biossegurança e estiveram entre aquelas onde episódios dadoença ocorreram na China.As granjas que exportam aves vivas para Hong Kong são habilitadas e certificadas,restringindo, portanto, os riscos.Todas estas considerações anteriores não visam exercer o papel de protecionista deplantão, que busca pêlo em ovos, mas tentar identificar tendências de mercados.Por falar em protecionistas de plantão, abro parênteses para comentar a tentativa deprodutores de carne bovina da Irlanda de pressionar pela proibição da importação dacarne bovina brasileira.Depois dos vitupérios que produzimos carne na Amazônia queimando a floresta,matando índios e usando trabalho escravo e infantil, surge agora mais esse atentadocontra o bom senso. Pensamos que os ataques iniciais ao sucesso da carne bovinabrasileira se deviam a alguns poucos extremistas frustrados com o fato de que mesmocom subsídios indecentes são incapazes de competir em preço e qualidade com oproduto brasileiro.
Pois bem, eu os subestimei. Diante do novo ataque a partir de "provas" que teriamrecolhido durante visitas a fazendas brasileiras (desde quando concorrente é inspetorou auditor? Onde estão os acordos sanitários e de inspeção mútua entre as autoridadescompetentes dos dois países?), creio que os brasileiros deveriam aprender que:a. não há bonzinhos no mercado internacional de carnes desde que eudele me retirei;b. nunca é pouco o cuidado a ter com pedidos de visitas de "colegas"estrangeiros do setor;c. não há bem-intencionados entre nossos concorrentes.
Faço votos para que a ABIEC, sob o comando do Dr.Marcos Vinicius Pratini de Moraes,reaja da forma exemplar que essa agressão desmedida merece. E que, se essesvituperiantes forem condenados a pagar ao setor a justa compensação, que adiplomacia brasileira, por uma vez, se coloque ao lado dos produtores brasileiros e nãonos peçam "compreensão" e "visão maior", como faz quando mercados nos sãofechados inclusive por supostos aliados e amigos. Olvida-se aquela que já foi exemplode diplomacia para o mundo que nações não têm amigos, mas eventualmenteinteresses convergentes.
Espero que as recentes experiências com os vizinhos "muyamigos" lhes tenham recordado desta lição que outrora ensinavam.Fechado o parêntesis (grafia identicamente correta) de solidariedade à ABIEC, voltemosà argumentação sobre a produção avícola da China.Acredito que a palestra do Sr.Ton Lin Tan tenha tido o mérito de destacar essacaracterística do mercado chinês, extremamente relevante para os estudiosos docomércio. A preferência do consumidor chinês pelo frango amarelo, quente, ou quandomuito resfriado, e sua produção em pequenas e médias granjas independentes tem umpeso na equação do mercado chinês, inclusive no que diz respeito às suas importaçõese exportações.Podemos dizer que o frango amarelo de pequena granja ou mesmo a produção defundo de quintal prevalecerá nas comunidades rurais chinesas. O gráfico, a seguir,mostra a marcha da urbanização da população chinesa.
Esse processo de urbanização da população chinesa deve continuar no futuro e restaráindagar se as mudanças nos hábitos de consumo da população chinesa mudarão namesma velocidade de sua urbanização.
Essa diferenciação é fundamental na medida em que está comprovado que oconsumidor urbano sempre dispõe de uma maior ingestão de carnes em sua dieta doque o rural. No caso da China, essa diferença é muito marcada e tem sido mantida aolongo dos tempos para sofrer uma severa acentuação a partir do ano 2000, o que podeser apreciado no gráfico que se segue.Um consumidor chinês urbano ingeria, em 2005, quase duas vezes e meia mais carnede aves que seu concidadão rural (8,97 kg/hab/ano versus 3,67 kg/hab/ano). Essa discrepância demonstra um grande potencial de consumo latente na China para ascarnes de aves, na medida em que já verificamos a tendência de acentuadaurbanização da população chinesa.
Em artigo anterior, na Porkworld, defini a China como "Planeta China" pelo impacto nomundo de cada movimento de consumo desse gigante plenamente desperto. Quandoverificamos que o consumidor urbano chinês tem uma ingestão de 8,97 kg de carnes deaves, muito abaixo da média mundial, que em 2005 foi de 12,67 kg/hab/ano,constatamos o que pode representar para o mundo avícola o Planeta China, na medidaem que seu consumo per capita de carne de aves se expandiu nos últimos 5 anos auma média de 2,6% aa.
Há outros fatores a considerar com o processo de urbanização da população chinesa. Apreferência por carne de aves "quente", ou no máximo resfriada, deverá prevalecerdurante um bom período de tempo entre as populações de migração recente para ascidades.Tal deverá seguir estimulando os agricultores próximos a centros urbanos a produziremaves de forma a abastecer os "wet markets" ("Gaai Si") dessas cidades, que conviverãocom os supermercados modernos no fornecimento de elementos da cozinha tradicional,inclusive "carnes quentes".
Assim sendo, pode-se esperar no mercado avícola chinês uma acentuação datendência ao aparecimento de granjas certificadas para o fornecimento de aves vivas,substituindo aquelas de menor cuidado com biossegurança. Por sua vez, é também dese esperar que a prática de aquisição de aves vivas dê lugar cada vez mais aocomércio de aves abatidas frescas ou resfriadas.
O uso de carnes congeladas prevalecerá nos segmentos de restaurantes, catering,fastfood, produtos elaborados, mesmo quando apresentados como frescos e resfriados,comidas prontas em quiosques ou em venda na rua, etc. É, portanto, lícito esperar que as tradicionais formas de consumo e de fornecimento deaves ainda tenham um espaço não desprezível no consumo de carnes avícolas na China, mas com uma tendência progressivamente declinanteAs estatísticas sobre a China não são uma dificuldade pequena num país de taisdimensões e sob as transformações ditadas por um crescimento econômico de quasedois dígitos há mais de uma década. Imaginem então os Senhores o desafio que resideem fazer projeções sobre o mercado avícola da China. É, entretanto, estratégico que o façamos, pois poderemos identificar nessas projeçõesse teremos a China como competidora ou cliente.Preliminarmente, vejamos as previsões de produção de carne de frango:
Acredito que todas essas projeções foram extremamente conservadoras, pois prevêemcrescimentos anuais de 1,6%, 3,2% e 2,2%, respectivamente. Para que se concretizemas previsões da OECD-FAO seria necessário que a economia chinesa colocasse osdois pés no freio e ainda puxasse o freio de mão.Os números da FAPRIxi aproximam-se mais da realidade e traduzem a expectativa deum crescente déficit chinês de carne de aves.
A linha "Saldo" na tabela acima corresponde às exportações menos importações decarnes de aves.A FAPRI apresenta esse interessante conceito sobre as exportações e importaçõeslíquidas de carne de frango. Entende-se por exportações líquidas a soma de todas asexportações menos o total das importações. Na tabela abaixo, encontram-se asprojeções até 2016.
As projeções do comércio internacional de carnes de aves feitas pelo USDA não ativamesse mecanismo de saldos importadores ou exportadores.
Entretanto, se aplicarmos o conceito de importações líquidas e se considerarmos queparcela majoritária das importações de Hong Kong finalizam na China, veríamos que asdistâncias entre as previsões da FAPRI e as do ERS/USDA diminuemconsideravelmente.
Considerem que as compras chinesas de carne de peru não são expressivas e que,portanto, os números acima equivalem em quase sua totalidade a importações líquidasde carnes de frango.Mais difícil se torna fazer a mesma consideração quando tomamos por base asprojeções da OECD-FAO. Isto porque estão concentradas em carnes de aves. A exportação chinesa se centra principalmente em carne de frango, que representa omaior percentual de importações, centrando-se principalmente em cortes baratos taiscomo pés, patas, ponta de asa, asas de pequeno tamanho entre outros.
Há, entretanto, uma pequena parcela de importação de partes particulares de outrasaves, tais como língua e pés de pato, usadas na culinária chinesa, notória por ser capazde aproveitar inteiramente a totalidade das carcaças e miúdos dos animais destinados àalimentação humana.Ao verificarmos as projeções OECD-FAO, notamos que não há um enormedistanciamento em relação às demais até agora apresentadas. E verifiquem que essasprojeções foram feitas por instituições inteiramente distintas e independentes, cada umacom suas metodologias próprias.
Na palestra do Sr.Lin Tan, este fez uma referência sobre o motivo pelo qual a Chinatanto importava quanto exportava.
Sou um pouco mais otimista que o Sr.Lin Tan ou pelo menos mais pretensioso.
Acredito que a expansão econômica chinesa e as decorrentes maior urbanização dapopulação e expansão da renda per capita, continuarão impactando positivamente ademanda por carnes de aves e ainda que a China venha a manter um elevado grau deauto-suficiência em carnes, as importações do país tenderão a aumentar, já que avelocidade de expansão do consumo costuma superar a capacidade de expansão daprodução.
Vejo a China como um cliente, aliás, como um grande cliente. Isto numa primeira etapae, ulteriormente, suas imensas e crescentes reservas conduzirão a uma expansão dapresença chinesa com investimentos em áreas que sejam estratégicas para seusinteresses, entre os quais a garantia de suprimento de alimentos e de água virtualnecessários à sua população.Investimentos costumam buscar onde sejam bem tratados, e aí temos muito que fazerem relação ao anacronismo de nossa legislação trabalhista, à regulamentaçãoexcessiva de fazer inveja a qualquer membro da administração chinesa e à voracidadefiscal do Estado brasileiro, dando como contrapartida infra-estrutura deficiente eserviços públicos de péssima qualidade. Por outro lado, investimentos buscam tambémonde melhor se pode produzir e aí o agronegócio brasileiro é invejável, apesar dosgovernos.Repito meu conselho do artigo anterior: por via das dúvidas, faça com que teu guriestude mandarim.
i FAO FAOSTAT | © FAO Statistics Division 2007 | 29 May 2007 d:\\Dados\Paises\China\China PoultryProduction 61-07.xlsii Idemiii Avian influenza A(H5N1)- update 31: Situation (poultry) in Asia: need for a long-term response,comparison with previous outbreaks http://www.who.int/csr/don/2004_03_02/en/index.htmliv http://influenza.un.org/index.asp?PageID=169v O relatório Empress Transboundary Animal Diseases Bulletin nº 25 de 2004 estima que a população depatos, marrecos e gansos alcance 3 bilhões de cabeças.vi ftp://ftp.fao.org/docrep/fao/007/y5537e/y5537e00.pdf EMPRES Transboundary Animal Diseases BulletinNo. 25-2004...vii China Statistical Yearbook, tables 4-1d:\\Dados\Paises\China\China - População total, rural e urbana 78 a05.xlsviii Fonte: Population Division of the Department of Economic and Social Affairs of the United NationsSecretariat d:\\Dados\Paises\China\População 2010 a 2030 total, urbana e rural.xlsix Fonte para consumo urbano: China Statistical Yearbook, table 10-13. Fonte para consumo rural: ChinaStatistical Yearbook, table 10-29 and Rural Household Survey Yearbook. d:\\Dados\Paises\China\ChinaRural and Urban poultry meat consumption 78-05.xlsx USDA - International Agricultural Projections Data: Supply and Use Tables, 2007-2016http://www.ers.usda.gov/data/internationalbaseline/sutabs07.htm d:\\Projeções\USDA 2000-2017\SummarySelected Countries 2006 to 2017\Poultry Summary selected countries 2006 to 2017.xls; FAPRI - Food andAgricultural Policy Research Institute, World Meat: FAPRI 2007 Agricultural Outlookhttp://www.fapri.missouri.edu/outreach/publications/2007/OutlookPub2007.pdf ; OCDE-FAO somentepublica projeções para a totalidade das carnes de aves e consideramos o frango como representando 72%do total projetado. http://www.oecd.org/document/23/0,2340,en_2825_494504_37426007_1_1_1_1,00.html,d:\\Projeções\OECD-FAO\Carne de aves 2006-2015 Produção e 1970.xls;xi FAPRI é uma ação conjunta da University of Missouri e da Iowa State University, cuja missão é forneceranalyses objetivas sobre temas de alimentação, agricultura e meio-ambiente. Opera para empresasprivadas e presta também serviços ao Congresso americano, USDA, e várias entidades governamentais anível estadual e federal, assim como a entidades de classes e associações de produtores.xii d:\\Dados\Paises\China\China & Hong Kong Meat Supply & Utilization 2006 2016.xlsxiii d:\\Projeções\Fapri\Broiler meat trade 2006 2016 fapri.xls World Meat: FAPRI 2007 Agricultural Outlook† Países inclusos nessa categoria: Armênia, Azerbaijão, Belarus, Geórgia, Cazaquistão, Quirguistão,República da Moldávia, Tajiquistão, Turcomenistão, Uzbequistão.‡ Países inclusos nessa categoria: Albânia, Bósnia e Herzegovina, Croácia, Macedônia, Yugoslávia.xiv Fonte: http://www.ers.usda.gov/Data/InternationalBaseline/sutabs06.htm; d:\\Projeções\USDA 2000-2017\Poultry Trade to 2016.xlsxv http://stats.oecd.org/wbos/viewhtml.aspx?QueryName=234&QueryType=View&Lang=end:\\Dados\Paises\China\Projeções Comércio Intern.Carne de Aves 06-15 OECD FAO.xlsxvi China Statistical Yearbook, table 10-18, p. 368; d:\\Dados\Paises\China\China GDP & per capita 1952-2005.xls; d:\\Dados\Paises\China\China Yuan versus USD quotation.xls